The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Castelobruxo
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
>Quests Interativas<
ADMAGO
ATUALIZAÇÕES - ADM - OFF
28/05. Lançamento: Sistema de Atributos
7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipiscing elit bibendum
Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
DESTAQUES
DOMINIQUE
MALU
POLLUX
MAGAH
DONINHA
CASSIE
Quem está conectado?
12 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 12 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

[ Ver toda a lista ]


O recorde de usuários online foi de 290 em Seg 8 Mar 2021 - 22:16

Eva Liens Skjoldnes
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Eva Liens Skjoldnes
Mensagens :
186
Ocupação :
HMC: Medibruxa Infectologista
Seg 25 maio 2020 - 2:28



negrinho do pastoreiro









   
RP fechada e one-post de Paola Vargas no dia 29 de maio, no período da manhã. Trata-se da narração da aula de HdM que ocorre na sala de aula, as 8h.

Lenda brasileira da região sul, de onde vem Paola.











Eva Liens Skjoldnes
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Eva Liens Skjoldnes
Mensagens :
186
Ocupação :
HMC: Medibruxa Infectologista
Seg 25 maio 2020 - 3:34
Aula de HdM
Negrinho do Pastoreiro
tardesala de HdMcalorprivado
Não que eu fosse uma excelente aluna, dessas absurdamente dedicadas e que quer ser a luz dos olhos dos professores, mas havia essa aula que eu estava de fato ansiosa para me fazer presente. Não pelo professor, mas pelo conteúdo em si. O senhor Dutra havia deixado de dever de casa trazer uma lenda brasileira que tivéssemos ouvido em nossa infância, e sendo gaúcha, se havia algo que meus pais e avós adoravam me falar, especialmente a parte trouxa, eram sobre as lendas da nossa região. Então quando ele passara essa missão, eu corri escrever uma carta para meus pais pedindo que alguém fosse até a casa dos meus avós trouxas e pedisse que contasse sobre a lenda do Negrinho do Pastoreiro. Haviam outras lendas que podia contar, mas aquela em especial mexera muito comigo quando ainda era só uma menininha, e seria legal poder compartilhar a turma. Era uma lenda triste, de fato, mas historicamente ela tinha um grande significado, especialmente no que diz respeito a unir a tradição cristã muito forte no estado com a ideia de que a escravidão era - e de fato foi - uma coisa muito ruim. Isso porque, infelizmente, os estados do sul do Brasil são até hoje muito elitistas e por sempre terem lidado com gado e seus tão famosos charques, tinham certa intolerância com a ideia do fim da escravidão. Até hoje o racismo persiste com bastante força, especialmente em cidades mais interiorizadas. Ainda assim, mesmo não me orgulhando de boa parte da história do meu estado de origem, é sobre a lenda, e bom, seria essa.

Quando recebi a carta de mamãe que pareceu feliz por me ver tão interessada em estudar, imediatamente reli o conto para ter certeza de que conseguiria apresentar com clareza para o resto da turma. Naquela manhã, mesmo precisando acordar cedo, fui animada e saltitante para a sala de história da magia. Eu não fui a primeira a chegar, mas confesso que me assustei quando cheguei na porta. Primeiro porque a sala parecia muito maior do que eu lembrava, e segundo porque não havia nada além de um tapete felpudo e alguns colegas deitados no chão. O professor me olhou como quem lê o enorme ponto de interrogação em minha cara e me pediu para tirar os sapatos e deixar minhas coisas num canto onde já havia várias bolsas. Quando o fiz e senti o tecido macio em meus pés, senti uma paz gostosa que me acompanhou até escolher o lugar para me deitar. Eu adorava estar no centro das coisas, mas dessa vez escolhi uma ponta, não precisava de tanta atenção assim, não hoje. E então deitada, impaciente, fiquei observando os outros chegarem. O ruim de não ser a atrasada é que você precisa esperar por estes.

Estava reclamando mentalmente de ter que esperar quando como se meus cílios pesassem muito, fechei os olhos. E dali para o que aconteceu, não sei dizer o que ocorreu. Eu abri meus olhos e não estava mais me deparando com o teto da sala de aula. Sentei-me incerta de onde estava, e para minha surpresa, estava novamente em solo gaúcho. Eu sabia por que não há como não saber. Quem já esteve naquelas terras, quem conhece sua geografia, bom, é fácil voltar. Mas não eram dias normais. havia um homem vestindo suas bombachas folgadas, botas típicas, um poncho cobrindo o corpo, e só então percebi que deveria ser frio. Ele estava berrando ordens com o famoso sotaque carregado dos sulistas, mas fora uma em especial que me chamou a atenção: ele escolhera um garoto não muito mais novo do que eu para levar os novos cavalos e potros pelo pasto, para se ambientarem ao terreno e saberem onde comer. Cavalos são animais muito inteligentes, mesmo não sendo mágicos. E como qualquer cavalo, seja potro ou não, o desejo por liberdade é natural. Aliás, cavalos chucros sempre dão trabalho, ainda mais em solo novo. Eu vi o pobre menino, com frio e com estatura pequena para tantos equinos correndo para lá e para cá tentando mantê-los unidos. Eu sequer percebi que um cavalo baio, desses com pelo castanho com crina e extremidades pretas, havia se distanciado dos outros. Eram tantos, e eu estava tão atenta ao menino, pobrezinho, que deveria estar morrendo de frio.

Retornamos do pasto ao final da tarde, o garoto aparentava exaustão, mas havia dado tudo certo. Agora ele poderia se esquentar. Acontece que o patrão era deveras exigente e notou a ausência do cavalo, pegando seu chicote e lhe deu uma baita surra. Eu tentei pará-lo, tentei me colocar entre eles, gritei como uma maluca, mas não havia nada. Meu corpo não tocava nada de fato, eu era só um fantasma vendo algo sendo passado por meus olhos. A triste história do que muitos escravos passaram. Meus olhos estavam marejados, eu sentia tanta raiva que poderia pegar o relho e dar naquele homem velho e racista, mas não podia fazer nada além de ver e chorar tal qual as costas do garotinho choravam sangue. Não satisfeito, o dono ainda mandou que buscasse o que havia faltado, e cansado, ferido, com frio e provavelmente com fome, lá se fora o garoto atrás do cavalo. Nós o vimos não muito tempo depois, pastando como era de se esperar. Ele sequer sabia o custo que havia causado ao garotinho. Aliás, este fora rápido, porque enquanto eu observava o cavalo pastar, este já lançava uma corda, laçando o animal. Respirei aliviada, mas durara pouco: a corda arrebentou e o cavalo fugiu novamente. Eu tentei correr atrás dele, o menino também, mas nenhum de nós conseguia ser tão rápido quanto um baio, e a nós só restou voltar a estância e lidar com aquele maldito, que novamente bateu no menino. Dessa vez, não parou por aí. Mesmo com o frio horrível que fazia, ele colocou o menino sentado, nu, sobre um formigueiro. O amarrou ali com um sorriso de quem se acha dono de razão e eu já não sabia mais palavrões pra gritar para aquele homem tão cruel, e o pior: ele era só uma amostra dos tantos estancieiros que houveram e que sabiam ser ainda mais cruéis. Eu sabia sobre a lenda, mas não me impedia de sofrer com ela, afinal, eu a estava vivendo.

Num piscar de olhos, já era de manhã. Eu não estava mais ajoelhada ao lado do garoto sofrendo com formigas, e sim ao lado daquele nojento capaz de tamanha crueldade. O acompanhei rumo ao local onde ele havia atado o menino, e vi a cara de orgulho se desmanchar ao ver não somente que o menino estava bem, sem nenhum sinal de machucados, mas também acompanhado da Virgem Nossa Senhora, uma figura religiosa muito importante para os cristãos. O homem cheio de si se jogou aos pés da santa implorando por perdão, mas era nítido que ele só estava pedindo perdão por medo da divindade, e não por ter aprendido a lição. Sabia disso porque até hoje muitos ainda agem somente com medo das consequências, e não por aprenderem a lição. Vi quando o garotinho beijou a mão da santa e montado no mesmo baio que gerara todo o sofrimento, rumou aos trotes com sua tropa por aí. Eu o vi partir, e sabia o fim daquela história: depois que ele se fora, entre os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho montado em um cavalo baio. Desde então, quando algo se perde no campo, basta acender uma vela e pedir ao Negrinho que ajude a achar, cantando "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Ele leva a luz da vela para o altar de sua madrinha, a Virgem Nossa Senhora. E dizem, por fim, que ele não achar o que for perdido, ninguém mais acha.

E tão logo eu constatei isso e fechei os olhos para fazer uma oração para ele, meus olhos se abriram e lá estava o professor, me encarando com um olhar curioso. Me sentei, percebendo a sala ao redor, percebendo que de fato havia voltado. E sem maldade alguma, puxei o professor para um abraço e comecei a chorar novamente, dessa vez não em um outro plano. Quando me acalmei alguns minutos depois, afastei o corpo do professor e o encarei com os olhos ainda marejados. — A minha lenda era a do Negrinho do Pastoreiro, ou pastoreio, como chamam de onde vim. — Forcei um sorriso, que não se sustentou. — E o que eu vi lá, professor, o senhor como historiador já deve saber o que é. Talvez não seja isso que queira saber quando questiona minha experiência, mas o que eu senti, professor, o que eu vivenciei, foi o motivo pelo a humanidade anda tão perdida. Como as pessoas se acharam superiores para fazerem tamanha atrocidade contra outros seres humanos com base somente em cor de pele? Como é que a gente se perdeu tanto? Pois pode ser uma lenda, mestre, mas a escravidão foi real. As torturas também. Achei que tinha escolhido uma boa lenda, mas nada muda o fato de que somente uma entidade divina fez aquele homem perceber que é só exatamente isso, um homem. — Senti uma tristeza tão grande que nem sabia direito como me expressar sem acabar levando uma detenção. — Queria que o que todos pedissem ao Negrinho fosse "foi por aí que eu perdi, foi aí que eu perdi a minha humanidade". Isso seria bom de algumas pessoas conseguirem de volta. — Finalizei, enxugando as lágrimas e, sendo liberada da tarefa, corri para calçar meus sapatos e pegar minhas coisas antes que outra pessoa acordasse e visse meu estado, provavelmente já inchado, de tanto chorar.

code by EMME




Mironguinha
TLC » Moderadores
Mironguinha
Mensagens :
127
Sáb 25 Jul 2020 - 13:13
rp fechada!
fechada por inatividade!

Malfeito, feito!
Conteúdo patrocinado
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos