The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Mundo Mágico
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JAN2026
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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Ipupiara
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Ipupiara
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Seg 13 Jan 2020 - 2:36
RP FIXA - Estação Florestal Amazônica
The Last Castle RPG

Esta é um RP FIXA para embarque e desembarque de Castelobruxo, para poupar os alunos de precisarem abrir várias RPs diferentes, e também para tornar mais fácil a contagem e distribuição dos pontos para os participantes. Pais e responsáveis também poderão participar, e as mesmas regras de postagem para ganhar PPHs valem para estes, porém, apenas alunos e funcionários podem embarcar no trem.

No início e fim de cada ano letivo, uma nova narração de abertura será postada neste tópico, dando início às interações do ano vigente. Não é obrigatório efetuar as postagens de embarque ou desembarque, mas aqueles que o fizerem ganharão PPHs que poderão ser trocados em benefícios ON-Game para sua personagem.

Aqui os alunos e funcionários do castelo postarão chegando na escola. Entenda melhor como funcionam os embarques lendo o Tutorial de Chegada e Saída da Escola.

É por esta estação, também, que se entra e sai de Tekoa Kuahary, aldeia aldeia que se encontra nos arredores dos terrenos de Castelobruxo.
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Última edição por Ipupiara em Qua 17 Jun 2020 - 21:03, editado 1 vez(es)
Iemanjá
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Iemanjá
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Seg 20 Jan 2020 - 21:50
CAIPORAS MALUCAS - CHEGADA 2020
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1 de fevereiro de 2020, 10h: a chegada na escola


Castelobruxo sempre foi conhecida por sua fauna e flora; e a chegada dos alunos na escola sempre foi um problema por causa das criaturas um tanto quanto peculiares que ano sim, ano não, faziam a recepção dos alunos. No presente ano, em especial, as caiporas estavam mais endiabradas que o comum. Benedita Dourado tinha mais controle sobre a escola e agora, restava a nova diretoria e coordenação do castelo se mostrar hábil o suficiente para ser respeitada pelas criaturas.

Assim que os alunos pisaram seus pés na Estação Florestal de Castelobruxo, nos terrenos adjacentes à escola, foram atacados por um grupo de caiporas extremamente alteradas que trataram de recepciona-los a grande estilo. Entre cuecões e empurrões as gargalhadas das pequenas criaturas eram ouvidas como ecos pela floresta. Elas faziam festa espalhando e misturando os pertences dos alunos, como pequenos e velozes furacões, enquanto os mesmos estavam preocupados demais em manter suas vestes em seus corpos.

Considerações:
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Tomás de Alcântara
CASTELOBRUXO » Docente - Herbologia
Tomás de Alcântara
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Ter 21 Jan 2020 - 20:59



O dia estava lindo e Tomás já estava se preparando para a chegada dos alunos, o professor se encontrava animado, com um sorriso fácil no rosto e disposto a conhecer cada um daqueles pequenos aprendizes. Em seu quarto, através da sua janela, o docente conseguia avistar a trilha que os alunos iriam chegar, era cedo e sem demora para ter energia, Tomás foi tomar o seu café da manhã, pois foi escalado para monitorar a chegada dos alunos.  

...

Faltavam alguns minutos para as dez horas da manhã, e Tomás já estava na estação de desembarque, esperando o trem chegar. Logo ouviu  risadas e viu penas de tom vermelho espalhadas pela estação. - Não é possível que sejam elas. - Junto com ele estavam alguns funcionários e outros professores.  

O trem ganhava forma ao sair do túnel da árvore, e alguns alunos mais travessos já colocavam o braço para fora, indicando aos mais novos a vista do castelo dourado. O trem parou, e as escadas douradas de cada vagão, surgiam e os alunos com seus uniformes verdes e com os seus sorrisos de ponta a ponta da boca, se deslocavam de um lado para outro, uma confusão gostosa. Alguns dos discentes o encaravam, sem saber quem era Tomás.

Um dos funcionários do castelo, ampliou sua voz através do sonorus, e explicou algumas regras para os alunos e orientações que deviam seguir. Tomás, com toda sua pompa e etiqueta, decidiu não chamar atenção. Mas, isso não seria possível, pois um príncipe mesmo querendo passar desapercebido, em algum momento em seu comportamento, se destacará daqueles que estão ao redor.

Tomás tomou uma atitude coerente, ficou atrás dos alunos, no caminho da trilha do castelo. E aos poucos de longe começou ouvir algumas risadas, que iam ficando mais próximas conforme entravam mata a dentro. Os alunos animados e distraídos, em sua grande maioria não ouviram nada e aqueles que eram tímidos, e se encontravam no fundo da multidão, começaram a encarar o jovem príncipe.  

O caos se instalou com muita rapidez, Tomás não acreditava no que estava acontecendo na frente dos seus olhos, uma gritaria, muitos choravam e outros desesperados. Pânico era o cenário daquela situação. - Eu sabia! - Braveou Tomás, ele corria para perto dos alunos primeiranista, os segurando nas mãos e aparatava para próximo da escola.  

Tomás desaparatou próximo a escola, os dois alunos primeiranista totalmente confusos, olhavam sem entender aonde estavam. - Vão para dentro do Castelo e avisem a Srta. Dourado. - Tomás voltou aparatar para trilha para ajudar outros discentes dos primeiros anos.  
p.s.:




Mercy
João Carlos G. Peixoto
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Sex 24 Jan 2020 - 2:22

Her dirty paws and furry coat, She ran down the forest slope, The forest of talking trees. They used to sing about the birds and the bees. The bees had declared a war, The sky wasn't big enough for them all

Murmurando um rápido Tempus o crossfiteiro confirmou que o trem estava se aproximando da estação de Castelobruxo, afinal diferentemente dos transportes públicos dos trouxas os trens da escola chegavam pontualmente às dez horas da manhã na estação adjacente à pirâmide dourada. Eles também saiam com pontualidade de Monte Nevado e muitas vezes Joca quase o perdera, não é como se ele tivesse um problema em acordar cedo, a vida de maromba o ensinou a estar de pé — e malhando — em horários que muitos considerariam impróprios, contudo ele tinha um certo problema de esquecer do horário quando começava seus treinos ou quando ficava falando (e fazendo) merda com os irmãos. Hoje havia sido um desses dias, Dan o levou para a mansão dos Gonzalez para que Joca e a prima pegassem o trem juntos, e ele quase perdeu o horário ao apostarem quem conseguia ficar mais tempo em um lago semi-congelado das proximidades, e isso se desenrolou em mais uma das briguinhas infantis dos irmãos Peixoto — com direito a guerra de bola de terra e chuveirada de capim-coçador.

Sorrindo com a lembrança, o moreno terminava de arrumar suas coisas — uma mala com as roupas e os halteres e livros, e todos os outros item para as aulas, reduzidos de tamanho —, logo se virando para a loira que dividia seu vagão. — Como está a saudade do friozinho e dos arabescos de ouro de Beaux? — A provocação lançada na direção da prima poderia ter mil respostas, incluindo resposta nenhuma, e foi feita apenas com o propósito de descontraí-la. Ele sabia que a prima sentia muito mais do que demonstrava. Se dirigindo em direção à porta do compartimento, ele abriu e se curvou. — Damas primeiro, minha bela. — Assim que ela saiu, o rapaz a seguiu jogando a mala nas costas e se dirigindo para o ar livre do lado de fora. Porém ao chegar no exterior do trem, a cena da recepção aos alunos não foi a esperada pelo marombeiro. Alunos corriam para tudo que era canto — check —, gritos poderiam ser feitos ouvidos — check… quer dizer, parecia que não eram de alegria, mas enfim —, e o som de várias vozes dominava o local — mais ou menos check, o que deveria ser conversas animadas entre amigos que se reencontravam soava mais como feitiços e xingamentos. A recepção aos alunos era um verdadeiro pandemônio, as Caiporas que deveriam dar as boas-vindas estavam, bem, enlouquecidas.

— Que zorra é essa? — Ele perguntou a ninguém em especial, logo puxando a varinha do bolso escondido e a empunhando. Tomando a dianteira, com o intuito de ser o alvo ao invés da prima, Jão torceu a destra no movimento específico para lançar um Estupefaça na cara de uma Caipora azarada. Andando para o meio da multidão, o moreno avistou um gurizinho sendo atacado, com um cuecão, por uma Caipora risonha, e sem pensar muito, o mais velho lançou um Impedimenta de forma a fazer o ser cair e se afastar do aluno. Isso lhe garantiu a atenção de uma, agora zangada, Caipora. Quando a criatura veio para o seu lado, o sulista tentou acertá-la com um feitiço atordoante, porém a mesma desviou e estalou os dedos, e sem saber o que esperar, o marombeiro se assustou um pouco ao ter suas vistas escurecidas. Em menos de um segundo um balde de metal havia caído em sua cabeça, impossibilitando-o ver, situação que só piorou quando sentiu o objeto vibrar e ser forçado a balançar, fazendo de sua cabeça um pêndulo de sino.

Com um movimento de varinha e um abafado murmuro do feitiço, o balde desapareceu e o Carlos pode então ver a figura avermelhada gargalhando de sua cara. Fazendo uma careta, o garoto mirou para a oponente e conjurou — se aproveitando da distração dela — um Junleum na mesma. Sem tempo para rir da cara do ser mágico — ele não era desses, mas ela merecia —, o Peixoto pulou mais a frente murmurando um Protego ao redor de si e outro ao redor de uma aluna que tinha uma Caipora fazendo um furdunço em seus cabelos cor de mel. Entre um pulo e outro, o ser se chocou com o escudo invisível e caiu no chão, sendo uma presa fácil para um Hypnus. Olhando ao redor, ele percebeu que havia perdido a localização da prima, e isso fez com que um sentimento amargo apertasse algo logo abaixo do seu peito. Nesse meio tempo de navegar a multidão com os olhos cor de chocolate em busca dela, o sextanista foi pego de surpresa quando uma Caipora agarrou sua mala e começou a puxá-la, e de reflexo o rapaz apontou a varinha para ela.

No entanto antes de qualquer feitiço escapar da ponta da lasca de Sequoia, o serzinho travesso conseguiu arrancar a mala de sua canhota e em um movimento rápido começou a espalhar os seus pertences para fora dela. Com um grunhido irritado, Joca lançou um combo de Inflatus e Expulso no atentado, e mesmo que o primeiro feitiço tenha errado, apenas o segundo serviu para lançar a criatura para longe. Com uma série de Accios, e um Reparo (só para ter certeza), o Gonzalez recuperou todos seus itens e os guardou novamente na mala. Olhando outra vez ao redor, o guri percebeu que o número de Caiporas soltas na Estação era muito grande, e se ele fosse tentar ajudar de um-em-um ele só terminaria no próximo ano. Dessa forma, com um floreio da mão direita, ele lançou um outro feitiço, que ele esperava ajudar no controle das criaturas. — Espantamus! Espantamus! Espantamus! — João Carlos sabia que o efeito da magia do era fraco, porém ele torcia para conseguir espantar as demoniazinhas por pelo menos um tempo. Ele precisava achar a Gio e os amigos e ter certeza que eles estavam bem.
 
dirty
paws Giovanna Ehrlich Gonzalez + Estação de CB + Irritado
João Miguel Portugal
TLC » Adulto
João Miguel Portugal
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Sex 24 Jan 2020 - 13:34
O… Desembarque

Por volta das 9h30 — de acordo vom meu irmão, já que que meu relógio estava com Rebecca em Monte Nevado — fui ao banheiro, pois sabia que estava chegando a nossa querida escola. Levei, comigo, minha bolsa com alguns dos meus pertences e meu uniforme. Troquei de roupa: tirei o short jeans e a meia-calça fio 70, coloquei a saia verde e a camisa de botões, coloquei as meias cano longo e voltei a colocar os coturnos. E, então, voltei ao meu acento, onde podia observar a paisagem da janela encantada.


Quando chegamos, no entanto, observei as pessoas pisarem no chão da Estação com uma expectativa que, aos poucos ia se quebrando, à medida que a gritaria e a correria começavam a atingi-los. E seus sorrisos ao saírem do trem iam se apagando ao poucos, esvaecendo-se no ar, quase como se não tivessem existido.


Não havia recepção calorosa na Estação — pelo menos não dos professores e dos funcionários de Castelobruxo.


Pequenas criaturas travessas gargalhavam por cima dos gritos dos alunos, que corriam, protegendo-se, azarando e lançando feitiços aqui e acolá, tentando manter suas roupas em seus devidos lugares enquanto, os mais novos, levavam cuecões e, até mesmo os mais velhos, não conseguiam manter suas roupas intactas.


Caiporas corriam e azaravam os escoteiros — alunos do 1º ao 4º ano — davam-lhe cuecões e rasgavam suas roupas, levantavam as saias, deixavam as meninas constrangidas. As criaturas jogavam objetos, e, pegando a varinha do bolso lateral da mochila, empunhei-a com a direita e apertei minhas coisas com a esquerda, engolindo o seco por um breve segundo antes de descer os degraus para a estação.


