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JAN2026
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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
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Sáb 16 maio 2020 - 20:36

Altstadt

Estamos em algum ponto muito afastado da civilização germânica de Altstadt,   e apesar de ainda ser dia, a névoa cinza cobre todo o entorno do "jardim", onde não há vento, frio ou calor. O clima é agradável e assim como a localização é oculta pelo mesmo artifício, esse equilíbrio na atmosfera se da por meio de alguns feitiços complexos, ou seja: o jardim está cercado e protegido por magia, o único som vivo aqui é do rio Reno que percorre a cidade, fora isso nada pode ser ouvido esteja dentro ou fora das dependências do jardim. A única forma de chegar até aqui é por meio da chave de portal restritamente distribuída aos Membros da Suprema Corte à pedido do Chefe da sétima seção. Junto do objeto ordinário está a mensagem do juiz que explica aos subordinados quais as questões que deverão  ser levadas à reunião, estava também o horário exato para executar a chave, enfim sendo todos transportados ao jardim mágico em Altstadt, cuja localização é um segredo até mesmo aos participantes dessa confraria.

Ao ser transportado pela chave do portal o bruxo se vê diante de uma ponte de madeira e cordas cujo seu destino é oculto pelo nevoeiro bem mais presente na entrada do jardim misterioso, aqui faz-se necessário estar portando a chave do portal ou o feitiço da ponte a fará desabar com quem nela estiver, a queda será aparada pelo rio Reno e sua correnteza magicamente alterada para arrastar o infeliz pra bem longe dali.

A chave do portal é um tostão bruxo do século passado dentro de uma caixa de vidro. Para cada membro da corte foi entregue uma moeda de nacionalidade diferente das demais:

Camélia Lima Montagner - 1 tostão bruxo dinamarquês do século XX

Lira Pisinoe Cotta - 1 tostão bruxo egípcio do século XX

Matteo Villa-Lobos - 1 tostão bruxo chinês do século XX

Olivia Villa-Lobos - 1 tostão bruxo alemão do seculo XX

Essa é uma RP direcionada aos membros da suprema corte

Dia 17 de maio de 2020, 9:30 da manhã, em algum lugar de Altstadt - Alemanha.
Camélia Torres
TLC » Fantasma
Camélia Torres
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TLC: Fantasma
Sáb 16 maio 2020 - 22:45
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O presidente da COMASUL gritava tanto com seus assistentes e seu esquadrão que era possível ouvir sua voz mesmo distante da sessão oito. Sua raiva não adiantava de nada, pois desde o início das investigações, iniciada no mês que passara, tudo o que tinham eram pistas que não levavam a nada mais do que teorias que podiam ou não ter fundamento. Estavam andando em círculos e quanto mais o faziam, mais atolados ficam no lamaçal onde o corpo fora encontrado. Estavam tão preocupados em fazer algo sobre a foto que sequer conseguiam pensar em alguma coisa que realmente revelasse alguma coisa. Camélia pensara várias vezes em interromper aqueles gritos – que a essa altura já atrapalhavam inclusivo o trabalho dela, mas não via em Farias um homem preparado para lidar com o que estava enfrentando, tampouco confiava nele para compartilhar de suas ideias. Ares era o único capaz de ouvi-la devidamente, mas ela não sentia que deveria. Não queria se meter onde seu nariz deveria passar muito longe.

Em um mês esse assassino poderia ter feito ainda mais vítimas, e a verdade é que todos estavam tendo sorte por não terem outros cadáveres, especialmente de alunos. Para acalmar os pais, a sociedade e o burburinho que se formava na imprensa, que aliás fora quem perdera um dos seus, o presidente havia tido a ideia de lançar criaturas não controláveis e altamente perigosas para a fauna, a flora e aos alunos, e para ela fora a última gota de um copo que já beirava o transbordamento há tempo suficiente. Haviam tantos pontos importantes que passaram batido pelos tão bem treinados aurores que ela pensara que demoraria ainda muito tempo para que algum possível culpado, um mísero suspeito, acabasse em um julgamento. Seus olhos sedentos por verdades estavam afiados como navalhas para quem quer que chegasse, mas estavam cansados de esperar.

