A decepção era algo estampado na face do rapaz que havia se ausentado do país por alguns dois meses, de fato a curiosidade do rapaz a respeito da morte da amada ainda ficava a pairar sobre a sua mente, contudo recordava-se das últimas palavras no momento em que abandonou o pequeno grupo de amigos pelo simples motivo de que havia cansado de ver o sangue alheio derramado, o brilho nos olhos azuis do rapaz ao recordar-se da mulher esbelta no seu primeiro dia numa cidade completamente desconhecida, um sorriso pairou a face do rapaz ao lembrar o ocorrido no final da noite. Os cabelos um pouco mais longos cobriam os olhos acompanhados da escuridão daquela noite fria na Colômbia.

Fui egoísta, na verdade ele ficava a se questionar em quantas oportunidades ele já não havia sido egoísta? A aproximação na calada da noite daquele local macabro ao qual poderia ser considerado os cemitérios espalhados pelo mundo e aquela hora da madrugada e considerando aquele frio, não era habitual estar ninguém por lá. A mão esquerda do rapaz encontrava-se a segurar uma buquê de flores que ao aproximar-se da lápide e colocar as flores de coloração vermelha sobre as mesma e pela primeira vez em muito tempo os olhos azuis do rapaz encheram-se em lágrimas. — Me perdoe... Eu não pude estar ao seu lado quando mais precisou e mais, não tive coragem nem ao menos de comparecer ao seu enterro. Neste dois meses eu pude concluir somente uma coisa... — cessou a fala o gringo e fechou os olhos ainda lembrando-se da noite em que beijaram-se pela primeira vez.

Um dos poucos momentos que haviam colecionado juntos e de fato havia algo significativo naquele gesto. — Eu pude amar alguém e é por este motivo que estou aqui. Contudo, eu também sou alguém egoísta o suficiente para não conseguir admitir que à perdi. Em um dia um sorriso e no outro isto... Você e essas matérias! Tsc, tsc.   — Ele sentou-se no terreno de frente com a lápide ainda buscando raciocinar o sentimento tinha pela moça a sua frente e limpando os olhos, levando a mão destra até o bolso e deixando um anel ao lado da flor.  — Espero que o lugar que esteja seja tão puro quanto o seu coração. Enfim, você provavelmente pediria para que eu seguisse. — Novamente a mão destra fora de encontro com o bolso de sua calça e um pedaço de papel fora colocado sobre o buquê. — Se em algum momento você duvidou ou sequer pensou que ninguém nunca te amou, acredite, eu amei. É por isto que estou aqui, eu precisava me despedir de você e finalmente a libertar. Bem? Estás seriam palavras relativas para uma perda dessas. — Concluiu e virou-se, logo saindo do lugar.

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