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O recorde de usuários online foi de 290 em Seg 8 Mar 2021 - 22:16
Ela estava nas nuvens, poderia dizer dessa forma. Depois de uma pequena aventura, espreitando-se para dentro do quarto de Betty — ninguém mais, ninguém menos, que a diretora do orfanato — para pegar o dinheiro, onde Ana sabia que a mulher guardava, para sair, com o seu melhor amigo, para as ruas do pequeno município de Tupã.
Guardou o dinheiro no bolso, puxando o amigo pela mão, quase correndo pelas calçadas com pedras perpendiculares. Podia sentir a brisa em seu rosto, soprando o cabelo para trás, deixando-o embaraçado e cheio de nós. Sabia que teria um enorme trabalho em desembaraça-lo depois — porque todos os funcionários, com exceção do homem que cuidava dos jardins do orfanato, a ignoravam por medo, medo dela e da diretora Betty — mas nem sequer se importava. Naquelas ruas, a garota se sentia livre, mais livre do que no abrigo, em que ninguém gostava dela.
Ana Luíza sabia que, naquelas ruas do bairro antigo e pouco cuidado da pequena e pacata cidade de Tupã, no estado de São Paulo, havia uma lanchonete que vendia hambúrguer e refrigerante, e era para lá que a menina de nove anos estava levando o melhor amigo.
Puxou Lucas para dentro do ambiente parcamente iluminado, com o balcão sujo com a gordura, sendo limpado por um homem gordo com um avental branco encardido, olhando para o pano cinzento e úmido com um tédio claro expresso naqueles olhos azuis claros, leitosos.
Ana tocou uma sineta no balcão — aquelas que podíamos ver em hotéis cinco estrelas de filmes norte-americanos — e ficou na ponta dos pés para apoiar os braços sobre o tampo polido de pedra, vendo o olhar leitoso e claro — quase transparente — se iluminar quando viu a menina. Ele deu sorriso acalentado e, com sua voz baixa e rouca, por causa dos anos incessantes como fumante, disse:
— E aí, Luluzinha, vai querer o de sempre? — Ana Luíza sorriu para o homem e assentiu, batendo em sua mão em um comprimento.
— Faça em dobro. — disse a criança, sorrindo para o homem, então indicou o amigo atrás de si. — Eu trouxe um amigo hoje.
O homem assentiu e sorriu, anotando o pedido em um papel encardido de comandas e espetando-o em um prego na cozinha. Ana Luíza puxou Lucas para uma das mesas plásticas, cobertas por uma toalha quadriculada, tipo aquelas de piqueniques americanos, cobertas por um plástico transparente, prendendo-a sobre o tampo branco.
— Você vai gostar da comida daqui. — disse a menina de nove anos, sentada em uma cadeira de plástico, com uma leve camada de gordura, que parecia que não era limpa há alguns anos.
Última edição por Ana Luiza P. Gonçalves em Qui 23 Jan 2020 - 17:25, editado 1 vez(es)
Depois de algumas enrolações e de pegar o dinheiro necessário senti meu corpo todo sendo puxado com ela - Ok ok - Repeti comigo mesmo - Se isso der errado eu vou dizer que você me obrigou - Disse rindo e, brincando, claro, eu nunca a deixaria em apuros e nem levar a culpa por nada, não queria seus registros com descrições ruins, antes o meu do que o dela, sempre a livrara disso, para ela achar uma família legal.
- Olá - Disse meio sem graça para o homem atrás do balcão. Esperei Ana terminar de falar e então sorri - É.. Vou querer a mesma coisa que ela, por favor - Disse confiante e então olhei para Lulu - Você veio aqui sem mim? Como pode? - Disse tentando parecer o mais bravo possível, mas era difícil, eu não conseguia ficar bravo com ela, nem por um segundo, mesmo sabendo que no fundo aquilo poderá ter me chateado um pouquinho, mas eu sabia como ela era, sempre aprontando e querendo ser livre, então quem sou eu para atrapalhar? Tudo que eu mais queria era ver minha melhor amiga feliz.