Após o que teria sido mais um dia comum de trabalho, começou a organizar suas coisas em sua bolsa, sempre esquecida no encosto da cadeira durante o dia. Ela tinha a mania de trazer tudo ali, mas acabava sempre organizando em sua mesa para não ter que perder tempo procurando. Uma bolsa feminina sempre tão cheia que dava para se perder ali dentro era o incentivo perfeito para todos os dias reorganizar as coisas sobre a mesa. No entanto, diferente dos outros dias, notou algo reluzente no fundo da bolsa. Olhou para os lados, mas não havia ninguém por perto. Sem retirar o que quer que fosse da bolsa, agarrou a varinha com sua mão direita enquanto a esquerda aproximava-se do pequeno objeto. Um tostão bruxo antigo. Que é que aquilo estava fazendo na bolsa dela? Pensou em chamar algum colega ou até Olívia para ver de que se tratava, se estavam fazendo alguma pegadinha com ela. Percorreu a memória, mas a data do seu aniversário nem sequer estava próxima. Vasculhou mais a fundo e encontrou um envelope pequeno, desses de carta, com um grande A escrito a mão. Ela terminou de recolher suas coisas com rapidez, garantindo que os outros itens escondessem bem o mais novo conteúdo que carregava consigo e com o rosto sério e reservado de emoções, caminhara para fora da confederação, indo para sua casa imediatamente.

A primeira coisa que fez ao chegar em casa fora derrubar todos os itens da bolsa em sua cama, pegando a carta enquanto segurava receosa o tal tostão. O texto, como esperado, era de Ares, seu chefe, e especificava que era um tostão dinamarquês. Achou delicada a forma como nem isso havia passado despercebido ao homem e leu o conteúdo da carta, sentindo um misto de euforia. Uma reunião secreta sobre aquele assunto era tudo que eles precisavam. O chefe iria finalmente tomar frente a aquela situação e trazer alguma paz ao caos que virara a sociedade mágica? Observou novamente o item que vinha com ela. O homem não deveria ter deixado um tostão tão especificado se fosse somente sobre uma chave de portal. Será que o encontro seria na Noruega? Como num pulo, correu ao guarda roupa e pegou um casaco quente o suficiente e dobrável para não achar atenção em sua bolsa tradicional. Não poderia dar o ar de quem estaria fazendo algo fora do rotineiro. Antes de dormir, releu a carta e a queimou, dando fim as cinzas para que de forma alguma aquela informação pudesse vazar.

Na manhã do encontro, acordara cedo. Vestira calças pela primeira vez em anos, sendo estas de alfaiataria e uma blusa de manga longa com um terninho básico por cima. Os bons saltos em seus pés seriam trocados assim que chegassem onde quer que a chave de portal levasse, por um bom par de botas. Se alguém falasse algo de suas vestes, diria que tinha um encontro a mando do chefe com a equipe de diplomacia. Parecia uma boa desculpa, mas ela sabia que não era muito popular no ambiente de trabalho e que provavelmente ninguém notaria a mudança de visual. Em sua bolsa lhe acompanhava a varinha, o casaco extra e a moeda, além de um bloco de notas e de uma caneta. Preferia pena e tinteiro, mas haveriam de ser práticos na tal missão, então seria da forma mais fácil mesmo.