Era uma tremenda confusão ao meu redor, criaturas e alunos se misturavam, gritos e gargalhadas se misturavam e ecoavam pela estação, derrubavam e deixavam todos espantados com suas artimanhas.


Um ser se aproximou de mim, e eu torci o punho, e um raio vermelho saiu da varinha, em um Expelliarmus. A criatura avermelhada foi jogada para trás, desmaiando no meio do campo de batalha.


Não dera dez segundos, porém, e outras três criaturas me cercaram. Merda. Praguejei em minha mente.


Em um pensamento rápido — talvez não tão rápido assim — lancei um Protego, que, não rápido o suficiente, repeliu uma das três criaturinhas; as outras duas pularam em cima de mim, puxando meu cabelo, rasgando minhas roupas, abaixando minha saia. Praguejei novamente, enquanto soltava minhas coisas e as deixava no chão da Estação.


Depulso! gritei, vendo como a criaturinha da minha cabeça voava para longe.


A outra, no entanto, abria minha bagagem, rasgando e espalhando meus pertences, deixando-os a deriva. Rosnei de raiva, direcionando minha varinha em punho àquele serzinho arteiro e alterado. Lancei um Alarte Ascendare e o bichinho foi jogado para cima, caindo no instante seguinte, fazendo um baque alto e seco no chão e, antes que pudesse correr em minha direção novamente, torci o punho e um jato de ar atmosférico jogou a criaturinha para trás, com um Ferreous, desestabilizando-a novamente, e fazendo-a cair de bunda novamente.


Outras caiporas tentavam se aproximar de mim, pegar minhas coisas — minhas roupas e roupas íntimas estavam todas jogadas naquele piso sujo, sendo pisoteadas pelas crianças e criaturas que corriam pela Estação — mas eu não as deixaria, com uma série de feitiços para repeli-las e accios para pegar todas as minhas coisas — além de reparos para consertar o fecho da mala e da mochila — conseguir fechar e protege-los dos ataques das criaturinhas.


Precisava encontrar meus amigos, mas todos estavam em meu caminho. Uma caipora puxava e emaranhava os cabelos loiros e suaves de uma escoteira, que tinha o rosto avermelhado e uma expressão de puro desespero no rosto. Malditas criaturinhas, elas não podiam nos deixar em paz? Porra!


Estupefaça! gritei, apontando a varinha para aquele serzinho que estava a incomodando. Eu corri em sua direção, lançando um Protego a nossa volta, para eu ver se a garota tinha se machucado muito. — Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. — disse, com o olhar atento para quaisquer outras criaturas que pudessem aparecer. —Você vai ficar bem. Encontre um lugar para se esconder.


Um grupo de criaturinhas se aproximaram e eu apontei a varinha para eles, lançando um Impedimenta que provavelmente seria o suficiente para proteger a garota, por um tempo. As caiporas que se aproximavam foram jogadas para trás e eu gritei um “Corre!” alto o suficiente para a menina escutar por cima dos gritos e gargalhadas das caiporas.


Protegendo-me com feitiços que as repeliam, assustavam e confundiam, eu corri pela Estação, carregando minha mochila nas costas e arrastando minha mala, procurando meus amigos, meu irmão gêmeo — que havia perdido no meio da confusão — meu namorado e os professores, ajudando quem eu pudesse no caminho.


Confusão Desmbarque Escola | Castelobruxo Estação Florestal Castelobruxo


Lúcifer B. Farias
Lúcifer B. Farias
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Sáb 25 Jan 2020 - 13:49
Compras com ela
The truest wisdom is a resolute determination


O tempo de viagem já havia passado e meus colegar que se encontravam na mesma cabine informaram ''Estamos chegando Luci'' aquele aviso era o suficiente para mim, eu queria sair logo daquele cubículo e ir para a escola o quanto antes, sem falar que queria ver como Ayla se encontrava naquele instante. O trem parou na estação e todo mundo começou a descer e quando chegou a minha vez, percebi que estava acontecendo um alvoroço, as caiporas estavam doidas.

Saquei a varinha assim que pisei no solo tudo estava um alvoroço, caiporas estavam infernizando as crianças e eu deveria ajudar e também procurar pro Ayla - Enjaulius! - bradei apontando para um grupo de criaturinhas, visando enjaular elas para que o controle fosse mais eficaz, não queria fazer algo que matasse elas então era uma das alternativas.

Alguns passos foram o suficiente para encontrar Ayla, ela estava escabelada e parecia um tanto nervosa com a situação, sem falar que parecia que os bichos haviam me enxergado naquele exato momento, dois deles pulando em minha direção como desgraçados - Levicorpus! - apontei a varinha para um deles, no entanto o outro ainda me acertou e rasgou minha roupa, depois caindo a minha frente , reposicionei Ayla puxando-a para perto de mim e caminhando junto a ela para uma área protegida, tentando sair daquela loucura - Você ta bem amor? - questionei enquanto balançava a varinha mais uma vez - Aqua Eructo! - apontando o jato para as criaturas que ficavam a minha frente, talvez um banho frio acalmasse os ânimos delas por um momento.

- Hypnus!- lancei o feitiço em direção a um dos monstrinhos raivosos usando minha avaração, precisava agir rápido e se fosse com a varinha talvez não o fizesse a tempo, Ayla estava segura, só faltava saber de minha irmã e meu cunhado  então continuava olhando ao meu redor para ter certeza que eles estavam bem, não aceitaria que um dos dois se ferisse ou algo do tipo. Meu objetivo era chegar até alguma zona segura com a ruiva, e depois voltar para ajudar a controlar a situação o quanto antes,  eu tinha esse dever como sextanista.

Enquanto recuava me deparei com um aluno sofrendo nas mãos de uma Caipora, então girei o corpo e apontei a varinha para a mesma - Incarcerous! - correntes saíram da ponta da varinha, perseguindo a criatura para prendê-la, levei a mão até o braço do aluno e puxei-o para mim, fazendo com que se levantasse rapidamente e assim continuamos a recuar. Apliquei alguns Accio e Reparo em minhas coisas que caíram no caminho, e mantinha o meu foco em qualquer coisa que pudesse piorar,  ficando atento também nos adultos que poderiam chegar para ajudar a qualquer momento.





The truest wisdom is a resolute determination




Maria Fernanda Rayleigh
TLC » Adulta
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Qui 30 Jan 2020 - 13:46



CapitalMariaEstação8:30




Retour à l'école


A viagem não foi tão longa quanto eu esperava que fosse, logo já era hora de colocar o uniforme. Foram pouco mais de quarenta minutos de viagem, deu tempo para tirar um cochilo e me acostumar com a ideia de que estava em um lugar que poucas pessoas falavam... Alemão ou francês ou inglês... Suspirei.


Quando chegamos, a medida que os alunos saíam do trem e pisavam na Estação Florestal de Castelobruxo — a estação que recebia os alunos e funcionários do colégio — gargalhadas e gritos começavam a soar e ecoar pelo lugar, deixando os pelos do meu braço arrepiados e eu coloquei minha mochila a frente do meu corpo, segurando a alça da mala com força, enquanto caminhava em direção às portas.


O que vi do lado de fora me fez dar um passo atrás, no amontoado de alunos primeiranistas que se fizeram.


Pequenas criaturas peludas e avermelhadas corriam atrás dos alunos e os adultos tentavam controla-los. Qual era o nome que li em um dos livros, mesmo? Caiporas? Era isso?


As caiporas corriam e atacavam os alunos, arrancando a bagagem de suas mãos, abaixando as calças dos alunos e dando cuecões. As gargalhadas ecoavam pela floresta e deixavam meus ouvidos agoniados. Feitiços eram lançados para todos os lados, e tudo acontecia muito rápido para se observar com mais atenção.


Tirei a varinha do bolso lateral da minha mochila e a empunhei em minha mão direita, apertando o pedaço de madeira, assumindo a postura defensiva, apontando a varinha para o lado de fora do trem. Pisei na estação, fazendo os bichinhos focarem em mim, por alguns instantes. Precisava proteger as crianças — os alunos de onze anos que não sabiam nada de magia, não sabiam como se defender.


Uma coisinha peluda tentou atacar uma menina de cabelos castanhos e compridos que estava atrás de mim e eu soltei um risinho baixo. Pas aujourd'hui.¹ Falei, comigo mesma, enquanto apontava a varinha para o pequeno ser. Aqua Eructo! E com um movimento do graveto, um jato de água saiu da varinha, lançando o bichinho longe, fazendo-o focar em mim ao em vez da garotinha.


Ele veio em uma corrida transtornada, gargalhando como um ser psicótico e eu só tive tempo de desviá-lo com o braço, lançando o feitiço Bamboé, vendo a criaturinha se desestabilizar, perdendo velocidade enquanto andava em minha direção, lentamente. Arenofilus fiz outro movimento, e um jato de areia soterrou a criaturinha.


Ouvi um grito atrás de mim e eu gemi, olhando para trás e vendo duas alunas lutando com uma Caipora por suas coisas. Merde.² Pensei, enquanto corria para ajuda-las, com um movimento de varinha e uma pequena rajada de Glacius saía pela ponta do graveto mágico, congelando o ser de pelugem avermelhada, fazendo-o soltar a bagagem das jovens muito parecidas entre si.


Olhei para a confusão, alunos gritando, criaturas gargalhando, professores e funcionários tentando controlar tudo aquilo. Será que todos os dias em Castelobruxo eram assim? Descontrolados e...


Uma caipora se aproximou de mim com uma rapidez estupenda, rasgando minha mochila e derramando o que tinha dentro. Ela se aproximou da katana e eu meneei a cabeça, um riso sarcástico saiu dos meus lábios, e apontei a varinha para o serzinho e, com um movimento e o feitiço Vermillious, um jato de luz avermelhada saiu da minha varinha e a caipora caiu com a bunda no chão da estação.


Com um movimento rápido, peguei a katana pela bainha, segurando-a com força enquanto chutava outra criaturinha que tentava se aproximar. Era uma arma perigosa, não podia deixar nas mãos daquele ser traquina, ou de qualquer um que não soubesse usa-la. Enfiei-a em minha mala e consertei minha mochila com um Reparo, pendurando-a em minhas costas. Continuei assim, defendendo-me das criaturas e ajudando que precisasse, até que alguém conseguisse controla-los.



Traduções

¹ Hoje não.
² Malditos.




NC




Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Ter 4 Fev 2020 - 11:21

“Aonde fica a saída?", Perguntou Alice ao gato que ria.
”Depende”, respondeu o gato.
”De quê?”, replicou Alice;
”Depende de para onde você quer ir...”

No vagão do trem, jogada na poltrona acolchoada, a Pegoretti sorriu ao lembrar de tal citação do livro que segurava na mão depois de quase uma hora lendo depois que o assunto se encerrou entre as pessoas que ali estavam. Alice não sabia classificar aquele silêncio, não sabia se era ruim ou tranquilizador — visto que Nox havia parado na mesma cabine que ela junto com as meninas que encontrara na estação —, mas aproveitou para perder-se no mundo da leitura mais um pouco.

Encarando o desenho da capa do livro, que agora estava fechado, a Bissoli subitamente se lembrou de olhar as horas, e ao perceber a movimentação no corredor do trem, percebeu que já estavam mesmo quase chegando. Não tardou em guardar seu livro de volta na mochila e, com a mesma pendurada no ombro esquerdo, rumou ao banheiro do trem, voltando minutos depois com sua roupa trocada, agora vestindo o shortinho verde musgo e a blusa branca com uma espécie de capa de tecido fresquinho com um broche do C.A. que a indicava como membro e futura representante geral. Ai ai… pleno sábado e ela tendo que chegar já em tais vestes. Por que não havia ficado quieta e continuado como aluna normal sem meter-se nos grupos centro das atenções?

Mal havia se jogado de novo na poltrona da cabine quando sentiu um solavanco no trem e sorriu, permitindo-se espiar pela janela, podendo finalmente ver uma paisagem real que não lhe afetasse o cérebro. Haviam chegado em Castelobruxo finalmente. — Preparados ou não, chegamos. — dirigiu um sorriso para Helena e Emília enquanto bagunçava a cabeleira de Nox, logo seguindo para fora da cabine.

É, certamente não estavam nada preparados para o que aconteceu ali. Mal pisou fora do trem e maneou a cabeça de um lado ao outro procurando os rostos conhecidos que vinham em outras locomotivas quando percebeu a agitação nas matas mais próxima e, como muitos dos presentes, voltou sua atenção na direção do alvoroço a tempo de ver os seres miúdos correrem de encontro aos alunos. — Ferrou total! — foram as primeiras palavras que fugiram de sua boca segundos antes do ataque começar e seu cabelo um tom roxo escuro, completamente dominada pelo desespero.

