The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Mundo Trouxa
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
>Quests Interativas<
ADMAGO
ATUALIZAÇÕES - ADM - OFF
28/05. Lançamento: Sistema de Atributos
7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipiscing elit bibendum
Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
DESTAQUES
DOMINIQUE
MALU
POLLUX
MAGAH
DONINHA
CASSIE
Quem está conectado?
5 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 5 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

[ Ver toda a lista ]


O recorde de usuários online foi de 290 em Seg 8 Mar 2021 - 22:16

Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Ter 21 Jan 2020 - 10:21
Ao noroeste da Eslovênia confina-se a cidade de Bled, famosa pelo horizonte rico em belas composições naturais que enchem os olhos dos turistas. A cidade conserva a arquitetura decorada com restos de afrescos góticos de cerca de 1470, a beleza do espaço urbano fala por si, mas o interessante mesmo esta há alguns poucos quilômetros do centro onde a calmaria é absoluta, onde o verde faz morada.

O lago Bled possui cerca de dois mil metros de comprimento e a largura tem metade dessa proporção. O lago circunda a ilha Bled, responsável por comportar a igreja de peregrinação dedicada à Assunção de Maria. Construída perto do século XVII possui a mais bela arquitetura em comparação às demais edificações da região. Todo este cenário muda com a chegada do inverno Esloveno, quando as montanhas dos Alpes Julianos ficam brancas com o acúmulo de neve no cume, o mesmo para o telhado das casas e as margens do lago, petrificada com uma fina camada de gelo que  se estende por todo o redor. A vizinhança é o mais verde da vegetação riparia presente em todo o espaço próximo ao corpo d'água feito uma moldura que abriga a mais bela pintura anil. As árvores consomem uma parcela considerável da paisagem. A floresta que separa a cidade da passividade contida no entorno do Lago. Floresta que esconde um segredo ancestral.  

lago bled:


Esta é uma RP FECHADA entre Ares S. Rayleigh e Teresa de Campos Pimenta A interação ocorre na ambientação descrita, numa manhã em que o sol amarelo acaba de se erguer no céu azul. Típica manhã favorável par a um passeio nos arredores do lago Bled para aqueles que portam roupas quentes, pois a região é fria mesmo nos melhores dias de verão. Hoje faz dezesseis graus  e contemporaneamente é uma data após duas semanas da Assembleia Geral da União dos Poderes, na sede COMASUL.

Esta é uma RP FECHADA interferências não serão admitidas.

robb stark



Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Ter 21 Jan 2020 - 17:47
Inestimável ao bruxo extraordinário

Ares falando/pensamentos/falas outras falas
Mestre Ludwig e eu caminhávamos por um extenso trajeto de terra que se espreita entre o bosque nos arredores de Durmstrang. Naquela manhã em questão meu professor parecia mais inspirado que de praxe. Desde que nos encontramos mais cedo nos portões do Castelo, sempre que o silêncio tomava o lugar da prosa ele punha-se assoviar uma melodia continuamente. Depois de tanto ouvi -lo decidi migrar o assunto para sua música curiosa e já um tanto petulante a esse ponto do encontro, considerando também que teremos mais alguns metros até alcançar o castelo.

– Ah, essa é uma antiga canção que certa vez um velho bruxo me ensinou –
Respondeu Ludwig seguido de um suspiro que me pareceu como aquele que esboçamos quando cansados ou frustrado. Seus olhos negros param em um cerro ponto do céu, como se as nuvens falassem com ele. A última vez que o vi assim, foi quando meses atrás o professor me mostrou o retrato de Camille Rotunda, na sala alicerce.

– E sobre o que essa canção fala? – Indaguei bem mais interessado em quebra E o transepto mais velho que na tal música verdadeiramente.

– Ela conta sobre o maior e mais secreto tesouro da Europa – Contou, e eu pude ver a luz em seus olhos: Eles brilham. Afinal estavam os chegando em algum lugar interessante E não estou me referindo ao castelo.

– E que tipo de tesouro é este? –
O professor diminuiu os passos até parar de vez no meio do nosso caminho. Eu me dou conta quando já a alguns passos na frente, então o também resolvo para e esperá-lo por um manifesto qualquer, mas por conhecê-lo tão bem eu sei o que está por vir. Como em outras ocasiões que tivemos, seus olhos brilham e ele fica estranho por algum tempo, isso acontece sempre em prelúdio do que promete ser na maioria das vezes uma história longa e épica como as tantas outras que só um bruxo velho e experiente como o tal seria capaz de possuir. Aliás este fora o motivo pro qual formamos uma grande amizade, aluno e professor, Ares e Ludwig.

- Um tesouro inacessível para homens comuns, mas incalculável a um bruxo extraordinário... – Completou antes de voltar os olhos para mim, olhos ainda mais flamejantes – Vou te contar sobre o tesouro da Eslovênia, ao final dessa história posso considerar mostrá-lo a ti um dia –
– Sério?! E de que parte da Eslovênia nos estamos falando? – Questionei com o sentimento curioso crescente.

- ... De um lugar tão lindo e enigmático que os sábios fizeram dele sua morada há muitos séculos atrás... –
“Dias atuais”

Vivo o mesmo brilho de Ludwig no atual momento, hipnotizado nos últimos mimos por um horizonte debaixo das nuvens de uma manhã europeia, como daquela vez quando meu mentor contou sobre a beleza enigmática do lago Bled. Lago que inclusive é a paisagem diante dos meus olhos, um azul que causaria inveja até à cor de meus olhos se fosse aceitável imaginar que eles são dotados do pecado humano.
Assisti ao nascer do sol detrás dos Alpes, seguindo-se para manchar o azul da imensidão.
Em minha companhia estão as árvores e um córrego raso no meio da floresta. Este é o melhor lugar para se aproveitar este período do dia, que é quando brota a luz da primeira aurora. Depois deste ponto da floresta, o mais belo privilégio da vista está na janela do meu quarto no segundo andar do chalé.
O latir dos cães me desperta como outrora fizera com meu professor. Quase me esqueci do casal de Dobermans que também saíram do chalé para um passeio matinal pelos arredores. Éris estava caçando algum animal que chamou sua atenção no meio da mata, já o irmão e desde sempre mais comportado: Seth continuou pelas proximidades à vista do dono.

Em breve teríamos a companhia de uma persona ainda a mais enigmática que as lendas que cercam essa região dos Alpes Julianos. Bem, ao menos se ela tiver audácia o bastante para trazê -la para tão longe do Brasil. Talvez eu deva esperar que ela aceite o passei com intenções à mais além de somente isso, digo, conhecer melhor a pessoa com quem passou algumas horas em Paris num encontro arranjado pela chuva e o acaso de uma manhã comum de reunião com políticos franceses. Teresa é uma jovem profissional e muito inteligente ela não parece a garota que faz mal uso do seu tempo. Devo esperar que ela queria uma entrevista ao se encontrar comigo, afinal a última assembleia levantou os ânimos do governo e a política. Durante o decorrer desta manhã além é claro das nossas conversas produtivas, estarei observando-a não somente por sua beleza indiscutível, mas para enxergar para além do que dizer suas palavras e compreender as intenções ocultas no interior da jovem bruxa. Isso me fará tomar a decisão do desfecho deste segundo encontro, ele poderá de fato ser comum e formal para uma entrevista enquanto caminhamos, ou senão poderei lhe contar sobre a história do maior dos tesouros escondidos na Europa, bem aqui nessa terra abençoada pelo lago Bled.

– Inacessível ao Homem comum, inestimável ao Bruxo extraordinário... –

COPYRIGHT 2016 - ALL RIGHTS RESERVED FOR LARES





Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Teresa de Campos Pimenta
TLC » Adulta
Teresa de Campos Pimenta
Mensagens :
68
Ocupação :
Colunista de Política
Qua 22 Jan 2020 - 22:04



"Satisfaction consists in freedom from pain, which is the positive element of life."
Arthur Schopenhauer

• • •

A vida nada mais é do que uma total falta de previsão, ela proporciona estranhezas que muitas vezes definem o que muitos acreditam e dizem ser destino, te coloca — talvez —, na hora e no lugar certo, e muda todo seu rumo sem ao menos pedir licença. Dizem que as sementes daquilo que haverão de realizar se encontram todas já dentro de si, mas sempre pareceu à Teresa que, naqueles que troçam da vida, as sementes se encontram cobertas da melhor terra e de uma percentagem mais alta de adubo.

Estava uma manhã encantadora e a mulher acordara com algumas incertezas. Quando a primavera chegava — mesmo que não passasse de uma falsa primavera — acabavam-se os problemas, exceto o de escolher o local onde seria possível gozar o máximo de felicidade. A única coisa capaz de estragar um dia desses eram as pessoas, mas, quando marcados com as pessoas convenientes, os dias não tinham limitantes. As pessoas eram realmente limitadoras de felicidade, a não ser aquelas raras que se podiam considerar tão boas como a própria primavera.

❝    ❞

Encarou o guardanapo que recebeu semanas atrás e o releu pela incontável vez. Apertava-o com certa força decidindo se seguiria as coordenadas que estavam ali escritas. Realmente devo confiar em um homem que passei apenas algumas horas? Os pensamentos a rondavam e ainda mais sua curiosidade, onde aqueles números a levariam? Deteve-se mais fixamente o olhar quando estava certa da sua decisão. Firmou o pensamento nas instruções e num contorcer do corpo, desapareceu de seu quarto em Monte Nevado para a Eslovênia.

A beleza imensurável do local enchia aos olhos de Teresa. Nunca estivera num lugar como aquele e até sua respiração estava afetada com o deleite proporcionado pela paisagem. Não conseguia imaginar o que faria ali, nem ao menos deduzir. Caminhava por entre as árvores até ao longe observar uma silhueta já conhecida, e caminhou silenciosamente até o homem que ainda não percebera sua presença. O acompanhante já a aguardava no local, a altivez de natureza igual, mas agora sua aparência não lhe aparentava tão indefectível. O caminho até ele pareceu descomunal em relação ao espaço, duração suficiente para Teresa refletir o que era que ele a fazia lembrar. Tentou visualizar-lhe o rosto e descrevê-lo, mas afinal só conseguia reproduzir-lhe mentalmente os olhos. Quando os viu a primeira vez sob o cabelo caído e focados em Tolstói, esses que agora estavam na mesma tonalidade do lago à sua frente.

Para a mulher, as pessoas limitadoras de alegria assemelhavam-se às bebidas insípidas dos tempos da lei seca e livros de escrita assustadoramente desagradáveis. Mais valia beber água e não ler mais nada. Mas Ares, esse, não se assemelhava à água exceto na limpidez. Havia algumas histórias que mais pareciam odisseias, e haviam outras verdadeiramente maravilhosas iguais, algumas tão verdadeiras que transformavam quem o lia: a fraqueza, a loucura, a maldade, a santidade e a febre do jogo.

❝    ❞

— Ares — falou quando já estava próxima o suficiente — Por que estamos aqui? É um ótimo lugar para desovar um corpo… — sorriu ao brincar com a situação. Mais uma vez se perdia ao encarar os olhos azuis do homem, era inevitável. — É seu? — perguntou quando já estava ao lado do homem e mais a frente observava-se um Dobermann — Saiba que sou um perigo perto de cachorros e inevitavelmente vou amá-lo se for seu — as palavras que fluíam tão facilmente na boca de Teresa esculpiam uma atmosfera confortavelmente uniforme com o cenário magnífico.


the witch odyssey
lago bled | janeiro
@Ares S. Rayleigh
weird



GUNPOWDER
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Sex 24 Jan 2020 - 10:17
Inestimável ao bruxo extraordinário

Ares falando/pensamentos/falas outras falas
– Olhando de perto é fácil entender porque as pessoas vem tanto pra esse lugar tão distante – Comentei com um sorriso orgulho do nós lábios, fazendo sombra para os olhos com a mão esquerda pousada acima da sobrancelha. Àquela altura a luz do sol já me incomoda a vista.
– É meu lugar preferido, digo, no mundo tudo. Se não fossem os feitiços entorno dessa área, morar aqui seria como viver nos centros urbanos pois é um ponto turístico muito frequentado em determinadas épocas do ano... – Suspiro extasiado -Se se é uma dúvida que tenho com a magia, graças a ela os não-maj não me incomodam aqui, e se não fosse aquela igreja no centro do lago... – Comentava enquanto lhe ofereço a mão direita para um cumprimento apertado - ... Se não fosse aquela igreja poderia dizer que esse paraíso nunca recebeu a visita de um Homem – Encarei todo o encanto da sua presença feminina. Teresa ainda me remete a Paris, recebê -la aqui neste lugar mágico e especial só pode significar que nossa relação terminou melhor do que pensei ao final do primeiro encontro. Agora, sinto que estamos próximos de avançar um passo -... Mas um verdadeiro paraíso, um que vai além da beleza: é enigmático na mesma proporção que é lindo. Dotado de atributos instigantes para uma pessoa de visão. Lindo, como vocêDigo a última palavra num tom arrastado ao aproximar sua mão dos meus lábios para que eu depositasse um beijo estalado no dorso.
– Você chegou em um momento perfeito, Teresa, o sol está em um ótimo ângulo. Garanto que os peixes iriam adorar uma refeição dedicar à em seu lago, mas não é para isso que estamos aqui. Aliás, que bom que perguntou- Comentei ao deixar sua mão livre e caminhar para mais poucos metros, não sem antes a convidar para se juntar à mim mais alguns passos na frente onde os raios solares penetraram a copa das árvores onde há uma abertura maior, cedendo-lhe espaço para tocar o chão com um largo feixe de luz amarelo. – Este é Seth, mas deixemos as apresentações para depois, ainda tem Éris que se meteu em algum canto do Vale. Não tenha pressa, teremos tempo para tudo... quero aproveitar sua presença, se me permite – Deixo a frase vagar sua imaginação e tocar o sentido que lhe fosse conveniente anexar minha fala, apesar de que minha serenidade transparente e harmônica indica as intenções ser moderada lascividade. Os caminhos quais o charme das bruxa me convida a explorar, isso está desde a suavidade do toque em sua pele até as manias mais evidentes que pude observar na jovem colunista.
- Olhe para ela... – Indiquei o horizonte onde aponta o contorno do telhado cinzento e a cruz acima da edificação – Agora colete todos os elementos visíveis nesse horizonte, guarde na memória- Dou-lhe segundo de quietude para que acompanhe as orientações a seu tempo. -Fechar os olhos Teresa... – Peço, pronto para receber o olhar desconfiado que me encarou, para isso deixo um sorriso pleno de confiança à vista do mesmo olhar confuso.
- Respire fundo... visualize o horizonte em sua memória... – Teresa acompanhava meus dizeres quando me posicionei atrás dela para tocar suas mãos e ergue suavemente os bravos para os lados do seu corpo, feito um cisne exibindo seu belo par de asas - Sinta-se parte deste ambiente, e te garanto que quando voltar a abrir os olhos esse lugar vai parecer diferente para você, ainda mais vivo – Seu perfume me entorpecente, porém resisto ao desequilíbrio do raciocínio – O som dos pássaros, o cheiro das árvores, da terra, o sol aquecendo sua pele... Este é um lugar especial e mágico se você se concentrar profundamente e se conectar com ele, ser a possível ouvir as árvores te contarem as histórias que se passaram aqui durante os milênios. Vou amor, mas também houve guerra e sofrimento – Teresa mantém a postura mesmo sem meu apoio como fiz antes. Deixo-a em uma distância confortável ao lado de Seth, acariciando o topo de sua cabeça com a ponta dos dedos.
É impossível não reparar nos traços do corpo feminino, Teresa tem atributos que não se limitam à beleza da sua face, seu corpo é também abençoado de traços firmes e desenhados em medidas proporcionais à uma jovem atraente. A luz amarela dança em sua face, isso me entretém, a proximidade em que estivemos me permitiu ter um vislumbre mais apurado das feições refinadas que compõem seu lindo rosto, e enquanto imersos no momento solitário, imagino o quão belos seriam seus ancestrais que muninaram-na de tal venustidade.
Ainda procuro as mais adequadas palavras para me referir à ela numa abordagem que faça justiça a influência de sua presença desde nosso primeiro encontro.
– Bem onde você está um bruxo me contou sobre o que há para além do paraíso que nossos olhos veem. Coisas quais nem mesmo as árvores ousariam comentar. Se me permitir eu gostaria de te mostrar mais sobre o lugar – Esperei até ter sua atenção totalmente para mim novamente, uma vez que meu comentário irrompeu sua imersão.
- Permita-me ter o privilégio de passar algum tempo com você, e garanto a ti que este segundo encontro promete superar qualquer mal-estar que eu possa ter lhe causado em Paris. Não vou te pressionar, mas inclusive sou sincero em dizer que ficaria feliz se aceitar vir comigo – Concluí estendendo a mão esquerda para a bruxa. teste

COPYRIGHT 2016 - ALL RIGHTS RESERVED FOR LARES






Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Teresa de Campos Pimenta
TLC » Adulta
Teresa de Campos Pimenta
Mensagens :
68
Ocupação :
Colunista de Política
Ter 28 Jan 2020 - 3:32



"Satisfaction consists in freedom from pain, which is the positive element of life."
Arthur Schopenhauer

• • •

A gentileza na escolha de palavras e gestos do homem apalpa o ego de Teresa e a faz acanhar-se. O aprazimento da jornalista transpareceu em um sorriso gentil, e as orbes azuis que cintilavam devido a claridade solar iam diretamente ao encontro de Ares. — Aceitar um elogio desse seria praticamente insultar a inefabilidade desse lugar. — Incansável era sua luta em não dar o braço à torcer para os encantamentos do acompanhante, e tão pouco era efetivo. O segundo encontro exalava uma intimidade sutil, já não haviam farpas e algumas barreiras já eram menos visíveis às preocupações.

"Feche os olhos Teresa..." A fala pareceu ecoar em sua imaginação; mas numa resposta automática e estereotipada ao estímulo externo, Teresa semicerrou os olhos franzindo a testa e o único pensamento que a rodeou foi um curto "quê?". As instruções foram suavemente dadas de acordo com o cenário, um suspiro submisso escapou por entre os lábios da mulher. O toque inesperado a fez arrepiar enquanto o calor do sol aquecia-a sem brusquidão. Agora a paisagem que idealizava tinha a beleza que a tirava o fôlego e parecia inacreditável uma imagem tão estonteante quanto aquela, talvez a mais bela que já tivera visto. O panorama celestial fazia o coração pulsar mais forte.

A voz grave de Ares a faz despertar quase como de um momento hipnótico, espreguiçou-se e virou de volta ao acompanhante como um felino que acabara de acordar. — Você consegue ser ainda mais indecifrável e suspeito num segundo encontro do que no primeiro, incrível... — Por mais desconfiada a frase se apresentava, o tom de voz garantia a confortabilidade que Teresa sentia em estar ali. A gesticulação em sinal de convite logo foi aceito pela jornalista que se deixou guiar até o limite do Vale com o lago.

❝    ❞

A proximidade do lago conseguia deixá-lo ainda mais bonito. Descaradamente pitoresco, exibindo-se descaradamente aos admiradores que atrai através de sua atração cênica e esplendor alpino. As encostas das montanhas cobertas de florestas circundam as belas águas calmas, o reflexo do morro cheio de pinheiros e o céu azul chapiscado de poucas nuvens atenuava sua coloração verde água quase esmeralda. A beleza do dia era singular apesar da estação - inverno -, a geada grudada no chão e a água gelada, imponentes montanhas cobertas de neve, apenas calmamente dando continuidade à sua vida lenta. Um castelo medieval clássico tem vista para as águas, oferecendo vistas dos picos das montanhas e aldeias locais, enquanto uma igreja é aparentemente sobreposta no meio do lago, meticulosamente construída em uma ilha no centro.

Não obstante, a proximidade de Ares também conseguia deixá-lo ainda mais bonito com a luminosidade que reforçava a impecabilidade em suas feições. Mais a frente encontrava-se uma área para canoas, munidos de remos que com o auxílio da magia dificilmente eram utilizados. A chegada na extremidade só deixa Teresa mais curiosa para a continuidade do passeio. — Se houver um próximo encontro, espero saber ao menos o que está planejando. — Disse tentando manter um tom sério em sua voz. Com a ajuda do chefe do supremo, a colunista sobe em uma das canos e juntos rumam em direção à ilha central. O pequeno barco suavemente navega pelo lago, sem fazer barulho, mas deixando um rastro na água pela vibração do mesmo.


the witch odyssey
lago bled | janeiro
Ares S. Rayleigh
weird



GUNPOWDER
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Sáb 1 Fev 2020 - 13:00
O lar das Rosas insubordinadas
Ares falando/pensamentos/falas outras falas
O mais difícil certamente foi encontrar Éris antes de seguirmos pelo lago e deixar o vale para trás, porém ela surge depois do que fora uma longa série de gritos e assobios para chamar sua atenção para o embarque na canoa que nos seria o transporte até a ilha de Bled, onde há de se fazer grande a surpresa da minha companhia. Apertei o casaco contra os braços, logo o frio é obviamente mais severo no domínio da água, distante da margem de onde partimos não há muito. Os cães já passaram da fase em que não conseguiam conter os ânimos a ponto de zanzarem de um lado ao outro, fazendo a canoa balançar perturbando nosso curto trajeto até à ilha, hábito comum de quando eram mais novos e agitados. Seth faz a linha da tranquilidade exacerbada, diferente da irmã de pelagem escura que se mantém mais reservada a quem lhe é familiar.
O macho se aninha aos pés de nossa convidar a sem demonstrar desconforto algum com a presença da jornalista muito pelo contrário.

Teresa parece tão à vontade a ponto de que não recuou ante minha aproximação mais íntima, minutos atrás no vale.
– Linda, não é? – Questiono dando tinha O silêncio. Tendo espaço ao meu lado para que Teresa se acomode ali, logo que naquele lugar teria ela maior privilégio da visão para nosso objetivo no centro do lago a ilha natural. – As pessoas gostam de fazer visita à a essa ilha justamente pelo mais óbvio, sendo o motivo essa beleza reconhecida pelo mundo esse encanto limitado neste pequeno espaço no centro do lago... – Faço uma pausa não planejada quando Éris por somente uma para pra fora do barco, deixando um pequeno rastro na superfície do lago enquanto observa seu reflexo agitado na água.
– Se em meu lugar você tivesse um guia turístico ele diria que coisas como a tradição de tocar o sino e fazer um pedido, te contaria sobre os objetos do museu da ilha, que são alguns artefatos encontrados nas antigas escavações. Seu guia também faria um pequeno discurso decorado sobre o antigo templo pagão dedicado à Deusa Giva, há oitocentos anos atrás – Eu indico as formas quadriculada que deveria ter o tempo em seu auge, no espaço onde hoje se posta a igreja em nome da Virgem Maria.

– Seu guia tem razão, mas existe algo que ele não contaria, não por incompetência, mas por falta de informações, tais quais nenhum homem ou mulher sem conhecimento profundo da magia saberia lhe contar nos fatos dessa história... – Lembro-me do quanto tive que me dedicar à esse estudo quando o professor Ludwig me apresentou os pergaminhos que datam de séculos atrás, registros do grupo que ergueu o templo em mil e duzentos. Eu era jovem demais para absorver todo aquele conhecimento transmitido. Foi com o avançar dos anos que adquiri uma proximidade mais íntima com esse ambiente me tornou componente dessa história, agora é membro conhecimentos também capaz de senti-lo como hoje não imagino ninguém ser capaz de fazê-lo. Os acontecimentos sucedidos aqui, de certo modo, fala comigo. É uma pena que algo tão extraordinário devam ser mantidos ocultos pelo pretexto de que o templo tinha fins religiosos e que sua “demolição” se deu por conta do paganismo que deixou de ter espaço, causa derivada da pressão popular dos residentes da cidade, à quarenta minutos da ilha.

– Em 1200 um grupo de bruxos migraram para este vale entorno do lago, abrigando-se no Castelo escondido mais ao norte dessa floresta. O intuito de erguer um templo próprio, localizado bem onde nós sabemos, afinal seria onde a edificação estaria em destaque com toda sua exuberância. Ao contrário do que pensam os moradores da Bled moderna, o projeto do grupo consistia em fazer aquele o recinto da consciência mágica, onde haveria uma estrutura ampla para os escribas viverem em grupo e fazer deste o centro do trabalho intelectual, onde as obras sobre as mais diversas vertentes da magia: desde feitiços e fauna até poções e artefatos enfeitiçados.
Fato é que tudo de deu pelo motivo de que as obras literárias deste conceito estavam sofrendo ameaças em cinco grandes regiões da Europa, e o autor desses ataques à comunidade bruxa fora um terrível governante não-maj que em seu tempo de glória deu início à uma verdadeira caça às bruxa no continente e todo registro documentado com relação à cultura mágica . Os livros e pergaminhos recolhidos pelo exército comandado pelo tal sujeito eram todos amontoados e consumidos pelo fogo que neles ateavam. Movidos pela paixão à existência mágica e toda sua história antepassada esses homens levaram cinco anos para concluir a construção do templo fortificado
[b] estrategicamente localizado num ponto onde seus inimigos teriam dificuldades para alcançar com facilidade, dando grande vantagem aos bruxos residentes. Batizaram o projeto de “O Templo da Coruja", que é o símbolo ancião da inteligência e sabedoria. Seu conteúdo seria a maior e mais completa biblioteca de todo o mundo, a biblioteca de Alóadas, o que para os não-maj não passava de um santuário pagão dedicado à Deusa da vida... – Nosso barco por fim alcançou o pé da escadaria, onde pode descansar do trajeto e permitir que os cães saltassem velozmente para fora das embarcação. Me calei durante o momento em que os olhos de Teresa se voltaram a admiração da fachada da igreja de Virgem Maria, em seguida ajudo-a descer da canoa finalmente tocando o solo firme de mármore espera que se estende até a porta da casa de Deus.

A cidade se encarrega de manter este lugar impecável, um trabalho muito bem feito aliás, é para confirmar isso basta uma primeira olhada na beleza que não se limita apenas ao edifício secular, mas também o jardim entorno da escadaria que magicamente se mantém lindo desde sempre, independente da época do ano. A grama bem aparada e as roas que se espalham aos montes dominando toda a área em uma bela mistura do vermelho mais rubro e o verde mais lépido.

– Existe algo curioso sobre esse jardim. Algo que aquele seu mesmo guia diria der um acaso da natureza, um capricho posso dizer – Estiquei o braço para pegar uma das Rosas do Jardim de Bled, o que exigiu um tanto de esforço para fazê-la desvencilhar da roseira.
– Ele te diria que este é um jardim especial, abençoado pela vossa santidade, donde brotam as mais belas fossas do mundo, Teresa, mas não por causa de um bom jardineiro ou do uso de produtos de qualidade par a conservar as roseiras... Linda, não é? – Perguntei, entregando-lhe a flor em mãos.
– São flores rebeldes que brota sem a necessidade de cuidado humano algum. Elas brotam sozinhas, crescem e se embelezam sozinhas. Essa independência me remete às mulheres de fibra que já conheci na minha vida, feito você, mas essas rosas do Jardim especial de maneira alguma poderiam ser capazes de competir com sua beleza, seria covardia. Concorda? - Indaguei com ar de bom humor, mas sem reverter a seriedade empregada em meu elogio, tais palavras acompanhadas de um olhar luminoso esclareciam minhas intenções lascivas para além de apenas uma companhia para contar boas histórias.
– E mesmo que por alguma maldade destruam-nas completamente, as rodas do Jardim da ilha nunca deixam de brotar neste solo mágico. Não por algum efeito científico que possa ser esclarecido às pessoas comuns. Assim como a verdade sobre o templo da Coruja, apenas essa história sobre a biblioteca e o grupo que a construiu pode nos dar as respostas para isso também, hmm... mais especificamente a respeito do líder desse grupo e o amor que ele sentia por uma bruxa Búlgara. Um romance com um desfecho lamentável mas que contribuiu com a transformação da história europeia, consequentemente com a da própria raça dos bruxos, por mais que poucos tiveram a oportunidade de conhecer os fatos como eles de fato ocorreram. Para retomar preciso te contar sobre o fascínio apaixonado de Gimabologna e Camille Rotunda, uma velha personagem do meu tempo em Durmstrang... –

