Estava até sem fôlego de minha última aventura, onde corri de caiporas irritadas na companhia de Victor Hugo. O coitado devia é estar traumatizado com o que acontecera, pois nem nos falamos muito no caminho de volta - Bem, pelo menos ele conheceu uma caipora...- Falo comigo mesma enquanto adentro o alojamento e me jogo na cama onde estavam meus pertences, ainda nem tão bagunçada já que o ano letivo estava ainda em seu início. Só haviam mais duas garotas fofocando por ali, e ao olhar para elas pude perceber seu olhar de estranhamento. Já ia questionar-lhes o porque quando lembro que havia caído na terra no caminho de volta, e meus cachos mesmo que presos estavam cheios de folhas, então apenas retribuo o olhar das duas e vou até meu baú encantado. Ali separo todo o necessário para tomar um belo banho e rumo ao banheiro que por sorte não tinha ninguém, então adentro o último divisor disponível e começo meu banho.

O calor era um convite perfeito para que me demorasse um pouco mais embaixo d'água, mas conforme as horas iam passando mais pessoas acabariam por chegar ali, e detestava a falta de privacidade que aquele alojamento possuía - O maior incentivo pra passar de ano é ter banheiro próprio. - Resmungo enquanto as últimas gotas de água caem em meu corpo, e só então viro para pegar meus pertences e voltar para a cama até o horário do jantar. Levo diretamente a mão na testa quando vejo que esqueci a toalha em cima da cama, embora por sorte minha varinha estivesse ali entre a nova troca de roupa, aliás, só eu pra ter a genialidade suficiente para trazer aquilo para o banho? Se bem que algumas alunas de anos superiores podiam até citar usos interessantes do objeto naquele ambiente. Balanço a cabeça com o pensamento e pego a varinha, prontamente imaginando o objeto que queria invocar e o feitiço necessário para tal - Accio toalha! - Por ser algo aprendido logo no primeiro ano da escola aquele era um feitiço que nunca falhava, e por este motivo franzo o cenho quando o objeto pedido não flutua até mim. Por outro lado, começo a sentir minha cabeça quente como se estivesse ardendo em chamas, o que me faz voltar imediatamente para baixo do chuveiro, mas aquilo nem resolve nada - Que diaché isso? - Demoro uns bons segundos na água encarando minha varinha que ainda estava em mãos, e aos poucos uma hipótese se formulava em minha cabeça, além da péssima sensação de queimação - As caiporas... m*rd*. - Já tinha ouvido muitos casos dos colegas de que as criaturas faziam os cabelos dos alunos pegarem fogo se quisessem, e como eu acabei tendo que fugir de duas delas hoje, fazia total sentido.

Reviro os olhos com aquilo e a queimação finalmente vai passando, o que me faz ter que tomar uma decisão: Não queria aquela sensação novamente e aliás nem podia já que a magia tinha falhado. Por este motivo visto as roupas secas mesmo que se molhem ao entrar em contato com meu corpo ainda molhado e só então sigo para o quarto ignorando a presença dos outros seres ali presentes - Que maravilha. - Continuo resmungando enquanto jogo-me brava na cama e de cara fechada. Ficaria ali por mais um bom tempo se não fosse minha curiosidade para saber se era pessoal ou se Vitor também estava sofrendo as consequências - o que aliviaria um pouco meu mau humor, por mais errado que pareça. Assim trato de sair do meu conforto e ir atrás do jovem, que provavelmente estaria nos jardins como havia me dito antes de nos separarmos.

by: @mila

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