Alice, que estava literalmente há apenas dois passos do trem ainda teve um tempo para pensar enquanto via os cuecões e bagunças de bagagem acontecerem. Sacou sua varinha do bolso lateral da mochila sem pensar duas vezes e esperou — mas não por muito tempo. —Flipendo! — foi o primeiro feitiço que lançou na direção de uma das Caiporinhas que correu em sua direção após dar um cuecão em.. ”Dora?!” Certamente teria tido uma crise de riso se não fosse o ser resistindo ao feitiço e partindo para cima dela ainda mais aloprado. — Ventus!! — conjurou com ainda mais precisão para enfim ver o ser cair para trás e dar tempo para que a Bissoli pensasse em algo para de fato conter o ataque que agora ia em direção à Nox que estava de costas já lutando com outra a “amiguinha”. — Immobilus! — lançou em direção a criatura para finalmente vê-la parar. Sabendo que à magia não duraria muito tempo, a quintanista manteve a varinha em posição e, maneando com a mão esquerda, lançou um Inflatus na Caipora.

Em um ato descuidado, Pegoretti se permitiu rir da criatura flutuando com os olhinhos arregalados e soube de imediato que estaria ferrada na mão daquele ser dali para frente. ”Tomara que à chave do armário fique comigo novamente!”, era tudo que conseguia pensar. Mas de repente seu riso cessou, estavam arrancando-lhe a bolsa?! Girou-se em seus calcanhares apressadamente e sentiu quando o mini ser pendurou-se em sua mochila e girou junto com ela, pegando impulso suficiente para arrancar a alça do ombro esquerdo da morena e derrubar sua varinha junto. — Filha da mãe! — falou desacreditada enquanto buscava sua varinha na grama alta e puxava de volta a mochila por uma das alças. Com ambos os objetos em mão, e percebeu a Caipora a rir-se e se preparar para rasgar.. — Não!! Mobilicorpus!! — fez a criaturinha flutuar próximo ao chão e, com a mochila agora aberta já pendurada no ombro direito, recuperou seu livro favorito — Alice no País das Maravilhas — antes que este fosse danificado pelo bicho maluco.  —Ninguém mexe com uma Alice. Inflatus! — bradou em direção ao ser, só percebendo o duplo sentido das palavras depois de ditas e abrindo um sorriso abobalhado.

Sorriso esse que acabou logo, pois nos cabelos agora avermelhados de raiva, Alice sentia algo à embolar-se em seus fios frisados. — Mas era só o que me faltava! — incrédula a menina balançou a cabeça e sacudiu os cabelos, mas sentiu os puxões da criatura a se segurar. Jogou então o cabelo para frente, maneando a cabeça para frente como se fosse abaixar para pegar algo no chão, e acabou soltando um resmungo com a dor do novo puxão causado pela criatura. Concentrando-se e fazendo seu cabelo crescer um pouco, Gorete agora conseguia enxergar a criatura e, após colocar o livro dentre os joelhos para que tivesse ambas as mãos livres, lançou na caipora um novo Immobilus para que conseguisse desembolar o ser — que devia ser o menor de todos —, de seus cabelos ruivos naturais por livre e espontâneas pressão.

Caipora ao chão e cabelos sem peso, Alice voltou a endireitar-se, descabelada, enquanto observava a loucura ser controlada por alunos e funcionários. — Que bela recepção! — comentou para o nada enquanto prendia o cabelo desgrenhado em um coque no alto da cabeça, observando o fim do episódio e preparando-se para caminhar até o castelo. Mais uma vez lembrou-se do trecho do livro e perguntou-se se teria alguma saída para não ficar naquela confusão. Entretanto, havia acabado de chegar nos terrenos do castelo, estava decidida em cursar os próximos 3 anos não obrigatórios de estudo, não tinha para onde fugir. Suspirando, seguiu o fluxo rumo à escola. Primeiro o ataque nas Galerias, agora isso.. realmente, 2020 estava chegando com tudo.

--------- x ---------
Inspiração para o uniforme.
salve-se
quem
puder

COM
Caiporinhas alopradas
ONDE
Estação de CB
OBS
Não mexa com uma Alice!
››MONTY‹‹



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Qui 6 Fev 2020 - 22:52
De volta ao castelo
Trem + Desembarque + CasteloBruxo
Emília agradeceu as entidades da floresta por ter um assento acolchoado para cair, pois suas pernas estavam bambas.  Tentou disfarçar o semblante pasmo e respirar.
Durante os dez primeiros minutos as conversas surgiram, mas, a Martinez estava no modo piloto automático acenava e sorria, quando alguma coisa era direcionada a ela esforçava para responder.
Por sorte, logo, o grupo resolveu focar em suas próprias coisas. Alice estava entretida nos livros, Nox tentava engrenar alguma cantada com a Helena e esta, por sua vez, sabia se defender bem, pois parecia que nenhuma estava colocado com a pessoa mais inteligente de CasteloBruxo.
A Alcaide é a pessoa favorita da Martinez e além de tudo é um dicionário ambulante. Assim que tivesse uma oportunidade de perguntar o que ocorreu com a Emí não deixaria passar nada. A ela a cara de legume não enganava.
Emília, entretanto, não se mostrava capaz de conversar ou mover-se. Os olhos focavam-se no borrado da paisagem e enquanto olhava para elas as palavras de Justina rebobinavam em sua mente.

********

Às dez horas em ponto, os freios fizeram um barulho estridente anunciando que o trem parara na estação florestal de CasteloBruxo. A Martinez, então, saiu do transe que estava pegou os seus pertences jogando uma das mochilas nas costas e outra em sua mão direita se dirigindo para o ar livre e, quase sagrado, que rodeava à escola. Porém, ao chegar no exterior do trem,  a recepção não foi a habitual. Como Emília estava aérea andava a passos lentos e reparou na correria dos demais alunos somente quando pisou fora do transporte.
Tiro, porrada e bomba... Ops, quer dizer feitiços, gritos, correria e filhotes de Caipora enlouquecidos, piores que os Diabretes da Cornualha.
— La puta Madre... Que despelote! — Os xingamentos saíram da boca de Emília como nunca antes, parecia que aquele caos de Caiporas atacando a todos combinava com a sua própria confusão mental.
As mãos procuraram a varinha nas vestes do uniforme e ao ver aquele pandemônio de anões de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes atacando todos os alunos de CB.
Por que as Caiporas estavam atacando?
Eles são protetores das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte, mas, naquela ocasião em particular ninguém estava fazendo nada daquilo, então, por quê? Era um teste?
A menina decidiu não atacar apenas se defender para chegar ao interior do castelo.
— MOBILIARBUS — a goleira disparou apontando para as árvores. Na cabeça de Emília, árvores mexendo-se seriam uma boa distração para as demôniazinhas protetoras da floresta.  
— ENJAULIUS — Disse a menina apontando a varinha para uma das Caiporas que escaparam da pequena quantidade de árvores que ela conseguiu mover. Emília movia-se com cuidado e agilidade entre as árvores que se remexiam. Os gritos dos alunos eram altos e pareciam que não iam sobreviver ao ataque das Caiporas. Emília tentava olhar ao redor para reconhecer os colegas, porém, sem sucesso. Todos estavam envoltos em confusão de feitiços aqui e acolá. Uma Caipora desgovernada veio em minha direção e apontei para um conjunto de pedras próximo. — WINGARDIUM LEVIOSA — Para fazer as pedras levitarem e em seguida disse: — AVIFORS — fazendo os objetos serem transfigurados em pássaros que saíram em conjunto pela estação e pararam em cima da cabeça da Caipora.
— Chega disso. —gritou irritada e soprando os próprios cabelos que a essa altura já estavam desgrenhados  — ACCIO VASSOURA — Diz lançando o feitiço convocatório. A Martinez aguardou a chegada da sua amiga veloz e assim que a mesma parou a sua frente agarrou-a forte e montou dando um impulso com os pés. As Caiporinhas eram demônios em terra firme, no ar, Emília esperava ter uma vantagem.
A goleira fez uma manobra no ar, ela agia melhor no ar que em terra firme. Estava buscando a sua melhor amiga. Deu algumas voltas até encontrar a menina de longos cabelos cor de ferrugem, o que a distinguia de todos.
Inclinou o corpo na vassoura e apontou-a para baixo Indo em direção à Helena. — Vem, Len. Pega minha mão aqui — Disse a Martinez tentando chamar à atenção da melhor amiga. Depois de um instante indeciso pela parte de Helena e impaciente por parte de Emilia a outra subiu na vassoura.
Emília conduzia a vassoura tentando escapar dos feitiços que ricocheteavam no topo das árvores.
— Segure-se, mocinha. — Disse ganhando mais velocidade em cima da vassoura na esperança de chegar o mais rápido possível na entrada da escola.

Martinez e Alcaide + Caiporas emdiabradas  
by emme


(Espero que ainda possa ser considerado o post. Se não, desembarquei de qualquer jeito.)
Verônica Dourado
TLC » Adulta
Verônica Dourado
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Diretora de Castelobruxo
Dom 9 Fev 2020 - 12:40



CAIPORAS MALUCAS
Começamos bem

Verônica sempre foi uma mulher de segundas impressões, de fato. Das coisas mais simples as mais complicadas, sempre odiou primeiras vezes. Primeiro dia de aula em cada ano, primeiro namorico, primeiro beijo, primeiro contato com os bullys, enfim, primeiras vezes são péssimas. Okay, tudo bem, ela prometeu a si mesma que tentaria trabalhar tudo isso internamente, após o falecimento de sua avó, porque queria ser bem vista quando assumisse seu antigo cargo; até aceitou uma entrevista na revista de uma das professoras da nova equipe, na tentativa de passar a impressão de poder e empoderamento aos leitores, mas não deu muito certo.  

Seus últimos dias em Castelobruxo, no entanto, foram muito bons. Conheceu e assinou os contratos dos membros da nova equipe, assim como renovou os de alguns veteranos na escola. Essa segunda parte não foi muito agradável, admitia toda vez que tinha a chance. Honestamente, para ela, foi um grande alívio receber tantas cartas de dispensa quando foi nominada nova diretora do castelo. Primeiro, porque não queria ser julgada pelos funcionários mais antigos caso a qualidade de meu trabalho não se equiparasse a de minha avó; segundo que, uma nova direção requer novos funcionários, certo? Uma repaginação completa no ambiente.

Acontece que alguns dos antigos funcionários resolveram, ainda que fosse contra sua vontade — Rô, obviamente, não deixa isso explícito pois não precisa de mais mídia em cima do meu trabalho —, se manter presentes. Ela, como boa diretora, os aceitou de braços abertos. Pff, quem queria enganar? Aquela ruma de múmia só servia para a julgar com os olhares quando passava pelos corredores. Seu desgosto perante a presença da nova Dourado era quase palpável, mas fazer o que? Aliás, tem uma coisa que podia fazer: comprar um colete a prova de balas, pois já estava cansada de ser fuzilada com olhares onde quer que fosse.

Estava sentada em sua sala, esperando o primeiro sinal de movimento nos corredores da escola para ir até o saguão principal, onde ocorreria a conhecida cerimônia de boas vindas. Com o coração palpitando de nervoso, saltou da cadeira quando a porta foi escancarada pela minúscula figura de uma criança trajando o que seria o uniforme da escola. Seria um, se não estivesse tão destruído. Com os olhos esbugalhados, claramente apavorado, o aluno explicou o que havia acontecido. — Aquelas pragas! — Disse, entredentes. Logo em seu primeiro dia uma cambada de caipora resolvem se rebelar, ótimo. — Fique aqui, querido. Procure os outros primeiranistas e diga-os para se reunir no saguão principal. — Pediu ao garotinho assustado e logo em seguida se levantou para pegar uma mochila negra em um dos armários e saiu, rumando a estação para dar um jeito naquelas criaturinhas.

(...)

Ao longe, a diretora já podia ver a movimentação e ouvir os gritos desesperados de alunos, tal como ver algumas fagulhas e luzes provavelmente provenientes das varinhas de professores e alunos presentes. Suficientemente próxima, sacou sua própria varinha do bolso de seu longo vestido e a balançou no ar, como se aquela ação fosse lhe trazer alguma resposta do que fazer. A gritaria das crianças parecia estar lhe queimando todos os neurônios. Após respirar fundo algumas vezes, colocou a mochila no chão e a abriu. O cheiro forte de fumo invadiu suas narinas e chamou a atenção, para si, das caiporas mais próximas.

Com um leve movimento de varinha, sem dizer uma palavra sequer, o conteúdo da mochila flutuou para fora, descrevendo círculos no ar e dançando com o vento. O fumo flutuou, comandado pelos movimentos de varinha e mãos da diretora, por toda a estação, de ponta a ponta, o que chamou a atenção das criaturinhas endiabradas e fez com que elas largassem os alunos e professores na estação. Aos poucos, a confusão diminuiu, e as caiporas agarradas ao fumo foram carregadas, por este, para algum lugar na floresta atrás do trem. — Meus queridos. — Disse, e tocou ajeitou a capa de um segundanista próximo assim, ao conjurar o feitiço reparo, em seu uniforme, de forma não verbal. — Desculpem o inconveniente. Fazia anos que as caiporas não ficavam tão afoitas. Queiram me seguir até o castelo para darmos um jeito em vocês. — Sorriu, desconcertada e recolheu a mochila negra do solo. — Ah, e obrigada Tomás. — Tocou o ombro do professor e sinalizou com o pescoço para que ele a seguisse de volta para o castelo.

Postagem autorizada pela ADM.

» loola «
Iemanjá
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Iemanjá
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Dom 9 Fev 2020 - 14:09
CAIPORAS MALUCAS - CHEGADA 2020
The Last Castle RPG



Depois de muita gritaria, confusão e muitas roupas rasgadas, a nova diretora da escola, finalmente, chegou à estação para dar um fim a loucura das caiporas. Bastou uma mochila cheia com alguns quilos de fumo e um feitiço de flutuação para chamar atenção das criaturinhas e guia-las de volta para dentro da floresta. Com uma chegada como essa, pode-se dizer que o ano promete.

POST FECHADO


Distribuição dos Pontos:
TLC.RPG
XIII
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Seg 8 Jun 2020 - 19:13

no need to say good bye

No primeiro dia do mês de julho oficialmente se findava mais um semestre letivo em Castelobruxo, gerando uma pequena correria para organizar todas as malas e pertences na noite anterior. A confusão começava após o horário de janta onde uma das oito meninas do alojamento lembrava de alguma coisa que havia ficado de fora das bagagens, e essa lembrança fazia as outras sete questionarem o que mais poderiam ter deixado para trás. E com a ideia de deixar coisas para trás, Lorena deitou a cabeça sobre o travesseiro macio de sua cama pela última vez naquele semestre, pensando que pela primeira vez não sentiria falta dele. Sem quarto branco nessas férias, pois o pai tinha planejado uma viagem familiar para a ilha de Fernando de Noronha e todos os Bedoya estavam convidados. Na presença dos outros e longe de Buenos Aires, estava otimista com a ideia de finalmente ter um período de recesso normal, como qualquer jovem de sua idade. Nem por isso fora fácil dormir aquela noite. Estava deixando tudo para trás, mas avaliando o "tudo", era coisa demais para alguém de apenas dezesseis anos.

Se tivesse que resumir aquela primeira parte do ano em poucas palavras, seriam elas: morte, fantasma, fuga, beijos e encrenca. Das cinco, somente duas eram consideradas típicas para um adolescente. O fato de ter invadido uma cena de crime através de uma lesão feia em um pobre Saci, associada a ideia de quase morte, seguida do toque no corpo que jazia largado no meio da clareira como se fosse um ninguém, tudo aquilo por si só já era demais. Para piorar, ela e o clube dos doze tiveram que lidar com as descobertas feitas a partir da invasão, e os desdobramentos não foram fáceis, tampouco simples. Invadira a sala da diretora, mentira para uma professora, mostrara seu dom para pessoas que estava fadada a confiar por não haver outra opção agora que estavam correndo riscos. Aliás, a expulsão da escola era o menor deles. A cereja do bolo havia sido a fuga de Arón, de uma hora para a outra, deixando-a ainda mais confusa, o que a teria desestruturado se não fosse a meditação, os primos e a ideia de que um abandono não poderia e não faria mais estrago do que todas as outras coisas que havia vivido. Ah, e tiveram os momentos agradáveis como os sete minutos no céu, as reuniões dos Bedoya, a Liebe fedendo a estrume de Jaquins... nesses momentos ela até esquecia dos aurores e das partes atípicas.

Despertou naquela manhã com sede de férias muito alucinadas e que fossem típicas de adolescentes. Na verdade, fora despertada por Cecília, que queria garantir que tudo estava seguindo os conformes para nossa partida. As oito horas, estavam com os estômagos devidamente forrados. As oito horas e trinta minutos, já estavam em Ybirá novamente para uma última análise de suas bagagens. As nove horas em ponto estavam no ponto de encontro na árvore onde, em quinze minutos, as charretes os levariam para a Estação Florestal. As nove horas e quinze minutos estavam com as bagagens nas charretes, assim como já haviam se divido em grupos para que todos coubessem. Cecília a milhão organizando tudo, enquanto Lorena apenas observava e tentava não bocejar. O trajeto todo fora sonolento, mas ao chegar na estação, algo dentro dela despertou. Em algumas horas estariam na casa provisória onde se organizariam de fato para irem para suas tão desejadas férias, longe de todo e qualquer encrenca que tivessem se metido naquele ano, especialmente Lorena, Mavis e Matteo.

O grupo embarcou no trem e achou um vagão, e então, exatamente as dez horas, o trem partiu. O trajeto fora uma mistura de conversas no início, que se seguiram até Porto Belo, e então depois todo mundo tirou um momentinho para soneca extra. Foram acordados com o apito do trem quando chegaram a Monte Nevado, local que abrigava sua moradia temporária no Brasil agora que o pai de Lora trabalhava no hospital da capital bruxa, e não mais no hospital regional argentino. Todos desceram do trem, despedindo-se dos que não veriam até o fim das férias. Lorena puxou Paola e Mogli para junto dela, afinal, as duas passariam as férias com os Bedoya. Mogli por ser uma grande fã da natureza certamente merecia conhecer a ilha cuja fauna e flora costumam ser tão bem preservadas, e Paola por ser a mais nova amiga/peguete de Polo. Deixaram a estação para trás, indo de encontro com a animada Roberta que os aguardava cheia de abraços calorosos.

you'll come back
when they call you
no need to say good bye




she remembered who she was and the game changed.


Matteo Bedoya Agüero
COMASUL » Funcionário da seção 1
Matteo Bedoya Agüero
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COMASUL: Assistente do Gabinete Presidencial
Qua 10 Jun 2020 - 0:34
Bye, bye CB

« see u again soon »
Finalmente as férias. Meu corpo e principalmente minha mente pediam por isso. Estávamos na metade do ano letivo e várias coisas haviam acontecido. Brigas, confusões, discussões, morte, términos, começos e recomeços. Muita coisa rolou nesse meio tempo e eu ainda tentava processar todas aquelas informações e fazer algo de útil com elas além de surtar como eu fazia antes. Minha mãe se orgulharia do filho que voltaria para casa, isso, claro, se ela estivesse em casa para nos ver. Eu já havia recebido uma carta da tia Roberta dizendo que minha mãe iria fazer alguma viagem a trabalho. Eu tinha tantas coisas para dizer a ela, tantas conquistas para compartilhar, mas como sempre ficariam para depois. Eu tentaria ser compreensivo dessa vez, diferente do Matteo de antigamente que faria disso mais um drama familiar. Eu prometi que mudaria, então eu iria tentar não reclamar disso com ninguém, sequer com Mavis, que era com quem eu compartilhava tudo no momento.

Eu estava parado com minhas malas próximo aos meus familiares e ouvia a conversa deles sem me atentar muito. Mexi em meu celular para distrair-me enquanto as charretes não se aproximavam e vi a última mensagem que havia enviado ao Timothée. Eu esperava de fato que ele estivesse bem, pois ainda nutria um sentimento muito bom por ele. Não queria que as coisas tivessem terminado do jeito que terminou, especialmente quando ele foi parte crucial de toda boa mudança que ocorreu em minha vida e na minha personalidade. Foi no dia que eu virei estagiário do jornal que eu o pedi em namoro e alguns dias depois de descobri que tínhamos o mesmo dom que rompemos nosso relacionamento. Eu me preocupava com a saúde mental dele e não queria abandoná-lo, mas não posso forçar estar na presença. Mas às vezes confesso que me pego pensando se Timothée teria com quem dividir a dor de seu peito cansado. Fora isso havia também a partida de Arón sem que eu sequer pudesse me despedir e me desculpar devidamente. Nós começamos o ano brigando e trocando socos, e eu só queria a oportunidade de me desculpar e tentar recomeçar nossa relação de alguma forma. Coincidemente ou não, Arón e Timothée eram parentes. E ambos partiram abruptamente.

Finalmente embarcamos no trem e ele partiu no horário correto como sempre. A nossa viagem foi tranquila, muito diferente da viagem de ida ao castelo que eu não gostava sequer de lembrar. Eu tentava não parecer tão distante e reflexivo, mas na verdade eu tentava me controlar para não deixar meu dom estragar as coisas como sempre. As férias com todos reunidos poderia ser bom e ruim ao mesmo tempo, porém eu preferia ver as coisas mais pelo lado bom, principalmente agora que todos os presentes já sabiam sobre meu dom. Talvez meus familiares pudessem me ajudar de alguma forma com isso, eu espero. Parei de pensar sobre as férias e decidi cochilar como a maioria havia feito, acordando somente quando o trem já havia chegado na estação. Bocejei e me arrumei para descer junto com os outros. Nos despedimos de algumas pessoas e fomos em direção a nossa tia que estava parada no meio da estação como se não fosse uma figura pública altamente reconhecida. Em breve ela estaria rodeada de fãs, mas antes que isso pudesse acontecer, nos apressamos e fomos ao seu encontro, as duas Marias na frente prontas para abraçá-la e o resto de nós logo atrás. Coloquei meu óculos escuros e abracei minha tia tentando esconder o quanto estava chateado por não estar sendo recepcionado pela minha mãe.

And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it


that's life
Each time I find myself layin' flat on my face, I just pick myself up and get back in the race. That's life!
Álvaro F. N. Brandão
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Qui 11 Jun 2020 - 23:26
Capítulo 7 (Parte Um: Final) | Lua de Cristal

Na manhã que deveria retornar para sua casa, Álvaro seguiu sua mesma rotina diária. Acordou às sete da manhã, tempo suficiente para acabar de arrumar as malas e seguir para o café da manhã. Especialmente naquela manhã, o rapaz tratou de escrever alguns bilhetes para duas pessoas que desejava dizer algumas coisas. Não sabia ao certo o motivo pelo qual seu coração desejava dizer tais coisas, mas não contrariava o que sua intuição dizia para fazer. Quando tomou o último gole da xícara de café, Álvaro permaneceu na mesa e rabisco as palavras numa folha de papel reciclável da Borrão de Tinta.

"Paullinha,

Vou deixar Castelobruxo com o coração apertado, gostaria de poder te levar comigo. Sei que a vida não está fácil para você, mas eu te garanto que vou manter contato com você. Tente ter calma (algo que eu tento ter também), respira fundo quando parecer que as coisas estão afundando. Para mim você é a Rose, você vai sobreviver ao fim desse naufrágio. Eu te amo, bichinha. Se cuida, pois a sua vida merece isso."


Álvaro assinou o nome abaixo da mensagem, dobrou o papel e colocou de lado. O segundo bilhete ele sabia que deveria escrever, no entanto, as palavras não lhe estavam ajudando naquele momento. Aquela pessoa trazia para ele um misto de sensações que sua compreensão sentia dificuldade em entender. O jovem apenas deixou-se levar pelo coração.

"Lorenzo,

Eu espero que seu primeiro momento não tenha sido tão decepcionante quanto parece ter sido. Há tanto mais para descobrir nessa escola, ela é bela e poética. Gostaria que pudesse ver isso. Não agora, mas no seu tempo. Descobri que somos tão diferentes, no entanto, ainda conseguimos ter uma relação boa. Espero te ver depois das férias, vou tentar entender o que significam todos esses sentimentos conturbados entre nós."


O baiano assinou o nome, finalizando com um beijo e um coração minúsculo. Não sabia ao certo o que estava fazendo, contudo, fez. E faria de novo. Encontrou Monique, sua colega, entregando o bilhete que seria endereçado para Paullinha. Seria mais fácil que ela conseguisse encontrar a garota. O bilhete destinado a Lorenzo, Álvaro quando no bolso da calça jeans.

Quando retornou ao quarto, o menino não encontro Lorenzo. Suas malas estavam ali, mas o rapaz não. O baiano foi até a mala preta de Lorenzo e deixou o bilhetinho amarrado num chaveiro do zíper. Quando o relógio marca as nove da manhã, Álvaro passou seu batom rosa nos lábios, bem como, uma leve camada de sombra da mesma cor. Após uma fina linha escura de delineador, o menino estava pronto. Deu uma boa olhada em sua cama e na janela acima dela, um riso leve lhe tomou os lábios. O rapaz pegou as duas malas de rodinhas e saiu puxando para fora do alojamento.

O sol não estava forte como de costume, o inverno estava reinando. Ainda assim, haviam belos raios fracos de sol naquele dia. Álvaro saudou a natureza, sua existência devia ser reverenciada em toda a sua totalidade. Conforme seguia seu caminho para a estação de trem, o baiano cantava ao sentir a brisa do vento em seu rosto:

- Tudo pode ser, se quiser, será. Sonhos sempre vem pra quem sonhar. Tudo pode ser, só basta acreditar, tudo que tiver que ser será. - Podia não ser exatamente um cantor, estava mais para dançarino, no entanto, sua voz era afinada e agradável.

Uma vez na estação de trem, o menino passou a observar tudo ao seu redor. A música ainda tocava em sua cabeça, era como se ela não parasse. Álvaro foi anotando mentalmente cada pedacinho do lugar. Desde a natureza até as construções arquitetônicas dispostas nos arredores. Boa parte da sua vida havia sido escrita ali, ao menos os últimos seis anos, tempos suficiente para que tanta mudança tivesse ocorrido. Enquanto muitos se despediram e trocavam palavras carinhosas, Álvaro seguiu sua música um pouco só. Ainda assim, havia um sorriso estampado em sua face.

Perto da hora do trem partir, eis que o baiano avistou Emília há poucos metros de distância. Resolveu se despedir dela, precisava se despedir de alguém e não quebrar o protocolo. Aproximou-se com seus passos serelepes, depositando um beijo estalado no rosto da garota. Ao fazer isso, o garoto disse:

- Boa viagem, amorzinho. Se cuide nas férias, aproveite o máximo. E quando a gente voltar, eu beijo o outro lado do rosto, visse?! - Uma marca do batom rosa havia ficado no rosto de Emília.

Após um breve e curto diálogo de despedida, Álvaro se afastou da menina e caminhou para a entrada da locomotiva. Pouco antes de cruzar para dentro do meio de transporte, o baiano sentiu um forte aperto no coração. Ele não sabia dizer o que era, mas era uma sensação estranha e pesarosa. Álvaro respirou fundo, dando uma última olhada para a propriedade, já sentado num assento perto da janela. O trem partiu lentamente e, em seus pensamentos interno, o menino divagou.

- Tudo que tiver de ser, será. - Ele recitou para si mesmo, embora o aperto no peito lhe incomodasse.

Apesar de não entender o que estava acontecendo, Álvaro apenas se permitiu sentir a alegria de uma fase que estava se encerrando. A alegria, mesmo com tantas perdas, fazia parte da essência de quem ele era. Ainda que não fosse capaz de compreender a dor no coração e o pesar, o jovem estava feliz. Feliz como deveria ser. A vida gostava de quem gostava dela. A vida devia ser vivida, assim como diria sua maior saudade: Dona Aninha.



━ ℵ


Tema Musical:



ÁLVARO NUCCI


「R」
Ipupiara
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Ipupiara
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Seg 15 Jun 2020 - 22:41
atualização
interações saindo para as férias de julho finalizadas

cuidado por onde nada
⚓


Lorena, Matteo e Álvaro ganham PPH por participação. Quem não postou saindo de CB, não pode postar mais, já sendo considerado fora da escola automaticamente.
Ipupiara
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Ipupiara
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Seg 15 Jun 2020 - 23:23
Chegada para o Festival da Caipora - julho de 2020
The Last Castle RPG


24 de julho de 2020, 14h00.

Naquela tarde, chegavam na Estação Florestal Amazônica os trens vindos das outras estações florestais brasileiras, todos ao mesmo tempo às 14h, como de costume. Também conhecida como Estação Florestal de Castelobruxo, por estar situada nos terrenos da escola, dava passagem a trilha que leva diretamente ao castelo e outras áreas da escola, porém, devido aos acontecimentos recentes, desta vez qualquer caminho conhecido para o Castelo, Ybirá, Clareira ou qualquer outra localidade que não fosse a Lagoa dos Cascalhos e a Aldeia Tekoa Kuahary estavam completamente bloqueados por plantas mágicas, formando paredes atrás de paredes de proteção viva, além das criaturas vigilantes (como Jaquins e Caiporas) e Aurores que cercavam a Estação, vigiavam e guiavam todos que desembarcavam para o Festival das Caiporas.

Atravessando a lagoa por uma ponte de pedra, os participantes iam chegando na entrada da Aldeia, onde uma enorme tenda de madeira sem teto e com bandeirolas coloridas penduradas junto de pequenos ramos de ervas e garrafas de vidro com líquido transparente os esperava. Ali, uma das senhoras ajudantes da organização fazia o cadastro de todos que chegavam, cobrando as devidas taxas quando necessário. Cassandra, a senhora recepcionista, usava roupas de pano colorido e bem volumosos, que mexiam-se levemente com um simples girar de calcanhares, enquanto a luz do sol era refletida o tempo todo ao bater em seus braceletes e brincos reluzentes. Um música animada tocava baixinho e a bruxa de descendência Cigana dava as boas-vindas e desejava boa sorte aos participantes, enquanto um apanhado de Aurores junto com seguranças da Tribo revistavam os pertences dos participantes com feitiços e rituais detectores.

Após adentrar a aldeia, os participantes estariam livres para explorar a Aldeia e participar das rodas de conversa, contação de historia e trilhas de exploração, organizadas e guiadas pela própria Tribo nativa.

TAXA DE ENTRADA:
Informações do festival:

DIVIRTAM-SE!!
XIII


Última edição por Ipupiara em Qua 17 Jun 2020 - 11:28, editado 3 vez(es)
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Ter 16 Jun 2020 - 2:51
Festival das caiporas
As férias haviam sido tão gloriosas que Lorena considerou uma lástima perder os últimos instantes na praia, rodeada pelos primos e pelas pessoas divertidas que conheceram por lá. A ausência de supervisão deixara-os tão livres e libertinos que a ideia de voltar para casa e para a escola com suas diversas regrinhas seria potencialmente problemático, mas assim que Roberta mandou uma mensagem lembrando os jovens arteiros de que o festival das caiporas estava se aproximando, foi unânime a decisão por voltar a Monte Nevado. O fizeram no dia vinte e três, uma quinta feira, dando assim pouco tempo para que Bartolomeu quisesse usar o quarto branco ou a própria Roberta quisesse brincar de ser a melhor Bedoya de todos os tempos e os metessem em alguma confusão. Lora amava as maluquices da mãe, mas sabia que depois de toda a diversão precisaria lidar com a insatisfação do pai por terem agido como adolescentes - a mãe inclusa, e em como esse tempo brincando de família feliz com os seus primos poderia causar a ela e a Cecí sérios problemas de exposição excessiva, seja do dom, seja da ausência dele, o que nem sequer fazia sentido, mas ninguém questionava Bartô sabendo que o quarto estava ali, esperando por novas vítimas, por novas almas agoniadas sequestradas dentro da própria casa. Assim, com apenas um dia em companhia do casal, pareceu mais fácil aceitar o fim das férias e o início do período onde a vida real voltava aos eixos. Teriam o festival no fim de semana e então mais uma semana para se adaptarem a rotina e ouvirem os extensos e entediantes planos do pai para o próximo semestre. Como se elas seguissem algum. Bem, a antiga Cecília seguiria, mas agora até ela estava insatisfeita em ser o fantoche do pai.

Ao adentrar a porta da casa que os pais estavam alugando agora que o patriarca havia conseguido um trabalho no hospital da capital, todos foram recebidos por um dos elfos da banda de Bebeta, que estava ensaiando para uma apresentação onde iria lançar as músicas do seu novo projeto. — Ok, fujam para seus quartos enquanto há tempo. Nós — apontou para Cecília e para si — não podemos escapar. Mas vocês... — Ela sequer precisou terminar a frase antes de ver os primos se dispersando pela casa animados com a ideia de não precisarem enfrentar toda a euforia da mãe das gêmeas ao notar as filhas em casa ou o ar de reprovação do pai ao dizer que haviam exagerado no bronzeado. Fora um dia com esse intuito, aproveitar a família com toda a boa vontade com que os adolescentes fazem isso, e claro, ouvir todas as recomendações de como se portar no dia seguinte, visto que era um festival importante onde muitas figuras conhecidas se fariam presentes. As gêmeas precisavam fazer bem o papel de boas e inteligentes bruxas, ou como ficaria a imagem dos Fialho? Pois é claro que ao mesmo tempo em que o homem dizia sobre a importância da imagem preservada, Roberta falava sobre aproveitar cada atividade, apreciar os rapazes ou o que quer que as Marías gostassem, e não serem pegas vomitando, pois elas ainda não tinham idade para aquilo.

Depois de uma verdadeira palestra, ambas as garotas foram liberadas. Lorena correu para o quarto e começou a revirar as malas, desfazendo-as às pressas para que pudesse escolher os looks que levaria para o fim de semana estendido que teriam na tribo do sol. Precisava de roupas chamativas, de preferência esvoaçantes, para fazer jus ao que ano após ano era feito naquele festival. Além disso, teve o cuidado de não levar nada que pudesse ter sido retirado de criaturas ou animais, como era o caso de qualquer material de couro que não fosse sintético ou que não parecesse, ao menos. Ninguém quer brincar de irritar as protetoras da natureza justamente em seu festival, e após um semestre inteiro interagindo com Mogli, havia aprendido algumas coisas. Todos são ignorantes com aquilo que não tem oportunidade de aprender – ou que fecham os olhos por ser mais prático, mas desde o momento em que tiveram contato maior com a mãe natureza, como a amiga e criatura costumava dizer, estava mais do que nítida a relevância do evento em si e dos cuidados que teriam para, no fim do festival, presentear as caiporas, criaturas sempre tão preocupadas com as vidas mágicas, seja na fauna ou flora. Vestiu várias peças e teve a ajuda dos primos que também estavam caçando as vestes adequadas, e então terminaram o dia na companhia agradável e nada forçada do casal dono da casa.

Acordar cedo não era exatamente uma das partes favoritas da morena, especialmente depois de tantas noites viradas a base de bebidas e de festança com pessoas que ela esperava sequer ver novamente. Naquele dia, no entanto, acordara com disposição. Sendo filhas de uma cantora famosa, é claro que as gêmeas já estavam acostumadas com festivais, e Lora em especial era completamente apaixonada por eles. Até poliu a varinha para o tempo passar mais rápido. Junto dos primos, todos munidos de mochilas abarrotadas de roupas e itens como as varinhas, produtos de higiene e maquiagem, os primos foram levados até a estação situada em Monte Nevado, onde sequer precisaram se despedir, pois nenhum dos adultos havia tido o trabalho de levá-los até lá. ”Ótimo, menos uma cena”, pensou ela, batendo palminhas de forma animada enquanto aguardava a chegada do trem. A plataforma lateral ficava cada vez mais cheia de jovens e adultos, todos bem trajados, um verdadeiro indicativo de que estavam indo para o mesmo lugar. Como quem tem uma ideia brilhante, Lora virou-se para os primos e os lembrou do detalhe mais importante de todos: — Mais uns dias sem supervisão do meu pai, gente. Dá pra acreditar? — Ela sequer se esforçava para parecer menos animada. Se pudesse, estaria dando pulinhos de pura empolgação. E os deu quando dentro do trem, em um vagão cujas cortinas foram fechadas e somente os primos a podiam ver.

A chegada na estação florestal de Castelobruxo fora um susto. Nem havia percebido o tempo voar no meio das conversas sobre momentos das férias e planos de pessoas que veriam no festival. Ao descerem, piorou. Aurores estavam por todos os lados e fora impossível não dar uma rápida olhada para Matteo e Mavis que estavam lado a lado, provavelmente absorvendo a informação assim como ela. Cecília parecia alheia, ainda bem, pois seria um problema a mais se ela percebesse que a presença dos nobres defensores da sociedade bruxa virara um problema para os primos. Durante o tempo em que estiveram curtindo as férias lembrara poucas vezes de Beatriz e de todo o ocorrido, de forma que voltar para perto do castelo e ver que estavam sendo observados de forma a protegê-los do assassino só fazia lembrar que havia algum, com o objeto reluzente em uma mão e a varinha na outra. Ela podia rever a cena sempre que piscava os olhos, e bem guardada ela tinha a lembrança para o dia que ganhasse ou comprasse sua própria penseira. Já estavam encerrando julho e o corpo na clareira ainda era só um corpo, aos poucos sendo esquecido pelo resto da sociedade, do mundo, a história da falecida caindo no esquecimento sem sequer haver um desfecho, um culpado. Era uma vida, como isso poderia ter passado batido pelos aurores? Como a COMASUL podia ser tão incompetente nesse aspecto? Ao mesmo tempo que isso a deixara furiosa por dentro, quase fazendo seu dom dar o ar da graça sem ser convidado, ela sabia que estava segura. Dos aurores, pois não tinham nada, e do assassino, pois as caiporas adoravam o festival para ficar de olho em tudo e em todos, então nada aconteceria com eles. E a quem tentasse a sorte, o calor do inferno do conto das criaturas parecia ser um bom exemplar de onde seriam jogados. Assim sendo, caminhou pela ponte de pedra, atravessando o riacho, e então pode ver as bandeiras coloridas com ramos de ervas e garrafas de líquido transparente. — Ai. Meu. Deus. Chegamos! — Seu tom de voz era animado como se tivesse descoberto um tesouro valioso. Um auror pediu para averiguar a mochila da garota, que o fez sem pestanejar. Quanto mais cedo aquilo acabasse, mais cedo estariam na disney das caiporas. Fez o pagamento dos vinte reais para dividir uma das barracas, pois era a única opção que comportava os quatro, e então finalmente estavam livres para explorar a aldeia. — Por onde começamos? — Questionou, batendo palminhas como uma criança após ganhar um balão.

