A Tenda do Palhaço

vamos nos divertir

Me encontrava sentada na varanda de casa brincando com Floop quando a coruja de Arya chegou trazendo a mais recente edição do Profeta Diário. Observei minha irmã sair, pegar o jornal e ler, e imediatamente seu rosto demonstrava uma surpresa e uma felicidade além do normal. – Mais alguma novidade esquisita sobre ataques de plantas ou algo do tipo? – perguntei ironicamente. Nos últimos dias as únicas coisas que me distraiam eram as notícias esquisitas que o pessoal do PD estava publicando. Lara ainda não havia voltado de viagem. O pessoal de Hogwarts, a grande maioria, também estava viajando. Chega a ser engraçado: todos resolveram conhecer o mundo, mas foi um pra cada lado.  ”Ano que vem vou chamar todo mundo para viajar junto, deve ser bem mais divertido.” – planejava as próximas férias lembrando-me de como aquelas estavam sendo entediantes. – Advinha só? – perguntou-me com os olhos brilhantes e virou o jornal para que eu pudesse ler o anúncio da capa. – Não brinca!! – fiquei em pé com num único movimento, segurando meu pufoso nas mãos, e me aproximei para ler mais sobre aquilo. – Esse não é o parque que o Tio James comentou uma vez que o MM tinha a ideia de trazer de volta? Eu sempre quis conhecer! Santo Merlin, sabia que algo legal ainda aconteceria nessas férias.. A gente vai, né? – falei sem nem respirar. Arya, tão animada quanto, acenou a cabeça positivamente, ambas sorrindo sem parar. – Okay.. Mas olha isso. – apontei para a data que a matéria mostrava. – Já abre hoje.. Precisamos ir! – e puxei minha irmã para dentro de casa.
Saímos de casa não muito depois e não tardou para que chegássemos à entrada do parque. Tendas coloridas, barulhos de máquinas estranhas e desde já um pouco de gritaria. Minha animação era incontrolável. Aguardamos na fila e adentramos no que estava sendo chamado de A tenda do palhaço. Mais barulhos me chamaram atenção assim que passei pela entrada, mas dessa vez eram animais. Animais mágicos! Um monte deles e várias espécies. Logo de cara fui atraída pelos unicórnios, mas o que me prendeu atenção de verdade foram os grifos e hipogrifos numa cerca mais atrás. Fiquei com um pouco de dó ai ver aqueles bichos amarrados ali, mas ao mesmo tempo admirada demais com sua beleza para fazer qualquer outra coisa senão observá-los.

Jogando dados

Ouvi uma voz conhecida dizendo “chatonilda”.. Não há como confundir isso, mas ainda me assustei quando vi aquela pessoa gentil como uma camela correr na minha direção e me sufocar num abraço apertado. – Cara de fuinha!! Achei que ainda estivesse viajando.. Que saudade! Mas, sério.. Me solta um pouquinho. – falei, fingindo estar com falta de ar. – Quero saber de tudo sobre essa viagem ai. Ficou fora por tempo demais.. – a olhei com cara de suspeita e ela começou a fazer os comentários sobre os lugares e as pessoas que conheceu. Fomos andando na direção oposta enquanto colocávamos o papo em dia e então paramos perto de uma barraca de jogos. Era aposta ou algo parecido, mas eu não estava ligando, queria participar de tudo naquele lugar. – Vamos jogar dados? – perguntei, mas Lara me olhou com uma cara estranha. – Vai que estamos com sorte hoje.. Não quero deixar passar nenhum brinquedo! Vem! – puxei-a para mais perto de onde uma moça jogava os dados. – Também queremos jogar! – anunciei. A moça me passou os dados e eu os lancei.

Quantidade aleatória (1,500) : 337

Sorte no jogo, azar no amor!

Ouvi Lara resmungar que achava melhor não jogar esse tipo de jogo, mas era tarde demais, já havia soltado os dados. Senti receio por um breve segundo, mas apenas por um breve segundo mesmo. Ninguém mais da minha família saberia disso além da Arya, e como essa sempre foi minha cúmplice em todas as maluquices, eu não me senti preocupada. ”Não deve haver nada de mais nisso.. Tem até uma criança aqui!” – divaguei enquanto olhava ao redor, sem saber o que aconteceria a seguir. O que me chamou atenção em seguida foi a presença do palhaço que, até então, eu só havia ouvido as risadas. Ele ria e pulava, e eu, Lara e Aryana riamos junto. Observei-o pegar os dados e os lançar, assim como havíamos feito. ”Então é assim que funciona..” – olhei para os dados rolando na mesa para indicar os números ganhadores. Algumas pessoas murmuravam ‘vamos lá!’ e outras cruzavam os dedos e respiravam fundo. ”Para que tudo isso?” – arqueava minha sobrancelha em resposta a reação dos que estavam a minha volta. E então os dados pararam. Olhei para os números mas não me dei conta de nada até o momento em que um senhor me olhou com uma cara desconfiada enquanto o palhaço me guiava para perto de uma roleta. Era isso.. eu havia ganhado? Iria ganhar alguma coisa com esse jogo? Enquanto só coisas ruins vinham me acontecendo eu simplesmente tinha sorte num jogo de azar?? ”Okay.. por essa eu não esperava.” – sorria feito boba para Lara e minha irmã enquanto sorteava meu prêmio.

Quantidade aleatória (1,10) : 1

Forever

Hogwarts parecia cada vez mais perigosa, pensou Lily, pensando se Robb, o irmão mais velho, fora realmente para a mesma escola, pois era o único motivo plausível para que não preocupasse-se em mandar a mais jovem irmã para um lugar como aquele.
Os dedos curtos encostaram no tubo velho de pasta dente e, prontamente, foi sugada para dentro do portal. Ao menos era o último dia das aulas, o final de semana não seria algo perigoso. Podia deitar-se tranquilamente no tapete confortável do comunal em companhia de algumas jujubas e, ah, sim. Talvez pudesse pedir emprestada a vassoura de um aluno mais velho... sorriu para o pensamento enquanto erguia-se do chão, batendo as mãos nas vestes negras de Hogwarts, onde o brasão da grifinória estava marcado em seu peito.
Seguiu até a tenda do palhaço, ao contrário de muitos, não sentia medo de tais criaturas... Já bulbos.. mesmo após a aula de herbologia continuavam a povoar seus pesadelos. Dobrou as mangas até o ombro, estava calor, mas não podia fazer muito mais. Acenou amigavelmente para as outras turmas e entrou na tenda do palhaço. Estava quase vazia, adultos eram um número quase nulo, já os estudantes estavam dispersos pela tenda.
Antes que pudesse perceber o que acontecia ao redor surgiram gritos e um pequeno animal, medindo cerca de trinta centímetros de cor azul surgiu, colocando pequenas garras afiadas em seu cabelo. Não demorou a reconhecer a criatura. Era um Diabrete da Cornualha. Haviam passado a semana de aula com a diretora Joan aprendendo sobre ele. Levando as mãos para o ar acima de sua cabeça, fez um vento forte o suficiente para fazer o Diabrete solta-la, deixando-a cair de joelhos no chão. Tateou atrás de sua varinha, que escapara de seu bolso com a queda e, ao encontra-la virou para a criatura em sua direção.
- Aguamenti! - ela disse, sua voz tremendo e um pequeno jato de água saiu de sua varinha, encharcando o diabrete e forçando-o a cair no chão, sem conseguir voar. - Accio! - disse, puxando outro que voava em sua direção. O feitiço foi tão forte que o diabrete pequeno voou para além de Lily, até encontrar as paredes da tenda e, dali, com um rasgo pequeno, ser expulso para fora. Lembrava-se do feitiço que era usado para esses animais, Peskipiksi Pesternomi, Rictumsempra e Immobilus, mas a diretora apenas citara como exemplo, já que seriam aprendidos apenas no próximo ano letivo. Com um suspiro trêmulo percebeu que os colegas enfrentavam outros animais. - Aguamenti, accio pote! - ela disse, enquanto usava a mesma técnica que fizera na aula de herbologia. Assim que os animais caiam com o forte jato de água, a grifina colocava-os dentro do pote fechado. Contendo a ameaça.
- Está tudo bem, Lils. - ela murmurava para si mesma enquanto colocava a ponta da varinha na boca, como um charuto e com a mão livre pegava a criatura caída para coloca-la dentro do pote, em seguida retirando a varinha da boca e fazendo o feitiço novamente. Tudo estava perigoso demais, mesmo que divertido... ela pensou, estava cheia de medo, mas um sorriso brilhante estava em sua face corada.
Apertou bastante a tampa do pote e se jogou para baixo da mesa de jogar dados, não exercitara tanto sua magia e sentia-se cansada, tão magicamente exausta! Puxou de seu bolso a pasta de dente velha e gasta e esperou ser sugada de volta a Hogwarts.
- Não é possível. - ela pegou-se afirmando ao ver que nada acontecia. Não podia ter passado mais de uma hora que chegara de Hogwarts e acabara de lembrar-se que haviam "ganhado" quatro horas no parque. Cansada e chorosa, ela apertou com mais força o pote que prendia os diabretes e aguardou, ainda seguramente em baixo da mesa, recuperar suas energias ou ser levada a Hogwarts, o que viesse antes.