A pequena menina sorriu para o melhor amigo, sapeca, com as mãos sobre o tampo da mesa, os dedos entrelaçados entre si, o queixo apoiado em cima desses. Deu de ombros, pois sabia que seriam poucos os momentos que Lucas, seu melhor amigo, aceitaria sair em uma aventura consigo, ainda mais uma que envolvesse roubar — sim, roubar, a garota sabia que essa era a palavra correta para o que tinha feito e quão errado ela — e sair pelas ruas da pequena cidade, completamente desacompanhados.
Afinal, era perigoso duas crianças de nove anos andarem nas ruas de Tupã, completamente desacompanhadas. Ana Luíza estava acostumada a se meter em encrencas por causa disso, estava mais do que acostumada em ficar de castigo, presa em um pequeno aposento no sótão — quem diria que, no Brasil, haveria uma casa com um sótão — sem comida ou bebida, onde a diretora — Betty Sueli — guardava livros que empoeiravam nas estantes de madeira apodrecida. No entanto, Lucas não.
Fora a primeira vez que Lucas acabara em uma situação parecida, e, ainda por cima, por causa da pequena menina de cabelos castanhos.
O homem de avental encardido apareceu, com dois hamburgueres em uma bandeja circular. Hamburgueres gordurosos, que grudavam no plástico, cheios de batata palha e bacon, por cima. Os dois dentro de uma cestinha colorida, que competia o lugar com um vidro de maionese e outro de ketchup.
Ana lambeu os lábios, tirando os braços de sobre a mesa, esperando o homem colocar os sanduíches no tampo para poder devorar o seu.
— Você é o amiquinho da Lulu? — perguntou o homem a Lucas, pegando uma cadeira e sentando-se com a barriga saliente apoiada no encosto para costas, apoiando os braços gorduchos apoiados na mesa, tomada por uma fina camada de gordura.
Ana olhou para o amigo, dando uma mordida no sanduíche, olhando para o amiguinho com uma sobrancelha arqueada.
Já estava com seu pedido em mãos – e na boca também – devorando seu lanche com queijo e bacon extra, lotado de maionese caseira, matando aquela que lhe matava, afinal, já eram duas da tarde e ainda não havia parado para almoçar. Estava tão absorta em saborear aquela delícia, que sequer reparou nos novos clientes que adentraram o local, erguendo o olhar na direção da voz do dono da lanchonete apenas quando ouviu esse falar com “Lulu”, atraindo a atenção da taurina faminta.
O sorriso tomou conta da face da Bissoli, largo e brilhoso de óleo, e essa tratou de pegar um guardanapo e limpar os lábios já se levantando com sua cestinha contendo o lanche na mão esquerda e seu suco de maracujá na mão direita. – Analu??! – perguntou ao se aproximar, chamando atenção dos baixinhos e do homem que, por algum motivo, acompanhava eles. – Não acredito que você está aqui, baixinha! – exclamou ao depositar sua comida na mesa e abaixar-se para a abraçar a menina. – Você também, Biel? Não me digam que estão fugidos.. – perguntou com um sorriso, logo abaixando o tom de sua voz para que ninguém mais ouvisse a última parte.
foi feita
pá cumê
Goretti I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out. Yeah |
- Ual! - Meus olhos brilharam para os hambúrgueres, aquilo parecia ser a melhor coisa do mundo e eu não conseguia conter minha animação, dei alguns pulinhos no banco enquanto o homem deixava a bandeja ali. - Por que nunca me trouxe aqui antes?
- Sim, prazer, eu sou o Lucas - Disse enquanto enchia minhas mãos com o hambúrguer - Eu sou o melhOR amigo da Lulu - Finalizei sorridente levando o sanduíche até a boca. O homem ficava rindo de mim, mas eu nem liguei, disse apenas a verdade, ai de quem contrariasse.