Junto a Teresa alcanço o topo da escadaria, postando-me entre ela e a porta da igreja, resistindo aos encantos de seus olhos azuis e sua face dona da beleza que daria inveja na própria deusa Giva dos eslavos. – Bom, aqui espero que você faça uma escolha antes de prosseguir para dentro da igreja e mais além dela. Preciso saber quais são suas intenções hoje, pois essa história nos levará até um lugar em que se faz necessário o cuidado e a preservação deste. Se você está aqui para conseguir material para o seu trabalho, e eu não te julgo por isso... Mas se for este o caso, nós vamos entrar, podemos nos sentar num lugar confortável e eu lhe cedo uma entrevista para que você não volte para casa de mais vazias – Afirmei com um fino sorriso pacífico marcado no semblante. – Mas se sua vinda aqui tem a finalidade de apenas passar um tempo comigo e conhecer mais sobre a pessoa que lhe convidou para estar neste lugar hoje, bom, nessas circunstâncias eu posso te mostrar algo que fará você rever muitos de seus conceitos sobre a magia e toda nossa existência desde os tempos imemoraveis. O que me diz, Teresa? – Não avançamos até que ela me dê a resposta para essa questão importante, em respeito aos esforços aplicados pelos ancestrais da magia, segredos escondidos a custo de muito sangue.

COPYRIGHT 2016 - ALL RIGHTS RESERVED FOR LARES




Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Teresa de Campos Pimenta
TLC » Adulta
Teresa de Campos Pimenta
Mensagens :
68
Ocupação :
Colunista de Política
Seg 3 Fev 2020 - 1:38



"Satisfaction consists in freedom from pain, which is the positive element of life."
Arthur Schopenhauer

• • •

Teresa escutava Ares com a atenção de uma criança curiosa que devota seus ouvidos ao interlocutor. A riqueza nos detalhes, o vocabulário polido e até mesmo seu tom de voz parecia estar na proporção exata para interessar ao menos cativado, e acompanhar a história com o cenário que tinha ao seu redor tornava a ocasião mais fascinante. Desde Paris, Tessa tinha a sensação de que estar na presença do homem lhe causava entorpecimento, os pensamentos flutuam em seu corpo e voam em sua mente. A jornalista não o interrompeu uma só vez, ocupou-se fazendo carinho no cachorro que estava aconchegado confortável e intimamente em seus pés.

Ao fim do percurso que durou alguns minutos e seus pés que agora tocavam o solo da ilha central, Teresa deteve seu olhar à imensidão de beleza em sua frente. Um extenso jardim de rosas vermelhas cheio de invulnerabilidade que agora era comparado à mulher a roubou um sorriso que interrompera o momento inebriante em que a jornalista aproveitava do aroma da flor a pouco recebida. – Gentileza e exagero da sua parte! – Falava olhando-o com sinceridade. – Minha essência de forma alguma poderia ser comparada com imaculada natureza. – Completou sua frase corando com tamanho elogio.

❝    ❞

O casal manteve-se em explorar o local até chegarem ao destino final da escadaria. Ares que agora estava na frente da porta da igreja pondo a mulher a escolher em como continuariam o encontro. "O que me diz, Teresa?" Apesar da tentação de lhe roubar algumas horas a fio de perguntas, a jornalista sabia em seu âmago qual era seu verdadeiro desejo. "[...] passar um tempo comigo e conhecer mais sobre a pessoa que lhe convidou [...]".

– Em minha consciência, tenho para mim que não sairei com você para aproveitar de sua influência ao meu trabalho. – Fixara seus olhos aos dele dando-lhe garantia de sua palavra. – Acredito que no momento em que verdadeiramente precisar de suas respostas, conseguirei de seu bom grado sem que precise interromper ao nosso passeio. – Dara alguns passos em direção ao acompanhante. – E, sem dúvidas, seria lamentável deixar de aproveitar toda a história deste lugar e a companhia que tem a me oferecer. – Com um leve sorriso no canto da boca, Teresa certa de sua decisão, puxa a porta da igreja com certo esforço pela lateral do corpo do homem, e agora a proximidade era tanta que a jornalista era capaz de sentir a respiração dele.

❝    ❞

Todo o encanto do altar-mor resplandece com a entrada de luz em sua direção. O altar de três asas foi projetado como a fachada de uma catedral gótica com rosas magníficas, cílios, pilares e arcadas. As figuras coloridas estão em duas zonas em um fundo dourado. Eles proclamam a obra redentora de Deus para o homem. Além deste, também possui seis altares alados, relevos em pedra e esculturas em madeira. Há numerosas pinturas medievais, e possui um esplêndido órgão barroco ao fundo, na lateral da igreja.

Teresa se desune num piscar de realidade saindo do transe em que entrou ao sentir o perfume de nuances amadeiradas do homem. Ela entra no santuário e se deslumbra com a arquitetura esplendorosa. Aquele lugar no mundo asseguradamente possuía das maiores belezas. Ela caminha um pouco observando os murais e tudo o que eles tinham à contar, tendo Ares perdido um pouco de sua atenção. – E então, o que tem para me mostrar? – A mulher que agora exaltava-se de curiosidade e mais do que nunca exibia o contentamento de sua escolha, aparentava mais estar num parque de diversões.


the witch odyssey
lago bled | janeiro
Ares S. Rayleigh
weird



GUNPOWDER
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Ter 4 Fev 2020 - 18:19
A passagem do Quarto Lobo
Ares falando/Ludwig, professor falando
(7 de Julho do ano 2000. As margens do lago Bled)

O imparável inverno europeu chegara com intensidade e os campos dos dois lados da estrada que levava ao lago estavam castigados com um gelo que brilhava sob uma borda baixa de neblina do cair da noite. Seria mais um inverno cruel, certamente. Estávamos próximos da margem, eu e o professor Ludwig, montados em dois corceis persistentes que não se davam ao luxo de diminuir o ritmo apesar do frio.
– As pessoas da cidade, elas nunca encontraram a passagem da igreja? – Indaguei , perturbando a quietude noturna após muito só se ouvir o galopar tranquilo das montarias.

- A-há! – Ludwig riu, batendo uma palma com as mãos enluvadas, seu hálito frio formando uma nuvem ao redor da gola virada para cima.
– Não é uma pergunta ruim, Ares, mas agora mesmo me peguei pensando sobre quando você a faria... – O mais velho virou o pescoço para trás e me fitou brevemente com um olhar de quem diz.
“Bom garoto"
Ele apontou para a lua cheia e gorda no céu de treva.

