The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Mundo Mágico
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JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
>Quests Interativas<
ADMAGO
ATUALIZAÇÕES - ADM - OFF
28/05. Lançamento: Sistema de Atributos
7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Ipupiara
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Ipupiara
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Dom 12 Jan 2020 - 21:48
RP FIXA - Estação Florestal de Monte Nevado - Trem para Castelobruxo
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Esta é um RP FIXA para embarque e desembarque de Castelobruxo, para poupar os alunos de precisarem abrir várias RPs diferentes, e também para tornar mais fácil a contagem e distribuição dos pontos para os participantes. Pais e responsáveis também poderão participar, e as mesmas regras de postagem para ganhar PPHs valem para estes, porém, apenas alunos e funcionários podem embarcar no trem.

No início e fim de cada ano letivo, uma nova narração de abertura será postada neste tópico, dando início às interações do ano vigente. Não é obrigatório efetuar as postagens de embarque ou desembarque, mas aqueles que o fizerem ganharão PPHs que poderão ser trocados em benefícios ON-Game para sua personagem.

Aqui postarão alunos e professores que residam ou estejam de viagem por Monte Nevado. Entenda melhor como funcionam os embarques lendo o Tutorial de Chegada e Saída da Escola.
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XIII
Narradora
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Dom 19 Jan 2020 - 15:14
Embarque para Castelobruxo - 2020
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1 de fevereiro de 2020, dia de embarque.

Em tal ano, o dia da abertura dos portais das Estações Florestais conectados a Castelobruxo caía em pleno sábado, o que provavelmente estava deixando muitos bruxinhos chateados e até confusos com as datas, mas não havia o que fazer, a magia das estações não havia sido alterada (e presumivelmente não iria ser).

Em Monte Nevado, diferente das outras localidades bruxas e trouxas do Brasil, a manhã do primeiro dia de fevereiro mostrava-se fria o bastante para se usar casacos e até luvas e toucas, embora não nevasse naquele dia. A área pavimentada da estação, coberta e formada por bancos de madeira branca, postes com lamparinas e uma vendinha de quitutes para café da manhã, já recebia os bruxos e bruxas desde cedo, e por volta das 6h da manhã, os passageiros - alunos e funcionários do castelo - já começavam a comodar-se no trem que partiria às 6h30min quando o tronco da maior árvore se abrisse revelando o portal mágico de cores psicodélicas, cujos olhos seriam protegidos por paisagens singelas nas janelas encantadas durante toda a viagem.

Considerações:
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Última edição por Narradora em Qui 21 Jan 2021 - 0:24, editado 3 vez(es)
Giovanna Ehrlich Gonzalez
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Ter 21 Jan 2020 - 17:23
Os resmungos de Giovanna eram ruidosos e sacudiam a cozinha silenciosa da residência Gonzalez. Magda, sua mãe, cortava um pequeno melão em fatias sem fazer qualquer barulho. Tinha a elegância de uma fada e a brutalidade de um trasgo. Como de praxe, ignorava a palpável insatisfação da filha.

Mama, entenda. Já procurei de laço a laço, aquela escola não tem nada de bom a me oferecer. — Reivindicou. Convencer a mãe de enviá-la de volta à Europa estava sendo uma tarefa complicada. — Sei que preferirias que eu fosse a Durmstrang, mas me identifico mais com Beauxbatons e... Vejas, é complicado, mas... Deixas, num deixas? Magda olhou-a de revesgueio e depositou os cortes de melão sobre seu prato. "Tu vais continuar aqui no Brasil, tua querência. Vais encontrar um gurizinho bruxo, inteligente e de boa família, juntar-te os trapos e ter filhos brasileiros. Nada mais de viagens."

Giovanna murchou os ombros e devorou seu café da manhã.

Já eram quase seis horas quando terminou de se aprontar. Enrolou-se em blusas, aconchegou-se dentro de um casaco bufante e usou a varinha para puxar a mala até o andar inferior. Entristecia-se por ter de deixar o frio de Monte Nevado para trás; as dependências de Castelobruxo eram tudo menos nevadas, e o espírito gaúcho de Giovanna não sabia lidar com climas equatoriais.Ich bin bereit zu gehen... O anúncio foi tão desanimado que Magda nem a ouviu. Apenas notou sua presença na sala, agarrou-se ao seu braço e acompanhou-a para o lado de fora.

Chegaram na Estação Florestal em poucos minutos. Magda beijou a testa da filha, abraçou-lhe e due-lhe tapinhas sobre os ombros, indicando que se adiantasse em direção ao trem. Com olhares de julgo e xingamentos baixinhos, Giovanna despediu-se da mãe, de Monte e da bela Estação antes de se colocar na fila. "Procura teu primo!", Magda a relembrou, já distante. Giovanna disputou espaço com os alunos que já embarcavam, ergueu-se nas pontas dos pés e chamou por João Carlos algumas vezes, na esperança de encontrá-lo na multidão.

Claro que não encontrou! Assim, embarcou no trem, rumou o mais rápido possível à cabine que sempre ocuparam nos anos passados e acomodou a mala sobre o assento. Tergeo. — Fez questão de conjurar o feitiço de limpeza no banco, desconfiada da possibilidade daquele trem não ser muito bem higienizado. Depois, sentou-se, olhou ao redor repetidas vezes e sacudiu os pés, ansiosa, com medo de que Joca não a encontrasse e nem ela encontrasse Joca, e assim tivesse que passar uma viagem de mais de três horas completamente sozinha, desanimada e irritada.

De olho no relógio de pulso e na estação do outro lado da janela, contou os segundos e os minutos que restavam até a partida do trem. Pelas barbas do Patrão Velho, se Joca não chegasse naquele mesmo instante, se Joca perdesse aquele trem, se Joca não estivesse em Castelobruxo naquele ano, se Giovanna tivesse que aguentar aquele inferno sozinha... — Tás louco?! — Exclamou em surpresa. O primo entrou de supetão na cabine, fechou a porta atrás de si e sentou-se à sua frente como se nada tivesse acontecido. — 'Inda bem que chegou! Se não chegasse, ah, mas tu ia ver...

Giovanna arremessou seu cachecol no rosto do primo. Depois, ajeitou-se na poltrona e preparou seu espírito para a viagem.
.01
— ONDE? Estação Florestal de Monte Nevado
— QUANDO? 01 de fevereiro de 2020
— COM QUEM? João Carlos
@mingicodes
João Carlos G. Peixoto
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Sex 24 Jan 2020 - 2:22

First you both go out your way And the vibe is feeling strong and what's Small turn to a friendship, a friendship Turn into a bond and that bond will never Be broken and the love will never get lost

O pop da aparatação ecoou na imensidão branca e vazia, e duas figuras surgiram em um ponto além das proteções da vila de Monte Nevado. O mais velho se vestia com uma jaqueta de couro e um casaco de moletom em tom cinza sobre uma camisa preta e uma calça jeans, enquanto o menor dos dois se enrolava em uma jaqueta jeans rasgada — sem roupa por baixo — e um short de moletom com a estampa verde-camuflagem usual dos militares, a diferença de vestimenta era apenas uma das claras diferenças entre os irmãos Peixoto. Outra diferença foi a primeira reação das figuras. O maior se virou para o lado, e com as mãos rapidamente alcançando os joelhos, ele regurgitou todo o conteúdo do café da manhã na grama fria, e o Jão logo se dobrou também, mas para rir da cara do irmão. Daniel sempre detestou as viagens por aparatação, mas como o único das três proles a ter passado no teste, ele era o responsável por dar caronas ao mais novo quando fosse, apenas, estritamente necessário. Ainda rindo, o crossfiteiro deu uns tapas de leve nas costas do brother e sacou sua varinha de sequoia-gigante. — Tergeo. — Repetindo o feitiço duas vezes, o sextanista limpou o chão e o rosto do irmão. — Vamos guri, já passou. — Com mais algumas palmadinhas nas costas o mais novo ajudou o outro a se endireitar, para então começarem a caminhar de forma deliberada em direção à vila.

Os passos lentos amassando neve e quebrando galhos e folhas caídas foi o único som que escapou dos parentes por um bom tempo e, mesmo sendo a pessoa mais tansa do mundo, Joca sabia que o irmão estava se sentindo incomodado com a situação escolar do moreno, isso vinha acontecendo desde que seu status de escoteiro foi atualizado. — Ei, se tu não falar eu nunca vou saber. — O murmuro escapou do marombeiro quase como uma trovoada baixa no silêncio da manhã, ele estava ficando com raiva disso. O loiro sabia que o aluno era bem lerdinho, ainda que curioso, e esse teatro mudo evocava uma vontade de socar o belo rosto do outro até que ele colocasse tudo pra fora — as palavras não o alimento recém digerido. “Porque tem gente que não entende que sou uma mula-sem-cabeça — é tão óbvio que é o núcleo de minha varinha afinal —, e percebe que precisa me contar as coisas como se eu fosse uma criança de cinco anos. Pausadamente e com paciência pro tico e teco funcionar.” Coçando a nuca em frustração, Carlos apertou o maxilar e decidiu que era melhor agir — essa era sempre sua primeira opção de resposta pras coisas —, dessa forma, ele estendeu sua mão para o antebraço do outro e o segurou, interrompendo o movimento da dupla.

Forçada a parada, os dois se encararam e, mesmo que ainda o horário fosse “cedo demais para isso”, os rapazes sabiam que precisavam ter uma conversa um pouco mais séria. — Vamos lá maninho, sou eu, tu pode falar comigo. Pufavôr. — A voz saiu baixa e cheia de emoções, Joca ainda era o bebezinho da família e se deixava levar muito fácil quando se tratava daqueles que significavam algo para si. Palavras enfim fluíram do Daniel, apenas confirmando o motivo da inquietação do mesmo, afinal, João era o único dos filhos de Arthur que continuará em Castelobruxo além do obrigatório pelo ministério bruxo brasileiro. Enquanto ouvia a confissão do irmão, Jão se viu vítima de um dos olhares de cachorrinho pidão que era marca registrada dos Peixoto. — Não seja um panacão, nada haver essa tua história de que eu tô abandonado ocêis. — Ele sorriu e pôs sua destra no ombro do maior. — Tu sabe o porque eu quero voltar, eu preciso terminar os estudos em CB. Sei que painho queria me mandar praquele colégio interno que cês foram, mas… você sabe que eu não sou como você ou o Gus, eu-eu não me vejo na faculdade, não me vejo com um emprego normal, não-não… eu tenho — acho que tenho — uma conexão com o mundo mágico, e… bem, me entristece que eu não possa ter vocês do meu lado nisso. — O sorriso no rosto do crossfiteiro havia se tornado um pouco amargo, e sabendo que isso preocuparia o irmão, ele tentou esconder a ausência das covinhas puxando o parente para um abraço.

Ao enrolar seus braços ao redor do Dan, o marombeiro suspirou, a sensação e o calor do carinho sempre o fazia se sentir bem, e ele sempre se orgulhava lembrando da família que o ensinara que tal contato era umas das melhores formas de demonstrar amor. “Não há males que um abraço apertado e boas intenções não curem.” — Eu te amo, tu é meu panacão. Tu é meu irmão, eu preciso de tu para me dar uns cascudos. — Ele apertou ainda mais o abraço, só relaxando quando ouviu o outro suspirar. Com energias renovadas e um novo sorriso no rosto, o sextanista se desentrelaçou do loiro e apenas soltou uma gargalhada leve quando levou um cascudo no cucuruto. Empurrando de leve o parente, Jota começou uma brincadeira descontraída que terminou em tombos e na presença de neve e terra congelada em lugares onde nem o pouco sol do dia conseguia alcançar. Logo menos a frase “Porra, agora eu tô tão sujo que tia Magda é capaz de me escaldar” foi solta pelo crossfiteiro, uma nova brincadeira surgiu. Uma brincadeira de doidos e fadada à tragédia. Ao ser desafiado pelo adulto a se limpar da forma trouxa — literalmente —, João não teve outra resposta que não fosse aceitar, e assim se deu início uma pequena competiçãozinha para ver qual dos dois irmãos conseguia ficar mais tempo dentro da água gelada de um lago das redondezas.

Dizer que a estúpida descontração do,s rebentos Peixoto não terminou bem é uma forma leve de colocar. Após quase congelar as bolas na tentativa de se superarem — Jão foi o ganhador, se puder ser chamado assim —, os dois cambalearam pela neve vestidos apenas em cuecas ensopadas em direção à estação. — Merda, merda, merda. Titia vai me matar se eu perder esse trem! — O crossfiteiro olhou novamente o gritante seis e quinze do horário flutuante, marcado a sua esquerda por um ligeiro Tempus . — A Gio vai me matar! O Dora vai me matar! Pela santa caipora chifruda, eu vou ser trucidado. — A risada profunda do loiro logo atrás de si quase fez valer a pena o risco e o drama. — Ah tu tá a-... — A frase foi cortada ao meio quando, ao se virar, Carlos assistiu o Daniel tropeçar na mala do mais novo e cair de cara na neve com um grunhido alto de irritação — e talvez dor. A gargalhada que explodiu do menor quase o fez cair também. — Bem feito, panacão! — Com uma pequena ajuda do marombeiro, Daniel se levantou tremendo mais de frio que bambu em sítio de energia eólica, e com o intento de evitar que o irmão adoecesse, o aluno balançou a varinha secando-os e vestindo-os com poucos feitiços não-verbais. Sem tempo para parar para respirar, o moreno pegou sua sacola das mãos do outro e se puseram novamente em movimento.

Olhando de soslaio para o lado, um gemido amedrontado vibrou na garganta do marombeiro. O relógio mágico do Tempus alertava que faltava meros sete minutos para o horário de partida do trem, e o pânico aumentava em seu peito. Olhando para trás ele percebeu que o irmão ainda estava um pouco longe e que parecia se cansar da travessia desvairada pelo vilarejo bruxo. Sem lançar uma segunda olhada na direção do horário, o mais novo dos sulistas correu até o parente e o envolveu em um abraço rápido, sem esquecer do beijo leve na bochecha. — Te amo maninho, não surta ok?! Eu vou te mandar uma carta toda semana se tu quiser. — O sorriso bobo do outro e o soco no ombro foram respostas mais que suficiente para o mais velho que bufava sem ar na sua frente. — Ah, e vem me visitar aqui se quiser nos finais de semana, tu nunca me viu trabalhando né? — Uma risada brincalhona escapou do adolescente, que abraçou mais uma vez o irmão antes de voltar a correr em direção da Estação que encabeçava um pequeno monte no lado leste da pequena cidade.

Mais uma espiadela no horário flutuante anunciou que ele ainda tinha dois minutinhos de sobra quando finalmente alcançou a locomotiva e se enfiou na primeira porta que encontrou. Fazendo um esforço para restaurar sua respiração para o normal, o Jão segurou a alça da mala que cruzava seu tronco, e se dirigiu sem muito tumulto até o compartimento que sempre dividia com a prima, entrando calmamente antes de depositar a mala do lado e se sentar em frente a loira. — E aí amoreco, chegou cedo ein? — A casualidade de sua frase foi de encontro a um faniquito e uma ameaçada por parte da Ehrlich, ações que apenas arrancaram uma risada profunda do moreno. — Vai fazer o que priminha? Todos sabem que tu não sobreviveria em CB sem mim. — A provocação era clara, e bem, talvez um pouco verdadeira considerando o número de inimigos que sua prima tinha arranjado nos anos de escoteira. As palavras do rapaz foram respondidas com um cachecol na sua cara, o que apenas arrancou mais alguns risinhos do Carlos. — Ich liebe dich auch, Blondie.
 
see you
again Giovanna Ehrlich Gonzalez + Estação de Monte Nevado + Feliz
João Miguel Portugal
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João Miguel Portugal
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Sex 24 Jan 2020 - 10:57
O Embarque

Era uma manhã gelada, como todas as manhãs em Monte Nevado. O dia pedia um casaco quentinho, luvas e um cachecol enrolado no pescoço.


Acordei bem cedo no dia 1º de fevereiro. Dessa vez, só encontraria Lúcifer na escola, havíamos combinado dessa forma para ele poder embarcar com a irmã, e se despedir de seu pai — uma exigência minha, para que ele não começasse o ano letivo em um cima ruim com a família — e eu embarcaria com o resto dos estudantes de Castelobruxo da família Ferreira Dias.


Terminei de colocar na minha mala, as últimas coisas que eu precisaria durante os meses, coloquei uma das alças da mochila no ombro e pendurei o casaco grosso, com pelos sintéticos no capuz, em meu braço, caminhando pela casa até a Sala de Estar, deixando minha mala perto do sofá, perto da porta.


Apoiei o casaco sobre o sofá, sobre a mochila e a mala onde guardava minhas roupas e coisas para ficar até novembro na escola. Coloquei os fones de ouvido, coloquei uma versão no violino — uma versão mais animada, quase um mashup — de Swan Lake, de TchaikovskyDance of the Little Swans — e comecei a dançar no espaço que tinha na sala.


O tapete abafava o som da sola de borracha do boot de couro que usava sobre a meia-calça preta fio 70, enquanto eu dançava, com os olhos fechados, sentindo a música animada que soava pelos meus fones de ouvido.


Quando abri os olhos novamente, minha irmã Rebecca estava na sala, de pé, arrumada para sair, enquanto eu dançava, de olhos fechados, completamente concentrada na música. Ela mantinha um sorriso suave nos lábios, como se apreciasse o que estava vendo.


Meu rosto corou imediatamente e tirei os fontes do ouvido, e peguei meu casaco.


— Estão todos prontos? — perguntei, sentindo meu rosto corado enquanto vestia o casaco e me arrumava para, finalmente, podermos irmos à estação.


Becca somente assentiu e eu sorri, ainda sem graça, olhando para baixo enquanto pegava minha mala e a arrastava para o lado de fora de casa, onde o frio era quase congelante, mas os flocos de neve se recusavam a cair, nossa respiração se condensava e se tornava vapor: uma fina névoa que aparecia sob nossos narizes e boca.


Fechei os olhos e respirei profundamente o ar gelado e seco, enquanto caminhávamos em direção à Estação Florestal, onde partiria para Castelobruxo. Minha irmã mais velha me ajudou com minha mala, fazendo com que a bagagem flutuasse atrás de nós.


Entre conversas, risos e provocações, eu e minha família chegamos à Estação, para esperarmos o trem que chegaria às 6h30min e já eram... Olhei o relógio no visor do celular e vi o horário. Já eram 6h15min. Mais 15 minutos e chegaria atrasada. Respirei fundo, quase aliviada, antes de ouvir um pigarreio vindo de algum lugar ao meu lado. Olhei para minha irmã, com os cabelos soltos e ondulados, o cachecol cobrindo seu pescoço e protegendo-a do frio.


Ela estendia a mão coberta por uma luva estilosa de couro, com uma pelugem sintética castanha nos pulsos, e mexia os dedos, como se pedisse o aparelho em minha mão.


Suspirei.


— Tá bom. — respondi, entregando o celular a minha irmã. Era hora de voltar ao modo offline e esquecer que o mundo exterior existe.


Voltei a olhar para o lugar por onde o trem passaria, esperando para vê-lo chegar.


Já conseguia ver muitos dos meus colegas pulando para se aquecer, ou abraçando seus parentes, para manter o calor humano. Muitos da minha família faziam o mesmo, pulando no mesmo lugar, tentando tirar o frio de nosso corpo. Eu esfregava as luvas de lã uma na outra, criando um pequeno fio de estática, que grudava em meu cabelo quando eu passava a mão para ajeita-lo sob o gorro que cobria minhas orelhas, protegendo-as do vento frio.


O relógio apitou 6h30min e o trem despontou na estação. Foi um pequeno alvoroço, enquanto todos começavam a se despedir de seus familiares, abraços e beijos foram distribuídos e eu dei um abraço muito apertado em todos os meus irmãos, e na minha irmã, ao mesmo tempo que meu irmão gêmeo fazia o mesmo.


Era quase um ano inteiro fora de casa e, depois da morte da diretora, eu não sabia mais como seria o ano letivo. Quero dizer, a diretora Benedito controlava tudo lá, havia, em todos nós, um leve receio de que esse ano haveria um pequeno estardalhaço com tudo aquilo que a diretora controlava.


Embarquei no trem e rezei para que não houvesse ataques quando chegasse na escola.


Família Embarque Escola | Monte Nevado Estação Florestal Monte Nevado


Lúcifer B. Farias
Lúcifer B. Farias
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Batedor
Sáb 25 Jan 2020 - 11:01
Compras com ela
The truest wisdom is a resolute determination


- Velhote, escute, eu vou ficar bem, e sim, eu vou continuar namorando com ela. - respondi ao questionamento do meu pai enquanto caminhávamos pela estação, ele achava que eu estava me afastando demais da família, e convivendo demais com os Ferreira Dias, o que não era uma mentira, mas por que continuar me forçando a uma convivência tóxica?

Assim que chegamos a estação, antes do horário previsto para a saída do trem, senti o vento gélido invadir minhas vestes e logo consegui ver os meus amigos e alguns dos companheiros. Em meus ouvidos os fones tocavam artic monkeys, que sempre era necessário para que tivesse um momento relaxante.

Quando finalmente chegou a hora da partida, apenas acenei para meu pai e adentrei ao trem, procurei por Ayla mas não consegui encontra-la no meio de toda aquela gente, o que tinha me deixado um pouco cabisbaixo com a decepção de não poder ver minha ruiva naquele dia, seria um ano fora, o meu penúltimo, era a hora de aproveitar o máximo possível do tempo.





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Rebecca Torres Dias
TLC » Artista
Rebecca Torres Dias
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ARTISTA: Música Profissional
Seg 27 Jan 2020 - 19:04


Até logo, crianças

Primeiro de Fevereiro de 2020. Em minha época escolar esperava ansiosa pelo dia de retorno à escola. Amava aquele lugar, ainda amo, na verdade. Na minha concepção CasteloBruxo é a melhor escola de magia do mundo.
Justamente por carregar esse sentimento é que não estava tão triste com a partida das crianças, digo adolescentes Ferreira Dias. Talvez, estivesse um pouco, afinal a casa ficava muito mais alegre com as confusões adolescentes. Passada a temporada de férias a casa entrava em um marasmo, haja vista que o restante dos habitantes do casarão tinham sua rotina de trabalho para cumprir e, por vezes, essa é tão exaustiva que entram em casa apenas para dormir ou comer.

Naquela manhã consegui reunir quase todos no hall de entrada do grande casarão, iriamos para a estação utilizando a rede de flu. Bem, quase todos. Ao fazer a contagem percebi que faltava uma ruivinha.
— Liam, cadê a tua irmã? — Perguntei olhando para  meu irmão mais novo. Ele me olhou com a cara de desentendido, mas no fim sugeriu que ela estaria dançando pela casa.

Por sorte, não tardo a encontrá-la. A Ferreira Dias mais nova estava na sala dançando algo que não sabia o que era, mas parecia empolgante. O trabalho que Ayla fazia com os pés era digno dos grandes profissionais da dança. Suspirei nostálgica ao vê-la. Pude admirá-la alguns minutinhos antes da mais nova notar minha presença e ruborizar. Isso me fazia ri. Ayla lembrava um pouco a mim quando era mais jovem. Óbvio, nunca tive esses cabelos de fogo, nem os olhos claros, mas, com certeza essa personalidade, essa liberdade! São coisas que carrego comigo.
— Sim, estão todos prontos. E aguardando a senhorita. — Respondi e o sorriso suave ainda permanecia no rosto. Minha irmã estava se preparado para ir ao hall de entrada se juntar aos outros quando a interceptei.
— Ayla, espera aí, temos alguns minutos antes de irmos e preciso te dizer umas coisas, pequena.  —  Ignorei a ironia que era chamá-la de pequena, uma vez que Ayla com seus quase quinze anos estava maior que eu com meus 25. Segurei suas mãos pequenas e encostei-me no braço do sofá.— Olha, aconteceram muitas coisas estranhas nessas férias e a gente não teve lá as melhores férias da vida. Sei que podíamos ter feito bem melhor, mas, enfim... —  Levei a mão levemente a cabeça, organizando alguns fios de cabelo que estavam desgrenhados. —  Também não conversamos muito, mas eu percebo as coisas, sabia? Quero que aproveite CasteloBruxo, Ayla. Você vai ficar até novembro lá...  Descubra coisas sobre você gosta. Arrisque-se. Faça amigos e descubra seus talentos. Você não tem obrigação nenhuma de saber nada de cara, tá? — Olhei para ela, estava séria. Uma seriedade serena, não assustadora. —  Esteja comprometida em aprender e sempre que as coisas estiverem difíceis pode escrever para a gente. — Suspirei. — E, aproveite seu namorado, não muito, né... Se cuide. E se você se sentir desconfortável em qualquer situação pode dizer não, tá? Você não precisa fazer nada que não queira.  
Esperei que ela assimilasse tudo. Normalmente, eu e ela conversamos sobre todas as coias, mas essas férias foram diferentes, Ayla estava distante e preocupada com outros assuntos e no fim das contas não estive tão disponível para ela. Fiquei presa em um milhão de problemas e não aproveitei como gostaria a minha irmã mais nova.
— Tá, agora vamos, maninha. —  Disse dando uma piscadela para ela.

**********************

Chegamos a estação com alguns minutos de antecedência, como era de se esperar em Monte Nevado fazia frio. Os presentes na estação buscavam se aquecer da melhor forma possível e era uma cena engraçada de observar. Várias crianças e adolescentes empolgadas e morrendo de frio.
Era ainda mais engraçado observá-los quando várias mochilas e bolsas flutuavam no ar atrás de nós. Meu irmão e eu decidimos fazer assim para facilitar nossa situação com as bagagens. A cada ano, os alunos pareciam levar mais coisas para a escola.
Os minutos passaram rápido, minhas recomendações para eles eram intermináveis. Meus abraços eram mais demorados e deparei-me com a dificuldade de deixá-los partir. Graças a Caipora, Rafael trouxe de volta a minha razão.
"Eles precisam estudar," disse. "Vão ficar bem". Continuou fazendo um leve carinho em meus ombros.
—  Eu sei que essa deve ser a décima quarta vez que falo isso, mas vou falar de novo. Cuidem-se uns dos outros e aproveitem as coisas boas desse ano. Vejo vocês em breve.  — Sorri liberando meus irmãos e primos para o embarque.
O trem apitou, fazendo uma última chamada antes de zarpar da estação e fiquei alguns instantes ali, acenando e olhando o transporte ganhar velocidade.
Quando a estação ficou mais vazia aparatei dali para o casarão Ferreira Dias.  

Make that bastard walk the plank With a bottle of rum and a yo ho ho




Narradora
TLC » Administradores
Narradora
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Contar Histórias
Sáb 29 Fev 2020 - 2:04
encerradas
INTERAÇÕES DO EMBARQUE DE 2020

!!!!
Caipora
TLC » Administradores
Caipora
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2721
Sáb 16 Jan 2021 - 13:50
EMBARQUE PARA CASTELOBRUXO - 2021/1
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1 de fevereiro de 2021, dia nublado e frio.


E para quem achou que Castelobruxo estava em decadência, talvez em seus últimos momentos de portões abertos, lá estavam os alunos e professores enchendo o trem que sairia às 6h30 da manhã, levando-os de Monte Nevado para o castelo. Se bem que isso não quer dizer muita coisa, não é? Vamos ter que esperar o decorrer do ano para descobrir o que vem por aí. Você vai participar dessa aventura? Embarque agora mesmo!


Considerações OFF: postagens liberadas para interação com embarque para o primeiro semestre letivo de 2021. Os que postarem levam 15PPH, mesmo não sendo aluno e estando apenas observando/acompanhando/interagindo com os alunos no embarque.

Postagens liberadas até dia 20/01.
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XIII
Augusta Nunes Callai
TLC » Adulta
Augusta Nunes Callai
Mensagens :
108
Ocupação :
CB: Aluna
Sáb 16 Jan 2021 - 17:37


Dois mil e vinte foi um ano de mudanças, talvez o mais importante até então na vida de Augusta Callai. De bruxa injustiçada, proibida de exercer sua identidade mágica fora das paredes de Castelo Bruxo, florescera uma jovem independente, firme e confiável em seus ideais. Ao longo do ano, Guta cultivara um desempenho acadêmico excelente que viera acompanhado da aprovação enquanto pesquisadora aprendiz da COMASUL. Naquele novo ano que iniciava-se bem naquele instante, diante do trem que a conduziria até a escola em uma longa viagem, a menina estava coberta por um ar de seriedade que jamais lhe acompanhara nos últimos quatro anos. Quanto tempo insistiria naquela faceta infeliz era um mistério, mas que se esforçaria, sem dúvidas que sim.

O período de férias conseguira quebrar a firme posição da mãe quanto a cumprir apenas os quatro primeiros anos obrigatórios de Castelo Bruxo e, invariavelmente, desgastara de tamanha forma a relação de ambas que Augusta temia não conseguir jamais voltar atrás. Preferia isso, no entanto, a viver a vida sem magia que a progenitora lhe forçava. Isabella fechava-se a magia como se sofrida de um grande trauma, mas Augusta nada sabia sobre isso. Ninguém sabia, nem mesmo Pedro, seu pai, que só foi tomar conhecimento das raízes mágicas da esposa quando a primogênita foi forçada pela confederação mágica a cumprir seu primeiro ano de estudos.

Augusta deu um apertão na mão de Clara, sentindo os dedos longos da tia retribuírem a pressão de forma carinhosa. Na outra mão da irmã de sua mãe estava Bento, com os cabelos em uma desordem ruiva, olhando admirado para o trem, ansioso por sua própria hora. A direita do primo, estava o esposo de Clara, Javier, com Pancho em seu colo.

Obrigada por virem comigo. — Agradeceu a adolescente, correndo a mão livre sobre a costura da mala antes de erguer o olhar para o casal adulto. A tia lhe enviou um olhar amável, pousando a palma sobre sua cabeça, onde os fios loiros estavam bem presos em um rabo-de-cavalo garantindo um pouco de alívio do calor do verão.

Não se preocupe com a Isabella. Ela fala essas coisas, mas não é verdade. Ela é sua mãe e vai continuar sendo. Ela te aceita e você sempre vai morar no coração dela. — Garantiu e Augusta se viu sedenta de acreditar, mas sua mente apenas conseguiu lembrar da imagem da irmã Ravi, dez anos mais nova, e de Caetano, doze anos mais novo. Ele ainda era muito pequeno, mas Ravi em breve revelaria seus dons mágicos, se assim os carregasse. Guta definitivamente não queria que os irmãos vivessem o rompimento com a mãe que ela própria vivera na insistência de permanecer na escola, mas em seu íntimo torcia desesperadamente para que eles fossem bruxos, um pouco mais iguais a ela.

Eu sei. — Mentiu, forjando um sorriso que ergueu apenas a ponta esquerda dos lábios. Clara já estava sendo muito generosa em trazê-la para a estação, interrompendo suas próprias férias com o marido e os filhos, não precisava ser incluída em suas preocupações. — Obrigada, tia. Vou entrar pra encontrar uma cabine antes que ocupem todas. — Acrescentou, esticando os braços para envolver o pescoço da mulher em um abraço apertado de despedida. Sua mãe podia ser difícil, mas Augusta tinha uma família inteira em quem se apoiar: Clara, Javier, Gabi. Às vezes tinha que se forçar a lembrar, mas jamais esteve ou estaria sozinha.

Acenou duas vezes para Javier e os meninos, apertando as mãos num esmagar imaginário de bochechas fofas e tomou rumo da locomotiva que cruzaria ainda uma boa parcela do país antes de chegar em seu destino final, Castelobruxo. Onde estava sua vida de verdade.


Estação de Montenevado     01/02/2021





Débora Abbott Medeiros
TLC » Adulta
Débora Abbott Medeiros
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CB: Professora de História da Magia.
Qua 20 Jan 2021 - 23:45
de volta ao ninho
Somos pássaro novo
A bruxa empurrou a mala em direção ao trem. Depois de pegar o ano letivo pela metade, no ano anterior, havia uma certa cerimônia em embarcar junto com os alunos naquele primeiro de fevereiro. Os rostos conhecidos já lhe sorriam, sendo associados a nomes na mente da professora. De certa forma era melhor, não ser uma estranha, mas a historiadora sentiu falta de um pouquinho da novidade misteriosa que um professor verdadeiramente novo pode causar. Acenou para um par de sextanistas, direcionando-lhes um breve sorriso antes de enfiar-se para dentro da locomotiva.

Seguiu, então, para a cabine dos professores. Ainda vazia àquela hora, teria uma longa viagem pela frente até chegar em Castelo Bruxo. Mas, reparou, enquanto sentava-se a deixava a bochecha encostar no vidro gelado, estava feliz. Repleta de orgulho de sua trajetória. Em 2020, surgira em meio a tragédias, mas 2021 seu talento havia sido efetivamente reconhecido. Hoje, embarcava como professora. Pelo primeiro início de ano de muitos outros que o sucederiam, assim a Medeiros acreditava.


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Thiago P. Dunham
CASTELOBRUXO » Docente - Voo
Thiago P. Dunham
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Qua 20 Jan 2021 - 23:51
É hora de voltar.
Um piscar de olhos e cá estamos no dia de voltar para Castelobruxo, nem deu tempo de descansar direito, sinto que as férias deveriam ser maiores, uns quatro meses eu acho que bastariam. Farei questão de fazer essa sugestão para Verônica mesmo tendo certeza que ela vai achar loucura da minha parte. Eu até digo isso, mas na verdade  eu sinto falta da escola e do pessoal, gosto de estar lá é como se fosse minha casa de verdade, e se parar para analisar é mesmo, passo mais tempo lá do que aqui em casa.

Desde que entrei de férias lá em dezembro, só tive contato com Alice, é como se eu tivesse me desligado completamente de tudo e todos nesse período. Só sai de casa para ir até a festa da COMASUL na virada do ano, mas não tinha motivos para ficar saindo, eu tinha a casa só para mim, já que Lili e Josh foram visitar vovó na China e Nas vive no trabalho.

Eu comecei a arrumar minhas malas alguns dias antes para não ter que ficar naquela correria doida quando fosse o dia de ir para a Estação embarcar. Eu só não contava com meu sono descomunal, até fui dormir mais cedo que o comum  para não me atrasar, mas quem diz que adiantou de alguma coisa?! Quando ouvi o toque do celular, acordei assustado, o visor do celular já marcava 6:00, e já estava eu na correria que tentei evitar. Levantei acelerado, precisava me arrumar, tomar um café e correr para a Estação.

Ainda era madrugada e se Nas não tivesse acordada ela iria acordar com toda certeza, correndo de um lado para o outro, eu parecia uma multidão completa seguindo um trio elétrico. Saía do banheiro, voltava para o quarto, ia para a cozinha, totalmente perdido. Troquei de roupa mais rápido que um pit-stop de Fórmula 1, estava pronto, precisava apenas tomar um café, mas quando olhei para o celular desisti da ideia, eu tinha quinze minutos para chegar na Estação. Abri a geladeira e peguei uma das maçãs que estavam na porta. Voltei para o quarto e juntei minha mala e varinha, eu já tinha me esquecido o quão pesada pode ser uma mala cheia de roupas. — Tchau Nas, volto nas férias. A gente vai se falando. — falei bem alto enquanto saia feito louco pela porta para ir até a estação.

Eu tinha que correr, correr muito, mas isso não é muito fácil quando você tem que levar consigo um trambolho pesado. O dia nem tinha começado e lá estava eu correndo pelas ruas de Monte Nevado para não perder o trem. Quando cheguei na rua da Estação pude ver a movimentação de algumas pessoas indo embora, de certo já haviam deixado os alunos. — MERDA! MERDA! MERDA! — resmunguei enquanto apertava ainda mais o passo.. O relógio que ficava pouco antes da plataforma de embarque marcava o horário em números imensos, eu tinha dois minutos. Um alívio bateu, consegui chegar a tempo. Olhando pelas janelas eu buscava o vagão que estava mais tranquilo, com mais espaço, pois eu precisava voltar a dormir, ainda mais depois de uma corrida matinal dessas. Joguei a mala para o banco da janela, quase fui junto de tão cansado. Arrumei certinho para que eu pudesse acomodar minha cabeça e deitei, até pensei em pegar a maçã para comer, mas achei melhor fazer isso quando chegar na escola, agora é a hora de voltar a dormir. Próxima parada: Castelobruxo.

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Thiago P. Dunham

Never felt so close
We've never felt so free
Carolina M. Figueroa
JAGUAR » Apanhadora
Carolina M. Figueroa
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CB: Apanhadora Jaguar
Qua 20 Jan 2021 - 23:54



As malas flutuavam à frente de ambas as crianças. Guilhermina acompanhava-as de perto, ainda que Marina fizesse o possível para se afastar da artista e até mesmo um pouco de sua própria irmã gêmea, Mariá. Todas as mudanças quais sofreram naqueles últimos meses ainda eram demasiadas recentes para que a garota lidasse. Os pais, falecidos. A nova vida junto da tia, qual contato que tinham entre as missões humanitárias pela América Central não era muito frequente. Os primos já vivendo suas próprias vidas, mas ainda dividindo a mesma casa que a progenitora, pareciam encantados pela ótica infantil.

Ao mesmo tempo que não podia compartilhar com aqueles que lhe dominavam o coração sua partida para Castelo Bruxo, seus pais, ainda tinha a sua irmã. Voltou a face para trás, esticando a mão na direção da gêmea, sem parar de caminhar. — Obrigada por nos trazer até aqui, tia. — Agradeceu, ainda tinha bons modos afinal, mesmo que o tom tenha saído apressado. Mera formalidade antes de arrancar a irmã da companhia de Guilhermina. — Vamos, vamos. Quero pegar a cabine mais próxima da saída, assim podemos ser as primeiras a chegar em Castelo Bruxo!
© yuno of tcb & cttw


Última edição por Marina Sodré Galhardo em Qui 21 Jan 2021 - 17:21, editado 1 vez(es)
Micaela Pessoa de Melo
CASTELOBRUXO » Aluna
Micaela Pessoa de Melo
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Qui 21 Jan 2021 - 1:02
Os fones de ouvido vibravam ao som de Nirvana. Olhava para o nada, pensativa, divagando sobre tudo o que havia acontecido naqueles últimos dias. Ainda não acostumada ao frio de Monte Nevado, vestia um de seus únicos casacos e sua touca, ambos em sua cor favorita: preto.

As mãos nos bolsos e as passadas incertas indicavam sua insegurança perante a situação que se seguia. Não confessaria que observava, de relance, o comportamento de sua irmã gêmea. Marina era de fato mais transparente e aberta, expressando seus sentimentos de maneiras mais compreensíveis do que a garota em si. Lá no fundo, invejava essa qualidade na irmã. Era o que pensava enquanto adentravam a estação na companhia dos parentes. Sua tia Guilhermina havia sido uma pessoa maravilhosa para as duas, tomando-as em seu cuidado instantaneamente e tratando-as com o maior carinho possível assim que soube da morte de seus pais e dos eventos especialmente desagradáveis que acompanharam o fato.

Enquanto Guilhermina e Cazuza ajudavam a transferir as malas para dentro do trem, as gêmeas eram guiadas por Julieta até a tabela de horários, verificando se estavam mesmo atrasadas como a matriarca insistia. Sugava no canudinho o achocolatado que descansava em sua mão direita enquanto a outra permanecia dentro do bolso do casaco. Oh, a despensa da casa de sua tia era recheada de boas surpresas.

Foram alertadas pelo primo mais velho de que o trem estava próximo de partir após o retorno do mesmo até onde estavam. Jogou na lixeira a caixinha vazia de achocolatado, arregaçando as mangas do casaco e retirando os fones de ouvido para prestar mais atenção aos seus arredores. Logo caminharam até a entrada do trem, surpreendidas por um belo discurso de sua tia, que, num momento, a trouxe para mais perto, limpando a lágrima que brotou de um de seus olhos — talvez sendo a única a perceber tal detalhe. Tudo estava acontecendo tão rápido, e tudo era tanto. "Mande-me cartas. Sabe o quanto é amada, sim? Muito. Vai gostar da escola", sussurrou a mulher, a abraçando uma última vez.

Abraçou a todos com um sorriso no rosto. Sabia que iria sentir saudade, mas seu temperamento turbulento tornava difícil externar tais coisas. Adentraram o trem num pulo, dirigindo-se rapidamente ao vagão vazio mais próximo. Sentou-se próximo à janela, colocando de volta os fones de ouvido e tornando a observar a paisagem. Seria uma longa viagem.


micaela
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