Informações:

Lora e os Bedoyas temprano en la tarde festival das caiporas




Última edição por Lorena Bedoya Fialho em Qua 17 Jun 2020 - 17:12, editado 3 vez(es)



she remembered who she was and the game changed.


Olivia Villa-Lobos
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Olivia Villa-Lobos
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Ter 16 Jun 2020 - 11:16
Caipora’s Festival

Aquiles saiu do trem na Estação Florestal Amazônica quase saltitando, na frente de Olivia e Xavier, e a ruiva soltou um breve sorriso em direção a ele. O bruxinho estava animado com a possibilidade de participar do Festival da Caipora, em um lugar mais distante. Uma viagem feita em algumas horas, para passar dois dias e meio em Tekoa Kuarahy, parecia uma ótima pedida para um menino de 5 anos, que havia perdido o tio (e padrinho) há alguns meses. Uma distração bem vinda.

Infelizmente, para a Villa-Lobos, o menino vinha acompanhado do pai, e este era, simples e completamente, insuportável.

Durante a viagem de trem, a ruiva tentou ignorar a presença daquele homem, distraindo o garoto com algumas coisas que passavam pela janela e algumas brincadeiras. Até que, em algum momento, Aquiles se cansou. Pegou o celular da madrinha e começou a jogar, ou ver qualquer filme que tivesse baixado, e Olivia teve que enfrentar o silêncio desconfortável que permanecia entre ela e o pai de seu menino de ouro. Então, já cansada por causa do trabalho, a jovem apoiou a cabeça no vidro gelado e adormeceu.

Os sonhos não poderiam ter sido piores.

Desde que fora atacada em Monte Nevado, seis meses atrás, os sonhos se tornavam pesadelos. Por vezes deitava-se na cama, colocava a cabeça no travesseiro, fechava os olhos e via seu noivo, com sua expressão feliz e divertida, correndo na praia, ou por um lindo campo verdejante, e tudo parecia bem, até que tudo começava a desandar. Olivia corria atrás, rindo e se divertindo com a brincadeira de pique-pega, mas quando finalmente conseguia alcança-lo e tocar sua mão, o sonho mudava.

O vento forte e frio arrancava as flores de seus caules, congelava-as; o mar secava e tornava-se areia, e os olhos de Álvaro, tão azuis e cheios de vida, tornavam-se quase brancos e frios — morbidamente frios. Sua pele, bronzeada, tornava-se pálida e os cabelos dourados tornavam-se fracos e sem vida.

De repente, Olivia estava de volta ao Parque de Monte Nevado, a neve, mortalmente fria e assustadora, estava pisada e cheia de manchas negras — cinzas — e Álvaro estava deitado ali, com os olhos arregalados e lábios entreabertos. Seu corpo estava rígido pelo frio e a ruiva não conseguia acorda-lo.

Ele estava morto.

— Não! — gritou, levantando a cabeça subitamente, afastando as mãos de Xavier, que a encarava com olhos arregalados.

— Nós acabamos de chegar. — disse o homem, com o cenho franzido.

Olivia respirou fundo e fechou os olhos com força, passando as costas da mão na testa. Passou-a no rosto, sentindo as lágrimas que haviam escorrido enquanto sonhava, e limpou-as. Piscou algumas vezes e olhou para o homem e para o garoto — que a olhava, preocupado — e sorriu, fungando brevemente.

— Está tudo bem pequeno. — garantiu-lhe e se levantou, pegando a mão de Aquiles — Vamos? Temos muita coisa para fazer ainda.

Então, lá estavam. Aquiles soltou sua mão por alguns momentos, e saíra correndo — não tão longe que não pudesse vê-lo — depois voltara para o pai e a madrinha, dando a mão pequenina à ruiva, relatando tudo o que conseguira ver em sua curta expedição. Juntos, seguiram em direção a ponte de pedras, atravessaram-na e viram a aldeia.

Olivia ficou impressionada, olhando para a decoração que haviam feito, os olhos castanhos brilharam e um sorriso se abriu em seus lábios. Alguns aurores pegaram seus pertences para serem revistados — dado os acontecimentos que antecediam o festival, a ruiva entendia perfeitamente a necessidade daquilo — e os guiaram para a senhora que recepcionava a todos os recém chegados. A luz refletia em seus braceletes e brincos, fazendo com que a jovem assistente ficasse levemente ofuscada, e suas roupas coloridas chamavam a atenção, enquanto ela cadastrava os viajantes.

Depois que os homens da COMASUL liberaram suas coisas, a Villa-Lobos mais nova seguiu em direção a cigana. Cadastrou-se e respondeu às perguntas.

— Obrigada. — respondeu, simpática, a jovem de cabelos alaranjados, depois de pagar a sua taxa de entrada, e a de Aquiles. Daria aquele presente a ele, já que tinha sido sua a ideia de participar do festival.

Ficariam juntos em uma das barracas magicamente extensíveis armadas na área de camping — teria que aturar Xavier por dois dias e meio, mas estava disposta a fazer tudo para que seu afilhado se divertisse — e Aquiles parecia mais do que animado com isso. Era a primeira vez que acampava, afinal.

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Última edição por Olivia Villa-Lobos em Ter 16 Jun 2020 - 17:38, editado 1 vez(es)


Olivia Villa-LobosAnd I don't know how I can do without, I just need you now.
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Paula C. de Assis
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Ter 16 Jun 2020 - 16:21
Festival das Caiporas
Julho – Estação Florestal Amazônica – Having Fun

A viagem de trem de Porto Belo — onde Paula passava boa parte de suas férias — até a Estação Florestal Amazônica — a mesma na qual tinha que desembarcar para ir à Castelobruxo — durava cerca de 1h 30min, o que poderia ser um pouco demais para a jovem bibliotecária.

Como uma criança de cinco anos, era difícil para Paula ficar quieta em um mesmo lugar por muito tempo, principalmente quando estava animada em perspectiva ao grande Festival para o qual estava indo. Estava feliz que não iria sozinha, Miguel concordara em leva-la — o que não fora nenhum sacrifício, dado que ele iria acompanhado de Bianca, a jovem professora de Defesa contra as Artes das Trevas de Castelobruxo — mas, ao mesmo tempo, sentia uma imensa falta de Uirá, a veterana que a protegia quando estava na Biblioteca da escola.

Uirá, como todos os veteranos da imensa Biblioteca do castelo, não podia sair de Castelobruxo, a pesar de Paula ter insistido em leva-la para casa algumas vezes. O falcão peregrino fora resoluto: não iria para lugar nenhum, e a veria quando ela voltasse de suas férias de um mês fora do colégio.

Então, lá estava a jovem Assis, sentada ao lado do irmão, quase pulando no assento, enquanto esperava ansiosamente pela chegada na Estação Florestal Amazônica, para passar dois dias e meio com seu irmão, a namorada e o irmão da namorada — aluno de Castelobruxo — participando das atividades que o Festival iria oferecer. Parecia que ia ser algo divertido.

A bibliotecária abriu sua mochila, onde havia arrumado suas coisas — com a ajuda do pai — e viu o seu gatinho de pelúcia ali dentro — ele fora o escolhido, dentre tantos outros bichinhos, para acompanha-la naquela aventura.

— Estamos quase chegando, Beezus. — murmurou para dentro da mochila, quando não havia mais ninguém perto de si, além do irmão.  

Ela fez um carinho suave, com as pontas dos dedos, na cabeça do bichinho, entre as orelhas e quase pôde-se ouvir o ronronar da pelúcia animada. Miguel se virou para ela, divertindo-se com a ação infantil da mais nova. Paula lhe deu língua, e voltou a fechar a mochila azul com nuvens fofinhas que se mexiam de acordo com o clima atual, deixando-a em seu colo.

Juntos — Paula, Júlio, Bianca e Miguel — chegaram na Estação Florestal Amazônica, depois do que pareceu um século, e a jovem Assis foi a mais animada ao descer do trem, com a mochila nas costas e os olhos brilhando. Ela quase não conseguia controlar sua animação, infantil, que a fazia querer saltitar em seus pés. Então foi na frente, praticamente puxando o irmão mais velho pela mão, em direção à ponte de pedras que dava acesso a Aldeia.

A aldeia estava completamente decorada como as festas juninas que ela via em Guarapari: uma estrutura de madeira decorada com bandeirolas coloridas, pequenas garrafas com um líquido transparente — que Paula podia supor ser cachaça — e pequenos ramos de ervas — provavelmente fumo — os esperava do outro lado. Aurores e seguranças da tribo revistavam os pertences dos viajantes, que faziam uma fila, esperando a sua vez para que fossem revistados.

A capixaba olhou para o irmão mais velho, com o cenho franzido e uma expressão temerosa, e agarrou-se em seu braço, não mais tão ansiosa em chegar no lugar onde seria o Festival.

Eles iriam olhar sua bolsa. E se vissem algo que ela não queria que vissem? E se tirassem Beezus de sua bolsa? Escondeu-se atrás de Miguel, passando a mochila para frente, abraçando-a com força, amassando um pouco, talvez, o que seria o focinho de seu gatinho de pelúcia animado, que soltou um miado agudo e estridente.

— Eles vão pegar a Beezus. — sussurrou Paula para o magizoologista, que sorriu brevemente e meneou a cabeça

— Não se preocupe com isso. — disse o mais velho, trazendo a irmã consigo.

Paula se aproximou dos seguranças e Miguel convenceu-a a dar-lhes a mochila para ser revistada. E, depois, quando sua bolsa de céu azul e claro voltou a suas mãos — e a jovem bibliotecária abriu a mochila para verificar se a gatinha estava bem — soltou um longo suspiro de alívio, olhando para o mais velho com um sorriso maior do que quando saiu do trem.

Bom, se o auror que revistou sua mochila viu a manta cor de rosa ou o gatinho de pelúcia com pelo fofo e branco que ronronava quando acariciado, não exibiu nenhuma reação. E se o homem não viu... Melhor ainda.

Pendurou a mochila nas costas e seguiu em direção à senhora recepcionista, com roupas coloridas e chamativas, que se mexiam facilmente com cada movimento que ela fazia, e braceletes e brincos brilhantes que refletiam a luz do sol e ofuscavam a visão. A capixaba conversou com a senhora cigana que estava cadastrando as pessoas que chegavam nas atividades e pediu para pagar por uma barraca, para uma pessoa.

Então se virou para Miguel, que esperava Bianca e Júlio.

— A gente vai ficar na mesma cabana, né, Guel? — perguntou a jovem bibliotecária. — Eles podem ficar com a gente, vai ser legal!

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Última edição por Paula C. de Assis em Ter 16 Jun 2020 - 18:03, editado 1 vez(es)
Kachen Yabak
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Kachen Yabak
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Ter 16 Jun 2020 - 18:00
Kach nunca se incomodou em ir passar um dia na floresta, mas o seu medo terrível de inseto era o que impedia sua diversão, sua mente estava focada em criar músicas o tempo todo que as vezes era automático.

A chegada na estação florestal da Amazônia deixou algumas meninas eufórica, pela primeira vez seus seguranças não  estavam em sua cola o tempo todo, o alivio que seu coração sentia em saber que ficaria sozinho durante o festival permanecia em sua mente. Autógrafos eram bem vindos e o sorriso se tornava muito presente, quando passou pela revista foi diretamente pegar uma barraca para si mesmo, seus pais não poderiam estar com ele devido ao trabalho na China, sua única companhia era um livro e suas músicas.

O ar no local deixava a alegria tomar conta do ambiente, o foco desta vez era arrumar sua barraca e suas coisas dentro dela. Depois de alguns minutos tentando encontrar um bom local ele logo a armava, adentrando a mesma e arrumando suas coisas decidiu sair para tomar um pouco de ar fresco.

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100 Ways
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Matteo Bedoya Agüero
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Ter 16 Jun 2020 - 19:58
Volteeeei

« festival das caiporas »
As férias foram simplesmente IN-CRÍ-VEIS. Eu estava um pouco desanimado com o fato de ter que passar um bom período enclausurado com meus familiares numa casa, porém a experiência não foi tão ruim quanto eu pensei. A começar pelos nossos tios. Tio Bartô e tia Roberta liberaram uma casa para nós durante as férias. ISSO MESMO! Eles ficaram focados em seus respectivos trabalhos e nós ficamos com uma casa inteira só para nós durante todo o período. Rolaram várias e várias coisas que eu nem ouso falar, o nosso lema com certeza foi, "o que aconteceu nas férias, morreu nas férias". Apesar das férias maravilhosas, eu estava animado para retornar ao castelo. Eu havia feito um teste para um dos times de quadribol e fiquei sabendo que havia passado antes mesmo de entrar em férias. Vibrei com a notícia, principalmente quando soube que Julio havia entrado também em outro time rival, o que seria ótimo, eu adoraria massacrá-lo com meu time numa partida. Por falar nisso tinha também Emília, Helena e Paulla que eram Carcarás. Não que eu goste de irritá-las, meu adoraria esfregar minha vitória na cara delas também, principalmente de Emília, com quem eu me meti em boas confusões antes de voltar para casa. Eu havia adquirido novas confusões bem na reta final do período que antecipava as férias, mas, em minha defesa, dessa vez não foi por minha culpa, o que por si só já era um milagre. Mas agora que as aulas haviam retornado, não teria como fugir delas, eu havia voltado com tudo, mas dessa vez eu tentaria me enfiar em menos encrencas, até porque minha mãe, mesmo distante, ficou sabendo de todas elas.

O festival das caiporas foi o que nos motivou a desistir das férias, ou no meu caso foi um dos motivos, mas não o principal. Eu não estava tão animado quanto os meus familiares para o evento, mas se eles fossem, é claro que eu também iria. A volta foi um pouco antes de as férias realmente voltarem, o que foi um pouco estressante, visto que o tio Bartô não é a melhor pessoa do mundo para se lidar, e a tia Roberta às vezes era um pouco sufocante com tanto amor, contudo, conseguimos sobreviver de boas a esse curto período na casa provisória dos Bedoya e quando chegou o dia de ir ao festival, eu mal conseguia conter toda a minha felicidade. Estávamos novamente livres, finalmente! Poderíamos correr, curtir e quem sabe, beijar algumas bocas nesse festival. Disso Polo sabe muito, já que passou as férias beijando Paola como se ninguém estivesse notando as saidinhas dos dois para cantos escuros. Peguei minha mochila lotada de coisas e segui meus primos rumo a estação de trem de Monte Nevado. Milagrosamente o tio Bartolomeu não fez questão de nos levar até lá e a tia Roberta estava aparentemente ocupada demais então nós ficamos novamente por conta própria. Entramos no trem com Lorena sem nem esconder a excitação em ficar longe de seu pai e assim que entramos na cabine a Bedoya começou a saltitar alegremente, causando um efeito de riso em todos nós. — ¡Incluso si estoy feliz, ya no podría soportar tanto mal humor! — Exclamei em alto e bom tom, vendo-me finalmente livre novamente.

Eu devo ter dormido bastante, pois a chegada na estação florestal passou despercebida por mim que fui cutucado por Polo anunciando que já havíamos chegado em nosso destino. Me espreguicei, estalei alguns ossos e ergui-me, pendurando minha mochila pesada em um dos meus ombros. Ao descermos do trem foi inevitável reparar na quantidade de Aurores que haviam espalhados pelo local. Olhei discretamente para Lorena e Mavis, e ambas trocaram olhares que refletiam a mesma preocupação que a minha. Será que haviam descoberto algo da investigação sobre a morte de Beatriz? Será que o caso havia chegado a ponto de chegarem até... nós? Durante o período das férias esse assunto sequer deve ter passado pela cabeça de Lorena e Mavis, mas como eu trabalhava para o jornal, eu convivia com esse medo próximo de mim o tempo todo, pois a cada notícia lançada ficava claro que não estavam nem próximos de encontrar o verdadeiro culpado por tudo. Com a quantidade de seguranças no local, a COMASUL deixava claro que temia um novo ataque e sequer faziam questão de esconder, pois eles sequer estavam à paisana e eu.

Caminhamos tranquilamente até um Auror nos parar e pedir para averiguar nossos pertences. Confesso que meu coração gelou nesse momento, contudo não fiz uma cena, apenas deixei que ele verificasse tudo, assim como os outros. A segurança estava bastante reforçada, o que me deixava um pouco aflito. Que tipo de perigo eles estavam preparando-se para enfrentar num festival como esse? Não sei, só sei que estava um pouco animado para não só explorar o local, mas também descobrir o que estava havendo de verdade neste local, isso porque eu jurei que não iria caçar mais confusões esse ano. Lorena havia pago uma barraca extensível para que nós todos pudéssemos ficar juntos. Não havia necessidade de pagarmos mais e ficarmos separados, já havíamos ficado as férias toda juntos, mais um tempinho não faria mal, não é mesmo? Faria sim, eu os amava, mas precisava de um tempinho solo.— Vocês eu não sei, mas eu vou dar um giro por aí para ver algumas coisas, los veo más tarde. — Deixei minha mochila com Polo, que apesar de reclamar a carregou mesmo assim, e me pus a caminhar para um lado oposto ao deles. Estava na hora de dar uma explorada e quem sabe uma fuxicada para ver o que havia por debaixo desse festival das caiporas.

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And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it


Última edição por Matteo Ornellas Bedoya em Qua 17 Jun 2020 - 19:14, editado 3 vez(es)


that's life
Each time I find myself layin' flat on my face, I just pick myself up and get back in the race. That's life!
Maria Fernanda Rayleigh
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Ter 16 Jun 2020 - 20:37


Estava animada.

Eu ia ver meu tio Apolo pela primeira vez havia muito tempo — acho que meus avós, os pais deles, era meio fissurados por mitologia grega, por isso todos esses nomes — e ficara animada quando meu pai dissera que ele trazia um presente para mim, da França. Enquanto arrumava minhas coisas — uma mochila para passar dois dias e meio em Tekoa — peguei-me olhando para uma foto que imprimira de um grupo de amigos meus dos quais havia me separado quando fui transferida para Castelobruxo.

Vivienne, Alison e Oliver. Nós estávamos ali, juntos e espremidos em uma daquelas enormes máquinas trouxas para tirar fotos, que encontrávamos nos shoppings de Paris. Por algum motivo, Vivienne adorava aqueles shoppings. Por vezes fora para a França, passar algum tempo na casa de seus pais — ambos trouxas — e, nesse dia em específico, Alison e Oliver resolveram aparecer de surpresa em sua casa.

Ela morava no centro de Paris, e não era uma viagem muito difícil, se eu soubesse o trem certo a pegar do centro de Genebra. Lembro que nesse dia, Ares ficara extremamente preocupado, ligara-me a cada três horas, perguntando se eu estava bem, e segura — como se eu precisasse mais do que as aulas de autodefesa que ele me dava todos os dias das férias.

Claro, não podia usar magia fora da escola, então, deu-me uma faca encantada para passar por qualquer detector de metais, que eu escondia — com a bainha — no cano da bota que me acostumara a usar. Sim, essas eram as preocupações de Ares S. Rayleigh em relação a sua única filha. E, sim, ele deu uma arma letal a sua filha para ir a Paris, visitar uma amiga.

Talvez nossa família não seja tão convencional assim, mas eu nunca havia me importado com isso.

Bom, lá estava eu, arrumando minha mochila. A katana estava muito bem guardada em sua bainha, no fundo da mochila, junto com algumas roupas para usar durante o festival. Eu estava com minhas inseparáveis botas de couro — as mesmas que eu usava como uniforme — e shorts jeans rasgados, e com a fotografia na mão. Passei a mão suavemente sobre os cabelos platinados de Vivienne e suspirei, eu sentia falta dos meus amigos.

Havia se passado meses desde a última vez que conversamos. E, eventualmente, perdemos o contato, afinal, eu não morava mais há cinco horas de distância.

Suspirei, colocando a foto na mochila e pendurando-a nas costas. Coloquei um sorriso nos lábios. Bom, agora eu estava namorando, e tinha grandes chances de encontrar com minha namorada no meio do Festival — o que seria mais do que fantástico. Seria uma boa viagem.

— Você nunca vai ter certeza disso, Maria Fernanda. — ouvi uma voz dizer atrás de mim e olhei para trás, sobressaltada, mas não havia ninguém. — Tem certeza de que não tem ninguém? — a pessoa estava atrás de mim novamente.

Eu abri um pouco a mochila, colocando a mão no cabo da katana que estava ali, estreitando um pouco o olhar e dando uma volta com os calcanhares, a fim de ver o que estava acontecendo.

Uma sombra passou pelo canto dos meus olhos e, em um movimento súbito, saquei a katana, colocando as duas mãos prontamente no cabo de faixa azul e apontando a espada para... O meu pai?

Quê?

Meus olhos se arregalaram em surpresa. Ele não estava ali havia apenas alguns instantes! Ele me encarou severamente e eu abaixei a lâmina rapidamente, sem querer fazendo um corte superficial em minha perna, fiz uma careta para o ardor e para a visão do fio de sangue que escorreu pela minha batata.

Merde. murmurei, olhando para o corte, fino e superficial.

Ele me olhou e suspirou. Pegou minha katana e disse que era melhor deixa-la aqui, por hoje. Eu assenti, colocando a lâmina na bainha e escondendo-a em seu lugar de sempre, sob a cama, e, então, Ares me chamou.

Nós estávamos prontos para ir para a Estação Florestal da Capital.

Foram 45 minutos da Estação Florestal da Capital, até a Estação Florestal Amazônica. Os 45 minutos mais longos pelos quais já tive que passar.

Eu estava ansiosa. Será que Paulla estaria lá? Será que eu iria encontrá-la? O que meu pai iria dizer se eu disse que a estava namorando? E, pior do que tudo, será que aquela sombra ainda estava me perseguindo?

Em todos os momentos eu olhava para trás, procurando-a, mas não a via. Desde que saí da estalagem onde eu e meu pai costumávamos ficar na Capital Acreana, a sombra e sua voz áspera e sussurrante haviam sumido. Será que havia sido coisa da minha cabeça? Bom, não seria a primeira vez.

Os aurores nos guiaram por uma ponte de pedras, nos levando para a Aldeia. Uma estrutura de madeira estava decorada com inúmeras bandeirolas, intercaladas com pequenos ramos de erva e garrafas de um líquido transparente. O que haviam dito na aula mesmo? As caiporas gostavam de fumo e cachaça? Bom, parecia exatamente aquilo.

Eu e Ares fomos para a recepção, onde aurores e seguranças nos esperavam para revistar nossas coisas — e eu agradeci mentalmente por não trazer a katana — e uma senhora cigana nos recebia, cadastrando-nos para participarmos das atividades — ou não. Sorri para a mulher enquanto me cadastrava, junto com o meu pai. Ele decidiu onde íamos ficar — barraca ou quarto na estalagem — e começamos a andar pela aldeia.

E foi nesse momento que ouvi uma voz atrás de mim. Dessa vez uma voz feminina, mas não parecia áspera ou perigosa, como a voz que me assustara na Capital, não. Essa voz era mais suave e melodiosa... Com um tom mais grave e...

— Quem é você? — perguntei, em um francês fluente, respondendo a mulher, olhando para a mulher de cabelos loiros e olhos claros, que tinha uma vaga semelhança com o meu tio Apolo. Ergui uma sobrancelha e olhei da mulher, para o meu pai, que exibia um raro sorriso no canto de seus lábios. — Pai, ela não lembra o tio Apolo? — perguntei, encarando a mulher prostrada a nossa frente.

Entrada:
Caiporas
Festival

Day travelling
m e !


Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Camélia Torres
TLC » Fantasma
Camélia Torres
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TLC: Fantasma
Ter 16 Jun 2020 - 22:54
Viva as caiporas!
Lira
14hs - 24.07
Tekoa Kuahary
 
Dos fatos acerca da vida, ao menos no que diz respeito a dela, era uma mulher que não fazia questão de uma rede grande de amigos. Talvez pela grande dificuldade que tivera desde o momento em que seu dom se fizera notório até o instante em que sentiu que poderia controlá-lo. Quando percebeu que conseguiria não somente lidar com a empatia como também usar dela para ser uma bruxa mais realizada, pensou logo na ética que envolvia a situação. Camélia sempre fora assim, pensando em que tipo de bruxa queria ser e como as suas ações a levariam a isso, e mesmo sabendo que poderia tirar vantagem e ser muito popular, talvez até famosa, ela escolhera ser ela mesma, a mulher que não era cativante, divertida e para muitos sequer agradável. Para ela, era suficiente. Tinha o emprego dos sonhos, estabilidade financeira, uma amiga leal e uma irmã extremamente confiável. Havia assumido o cargo de chefe da Suprema Corte por um determinado tempo e havia, de acordo com seus parâmetros, se saído muitíssimo bem. Descobrira também que era uma boa criadora de cães, o que parece insignificante, mas acabara se tornando uma característica que ela gostara muito de possuir. Enquanto encarava o reflexo nu em frente ao espelho, o único pensamento que tinha em mente era se deveria mesmo ir ao festival das caiporas. Frequentava todos os anos, mas sentia-se tão deslocada no meio de todas aquelas pessoas que não acreditava que além de ter decidido ir ao evento, ainda havia combinado de encontrar o chefe e Lira lá. Agora a ideia parecia tão ruim que nem se Seth estivesse ali, parado em posição de prontidão como sempre fazia, ela se sentiria melhor.

O primeiro problema é que havia aceitado ficar alguns dias na casa dos pais em Porto Belo a pedido de Bianca e de Julinho. Ao que tudo indicava, a mãe realmente havia voltado para ficar. Elas até trabalhavam no mesmo lugar, o que tornava ainda mais difícil de elaborar uma boa mentira para recusar o convite. Além disso, o caçula tinha somente um mês de férias para que Camélia pudesse discretamente matar toda a saudade do caçula que se acumulara de março até ali, então tentava aproveitar cada momento possível junto dele, mesmo Anastácia estando inclusa no pacote. Considerando o tempo que a mãe havia ficado no apartamento com ela durante o mês de junho e alguns dias de julho, não era mais tão difícil de conviver de forma suficientemente agradável, mas os deuses sabem quantas vezes a loira havia pestanejado em segredo por ter que voltar a conviver com a mãe depois do que acontecera ao irmão. Estavam todos sob o mesmo teto agora, e ela podia ouvir e sentir a animação vindo até ela de forma tão normal quanto os olhos conseguiam captar sua imagem em frente ao espelho. De acordo com Bianca, ela precisava parecer mais acessível, menos a “dama de gelo da Suprema Corte”, como ela mesmo havia ouvido de um colega de trabalho um mês antes. — BIANCA? — Gritou ao que sentir a presença da irmã no corredor, enrolando-se rapidamente na toalha de banho úmida. A porta se abriu revelando a irmã toda produzida, parecendo uma modelo recém saída de uma revista. — Preciso de uma ajudinha com essa sua ideia de parecer mais, sabe... você. — Ao terminar de falar a porta já estava fechada novamente, só que dessa vez estava acompanhada no quarto.

Depois de encontrar roupas que agradassem ambas as irmãs, Camélia se vestiu e passou maquiagem no rosto. O combo normal, com direito a base, um blush para dar uma corada, um batom escuro e somente rímel, sem lápis para deixar-lhe com uma visão mais séria. A ideia era parecer uma mulher normal com seus vinte e sete anos, então estava coerente. Um cropped que deixava toda a barriga dela a vista, provavelmente a vez em que mais mostrara o corpo sem ser nas raras ocasiões onde ia para a praia. Aceitou vestir uma saia que tinha uns babados no estilo cigano, mas que não eram tão espalhafatosos assim. Com rasteirinhas nos pés, caminhou para encontrar Lira. Ela estava se sentindo parte daquele grupo da bíblia dos trouxas que andavam de chinelos pelos desertos. Quando encontrou a amiga, tentou sorrir, mas estava difícil considerando que ela já quis ir pronta, carregando consigo somente a varinha e os itens que precisaria no sábado e no domingo. Olhou para si e depois para Lira e então riu baixinho, ato que talvez tenha surpreendido a ruiva. Desde que Camélia assumira o cargo de chefe provisória, a relação entre elas havia se aproximado de uma amizade, e após o ataque que Lira sofrera, seria uma mentira descabida dizer que a loira não havia feito questão de se fazer mais presente. E então havia surgido a ideia de irem ao festival como uma equipe para monitorar o andamento das atividades e ver se alguma informação cairia no colo de um deles. — Não precisa se dar ao trabalho de rir da minha cara, querida amiga. Deixaremos para todos os outros o fazerem enquanto estivermos no trem e pelo longo trajeto até o nosso destino. — Seu tom de voz era o usual, nada de gracinhas ou de qualquer gesto de descontração, mas vez ou outra exibia um sorriso amigável no rosto.

Ao chegarem no local, para seu alívio, todos pareciam estar naquele mesmo código de vestimenta. Não viu Ares, no entanto teve o desprazer de encontrar os olhares de vários aurores que foram designados a se fazerem presentes para proteger os membros da sociedade que se fizessem presentes. ”Como se eles pudessem proteger alguém quando não fizeram absolutamente nada por Lira”, pensou ela, que no mesmo instante encarou a ruiva ao seu lado e foram juntas até o local de inscrição. Com a ajuda de seu dom, o responsável pela fiscalização de sua bolsa fora muito mais ágil do que estava sendo com os outros recém chegados. Optaram por dividir um quarto na Estalagem do Lobo-Guará e finalmente adentraram o espaço onde toda a festança ocorreria. — Céus, eu realmente espero não precisar cuidar de adolescentes bêbados. Isso inclui meu irmão. — Disse a segunda parte mais para si do que para a sua acompanhante, que parecia animada no meio de toda aquela gente. E ela estava certa. Primeiro por ser uma jovem e bela mulher que por algum motivo conseguiu ficar bela nas roupas chamativas que vestira, e para além disso, quem quer que estivesse ali e que desejasse qualquer maldade para ela, saberia que você pode até tentar, mas não se derruba uma mulher como Lira.

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Última edição por Camélia Torres em Qua 17 Jun 2020 - 17:14, editado 1 vez(es)
Ian Ruzzo
COMASUL » Chefe de Sessão 7
Ian Ruzzo
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Chefe da Suprema Corte - COMASUL
Qua 17 Jun 2020 - 0:49

Enfim havia chego o mês de julho, muita coisa ocorreu na vida de Ruzzo nesse primeiro mês que passou na Suprema Corte, então era de direito que o mesmo tirasse um fim de semana para se descontrair e tirar a cabeça das burocracias do trabalho.
Ruzzo não fazia a menor ideia do que se tratava tal Festival da Caipora, mas era a uma oportunidade especial para conhecer o evento e novas pessoas. O festival é de extrema tradicionalidade e possui uma carga cultural absurda, com toda certeza um evento importante e prazeroso de se participar.  Mas o que Ruzzo deveria levar para tal ocasião? Juntou em uma mochila, algumas bermudas e camisetas suficientes para um fim de semana, colocou na mochila também, alguns produtos de higiene pessoal que julgava necessário levar. Trajado com uma bermuda jeans e camiseta polo branca, Ruzzo estava pronto para ir a estação da capital bruxa onde iria pegar o trem para a Estação Florestal. Tudo estava pronto para que ele pudesse sair, então juntou sua varinha e a guardou no bolso traseiro da bermuda onde a encobriu com a camiseta. A Estação de trem da Capital Bruxa não ficava muito longe de onde Ruzzo estava residindo, eram apenas alguns minutos de caminhada, não compensava aparatar em uma distância tão curta, além do mas ele estava adiantado com relação ao tempo, já que o evento começava às 14 horas e ainda era meio-dia.
A viagem de trem infelizmente não chegava a durar uma hora, era um trajeto relativamente curto a ser feito. Ruzzo iria se encontrar com Julieta Sodré para participar do festival, porém, ela residia em Monte Nevado logo não iriam pegar o mesmo trem para chegar até lá. O trem chegava a plataforma de embarque, sinalizando com o tradicional apito, era fascinante a pontualidade daquele trem, o horário marcava 13:15 PM, horário este seguido a risca. O trem era muito confortável, o que permitiu que Ruzzo dormisse durante a viagem e nem pudesse perceber o tempo passar. Ao chegar na Estação Florestal o trem freava, dando um leve tranco em todos os vagões, tranco este que vinha acordar Ruzzo do seu pequeno cochilo.

-Nossa, já cheguei, nem ao menos pude descansar. Agora é a hora complicada, encontra a Julie. - Resmungava Ian ainda sonolento devido ao cochilo.

A estação estava repleta de pessoas, todas empolgadas com o festival, Ruzzo buscava algum ponto visível para se encontrar naquele alvoroço. Uma pequena ponte de pedra fazia a ligação até uma grande tenda onde de certo estavam fazendo o cadastramento para participar das atividades. As chances de encontrar Julieta por lá, eram muito maiores do que em meio aquela estação movimentada. Quanto mais ele se aproximava da tenda, mais era possível observar os minuciosos detalhes que ali se encontravam, pequenas bandeirolas e ramos se espalham pelo teto, uma música bem sútil podia ser ouvida pelos mais atentos. O clima era festivo e extremamente casual, era como se todos se conhecessem a anos. Ruzzo ainda buscava Julieta, mas ainda não havia tido qualquer sinal da mesma ali.

-Bom, irei me cadastrando, provavelmente ela vai me ver.
-Pensava alto, enquanto se encaminha para se cadastrar.

Enquanto Ruzzo fazia seu cadastro e adquiria as barracas, tanto para ele como Julieta, os Aurors que ali se encontravam realizavam seu trabalho e revistaram os pertences que Ruzzo trazia consigo. Ainda em pé ao lado do local onde estava sendo realizado o cadastro, Ian continuava a procurar Julieta, que deveria estar por chegar.

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Julio Torres
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Julio Torres
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Qua 17 Jun 2020 - 0:52
JulinhoFestival das Caiporas
Minhas férias foram incríveis. Pelo menos até o momento. Tivemos altos e baixo, claro, mas de uma forma geral estava sendo perfeita até o momento. O otário do meu pai estava morando sozinho no sul, enquanto minha mãe passou a morar comigo e minhas irmãs em Porto Belo. Ela, apesar de mandona e talvez um pouco abusiva, estava tentando se retratar com os filhos depois do que aconteceu em janeiro, finalmente os refrescos. Em meio a tanta guerra e brigas eu consegui encontrar um pouco de sensatez na cabeça daquela mulher porque, francamente, viu? Nem eu que não me sustento não sou capacho de macho igual ela. Ta, sei que estou falando da minha mãe — que bom que ela não lê pensamentos —, vou me corrigir. Finalmente dona Anastácia resolveu voltar ao seu lugar de direito e deixar aquele homem para trás. Melhor? Pronto.

Em casa, todos estavam animados para o festival das Caiporas, especialmente eu. Sempre amei o feriado desde criança e não pude participar nos últimos anos durante o intercâmbio em Uagadou, então me encontrava em um estado de ansiedade que nem eu entendia direito. Sentado na sala do andar inferior enquanto acariciava o pelo de Bolinha, o pelúcio de estimação que me foi presenteado por Bianca na inauguração de uma loja em Monte Nevado logo no início das férias. Não demorou muito e Camélia desceu as escadas acompanhada de Bia. "Não é possível.", eu não consegui processar muito bem o que estava vendo. — Deus, que gata! — Exclamei me aproximando das duas. Referia-me a Camélia que, de forma incomum, vestia um cropped e uma saia cigana. Era isso que eu mais gostava no evento, fora toda a festividade, ver todo mundo fantasiado e sem se preocupar com julgamentos alheios. Eu mesmo trajava uma uma camisa branca e folgada — aberta até o umbigo — uma calça escura e igualmente folgada, um lenço lilás na cintura e alguns adereços dourados espalhados pelos braços, pescoço e orelhas.

Mamã- Anastácia usou a desculpa de que tinha muito trabalho a fazer e por isso não iria para o festival A realidade é que ela decidiu que seria melhor se ela não fosse, certíssima, nenhum de nós havia superado o ocorrido e levar energias pesadas para uma festa dedicada as caiporas era pedir pra ser amaldiçoado pelas criaturinhas. Seguimos caminhando até a estação de Porto onde o grupo se separou. Camélia seguiu com uma amiga enquanto Bianca encontrou-se com o namorado e a cunhada. Onde fiquei nessa história? Junto com Bianca, ela quem pagaria minha entrada e barraca quando chegássemos, eu não a perderia de vista. Não demorou muito mais que uma hora e o trem parou na estação florestal de Castelobruxo. Era estranha a sensação de estar de volta antes da hora. Com a mochila nas costas e a bolsa de Bianca nos braços, descemos do trem. Camélia andava em meio a multidão, um pouco mais a frente ao lado de uma cabeleira ruiva, parecia estar bem, vê-la assim era de aquecer o coração.

Notei que não bifurcação  para separar os caminhos de Castelobruxo e Tekoa Kuarahy onde ela devia estar. Ao invés disso, o caminho estava tapado por uma parede verde com plantas que pareciam vivas e até mesmo agressivas a quem se aproximasse demais. A única estrada a ser seguira era para a aldeia e assim o fizemos. Passamos por alguns bruxos mau encarados, Aurores fazendo a segurança do local, segundo Bia, e chegamos a uma pequena cabana na entrada. "Fica, fica, fica...", repetia em minha mente, quase em oração quando a irmã de Miguel sugeriu que Bianca ficasse na mesma barraca que eles. Assim eu ficaria livre para dormir na barraca de quem eu quisesse, o que melhor que isso? Tenho certeza que ficou claro o desgosto em meu rosto quando ela recusou o convite. — Na verdade eu estava pensando se, assim, por acaso.. Só um talvez, assim longe bem longe, você estaria afim de pagar uma barraca só pra mim. — Perguntei fazendo rodeio. Se ela estivesse sozinha eu seria direto, mas a presença de Miguel e Paula me deixaram envergonhado. Me segurando para não sair pulando de alegria quando ela concordou, caminhamos os quatro lado a lado até a barraca da mais velha para deixar seus pertences seguros lá dentro — era o mínimo que eu podia fazer — e feito isso, sumi no meio da multidão em busca da outra, a minha. — Nos vemos mais tarde! — Sorri para a loira pouco antes de sumir no meio das pessoas que ainda chegavam na aldeia.

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