– Quatro lobos famintos, banhados pela lua, esperam na ponte para pastos [i]mais verdes. Ao norte montanhas emergem e impalam o céu... – O dedo mira os Alpes Julianos. – A oeste, um lago imaculado estremece... – Agora, o nosso destino é indicado, o lago Bled – Ao leste está a floresta coberta pela névoa perpétua.
Um bruxo andarilho se aproxima, mas não pelas montanhas. Ao ver o lobo lhe oferece u-ma mente de ouro brilhante. A fera aceita com gratidão e oferece uma passagem segura.
Um agougueiro vem voando, com as penas molhadas, pousa do lado do primeiro lobo que vê. Abre o bico e mostra uma alma cintilante de prata. O lobo o mata e toma a alma para si.
Então uma valente família de aurores pretendem passar. Eles têm apenas um corpo de bronze para oferecer. O lobo oposto ao da alma de prata aceita e os deixa passar. Esses três lobos atravessam a ponte também, felizes e ricos -
Por fim alcançamos a margem do Lago. Descemos dos cavalos e os prendemos perto de uma fogueira precisamente atiçada por magia, logo seria difícil imaginar alguém capaz de acender fogo de forma convencional Trouxa, dada umidade neste cenário gélido.

Ludwig parou diante do lago e observou o rastro prateado reluzindo na paz das águas tocadas pelo reflexo lunar. Este desenho termina nos limites da ilha, a famosa ilha.
– Um órfão aproxima-se do último lobo... – Continuou o professor, fazendo-me lembrar de que a história da ponte contava com mais um lobo.[i] – Mas sem nada a oferecer além de companhia, já que agora ele está sozinho. Cedendo a tentação, o lobo revela o segredo da alcateia e lhe dá as ordenadas para sua caverna, onde permanecem os tesouros adquiridos por sua família: A melhor tintura para “manifestar” é a preta. Essa é a cor do vácuo que existe antes e após a vida é a morte. É a moldura da criação. Uma cor sagrada, e nós devemos pedir permissão para Deus ao usá-la para criar.

Em seguida, a cor com mais poder e vida é a vermelha. Essa é a cor do ato pelo qual nos inserimos vossa luz divina em nosso interior a criamos mais vida, vossas crianças. A força feroz que flui do nosso coração, que bate em fúria até descansar nele. A cor da explosão emocional, ideal para quebrar o tecido da realidade... –



(Bled, Eslovênia. Atualidade)


Passei pela porta em seguida fechei a passagem trazendo a escuridão para dentro do como do m, não fosse pelos vitrais Teresa e eu estaríamos na penumbra completa, enclausurado nas dependências da igreja que à meia-luz tornará muito mais sombria que bela.
A curiosidade de Tessa faz-se bem mais evidente quando acendi duas velas sobre o altar usando a centelha cuspida da ponta de minha varinha, após concluído o feito pedi que minha deslumbrante companhia se juntasse a mim, portando a rosa que lhe entreguei momentos antes no jardim da ilha.

– Saindo daqui eu lhe darei um buquê de outras delas, Tessa, mas preciso que deixe sua rosa sobre a bandeja, entre as velas acesas – Naquele momento revemos a situação de proximidade íntima, a ponto que fosse inegável alegar que nossa atmosfera mudou desde que nos encontramos em Paris. Na ocasião nossos interesses pareciam menos profundos que os de agora. Toda vez que ela me olha dessa forma, com pouca distância, eu sinto despertar o desejo de tocar-lhe os lábios aos meus. Cada pulsar do meu coração acelerado é um passo rumo ao meu anseio.

– Se possível, poderia te emprestar meus olhos para que pudesse ver por si mesma a beleza pela qual eles se encantaram. Uma mulher tão encantadora que extrapola até mesmo as expectativas de um homem que aprendeu tanto sobre o profundo senso Humano- Um sorriso lascivo brota no semblante masculino, fino e convidativo, enquanto me pego hipnotizado pela luz das chamas dançando no rosto jovial de traços delicados que me tem roubado o juízo.
Ela põe a flor vermelha no lugar indicado sobre o altar.
– A melhor das tinturas é a preta, a cor que há antes e após a vida – Após abandonar a rosa, a luz que passa pelos vitrais da igreja começa a perder seu brilho natural e potência, gradativamente, logo a única fonte de iluminação fica a encargo das velas acesas próximo de nós dois.

-A cor do “manifestar"...- Do lado de dentro parecia que o dia tornara-se noite num instante. A igreja se resumia ao único ponto Não consumido pela penumbra: o altar-mor, donde podemos sentir tremer l chão abaixo de nossos pés.
– Em seguida a cor com mais poder e vida é a vermelha.. – Olhamos para a flor sobre a bandeja, ali depositada por Teresa – A cor da explosão emocional... – Os tremores se tornam mais intensos, os votos da igreja faz barulho dada força do sacudir na estrutura que fez brotar um portal de pedra ao melhor estilo medieval revelando um caminho alternativo antes oculto onde era o auditório da casa religiosa. Um túnel se estende para tão longe que fica evidente p fato de que os tremores transformaram o hall do santuário, ou esse “ritual" com velas e rosas tivera nos transportado para outro lugar enquanto a escuridão impedia enxergar a transformação . Não haviam mais paredes ou mesmo uma igreja, apenas a penumbra e um longo corredor iluminado por tochas flamejantes nas paredes.
- ... Ideal para quebrar o tecido da realidade- Concluí ao citar alguns trechos da lenda sobre o tesouro escondido na ilha, o maior de todo o continente.

– Estamos diante da “caverna" onde a alcateia conserva seu tesouro, como dito na lenda – Indiquei o desenho do lobo no portal de pedra na entrada do túnel que some de vista na primeira curva. – A passagem do quarto lobo, por onde passou o órfão no velho conto europeu – Segui na frente tendo Teresa em minhas costas. Levamos cinco minutos de caminhada pelo túnel quente e iluminado até o fim que se dá em uma porta dupla com o símbolo de duas corujas gravadas na madeira, assim como o portal igualmente medieval e unicamente pesada. Bastou exercer um tanto de força para enfim de revelar k que pode ser considerado um como do em potencial para estar entre os maiores de toda a Europa. Três vezes o tamanho do átrio principal do Castelo Hogwarts contando com sete grandes prateleiras que alcançavam seus quarenta metros de extensão dentro da estrutura de pedra dividida em dois grandes andares. Teto abonado com Vadão circular no centro para receber a luz do meio dia além das grandes aberturas entorno do teto. Para onde se olha, vemos a carga acumulada de livros e pergaminhos que lotam as sete prateleiras colossais.
– A passagem que nos traz até o Templo da Coruja, um lugar milenar que esconde o tesouro mais valioso ao Bruxo que for capaz de desvendar a lenda aqui é o santuário do conhecimento mágico de nossos ancestrais. Essa é a biblioteca de Alóadas. Seja bem-vinda, Teresa- Concluí com um sorriso divertido na face – Ainda tem a fé de que sou um bruxo que comete “exageros”, mademoiselle? –

COPYRIGHT 2016 - ALL RIGHTS RESERVED FOR LARES



imagem da biblioteca:



Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Teresa de Campos Pimenta
TLC » Adulta
Teresa de Campos Pimenta
Mensagens :
68
Ocupação :
Colunista de Política
Ter 11 Fev 2020 - 17:56



"Satisfaction consists in freedom from pain, which is the positive element of life."
Arthur Schopenhauer

• • •

Se não fossem os olhos experientes e atentos de Teresa ao mundo mágico, tudo aquilo que se passava em sua  frente seria quase impossível de acreditar. A cena mais parecia ter saído diretamente de um livro com os detalhes mais fantasiosos e dedicados ao leitor para mergulhá-lo numa imensidão de possibilidades. O ritual iniciado com as velas, seguido pela rosa entregue e o espetáculo que os vitrais da igreja proporcionaram, desencadeou uma série de tremores e a abertura para a então continuação da surpresa.

"A melhor das tinturas é a preta, a cor que há antes e após a vida
A cor do 'manifestar'
Em seguida a cor com mais poder e vida é a vermelha
A cor da explosão emocional
Ideal para quebrar o tecido da realidade."

❝    ❞

Uma passagem abrira-se catedral à dentro. Um longo corredor coberto pela penumbra, tendo sua iluminação sendo unicamente encontrada pela ponta da varinha de ambos os bruxos. Seu final se tornou visível após alguns minutos andado vendo-se mais à frente uma porta dupla no melhor estilo medieval. Neste ponto, Teresa não sabia mais o que esperar. Na verdade, em momento algum lhe recorreu que um encontro por acaso em Paris poderia levá-la tão longe e à surpresas tão impensáveis.

Para os amantes de histórias, o que se encontrava ali seria um templo. As divisórias das sete gigantescas prateleiras possuíam uma quantidade imensurável de livros e pergaminhos. Aquele cômodo podia de longe conter histórias jamais contadas, o percorrer de um estudo para o caminho de uma poção que hoje é usual ou até mesmo coisas desconhecidas à qualquer um. Em anos de pesquisa e envolvimento com literatura e erudição, a jornalista jamais ouvira falar em lugar como aquele; contentava-se nos conhecimentos aprofundados que conseguiu nos arquivos de quando morou em Londres.

❝    ❞

As palavras agora era insuficientes para tentar organizar as diversas dúvidas que lhe percorriam a mente. Tentava balbuciar por onde começar a perguntar mas sua vontade era percorrer detalhadamente todas as prateleiras. "A passagem que nos traz até o Templo da Coruja, um lugar milenar que esconde o tesouro mais valioso ao Bruxo que for capaz de desvendar a lenda, aqui é o santuário do conhecimento mágico de nossos ancestrais. Essa é a biblioteca de Alóadas. Seja bem-vinda, Teresa".

– Tenho convicção que nas poucas semanas que te conheço, e do tempo que tenho pesquisado sobre sua carreira, que você talvez jamais tenha sido comedido em seus atos. – Olhava insistentemente ao redor garantindo que guardaria aquela imagem perfeitamente na memória. – Como você descobriu isso aqui? Quem te deu deu direito sobre? Alguém possui ou já possuiu todo o conhecimento destas prateleiras? – Falava sem titubear sabendo que teria todas as respostas que teria.

❝    ❞

Tessa olhava para Ares sorrindo com sutil agradecimento. Sabia que poucos poderiam ter acesso à um lugar desses como se sabe quando se deve guardar um segredo sem que tenham lhe pedido. O encontro tinha se encaminhado à passos largos até onde se encontravam o casal. A fluidez e a homogeneidade com que se levavam um ao outro era de tamanha simplicidade que nem mesmo os ares parisienses foram capazes de mover sobre as barreiras dos discursos sólidos de ambos. Eles tiveram a prova de confiança que necessitavam nos longínquos alpes Julianos.


the witch odyssey
lago bled | janeiro
Ares S. Rayleigh
weird



GUNPOWDER
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
Mensagens :
252
Sex 14 Fev 2020 - 15:39
Os desejos do seu âmago
Ares falando
Vê-la tão radiante me remete há uma dezena de anos atrás, ou ainda mais que isso.
Naquela ocasião marcante o papel a mim concebido foi o mesmo hoje a encargo da jornalista, papel que ela assim é com perceptível entusiasmo. Assim como foi pra mim, hoje é ela quem se admira com o que lhe é apresentado: a maior e mais completa biblioteca do mundo todo. A mais secreta também em consequência da sua dimensão e abrangência na questão dos Campos da magia.
– Os incontroláveis impulsos de uma jornalista. Você executa seu ofício mesmo que não seja premeditado... – Comentei com grande teor de bom-humor empregado à minha fala a luz em meus olhos não nega a ironia divertida a qual irei para me referir as indagações lançadas.
– Mas é claro, e como deve imaginar eu também tenho meus próprios impulsos. O que chamo de “mal de juiz", que é o ímpeto de julgar as pessoas com quem me relaciono cotidianamente, gostando ou não, essa característica é algo presente e constante em mim, faz parte da minha essência natural destacada pelas escolhas que fiz durante a vida. Julgar é tão meu quanto é comum para você preparar as perguntas mais apuradas e convenientes à determinadas situações com velocidade ímpar... eu adoro essa palavra – Dizia a ela ao me afastar da entrada- agora fechada – e partir a passos contados até sua posição, ond e a jovem me esperava com suas dúvidas.

– “Comedido"? – A palavra navegou minha mente e agravou nas memórias da juventude, certo que os devaneios frequentes me encontraram com mais veemência por resultado de toda essa familiaridade nostálgica a qual sou tragado dentro deste cômodo lendário. Tessa e eu nos unimos com a mesma proximidade demasiada vista mais cedo.
– Não, não mesmo. As pessoas se dirigem a mim de outra forma, mas nunca de “comedido". Indiscreto, talvez, audacioso... – Tomei tuas mãos sem demonstrar receio ou mesmo a intenção de recuo ante o contato físico. Pelo contrário. Meus olhos ardem em desejo por aquela que os tem só para si neste momento. – Mas de todos esses termos, prefiro ser chamado de “intrépido”... – Nossos olhos se encontram de forma que não seria estranho afirmar que nós dois estávamos ligados profundamente e que nossa parla tivesse superado os limites das palavras oralmente proferidas: Teresa e eu nos comunicamos e nos entendemos pelo olhar que é donde se reserva toda a essência do clima amantético a nós associado.
-O destemor que resulta minha insolência, minha audácia, meu... atrevimento – Tais palavras são ditas em pausas harmoniosas quando próximo a o bastante para sentir o hálito que se desloca dos lábios um do outro. Lábios que se tocam influenciados pelo desejo inegável que se apresentou já há certo tempo. Eles se afetam no beijo nutrido pelo poder da afeição.
Deixo as mãos livres para abraçar deu corpo atraente de proporção feminina que agora se une ao meu com a intimidade que só agora pude me deliciar . Meu ritmo cardíaco acelera na mesma simetria de nossa “dança atada", para qual sou induzido de corpo, alma e olhos fechados.

– Você tem sido a razão dos meus desejos desregrados. Até o seu silêncio me convida ao afago... –
Foram minhas palavras sussurradas ao desatar o beijo sem o intento para fazê-lo, por isso me permito dar-lhe outros beijos menores, com menos intensos e duração ao comparar com o primeiro e mais vistoso.
– Odeio te frustrar, ainda mais neste momento em que finalmente tenho você em meus braços, mas algumas das tuas perguntas devem permanecer sem resposta. Entretanto... – Desvencilhados, eu me ponho a marchar na frente da jovem para continuar com a exibição da biblioteca, após a pausa que desejava poder repetir com ela muitas outras vezes mais.

– Como eu disse antes quando falávamos sobre impulsos e influências causadas pela natureza do nosso trabalho, tanto conhecimento poderia influenciar mentes e corromper as pessoas mais íntegras. Esse é um risco que nem mesmo eu, após tanto tempo, me permito correr. Mas esse temor passou longe da preocupação de um bruxo Italiano chamado Giambologna, apelidado de “Rei das Feras", em razão das habilidades que adquiriu após meia-década de reclusão em Alóadas. Você pode imaginar o que o levou a ser cunhado por este nome, não é? – Trouxe Teresa até diante uma mesa extensa com o tampo em mármore cinzento onde estão alguns outros pergaminhos tirados da prateleira e inclusive um livro da autoria de Bologna , um relicário de suas memórias aqui dentro deste santuário da magia.

– A solução é olhar através dos olhos de quem já se adaptou à pujança desse poder ao que me refiro – Exibi o livro de capa surrada em minhas mãos para mais próximo da moça.
– O relicário do Rei das Feras, as memórias de um homem corrompido pelo conhecimento contido neste lugar , um bruxo excepcional que fora traído pela própria ambição. É por isso, Teresa, que este templo é benéfico e maléfico na mesma medida. Pisar aqui é um completo teste aos anseios do ser-humano nossos desejos mais profundos. Aqui faz-se imprescindível e necessário ser ponderado. Encontrar seu equilíbrio pessoal –

Ludwig relatou-me a passagem do italiano em Alóadas. Bologna não se conteve em teus estudos e se deixou levar pelo turbilhão de informações abrigadas nessas prateleiras seculares.
– Feitiços arcaicos, receitas primitivas para o preparo de poções, a criação e manipulação de artefatos obsoletos – Deixei o livro nas mãos da jovem e continuamos a marchar até outro canto da biblioteca.
– Para o bem ou para o meu, aqui encontramos os artifícios pra causar grandes mudanças no mundo bruxo. O que vai decidir essa orientação é essencialmente o propósito de quem tiver acesso a este lugar- Elevei o braço esquerdo para o teto abonado, por onde o eco de nossas vozes se dirigiam antes de desaparecer na imensidão – É por isso que eu estou aqui: preciso garantir não somente a preservação de Alóadas, função que me fora confiada há muitos anos atrás, mas consequentemente meu dever é conservar a plenitude do bem-estar da nossa sociedade, incluindo os não-maj. Eu vivo para isso ,Teresa, é o que me dá forcas para levantar da cama pela manha. Posso dizer que eu me fundi a essa biblioteca e incorporem os anseios das gerações anteriores a nossa, os homens e mulheres que também se dedicaram a essa função nos séculos passados – O casal estacou diante de um mapa que eu desenhei em um rolo de pergaminho amarelado, este preso a parede para exposição e praticidade na hora de examina-lo no projeto qual tenho empenhado esforços nas últimas semanas: A localização de um artefato deixado por pistas escritas pelo próprio Giambologna. Antes de prosseguir, esperei que ela pudesse absorver todas as informações e que também fizesse seu parecer diante dos fatos apresentados.

COPYRIGHT 2016 - ALL RIGHTS RESERVED FOR LARES



imagem da biblioteca:



Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Teresa de Campos Pimenta
TLC » Adulta
Teresa de Campos Pimenta
Mensagens :
68
Ocupação :
Colunista de Política
Dom 29 Mar 2020 - 18:52



"Satisfaction consists in freedom from pain, which is the positive element of life."
Arthur Schopenhauer

• • •

"Os olhos são as janelas da alma". Das frases clichês, essa pode ser uma das piores que o mundo já ouviu, ou pelo menos era isso que Teresa afirmava sempre que tinha a oportunidade de falar. "O olhar revela o que a boca não diz". Mais uma falácia (!), diria a jornalista. Os olhos nunca lhe foram mais atraentes do que a boca. A capacidade de se expressar, de falar, de colocar em palavras um raciocínio. Isso sim a atraía.

Os olhos de Teresa eram donos de um azul profundo, por vezes alheio a qualquer outra pessoa e de uma expressão séria invulgar. Eram lindos, mas eram só olhos. Os elogios eram tantos que já tinha as respostas na ponta da língua. E isso jamais a fez mudar de opinião, até conhecer os olhos de Ares, que também eram azuis, que também eram alheios, sérios e invulgares. Mas eram de Ares. E por vezes que seus olhos se encaravam, Teresa achava seus próprios olhos bonitos porque sabia que estavam inundados da profundidade que apenas o olhar do homem poderia proporcionar.

❝    ❞

– Mas de todos esses termos, prefiro ser chamado de “intrépido”... – E nesse momento o mundo estava quase tomado pela imensidão azul das palavras ditas que jamais saíram da memória de Teresa junto ao olhar encontrado. O coração acelerado, o súor natural, frio na barriga e as bochechas coradas, todos desencadeados pelo simples toque das mãos que ativaram sinapses por todo o corpo. E dessa vez os olhos foram seus favoritos visto que sua boca não era capaz de proferir sequer uma palavra.

- O destemor que resulta minha insolência, minha audácia, meu... atrevimento. – A forma como o tempo se moldou para que o beijo acontecesse lentamente no instante perfeito. Tudo parecia estar certo, inclusive o cenário que dizia tanto sobre ambos. E dessa vez, mesmo de olhos fechados, Teresa via a imensidão anil de Ares, mesmo a boca sendo sua favorita.

Pequenos estalos findaram o laço e o tempo agora correria em sua velocidade típica, mas o azul não era o mesmo e dificilmente voltariam a ser.

❝    ❞

"Algumas das tuas perguntas devem permanecer sem respostas". As sobrancelhas da jornalista arqueiam em ironia – Estou começando a achar que você mantém segredos para eu sempre voltar! Sabe que sou mais do que tudo curiosa – a mulher seguia-o com um leve sorriso, ainda tentando entender tudo aquilo. De frente à uma mesa, Teresa se atentava a cada palavra e deseja ler cada linha dos livros e pergaminhos que tinham à sua frente. "Como jamais ouvi falar desse lugar? E se já ouvi, como nunca me atentei?" O pensamento a atormentava em cada palavra explicativa.

A quantidade de coisas até aqui ouvidas rodeavam sua mente montando um mapa mental para seu entendimento. – Podemos chegar no ponto em que você explica claramente tudo isso aqui? – não escondia o riso mas seu tom inegavelmente mostrava a seriedade. [b]– Você deve estar imaginando a quantidade de perguntas que tenho e ainda assim mantém os mistérios! – Sentou-se numa cadeira que tinha por perto e o encarou a espera de respostas.


the witch odyssey
lago bled | janeiro
Ares S. Rayleigh
weird



p.s:


GUNPOWDER
Caipora
TLC » Administradores
Caipora
Mensagens :
2721
Dom 21 Jun 2020 - 15:31
encerrada!
finalizada devido inatividade.

HAHAHA
Conteúdo patrocinado
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos