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o pulo dos gatos
Informações
A presente RP é uma consequência da RPu look like my next mistake. O trio (Matteo, Julio e Emília) foi pego pela coordenadora Aisha nos terrenos do castelo após uma discussão acalorada dos jogadores. A coordenadora confiscou a varinha e encaminhou os presentes à Enfermaria. Essa é uma RP atemporal, os fatos aqui presentes ocorreram no dia 10/06/2020, pós aula de voo. Os meninos aguardam o atendimento do enfermeiro Francisco. Interferências serão aceitas, desde que condizentes com a RP.A escola de magia latino-americana CasteloBruxo não dava um minuto de paz às pobres almas e estava sempre ensinando lições, mesmo que os alunos não quisessem. Àquela foi a mais dolorosa delas.
Todos foram descobertos por Aisha Evangelista que não quis saber muito de escutar, nem explicações de qualquer ordem. Apenas deixou o trio nas mãos de Olimatã, confiscou as varinhas e partiu. Que grande merda. O pior é que a Martinez (que até então não tinha feito nada) estava no bolo do castigo.
- Lembrem-me de deixar vocês se matarem da próxima vez. - A menina falou enquanto andava dentre os dois. Emília nunca havia ficado de castigo ou na detenção durante todos esses anos agora, simplesmente, teria que aturar aquilo. A irritação pela situação e pela atitude irresponsável dos meninos era visível em cada musculo do corpo da goleira. E o pior de tudo, quando olhou para a caipora que os acompanhava até a enfermaria podia dizer com certeza que a criatura estava julgando aquela situação como deprimente. E, no fundo, não estava errada.
"O que esses dois estavam pensando?!" Era o pensamento que povoava sua mente enquanto ia a passos duros para enfermaria. Quando chegaram ao local, Emília empurrou a porta de madeira com mais força que gostaria e se surpreendeu ao perceber que ali estava mais cheio do imaginara. Talvez, efeito da aula de voo.
Aguardou que Chico ficasse livre para atender os brigões. Quando a caipora se afastou por um momento a menina perguntou: - Estão felizes? E você? Por que tem que estar no meio de todas as confusões? - Disse olhando para Matteo.
Chegamos na enfermaria e como previ, estava lotada. Digo, não lotada, porém mais cheia do que o usual. Revirei os olhos e caminhei para a maca mais próxima, jogando meu corpo sobre a mesma e bufando irritado com a ausência do enfermeiro e com toda aquela situação ridícula a qual eu fui inserido. Ergui meu tronco ao olhar para Emília, a caipora havia saído de perto de nós e foi esperar lá fora, devido ao fato da enfermaria estar muito cheia, por isso eu senti-me na liberdade de poder falar o que eu queria para ambos que me acompanharam até aqui e que me acompanharia até a detenção também. — Engraçado você apontar o dedo pra me acusar sendo que a culpa é desse imbecil aí. — Indiquei o Torres com o queixo e voltei a deitar na maca com as mãos atrás da cabeça, mirando o teto. Se eu olhasse para a cara de algum dos dois eu passaria ainda mais raiva. Emília continuou falando como se eu fosse o culpado por tudo, e eu balancei a cabeça negativamente sem desviar o olhar do teto. — Nada do que eu disser vai fazer você esquecer o que passou né? — Voltei a encará-la e estreitei os olhos tocando no assunto que eu não poderia citar explicitamente qual era, mas ela sabia muito bem ao que eu estava me referindo. Sentei na maca pronto para voar em cima de Julio novamente, mas avistei que, apesar de não estar dentro do cômodo, Olimatã continuava de olho em nós da porta da enfermaria. Maldita! — Eu estava indo tomar banho quando o Sr. Esquentadinho aí me parou, me acusando de ser o mal dessa escola, como se eu tivesse feito alguma coisa com ele. — Depois de me acertar um soco e de me atacar verbalmente ele finalmente decidiu dizer que estava cobrando caô por conta de dois dedos quebrados acidentalmente numa aula. Eu sequer levei aquilo a sério, ele preferiu fazer todo aquele barraco ao invés de falar diretamente comigo desde o início. Mas para sorte (ou azar) dele, ele havia procurado confusão comigo, que já tenho um longo histórico de confusão e que estou tentando arduamente me desfazer dessa fama. Mas aí eis que me surge o bonitinho, e faz todos ficarem contra mim novamente. Parei diante de Emília e fiquei cara a cara com ela, de braços cruzados. — Mas se não quiser acreditar que a culpa não foi minha, tudo bem, é mais conveniente pra você mesmo né, cariño? — Sussurrei a palavra em espanhol bem próximo do rosto dela e dei um meio sorriso forçado, afastando-me em seguida. Passei pelo Torres e o empurrei com o ombro com força, sentando do outro lado da maca, de costas para eles.
And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it |
A enfermaria — como pensei — estava muito mais cheia do que o normal, reflexo de uma aula de voo prática com um pilantra como Damon. Uns sangrando, outros arranhados, alguns deitados com cara de dor, diversos gemidos de dor vindo de todos os lados e dezenas de comentários sobre como uma aluna havia fraturado duas costelas em uma queda. "Antes dois dedos, né?" Francisco, o enfermeiro gostoso, teria trabalho de sobra agora que mais um Torres havia entrado para o quadro de docentes, digo, o Damon. Na família só ele não presta. Bem... O tio Rodrigo também é um embuste de primeira então isso não é tecnicamente verdade, mas não é o caso.
Olimatã, a caipora vigia, ficou do lado de fora da enfermaria enquanto o tratamento aconteceria e com tanta gente para ser atendida por um único enfermeiro ficamos os três sozinhos, acompanhados de um climão pesadíssimo. Agora que eu já tinha extravasado toda a raiva que havia dentro de mim, me sentia mal, talvez até culpado. Devia pedir desculpas? Nah, se ele tentou me petrificar quando eu estava distraído depois de eu ter oferecido ajuda, imagine o que faria se eu tentasse me desculpar por chutar a bunda dele. Ah, falando em bunda.. Não, deixa pra lá, vamos focar no que é importante: esperar o Bedoya se recuperar para irmos para a nossa punição e recuperar as varinhas.
Talvez não tivesse sido uma boa ideia nos deixar sem supervisão assim, dona Olimatã. Matteo se levantou da maca a qual estava sentado e começou a discutir com Emília e me alfinetar. Francamente, não aprende nunca. — Ah, sim, eu sou o imbecil da história. — Disse com as sobrancelhas juntas em um claro sinal de deboche, mas não insisti nisso. Esperei que ele terminasse sua história sem fazer mais qualquer comentário, apenas encarando os dois — que pareciam ser mais íntimos do que pensei — até que a discussão acabou. "Cariño?" Meu sangue ferveu mais uma vez e senti o ombro de Matteo me empurrar para trás quando o garoto passou por mim e, de punho cerrado, respirei fundo tentando manter a calma e não acabar começando outra briga ali mesmo. Primeiro porque sabia muito bem o que o veneno de rã-pedra-sabão nos dardos de Olimatã podia causar caso me acertassem, segundo porque eu não daria outra surra em um garoto só estava irritado porque eu o surrei; não fazia sentido.
O bonitinho ia se acalmar e tudo ia ficar bem. Eu só esperava que o fizesse sem eu ter que me desculpar. Eu não tinha culpa de nada, afinal, tinha? Não. Não. Não. Ele quem começou no campo de quadribol e Emms, garota perfeita cujo único defeito era jogar nos Carcarás, entendia isso. As macas da enfermaria eram separadas por uma mesa de canto onde costumam ficar plantas e objetos dos pacientes, ótimo, quanto mais distância melhor — talvez não fosse necessário ser assim tão radical. Sentei-me na maca ao lado e apoiei os braços atrás do corpo, ficando meio inclinado para trás enquanto observava Emília de pé entre as duas camas, meio sem saber o que fazer.
As palavras de Matteo estavam fervilhando no juízo emocionado da Martinez; mas a menina não podia responder como queria, não com a caipora batendo nas canelas do trio. Porém, sem dúvida, aquele jeito mal agradecido dele acabara de entrar na caixa sobre motivos para odiar Matteo Ornellas Bedoya (para atualização geral da nação, a caixa está lotada de motivos, todos muito justificáveis). Ele tinha muita sorte de Emília ser uma pessoa
O.k… Querer que o menino apanhasse não era um pensamento justo, afinal, ele já estava com a cara esmurrada, graças ao Torres de olhos claros.
Agora, vamos abrir um longo parêntese para explicar o favoritismo da menina pelos Torres. Primeiro, apesar de estar inserido em uma família de professores malucos nunca se meteu em nenhuma confusão e, pela Santa Iara, como o menino era lindo. Julio Torres produz na Martinez uma sensação abobalhada que a deixa sem reação (uma sensação muito semelhante a quando os meninos de Hogwarts viram as veelas pela primeira vez. Inclusive se Julio fosse loiro poderia acusá-lo de meio-veelismo, mas não era o caso. Esperamos de todo o coração que esse tipo de efeito abobalhado não aconteça em campo, amém). Já o Bedoya, bem, todos sabem do seu histórico deplorável. Logo, na mente de Emília se ele apanhou foi porque mereceu. Inclusive, Julio merecia ser pago pelo grande serviço prestado à civilização bruxa.
Bem, talvez, a menina descobrisse mais tarde que não estava conseguindo ser imparcial naquela situação ― ainda mais após depois da breve explicação oferecida, na qual, fica evidente que Julio começou a briga ―, mesmo assim, jurou que a falta de imparcialidade era pela raiva que estava sentindo. Há dúvidas seríssimas sobre esse ponto, meus queridos. Talvez a imparcialidade estivesse aí por outra coisa que não sabia exatamente como explicar. A única coisa que Emms sabia bem é que queria responder à altura todos os comentários ácidos do argentino, afinal, o menino sabia ser desaforado.
A menina demorou meio segundo, para reagir, mas quando o fez parecia estar possuída por Oyá.
― Escúchame, cariño… ― disse de forma debochada.
Tudo que queria agora era dar um tapão no menino, mas olhou ao redor e Olimatã ainda estava ali, do lado de fora, claro. Mas, ali. Não seria difícil para caipora impedir quaisquer agressões.
Sulzbach estava prestes a entrar em algum canto para gritar, mas decidiu atender a um trio de alunos que surgiu acompanhado de uma caipora nem um pouco satisfeita. A criaturinha aguardou do lado de fora da enfermaria, mas o trio permaneceu ali e parecia que o clima não estava nem um pouco amigável por ali. Theodoro não sabia se a caipora estava de olho ou não na cena que ele observava, mas decidiu atendê-los logo antes que aquilo piorasse ainda mais. — Ei, ei, ei. O que está acontecendo aqui? — A Carcará do trio parecia estar bem alterada, e Francisco já a conhecia tanto pelo quadribol, tanto pelo histórico de confusões. O menino de olhos claros era um rosto novo para o enfermeiro e ele parecia não estar ferido, estava apenas com o lábio inferior cortado e, claro, havia o Matteo no meio de tudo isso todo ferido sabe-se lá Oyá o motivo. Frans não fez nada além de revirar os olhos quando avistou o Bedoya com cara de poucos amigos. — Não me venham com essa de acidente em aula de voo, tá. Só pelo fato do Bedoya estar no meio já não indica coisa boa. E olha só a ferida em sua mão, Martinez, isso é ferida causada por magia, dá pra identificar de longe! — A garota parecia ignorar a ferida ou não senti-la. Não era muito séria, mas ainda assim não deveria ser ignorada. Francisco a guiou, segurando-a por ambos os ombros e a levou para um canto da enfermaria onde ficavam os potes com pomadas e frascos de poções. — O que aconteceu, Martinez? — Fez a pergunta querendo saber toda a verdade, contudo sem querer pressionar a jogadora. Ele sabia que ela se metia em algumas confusões vez ou outra, mas também percebeu que ela estava bastante irritada e fora de si, e aquilo não era de seu feitio. Emília sempre fora uma menina calma e tranquila, apesar dos pesares, e agora aparecer na enfermaria com a mão queimada e mais outros dois meninos? Essa era inédita. Ao ouvir o relato de Emília ele apenas balançou a cabeça negativamente, compreendendo o motivo da Martinez estar tão irritada. — Esses meninos qualquer dia desses vão acabar se matando. — O enfermeiro balançou a cabeça negativamente, pegou uma pomada no armário, pediu a Carcará para sentar-se em uma maca e esticasse a mão em sua direção, e, cuidadosamente passou a pomada na mão ferida da garota. — Essa é uma pomada feita com ingredientes totalmente trouxas, eu vou te dar uma pra você levar, pois pode ser que você precisa reutilizá-la durante o dia. — O enfermeiro disse enquanto aplicava o remédio na mão da garota. A receita da pomada continha gelo, folha de menta e bile de tatu, era uma receita trouxa, mas que servia perfeitamente para o tipe de ferida leve que a garota havia sofrido. — Ferula! — Sulzbach criou uma atadura em torno da mão da menina, finalizando o curativo rapidamente. — Pronto, agora é só tomar cuidado com essa mão e evitar confusões, até o fim do dia estará tudo ok, tenho certeza. — Theodoro sorriu para a garota e a liberou, pronto para tratar o próximo arruaceiro.
— Nós nos machucamos no quadribol. — Tentei apoiar a mentira de Julio, mas Francisco era raposa velha, e sabia muito bem com quem estava lidando. Aparentemente até o enfermeiro do castelo era contra mim e eu apenas revirei os olhos ao ouvir seu comentário sobre minha pessoa. Olhei para Emília e sua mão ferida havia passado despercebida por todos nós no meio de tanta confusão. Por um minuto eu me preocupei com ela, mas assim que Francisco e ela saíram de cena, deixando apenas Julio, a divisória das macas e eu, minha raiva voltou por completo e eu me pus de pé. Olhei para a porta rapidamente e Olimatã estava um pouco distraída com algo, o que me deu a oportunidade de me aproximar lentamente do Torres. — Tá satisfeito, babaca? — Indaguei estreitando os olhos e encarando o garoto de cima a baixo. — Conseguiu o que você queria, showzinho com direito a plateia e tudo. — Olhei novamente para a porta e, vendo que a caipora não estava nos observando, arrastei Julio para um canto pelo colarinho, ficando cara a cara com ele. — Você ainda vai se arrepender muito pelo o que você fez hoje, mas por hora... — Mordi o lábio ferido do Torres com força e o beijei logo em seguida com bastante raiva, sem tirar ambas as minhas mãos do seu colarinho. O beijo não deve ter durado mais do que três minutos, no entanto, para mim, pareceu uma eternidade. A boca do desgraçado era tão gostosa quanto ele e em poucos minutos deu pra perceber que sua língua também era tão audaz quanto o próprio. Eu sequer entendi o motivo de tê-lo beijado, mas quando separei nossos lábios não me arrependi de tê-lo feito. Olimatã já estava bem próxima de nós nos batendo na canela, e Francisco também já havia voltado. Afastei-me do moreno sem encarar muito sua reação e acompanhei Francisco para finalmente receber meus tratamentos. Afinal, por que a Martinez foi tratada antes de mim? Eu estava muito mais ferido do que ela, será que eu sou tão odiado assim?
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O enfermeiro, antes que eu pudesse arrancar uma resposta de Matteo, se aproximou nos questionando sobre o que havia acontecido. — Foi uma queda feia! Acho que as aulas com aquele professor deveriam ser proibidas. — Disse, dramático, em resposta ao loiro que buscava informações sobre nossos — só do Bedoya — ferimentos. Se o enfermeiro fosse um pouco mais lerdo, ou se Matteo não estivesse no meio da história, talvez a desculpa tivesse colado. Mas aparentemente os dois já se conheciam a algum tempo e por esse motivo não havia como acreditar. Senti meus lábios contorcerem em um sorriso involuntário quando o mais velho citou a presença do Bedoya como encrenca certa, a fama do bonito precedia.
Francisco chamou atenção para o ferimento na mão de Emília, que aparentemente nem ela tinha percebido ainda, devia ser a adrenalina do momento ou sei lá o que, mas me preocupei. Ela se feriu entrando no duelo que eu comecei, tentando conjurar um feitiço pra me proteger. É... Sei que me esquivei da culpa até agora, mas vendo isso não tinha mais como não assumir: Emília estava machucada por minha causa. Antes que eu pudesse tentar me desculpar com a garota, o enfermeiro a puxou para trata-la longe de minha vista, que bom que ele deu preferência a ela.
Mal saíram de perto e o encrenqueiro se levantou de onde estava para se aproximar de mim. Estava cheio de atitude agora, ele provavelmente não sabia o significado de derrota ou trégua. — Satisfeito? Porra, cara, já chega. — Disse, exausto demais para continuar discutindo com quem não sabe perder. — Ta, ta, beleza, consegui o que queria. — Concordei com o outro apenas para faze-lo se calar diante da discussão desnecessária que ele tentava começar. Concordaria com qualquer coisa que ele dissesse naquele momento, eu não queria dobrar a detenção ou receber um dado de Olimatã que ainda devia estar vigiando. O Bedoya agarrou meu colarinho e me empurrou para o canto; em reflexo, minhas mãos subiram pressionaram os pulsos do garoto que me arrastava, na intenção de fazê-lo soltar. Encostado na parede e com os rostos mais próximos do que o indicado pra uma briga, diminuí a força que fazia nos pulsos alheios, ele não havia me empurrado até ali para brigar.
Pra ser sincero, eu não sabia o que pensar. Matteo era um gato, mas um completo otário e até onde eu tinha entendido, no minuto anterior ele queria arrancar minha cabeça. Que bom que ele muda de ideia rápido porque agora parecia querer arrancar meu lábio com seus dentes. A mordida forte evoluiu para um beijo intenso e, puta que pariu, que boca era aquela? Minhas mãos soltaram seus pulsos e deslizaram até sua cintura, onde apliquei certa força para trazer seu corpo mais próximo ao meu e nossas línguas dançaram juntas, em perfeita sincronia, o que era — de certa forma — estranho, visto que não muito tempo atrás estávamos discutindo em aversão bem definida. Quando nossas bocas se descolaram eu quis mais, admito. Como pode ser tão insuportável e ao mesmo tempo tão gostoso? Fiquei na dúvida se o que motivou o beijo foi eu ter concordado com ele agora ou tê-lo irritado mais cedo, mas com certeza eu faria mais alguns testes para descobrir.
Francisco chegou para atende-lo e o Bedoya se afastou, me deixando escorado na parede ao lado da mesa lateral entre as duas macas, divagando sobre o que havia acabado de acontecer.
O enfermeiro quis saber o que estava de fato ocorrendo ali e óbvio a desculpa dos meninos não colou. Francisco era esperto e o passado perturbado de Matteo deixava, ao que parece, todos os funcionários de CB de orelhas bastante atentas. Porém, o que entregou tudo mesmo foi o machucado na mão de Emms, machucado esse que nem ela havia percebido devido ao calor das suas emoções.
(...)
Francisco levou Emília para um box separado e distante dos meninos. Tratou a ferida em sua mão e recomendou que a menina se mantesse longe de confusões por pelo menos um dia. (Ei, em defesa de Emília, ela não se mete em confusões por conta própria e ela só queria que os garotos parassem de se matar).
Quando Emms retornou para seus companheiros de detenção não pode deixar notar um clima um tanto estranho, principalmente considerando que os dois queriam se matar a um instante atrás (adolescentes, né mores).
Theodoro não perguntou o que havia acontecido com ele, pois Martinez fizera o favor de narrar absolutamente tudo. Um duelo, em plena luz do dia e para piorar, perto do local onde haviam encontrado um corpo morto há meses atrás. Francisco havia feito bastante burrada em sua época de escola também, mas nada comparado ao que esses meninos faziam hoje em dia. — Eu vou tirar um raio x para ver se você não quebrou nada, Bedoya. A surra parece ter sido grande. — O enfermeiro debochou enquanto sacava a varinha e apontava para o discente que fazia cara de poucos amigos. Emília e o outro garoto pareciam se segurar para não rir e, até a caipora já estava ali por perto com um ar debochado. Seus ferimentos não eram graves, apenas uns ralados e, quem sabe, talvez um osso quebrado. Bem, ele veria agora. — Tira a camisa, por favor? — Chico aguardou que o menino tirasse sua camisa e apontou a varinha para seu tórax. — Ilcorpirus. — Foi feito um raio x do corpo do Bedoya e, de fato, tudo estava em seu devido lugar, nada havia sido fraturado e nem deslocado. — Para sua sorte está tudo em seu devido lugar. — Sulzbach sorriu, dizendo aquilo mais para o outro garoto do que para Matteo. Conhecendo o pouco do gênio do Bedoya, ele provavelmente procuraria vingança caso algum osso seu estivesse fora do lugar. O enfermeiro estendeu a poção para Matteo e deixou nas mãos dele. — Pode beber. — O enfermeiro disse vendo o garoto encarar o frasco com o líquido vermelho rosado com certo asco. Ele estava prestes a abrir a bebida para tomá-la quando Sulzbach arrancou a poção de sua mão aos risos. — Isso não é pra beber, Bedoya! É para passar nas feridas, está faltando as aulas de poções, é? — Todos começaram a rir no local, até mesmo a caipora. Francisco molhou um pano com a poção e passou nas feridas do moreno, vendo-as sumir instantaneamente. Os cortes e arranhões eram superficiais, então a poção serviu perfeitamente. — Está pronto para a próxima, agora podem ir e eu espero não vê-los na minha enfermaria tão cedo. — Theodoro disse enquanto terminava de passar pano nas últimas feridas do Bedoya. Ao terminar, ele liberou os alunos que foram acompanhados para fora da enfermaria pelo olhar atento da caipora.
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