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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Isabel Goya Villa-Lobos
CASTELOBRUXO » Funcionária
Isabel Goya Villa-Lobos
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Seg 7 Dez 2020 - 21:33

vapor barato
"ando tão à flor da pele, que a minha pele tem o fogo do juízo final"
RP FECHADA ENTRE DIANA SKAVRONSKI e SANTIAGO FRAGA CASTELLANO ESTA RP SE PASSA NO ESTABELECIMENTO BARBARAN, UM BOTECO DE TRADIÇÃO UCRANIANA NO CENTRO DE CURITIBA (AMBIENTE TROUXA), NO DIA 4 DE DEZEMBRO DE 2020.
Isabel Goya Villa-Lobos
CASTELOBRUXO » Funcionária
Isabel Goya Villa-Lobos
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Ter 8 Dez 2020 - 1:16
Seus olhos ressacados observavam os ponteiros se moverem, rápidos e incisivos, na superfície de seu relógio de pulso. Oito e vinte, eles a informavam, fazendo-a girar nos calcanhares e se retirar de seu quarto. Tinha passado o dia inteiro estudando sobre a história do Brasil Colônia, um dos assuntos o qual menos a interessava, fôssemos francos. Abriu e fechou sua mão direita, dolorida após tantas horas escrevendo. Apesar de tudo, estava feliz em sua faculdade, por mais que fosse trouxa. Tinha medo de perder sua essência, é claro, já que vivia em meio a trouxas e somente trouxa. Sentia saudades de sua avó, e havia guardado com cuidado o amuleto de turmalina negra o qual a mesma a tinha presenteado no último dia em que se viram, há alguns meses atrás.

Tia Ignes fora a única da família a aceitar sua potencialidade mágica, permitindo que estudasse em Castelobruxo e que praticasse pequenos encantamentos e feitiços simples dentro de casa. Residia junto à tia desde os oito anos de idade, quando a guarda de sua avó fora revogada em consequência de um processo executado pela família Skavronski. Seus pais tinham morrido sob circunstâncias duvidosas três anos antes, deixando-a órfã em meio a uma confusão entre famílias. Não sabia muito sobre tudo aquilo, afinal, era apenas uma criança quando tudo aconteceu. Após o divórcio de sua tia, há um ano atrás, mudaram-se para Curitiba, onde encontrou a possibilidade de estudar na UFPR. Eram apenas os três: Ignes, Diana e Anatoli, seu primo de nove anos. Oh, e seu cachorro Maksym, o último presente de seu pai antes de morrer.

Levantou-se de sua mesa de estudos e dirigiu-se até a sala, onde Anatoli desenhava, debruçado sobre a mesa de jantar, algo que Diana interpretou como um dinossauro. A garota se aproximou do mesmo, afagando seus cabelos sedosos e se ajoelhando até alcançar seu nível de visão. "É um tiranossauro rex?", indagou, um sorriso cativante tomando conta de seus lábios. "Não, é um velociraptor", corrigiu o garoto em meio a um sorriso. Diana o convenceu a ir para a cama, o acompanhando no percurso da sala ao quarto. Tia Ignes estava ocupada em seu quarto, pesquisando o que quer que fosse em seu notebook.

"Ya tebe lyublyu", disse com carinho a garota, cobrindo o primo em sua cama e o beijando no topo da cabeça. Acendeu o abajur em sua mesa de cabeceira e apagou a luz, fechando a porta do quarto e se dirigindo aos aposentos da tia. A jovem encostou a cabeça no batente da porta entreaberta e cruzou os braços. "Tyotya", a chamou, timidamente. "Coloquei Anatoli na cama. Sofia me chamou para ir ao Barbaran", comunicou, umedecendo os lábios. "Vá. É melhor do que ficar enfurnada dentro de casa", Ignes respondeu com um sorriso. Diana caminhou em direção aos braços abertos da tia, a abraçando com carinho. Despediu-se e se dirigiu ao quarto, onde trocou-se rapidamente e retocou a maquiagem. Recolheu sua bolsa e saiu de casa, sem se esquecer de despejar um pouco mais de água na tigela de Maksym.

O caminho até o boteco era relativamente longo, o que a fez pedir um Uber no celular. Às vezes pensava que estava pouco a pouco tornando-se uma trouxa como os outros com quem convivia, mas a varinha dentro de sua bota esquerda poderia provar o contrário. Curitiba era uma cidade agradável, mas sentia muita falta de Brígida e da liberdade que tinha por lá. Enquanto o motorista estacionava próximo à fachada do bar, a garota se preparou para sair do carro, despedindo-se do mesmo com educação e adentrando o estabelecimento à procura de sua amiga Sofia. Onde estaria?

O lugar estava lotado, provavelmente por ser sexta-feira e pelo happy-hour — seria um desafio e tanto encontrá-la em meio àquela multidão de pessoas. Após algum tempo, desistiu de procurá-la e dirigiu-se até o lado de fora, se apoiando numa parede e acendendo um cigarro. Não sabia exatamente como se sentia, não sabia porque estava ali. Chegou à conclusão de que não sabia de nada enquanto expulsava a fumaça do cigarro para fora da garganta.
Jean Gouthier
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Jean Gouthier
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Qui 10 Dez 2020 - 0:46
So PerfectThey say we're too young now.
E no auge dos meus vinte anos, um completo espírito em aberto, sequer decidi o que irei fazer da minha vida, continuarei a estudar ou deixarei tudo de lado para focar naquilo que realmente me agrada? Bem, sinto que a primeira opção é mais indicada, pois não faço ideia do que seja aquilo que mais me agrada. Já tive diversos hobbies e gostos, mas hoje apenas existo, talvez tenha deixado de aproveitar as coisas boas do mundo, pelo menos nesses últimos tempos.

O girar do ventilador de teto começava a me irritar, a cama já não me agradava, eu estava completamente incomodado. Nunca fui de deitar cedo, mas a ocasião me forçava a tal, uma sexta-feira e nada para fazer. Não tinha com quem sair, não tinha um filme sequer para assistir. Levantei e comecei a perambular pela casa, tudo escuro, meus pais já dormiam e minha irmã estava na casa de sua namorada, era apenas eu comigo mesmo. O olhar pela janela mostrava um pouco da vida noturna curitibana, não se comparava ao fervor paulistano, mas era sim bem movimentada. Debruçado na sacada, buscava o que fazer, e porque não sair? Ir andar um pouco, beber, e quem sabe curtir um pouco.

Aparatar não era meu forte, mas para chegar mais próximo ao centro, não era uma opção ruim, além de ser a forma mais rápida para tal. O destino, Barbaran. Não era nem de perto o mais luxuoso ou o mais conhecido, mas em minha opinião, aquele com a melhor cerveja. Não seria legal apenas surgir na frente do bar, eu teria de me explicar demais, além do pânico que isso causaria, optei por aparatar para um local próximo, que normalmente era muito pacato, a travessa Monteiro Lobato, localizada pouco acima do bar. Para minha sorte, realmente não havia ninguém, a não ser o pombo que mais parecia uma estátua sobre o poste de luz — Um dia eu ainda vou me complicar com isso — indaguei enquanto arrumava minha blusa que tinha se amarrotado no processo.

Dali até o bar, era pouco mais de um minuto, isso no meu ritmo quase nulo de andar. E foi dobrando a esquina, que me deparei com a grande quantidade de pessoas que se aglomeravam a frente do Barbaran, embora normalmente ele não fosse lotado desse jeito, era uma sexta-feira à noite, logo é normal, eu acho. De qualquer forma, eu não iria voltar, já estava ali, ao menos beberia uma cerveja antes de ir embora. Bom, mudança de planos, pelo menos por hora, o bar estava repleto, era difícil entrar no estabelecimento, a melhor opção era esperar ali fora até que as coisas se acalmassem um pouco. Demorou um pouco, até que eu conseguisse de fato achar um lugar para esperar, uma pequena lacuna entre as pessoas, pouco mais de um metro livre onde eu poderia encostar.

Foi ali, parado em meio a toda aquela gente que me deparei com algo que realmente me chamava a atenção. Tão jovem quanto eu, porém com uma feição séria e de olhar profundo, não sabia dizer quem era, mas seu rosto me era familiar, talvez tivesse a visto em algum momento passado, não sei dizer. Aparentemente esperava a mesma coisa que eu, um lugar para entrar, mas isso não passa de uma suposição barata que tive, poderia estar totalmente errado, e se parar para pensar, as chances são altas de estar bem equivocado. Embora sem jeito, senti-me tentado a puxar algum assunto. Algo nela me cativava a atenção, mas o que?! — Uma chatice esperar aqui fora, não? Mas conhecendo bem, logo mais tudo fica vazio. — me dirigi à garota que fumava a pouco mais de um metro de mim. Esperava não ser completamente ignorado, mas assumi tal risco.
Isabel Goya Villa-Lobos
CASTELOBRUXO » Funcionária
Isabel Goya Villa-Lobos
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Qua 16 Dez 2020 - 19:29
A jovem tamborilou o dedo indicador sobre o cigarro, observando as cinzas serem levadas pelo vento gélido, se desfazendo naquela breve travessia. Recostou-se na parede externa do bar, seguindo com os olhos os carros que passavam pela rua à sua frente, distraída. É notável a surpresa que teve ao ser abordada por um rapaz aparentemente desconhecido. De início, Diana não supôs que ele estaria lhe dirigindo a palavra por haver uma grande quantidade de pessoas à sua volta. Pousou os olhos em sua figura amigável, expulsando uma corrente de fumaça por entre os lábios semicerrados. "É por causa do jogo", justificou, apontando com o queixo para a televisão a qual transmitia um jogo de futebol entre os times ucranianos Vorskla e Mynai. "Zero a zero, ainda. Perdi dez reais", falou, num tom um pouco mais baixo, para si mesma. Tragou novamente de seu cigarro, expelindo a fumaça por entre os lábios rosados. Algo dentro de si afirmava que conhecia aquele garoto de algum lugar. Seus olhos tinham um formato interessante — estreitos e arredios, de caráter arisco, agridoce. Perder-se neles parecia ser algo interessante.    

Devido ao fim da partida de futebol, houve um razoável número de pessoas a deixar o bar, vagando seus lugares para os que esperavam do lado de fora. Diana apagou o cigarro numa das pilastras que sustentava a estrutura do Barbaran e arremessou a bituca no lixo, adentrando o local junto aos demais. Foi rápida em encontrar uma mesa vaga num canto, sentando-se rapidamente. Retirou da bolsa o pequeno caderno o qual costumava utilizar como agenda pessoal e também onde desenhava e escrevia, retratando uma grande variedade de assuntos referentes às suas memórias e à sua vida cotidiana. Riscou da lista de afazeres, com um suspiro desanimado, aqueles que já havia concluído.

Gostava muito de seu curso na faculdade, mas não estava emocionalmente apta para manter a rotina e a disciplina que vinha abordando desde o início daquele ano. As memórias de Brígida estavam aumentando, aparecendo até em seus sonhos. Sentia falta de sua terra, de sua família. Aquela velha dúvida reprimida ressoava no interior de sua mente como uma trombeta do Apocalipse: Quem era sua família de verdade? Os Skavronski, que, apesar de a tratarem com carinho e proverem tudo o que precisava, a arrancaram dos braços de sua avó? Cuja maioria se recusou a aceitar a verdade sobre o seu sangue bruxo — com exceção de sua querida tia Ignes? Ou Os Lachovicz, a parte de sua mãe, da mãe que evaporou como uma nuvem de fumaça e com quem nunca mais falou pessoalmente — seria o que tinha visto na floresta realmente uma mensagem sua?

As dúvidas martelavam em sua cabeça, se multiplicando, ganhando vida, atrapalhando suas funções primordiais. Levantou-se da mesa, dirigindo-se ao bar e sentando distraidamente num dos bancos que estavam vagos. "Nemirovskaya", entoou, dando leves batidinhas sobre o tampo para anunciar seu pedido. Curiosamente, mal percebeu que havia se sentado ao lado do garoto que tentou puxar assunto com ela na entrada do bar. Abriu um meio sorriso ao trombar nos seus olhos mais uma vez, descansando o queixo sobre a mão sustentada pelo cotovelo encostado na superfície de madeira do tampo do bar. Agradeceu ao bartender quando a entregou sua bebida, erguendo o copo para cima e entoando as palavras de sempre. "Na zdarovya" (nasdróvia), brindou no copo do rapaz, esperando que ele dissesse o mesmo.  
Jean Gouthier
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Jean Gouthier
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Qui 17 Dez 2020 - 23:35
So PerfectThey say we're too young now.
Por um instante, achei que minhas palavras tinham se perdido em meio ao falatório do local, afinal, eu não havia falado tão alto assim, e mesmo que ela estivesse a pouco mais de um metro de distância, seria muito plausível que não viesse a escutar. E foi quando retomei o olhar para a rua, que fui pego de surpresa pela resposta da mesma, um tom sereno, sem elevar muito a voz, como se tivesse respondido sem a convicção de que a conversa era realmente com ela. Futebol. Então era esse o motivo de tal aglomeração, e eu achando que estavam ali para curtir a noite de sexta-feira. Bem, eles estão curtindo, né? Não sou o maior adepto do esporte, sei minimamente, através do que minha irmã comenta durante os almoços. Até tive meu período onde teimei que era um torcedor assíduo do Internacional, mas não passou de uma fase, logo passou e voltei a me afastar do futebol. Mas ainda sim fico feliz quando vejo que o Inter ganhou, mas nada além disso. — Futebol sempre atrai muita gente mesmo. — concordei assentindo com a cabeça, já que era certo que a maioria iria embora com o apito final da partida. Disfarcei como deu, a risada, o resmungo discreto da garota, me recordou todas as vezes que minha irmã perdia as apostas para meu pai, a reação de ambas era a mesma.

Aos poucos o lugar foi se esvaziando, alguns saíram cambaleando, provavelmente bêbados. Outros davam risada sozinhos. Quando me dei conta, tudo estava de volta ao normal. O normal que digo, é como eu costumo encontrar o bar, sem muitas pessoas. E a melhor parte, quando entrei, me deparei com o balcão totalmente vazio, as pessoas que ali estavam, se encontravam dispersas pelas mesas, inclusive a garota de momentos atrás. Seria muita cara de pau ir até lá, era melhor eu ficar no balcão mesmo, mas quem sabe depois eu não vou até lá. Acho melhor eu deixar de besteira, não tem motivos para incomodá-la. Ou há? Não deixe disso, Santi. — Uma cerveja, por favor. — o súbito pedido serviu muito mais para tirar aquilo de minha cabeça. Não quero incomodá-la.

Enquanto a cerveja não chegava, desenhava com os dedos sobre o balcão, não era bem desenhar, era como se estivesse tentando expressar o que sentia, e bem, como nem mesmo eu sei explicar o que é, não seria os desenhos que o faria. Interrompido fui, pelo copo que surgiu em minha visão. Talvez eu tenha me perdido ali, em meus vagos devaneios, que eu sequer me lembrava. Vai saber quanto tempo o rapaz esperou até tomar a atitude de colocar o copo, basicamente debaixo do meu rosto. — Ah. Muito obrigado. Me desculpe, estava um pouco distraído. — agradeci o atendente que já se punha a atender outro cliente. O copo esbranquiçado devido a baixa temperatura da cerveja, deixava opaca a bebida dourada. Vocês já repararam no quão fascinante pode ser a espuma da cerveja? As pequenas bolhas emergem, resultando em pequenas explosões, elas são repetidas constantemente, por toda a superfície. E foi nesse pequeno universo que fiquei, até ser retirado pela presença ao meu lado. Nemirovskaya, não sabia o que era, mas pelo que aparentava ser, se tratava de vodka, o que é bem comum ali, as tradições ucranianas são mesmo legais. Acompanhei o barman levar a bebida e colocá-la sobre o balcão. E que grata surpresa, era ela. Não soube o que dizer, apenas me mantive calado.

Por mais que eu frequentasse o Barbaran com uma certa frequência, nunca me aprofundei sobre as expressões que eles usavam ali. O que é uma pena, seria muito bom conseguir pronunciar corretamente, ainda mais após o brindar dos copos, sim, ela brindou o copo comigo. Nasdóvia — minha feição demonstrava minha total insegurança com aquilo. — Eu acertei? — perguntei enquanto sentia meu rosto esquentar, de certo já estava mais vermelho do que deveria.

Isabel Goya Villa-Lobos
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Isabel Goya Villa-Lobos
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Ter 22 Dez 2020 - 20:56
À medida em que ia descendo por sua garganta, o líquido transparente provocava uma sensação ardente desagradável mas bem conhecida pela garota, a qual a aceitava de bom grado — por mais difícil que aquilo fosse, já havia engolido coisas piores da vida. Pousou o copo agora marcado de batom de volta sobre o balcão com uma certa firmeza, observando o novo companheiro repetir a expressão em ucraniano de maneira envergonhada.

"Boa. Agora só falta aprender a dançar kozachok", brincou, provocando um sorriso no funcionário que enxugava um copo por detrás do balcão. Diana deu mais um gole em sua bebida, escondendo um sorriso ao perceber o quão enrubescido estava o rosto do rapaz. Logo lembrou-se de que fazia um bom tempo desde sua última refeição, o que a fez pedir uma porção de varenek, seu prato favorito do BarBaran. Bebida e estômago vazio fazem uma péssima combinação.

Esperou o desconhecido terminar sua cerveja — o qual fez rapidamente, para sua surpresa — para se intrometer novamente em sua vida. "Desculpa, não te perguntei seu nome. Sou Diana", criou coragem para se apresentar, tentando arrancar do mesmo um nome o qual pudesse utilizar para referi-lo. A esta altura do campeonato, não ligava muito se estava passando vergonha ou não demonstrando interesse na vida de um estranho. Aliás, algo naquele garoto havia despertado um sentimento insólito em seu peito, como se o conhecesse de algum lugar e estivesse segura ao seu lado. Engraçado, pois nunca se sentia segura ao lado de ninguém, muito menos de indivíduos do sexo oposto.

Agradeceu ao ver o prato de pastéis cozidos sendo posto à sua frente pelo atendente, e logo preparou os talheres para iniciar sua refeição. Deslizou a lâmina pela massa, permitindo com que o vapor quente saísse do interior do pastel. Como gostava daquilo, era nítido em sua face. Ofereceu um pastelzinho ao recém-conhecido, explicando do que era feito. Alguns minutos à frente e já estava no último, sentindo-se muito melhor e mais apta para fazer o que quer que fosse.

Virou-se mais uma vez na direção de Santiago, como ele havia se apresentado, um de seus pés apoiado na superfície de ladrilho que sustentava o balcão. "Devia provar",  apontou com o queixo para seu copo que, por um pedido seu, já estava sendo reabastecido com mais um pouco da vodca ucraniana.

Jean Gouthier
TLC » Freelancer
Jean Gouthier
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Dom 27 Dez 2020 - 17:27
So PerfectThey say we're too young now.
Tenho minhas dúvidas, se ainda possuo a capacidade de me comunicar de maneira ao menos interessante com as outras pessoas. Mas não é exatamente sobre isso que pesa minha autocrítica. Algo nessa garota me deixa desconcertado, não sei dizer o que é exatamente, mas não consigo agir normalmente. Não é vergonha, está mais para medo de errar ou fazer alguma cagada. E por mais que eu fique assim, me sinto tentado a permanecer ali, sei que isso pode parecer ambíguo, mas é como se eu estivesse atraído pela forma como sou intimidado pela presença dela.

Meu rosto estava tingido em vermelho, infelizmente não conseguia controlar tal característica. — Koza, o que? — minha dúvida era inocente, mas não escapou do riso inconsciente do rapaz que terminava de secar um copo, do outro lado do balcão. — Vou procurar sobre. Na próxima eu venho estudado. — completei, pouco antes de virar meu copo de cerveja em apenas um gole, devolvendo então o copo para o balcão.

Talvez essa não tenha sido a decisão mais certa a se fazer, não sou a pessoa mais resistente aos efeitos do álcool, e digamos que uma ingestão tão rápida dele, não auxilia a me manter no controle das minhas ações. — Ei, me veja mais uma, por favor. — disse empurrando o copo para a direção do funcionário. E o que eu estava pensando, eu não queria outra cerveja. Ahn?! Definitivamente preciso colocar a cabeça no lugar. — Muito prazer Diana. Santiago, sou. Quer dizer, sou Santiago. — perdido em minhas próprias palavras, sequer consegui pronunciar uma frase sem me embananar inteiro. Isso que nem estava bêbado, ainda. Meu rosto ardia em chamas, que vergonha. Era preciso me recompor, e Diana proporcionou o tempo necessário enquanto ela explicava aquela iguaria que lhe havia sido servida. — Interessante. Na próxima eu venho sem jantar, farei questão de experimentar — Comentei com um singelo sorriso no rosto. Agora meu rosto estava em paz, de certo já havia até perdido a cor.

— Deveria provar — A frase ecoou em minha mente, e com uma ação quase que impensada, pedi para que o funcionário se aproximasse. Junto a ele, meu copo de cerveja. — Eu gostaria também, de uma dose daquela bebida ali. — apontei para o copo de Diana que estava ao meu lado. O olhar do rapaz traduzia bem o que passava pela minha cabeça. Nesse ritmo, eu vou ter que voltar para casa de Uber, nem aparatar eu irei conseguir. — Não sou muito forte com bebidas destiladas. Me perdoe se eu fizer cara feia. — Não queria  fazer feio, ainda mais na presença dela.


Isabel Goya Villa-Lobos
CASTELOBRUXO » Funcionária
Isabel Goya Villa-Lobos
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Qua 30 Dez 2020 - 0:47
O tempo parecia não existir durante aquele momento de aproximação entre os dois. Por mais que percebesse a timidez nítida na linguagem corporal e nas expressões hesitantes do garoto — e tinha de confessar, não era como se fosse tão extrovertida assim, ao menos era o que dizia seu ritmo cardíaco, suas palmas suadas e os suspiros discretos. Mas algo parecia se encaixar em meio àquilo tudo; Diana, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se confortável na presença de um garoto.

Não sabia exatamente qual era a deixa do rapaz — seria sua voz cadenciada e carregada de uma rouquidão agradável? Seus olhos embargados de incerteza, mistério e de uma certa doçura implícita? Talvez todos aqueles aspectos fossem responsáveis por proporcioná-la aquela estranha sensação de segurança, apesar de somente conhecê-lo há, em resumo, míseros minutos. Oh, e como era adorável quando tropeçava em suas próprias palavras! Diana sorria, admirando aquele verdadeiro clichê de filme que estava adorando vivenciar.

A jovem observava o conhecido com atenção enquanto o mesmo pedia ao garçom uma dose da Nemirovskaya. Esperou ansiosamente até que o pedido chegasse à sua frente, os olhos fixos nas expressões feitas pelo garoto. Era inevitável que, no mínimo, torcesse os lábios ou fizesse uma careta — ela mesma já havia feito muitas. Riu baixinho à medida que a reação do rapaz se intensificava, logo pousando a mão sobre o ombro direito de Santiago, o consolando. "É assim mesmo. Depois você se acostuma", sorriu, percebendo o quão estavam próximos um do outro. Tragou mais um pouco da bebida transparente, analisando a situação em que se encontrava.

Era forte para bebidas, não se embriagava facilmente. Nunca foi de beber muito, mas o estresse familiar a levou a descontar suas angústias no álcool. Não era uma garota fácil, isso era fato. Teimosa e espevitada, a maneira como enxergava o mundo ao seu redor era mais intensa, sendo dona de uma sensibilidade quase paranormal. Sempre fora pensante, pensante e esperta, apesar de distraída. Eram poucas as pessoas que realmente chamavam sua atenção, e Santiago era uma delas.

"Bom, eu estou a fim de um doce. E do jeito que você tá levando a noite, vai precisar de uma glicose", analisou o cardápio com atenção. "Topa rachar uma torta de maçã?", indagou, um sorriso sincero marcando seus lábios pela primeira vez em muito tempo.







Cambito
TLC » Moderadores
Cambito
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Qui 21 Jan 2021 - 13:41
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