- Lice! Estou bem, obrigado.. E você? - Serrei os dentes e larguei o sanduíche - Fugidos? A gente? Jamais que eu deixaria algo assim acontecer - Finalizei com um sorriso no rosto e peguei algumas batatas e as levei até a boca - Quer? Ta bemmmmmm gostoso - Mergulhei a batata no molho e a enfiei na boca novamente.
Depois de alguns segundos pude ficar com vergonha, estava me sujando inteiro e a Lice tava ali, pude sentir minhas bochechas rosarem, isso sempre acontecia, com a Aninha nas primeiras vezes foi assim, com todo mundo é.
Fixei meu olhar para o copo de refrigerante e fiquei brincando com o mesmo - Esse lugar é realmente incrível - Sussurrei.
A menina prestava atenção na conversa que Gil Costa — o dono da lanchonete — e na reação do menino, que não podia ser melhor. Seus cabelos ganhavam um tom de magenta na medida em que via a felicidade do menino a sua frente, começando da raiz, indo até as pontas de seus longos cabelos castanhos, deixando-o todo em um rosa mais escuro e ondulado. Deu de ombros, sentindo suas bochechas corarem na mesma medida que as raízes de seus cabelos ficavam mais escuros, até ficarem completamente pretas.
— Eu não queria te colocar nas mesmas confusões que eu me meto. — disse a pequena ao amigo, dando uma mordida em seu sanduíche — a maior que conseguia pegando todos os ingredientes — e evitando olha-lo. Um sorriso pequeno surgiu em seus lábios enquanto Lucas respondia ao dono da lanchonete que era seu melhor amigo, e isso não era nenhuma mentira: eles eram inseparáveis desde que eram bem pequenos — ela não conhecia outra coisa.
Gil riu das reações das crianças, até que uma menina mais velha se aproximou das crianças, uma antiga moradora — que só passou alguns meses — do Abrigo de São Pedro para crianças e Adolescentes, aproximou-se das crianças, chamando a atenção de Ana Luíza, que finalmente levantou o olhar para encarar os olhos castanhos da menina.
Seus cabelos se tornaram ainda mais cacheados, começando a ficar mais claros à medida que tomavam um tom alaranjado na raiz, fazendo um degradê com o magenta das pontas a partir da metade do comprimento dos fios da menina. Ao mesmo tempo, um sorriso se abria nos lábios da Aninha, que, animada com o retorno de uma amiga que não via há um tempo, largou o sanduíche no potinho em que tinha vindo e retribuía ao abraço dado pela mais velha.
— Lice! — exclamou a menina.
— Bom, vejo que estão em boa companhia, por isso vou resolver outras coisas lá dentro. — disse o homem com uma barriga dura e proeminente, dando uma piscadela para Ana e Gabriel, antes de ir embora cuidar de outras coisas dentro da lanchonete.
Ana sorriu para o homem e acenou em pequenos movimentos, voltando a olhar para Lucas, que parecia embaraçado com a situação em que estava: todo sujo com a gordura do hambúrguer, com as bochechas rosadas. O magenta de seus cabelos se tornou um tom mais claro de rosa, voltando a tornar-se ondulado à medida que a excitação da vinda de Alice se apaziguava em seu coração.
— Lucas ficou de castigo, por me defender, hoje mais cedo, e perdemos o café da manhã. — respondeu Ana, respirando fundo enquanto as cores de seu cabelo se desbotavam, refletindo o sentimento de culpa dentro de si. Voltou a olhar para sua comida e pegou o sanduíche no prato, dando mais uma mordida. — Eu o trouxe aqui para... Agradecer.
Sentiu suas bochechas ficarem vermelhas enquanto seu cabelo começava, lentamente, a voltar ao normal — com os fios castanhos, lisos e compridos — enquanto comia seu sanduíche, sem levantar o olhar para nenhum dos dois amigos.
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