Song of the sirens

I am running around not knowing where I am
The pieces of time pass by me
Step by step I am hiding my fear
Stumbling while walking in the strong wind

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Suor se propagava pelas palmas de Ayla, fruto de um nervosismo que lhe era comum. Ao contrário dos estereótipos aplicados à asiáticos a jovem não considerava-se como alguém inteligente ou exatamente interessada no estudo compartilhado. Honestamente Ayla preferia passar horas sentada sozinha e aprendendo no próprio tempo, aulas a aterrorizavam. Principalmente se colocadas na perspectiva de alguém que era genuinamente quieta e tímida — ainda que soubesse que sua timidez nada mais era do que falta de jeito para lidar com situações adversas. A possibilidade de falar na frente de outras pessoas ou ter seus erros ridicularizados a deixava extremamente desconfortável no simples pensamento. E, mesmo que odiasse estar numa sala de aula, ainda era necessário que ela as frequentasse e tentasse aprender alguma coisa. Por isso não tinha reprovado seus primeiros anos. As primeiras aulas do ano letivo eram sempre as piores, então era sempre natural que ela chegasse com antecedência a sala e passasse o resto do tempo contemplando cenários terríveis de coisas que poderiam dar errado durante a aula. Afinal adolescentes são seres insuportáveis, idiotas e cruéis naturalmente. Bem, talvez apenas nos pensamentos absurdos que passavam pela mente da jovem.

No entanto, da mesma maneira que recebia o início das aulas com um sentimento completamente negativo e falta de qualquer vontade para socializar ou fazer amigos, o fim de ano era recebido com sentimentos completamente opostos. Era o momento ideal onde Ayla encontrava paz e calma para seguir as coisas do próprio modo, sem compartilhar a classe com mais outros estudantes que não passavam de desconhecidos. E, o mais importante, lhe fornecia tempo para que Yuki frequentasse a biblioteca e dedicasse seu tempo a realmente aprender algo que havia deixado passar durante o desastre que era lidar com aulas, provas e trabalhos. Honestamente nenhum adolescente deveria ser obrigado a passar pela puberdade e ainda frequentar a escola, era muita conturbação e pouco tempo para simplesmente sofrer por coisas inúteis e estúpidas — como a falta de chocolate.

Porém o motivo de todo o nervosismo da jovem bruxa naquele exato momento consistia no fato de que estava a caminho da biblioteca, com o intuito de estudar coisas que sentia vontade e se interessava. Apesar de parte pertencer ao conteúdo que tinha visto ao longo daquele ano. No entanto a perspectiva de que precisasse lidar com outros bruxos na biblioteca eram o suficiente para que ela sentisse os sinais familiares do nervosismo, mesmo que no fundo soubesse que era bobagem se sentir tão afetada na proximidade de um bando de adolescentes tão estranhos quanto ela. Mas nem tudo sobre emoções era realmente racional. Felizmente todo o caminho foi pavimentado sem que Ayla encontrasse nenhuma alma viva, respirando em óbvio alívio ao saber que não iria enfrentar nenhuma pessoa ao solicitar livros, arrastando seus sapatos diretamente até o balcão do bibliotecário, que estava perto do que chamavam de coração da biblioteca, onde Yuki seguiu com o procedimento que era muito mais rápido do que buscar livros de forma manual. Se ela era capaz de se perder em um supermercado... em uma biblioteca daquela magnitude era muito pior. O veterano que que apareceu era um papagaio que parecia terrivelmente interessando em bicar sua orelha, mas não achou ruim o fato. Se concentrando em conseguir os livros que desejava, que consistia em dois, um sobre a flora mágica e um livro de mapas, o suficiente para que ela fosse capaz de visualizar onde estavam realmente.

E assim que os conseguiu, ela acabou agradecendo a ave com um aceno de cabeça, lhe oferecendo um sorriso cortês e só então se movimentando até o pátio de leitura. Era um lugar calmo e propício, onde Ayla era incapaz de imaginar um lugar melhor para se estudar. E, assim que ela se sentou, tratou de abrir o livro, volvendo sua atenção completamente para a literatura a sua frente. Ayla era o tipo de pessoa que lia até mesmo as notas de agradecimento do autor com cuidado, como se estivesse mergulhando em algo completamente interessante e, para ela, realmente era. Sua atenção permaneceu nos livros que segurava por mais tempo do que tinha esperado, capaz de perder-se com facilidade naquilo que estava lendo. Naturalmente ela fazia pequenas pausas para conseguir assimilar todo o conteúdo que estava absorvendo, murmurando para si mesma em tom baixo. Interessada demais para notar que a tarde estava quase no fim. Ayla conseguiu chegar ao fim do quarto capítulo quando sentiu os indícios da fome chegando até ela, o suficiente para que percebesse que tinha estudado demais para o dia. Decidindo com facilidade deixar a continuação da leitura para outro dia, se erguendo de onde estava sentada e elevando os livros junto com ela, afim de devolvê-los às suas estantes e, só então, Yuki rumou para fora da biblioteca. Satisfeita com o dia.