Adentrou a COMASUL como sempre fazia. Seu rosto pálido e discreto, o som dos saltos ecoando ao encontrarem o chão, e cuidou inclusive para que os passos não fossem muito mais rápidos do que o normal. Não queria atenção indesejada, especialmente naquele dia. Em sua sala, aguardou até exatas nove horas e trinta minutos e então usou a chave de portal, sendo levada diretamente para uma... ponte? Aquilo era mesmo uma missão de Ares ou era alguma pegadinha com ela? Talvez alguém tivesse descoberto que ela estava tentando obter informações sobre o que ela andava pesquisando. Puxou a varinha e a firmou nos dedos, caminhando pela ponte de madeira que rangia conforme seus passos. Teve de parar na metade e substituir os saltos pelas botas, sentindo o alívio chegar aos pés ao mesmo tempo que percebeu toda aquela névoa. Pensou em um feitiço para se livrar desta, mas talvez a servisse de aliada em caso de algum duelo. Seguiu até o fim da ponte, mas não embora a névoa fosse forte, o clima era exatamente o mesmo de dentro da confederação. No fim das contas poderia ter poupado espaço na bolsa e ter deixado o maldito casaco em casa. O único som era o de seus passos e de algo similar a um rio.
Caminhou por mais alguns minutos, passando por estátuas de animais. Continuou caminhando em busca de mais alguém, e então percebeu a chegada de seus colegas de trabalho e fora impossível não soltar um suspiro em alívio.


Lira Pisinoe Cotta
COMASUL » Vice-Presidente
Lira Pisinoe Cotta
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COMASUL: Vice-Presidente da Confederação
Dom 17 maio 2020 - 20:26
Altstadt
Investigação
O último mês havia sido bastante movimentado, um fato. Quando a uma foto de um cadáver em Castelobruxo foi postada numa rede social bruxa, o ritmo de trabalho de todos na confederação se intensificou, e como não mudaria? Era uma jornalista, tecnicamente famosa, morta em território escolar sob a supervisão da diretora Dourado. Diretora essa, aliás, que foi designada para o cargo pelo próprio presidente; não era de se admirar o estado ao qual ele se encontrava nos últimos dias. Deplorável. Inadmissível tal comportamento adotado pela figura de maior importância no mundo bruxo sul americano.

Lira, por sua parte, ostentava suas habilidades de dissimular. Mostrava ser extremamente firme e no controle de todas as situações que lhe rodeavam, mas na verdade, estava tão desesperada quando Roberto. Temia que pudesse ser uma criatura mágica a causadora da morte de Beatriz e  — apesar dos ferimentos no corpo da pobre não indiciarem ataque de qualquer ser —, a culpa por tudo recair sobre dois pares de ombros: os seus e os de Ares, que foi seu maior apoiador no processor de promulgação da lei.

Em seu apartamento na Capital, com uma taça de vinho tinto umedecendo os lábios vermelhos, a sirena foi surpreendida por uma carta entrando por sua janela. O carimbo da seção sete no verso da carta fez com que uma das sobrancelhas da ruiva se levantasse, curiosa, olhou para um antigo relógio de madeira. Uma carta do trabalho àquela hora? Algo não estava certo.

Endereçado a ela, percebeu a letra desenhada de Ares, seu superior. A carta tratava de uma reunião com todos os membros do supremo no dia seguinte pela manhã. Além da carta, dentro do envelope havia algo pesado, rígido. Sem ser necessário olhar duas vezes, Lira notou que era um antigo tostão egípcio. Como sabia? Bem, quando se vive tanto tempo você aprende uma coisa ou outra sobre civilizações humanas. Aparentemente aquilo era uma chave de portal que a levaria para o local onde aconteceria a reunião quando a hora chegasse, o que era estranho. O encontro não aconteceria dentro da COMASUL por qual motivo? Ela teria que esperar até o dia seguinte para descobrir.

Pela manhã, tendo mal dormido a noite, Lira vestiu um terninho e, quando chegou a hora, ativou a chave de portal. Seu corpo se contorceu no ar como em uma típica aparatação e no momento seguinte seus saltos tocaram o chão com um tranco. O rosto da mulher foi tomado por uma expressão estranha. "Por que uma reunião aqui? Será que fui enganada?" Se perguntava, confusa. Para ela nada daquilo fazia sentido. Mal podia ver seus arredores e, a sua frente, havia uma antiga ponte de madeira que parecia prestes a cair a qualquer momento. Aparentemente o seu ponto de encontro ficava do outro lado.

Com a chave de portal no bolso da frente de sua calça, Lira apontou a varinha para sua própria garganta e sussurrou. — Sonorus. — Sua voz foi aumentada magicamente e a sirena começou a cantarolar uma melodia que seria capaz de acalmar e atrair em transe qualquer um que a ouvisse. Como dito, ela estava vivendo com medo de atentados dos maníacos elitistas que podiam retaliar por sua ideia de abrir, para outros seres, ambientes tipicamente bruxos. Esse medo de uma possível armadilha a levou a tomar essa medida de precaução. Se fosse uma armadilha, a presa não seria ela.

Caminhou pela ponte bamba enquanto cantarolava com a varinha apontada para a própria garganta e, dali, já podia sentir a presença de outras pessoas. Não estava sozinha. Ao chegar ao final de seu trajeto, deparou-se com um jardim com diversas plantas e estátuas de animais. Parando ao centro de um círculo de bancos, Lira esperou que as pessoas que a rodeavam aparecessem. A primeira a aparecer foi Camélia, para seu alívio, aquilo não era ou armadilha — talvez.
「R」
canto:
Anthony D. Rayleigh
TLC » Adulto
Anthony D. Rayleigh
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Ter 19 maio 2020 - 12:31
Altstadt, o primeiro ato
Sinto a ponta do meu nariz congelar enquanto estou diante da vidraça da mansão alemã construída por bruxos do século passado, tudo nela é histórico. O primeiro residente escolheu uma localização desprivilegiada na região cercada pelo rio Reno, sendo ele razão para o clima terrivelmente frio neste ponto: no cume da colina que se eleva acima da floresta guardiã do jardim e toda a edificação sobre um punhado de rocha bruta. Aqui, o homem dotado de muito prestígio e conta bancária farta, expandiu sua residência no alto da colina em somente uma única década, tornando-se então o dono dessa montanha e o que nela habita.

Estou no topo de uma escadaria dupla e à minha frente está meu reflexo enfraquecido postado na vidraça que me separa do jardim onde se elevam lindas esculturas do século de inauguração da mansão alemã, distante e silenciosa. Além do verde lépido em boa parte do exterior, exercendo um esforço na vista contempla-se o rio Reno abaixo da ponte que parece estar prestes a desabar sob a correnteza. Mas enquanto assisto os aspectos do horizonte, alguns homens estão do lado de fora, o grupo de ao menos cinco homens da idade de meu pai trabalham em conjunto para enfeitiçar todo o topo da colina, com seus robes cor de vinho e varinhas em punho, eles protestam o nome dos feitiços que atraem a nevoa pálida para o abraço nebuloso em todo o entorno da residência.
– Em poucos instantes, todo este lugar não vai passar de uma imensa mancha no meio da floresta de Altstadt –
Afirmou uma voz grave às minhas costas, no interior aconchegante da mansão, e posso inclusive ver o segundo reflexo se apresenta no topo da escadaria.
Antes de lhe render atenção, retiro do bolso interno do casaco meu relógio pendurado por uma corrente polida. São nova da manhã do novo dia na Europa. Desde que cheguei aqui, no dia anterior, estou estudando alguns aspectos do caso a ser debatido com o colegiado do Supremo.
– Seus colegas mostram grande afinidade com feitiços meteorológicos – Respondo, devolvendo o relógio ao bolso para tornar os olhos ao grupo nos terrenos da casa.
– Afinal eles são bruxos velhos que já passaram por outras labutas, certo que essa ocasião é só outra de muitas – Confirmou o tom grave em sei idioma nativo dessa região. Impecável, familiar. Ele se aproxima e se põe ao meu lado, e assim como a mim o mais velho para diante a vidraça que dá os últimos sinais da imagem externa, segundos depois tudo é branco e absoluto.
– Você deveria saber que nós, antigos docentes de Durmstrang não brincamos em serviço – Virei o rosto para encará-lo com um sorriso tênue, a face mais velha está com mais rugas e fios grisalhos do que me recordo na memória. O rosto de um mentor respeitado, um professor e meu amado pai, o homem mais inteligente que já conheci e o segundo “bruxo” dessa categoria se não separarmos os gêneros, e considerando essa disputa ele só é inferior à sua própria esposa.
– Como é natural, bruxos Europeus são sempre tão cheios de vigor e de si mesmo, não? – Comentei com moderada perversidade cômica.
– Olhe para a frente, eu vejo duas pessoas que se encaixam nesses padrões, e você, Ares? – Devolveu o professor antes de sustentarmos o olhar um do outro com seriedade e silencio, em seguida selamos um forte aperto de mãos.

O mais velho encara profundamente seu filho, posso afirmar que isso me embaraça. Velho Ludwig... – Você está aqui para um trabalho importante um para o qual sacrificou a juventude enfurnado em diversas salas de aula. Isso tudo, este preparo lhe custou aquilo que nos é de mais precioso na vida. Sabe me dizer o que foi, Ares? – Indagou o professor, sem duvidas de que me remeteu à infância em Durmstrang, e neste período Ludwig foi pai e um professor ferrenhamente imparcial na sala de aula.

– Sim, eu sei... – Fechei os olhos para tornar abri-los junto de um longo suspiro pesado – Isso me custou tempo –
Ele sorriu. Seu filho é hoje um homem astuto, ele sabe disso.
Desatamos as mãos e rendemos olhares uma última vez antes de se dirigir até a saída, mas não sem antes pregar uma frase de efeito para o mais novo.
Voltei a janela em prelúdio de zarpar até o jardim com a voz do pai na memória.
“Muito tempo, meu filho, e se eu conheço alguém que detesta perda de tempo, esse alguém é você. Rayleigh não deve desperdiçar um segundo de sua vida sequer. Faça valer tua luta pela honra de quem você foi de quem você é e de quem amanhã será”

Assim como o autor da frase fizera eu também uso as escadas para enfim alçar meu objetivo importante. O grupo de meu pai se oculta fora de vista no jardim, montando guarda nas entradas e saída da residência, o que além de tudo me garante que a conversa no âmbito externo estaria reservada ao meu colegiado e fora do alcance das demais presenças nas redondezas. Éris e Seth são duas manchas escuras em rondas continuas no jardim, posso enxergar também a silhueta de duas pessoas felizmente pontuais. São elas as bruxas da Corte: Lira e Camélia, sendo a última uma novata qual tenho prestado muita atenção, o encontro de hoje pode também vir a se tornar um teste aos seus nervos, tomarei atenção a suas expressões faciais e postura durante nosso tempo aqui.
Por fim, eu me aproximo da dupla com a mesma tranquilidade de quem está em casa.

– Diante de vocês, estimadas colegas, está o que hoje vejo como a imagem empobrecida da magia no mundo. Olhem ao redor, estamos sob seus domínios, nós bruxos e seres, somos existências fantásticas dotadas de artifícios virtuosos para moldar o mundo ao nosso prazer. Únicos, somos nós capazes de tomar as rédeas da liderança e alçar novamente à prosperidade que não há muito tempo nos pertenceu.
Após o segundo grande conflito no mundo mágico, passado aquele terrível período obscuro, pudemos enfim sonhar com dias melhores para a sociedade em geral. Tivemos conquistas que foram compartilhadas desde as polícias na comunidade, regida por mentes brilhantes como o da Ministra Britânica daquele período. Me recordo do dia em que mais jovem eu senti muito orgulho por ser parte deste conjunto mágico, assim como tantos outros nos domínios extraordinários da magia –
Me juntei às duas bruxas ministeriais e migrei a atenção de uma a outra em poucos instantes, enquanto com o braço esquerdo eu fiz menções a pontos em nosso cenário visível, como o poço e as estátuas no gramado.

– Diferente daquele período pós-conflito, hoje o rumo da magia é mais incerto que nunca visto antes. No dia anterior eu plantei algumas incertezas em cada uma de vocês quando fiz o comunicado convocatório para este dia, tanto que tenho a certeza de que nem mesmo sabem em que lugar do mundo estamos. Real ou irreal? Ameaça ou passivo? O que nós devemos esperar estando em determinada situação? Bom, este é o mundo bruxo atualmente, onde a magia é ameaçada e falta bem pouco para ser considerada um crime –

O nevoeiro reagiu ao sacar da minha varinha e aos poucos torna-se manipulável a minha vontade, diante de nossos olhos, composto de nevoa densa eis que se revela a silhueta e posteriormente todas as feições do Presidente Roberto Farias estático, o homem constituído de nevoeiro sustenta-se sobre o que é outra silhueta nebulosa completamente esparramada no chão feito um cadáver derrotado.
– A partir deste dia a Suprema Corte vai redobrar seu empenho e voltar seus esforços para caçar e punir perante a nossa justiça extraordinária os grandes culpados do nosso atual estado. Eles querem criminalizar tudo aquilo pelo que lutamos durante milênios. Em resposta a isto eu criminalizo a incompetência do carrasco que tudo assiste sem tomar uma única providência para resistir às levianidades norte-americanas. Exercendo meu poder de chefia da suprema casa jurídica da América do Sul, num ato que é o primeiro passo para tirar nossa comunidade da incerteza, dou início a operação que só vai terminar quando Roberto Ricardo Farias for destituído do cargo pontífice e posteriormente preso em Pico Esperanza por crimes contra a sociedade, ineficiência no serviço público e cumplicidade com a lei de ocultação da magia, junto do macusa.
A primeira tarefa de vocês é o de abrir um inquérito para investigar profundamente a vida do Presidente, descobrir quais são as atividades desse homem fora das dependências do comasul, visto que se for analisado seu tempo de contribuição dentro da instituição fica explícito sua mediocridade. Me faz pensar se há algo mais interessante para ele fora do comasul, que dentro do gabinete presidencial, onde um trabalho importante deveria estar sendo feito com empenho voraz –

Tornei a atenção à dupla, estacando frente a imagem do Presidente inerte.

– Estou comprometido a salvar a sociedade com toda a minha existência e os poderes a mim atribuídos pelo meu esforço, e como todo grande conflito este também envolve riscos aos que estão atribuídos a ele. Não irei insistir para que permaneçam na Corte, mas se continuarem comigo e apoiar o plano, garanto todas as ferramentas jurídicas ao meu alcance em prol do vosso progresso nessa empreitada e o sucesso final será de todo. Senso este o caso, a primeira coisa que espero ouvir de vocês devem ser os artifícios para se avançar um primeiro passo – Me afastei alguns metros para então me postar em evidência alguns degraus acima de uma escada na área externa. A dupla até aqui faz-se excelente ouvinte.
– Vocês têm a minha palavra de que não irei condenar sua desistência, entretanto se negar ao trabalho é o equivalente ao não cumprimento dos desígnios do seu superior. Certamente lhes custará o cargo, garanto. Enviarei uma carta de recomendação ao superior da Seção que for da escolha de vocês para a recolocação.
Um grupo só é eficiente se houver compromisso entre todos, o contrário: desistências no meio do caminho ou mesmo traição, são riscos que eu escolho não correr, esses com certeza serão condenados pois é a última coisa que eu aceitaria calado e sem uma resposta à altura.
Escolham e em seguida daremos seguimento em todas aa pautas deste encontro incomum e decisivo na vida de todos os presentes –
Encerrei ao cruzar os braços e aguardar a resposta que determina sobretudo se o encontro deve prosseguir.

Ares Silvers Rayleigh, chefe da suprema casa jurídica da América do Sul

Camélia Torres
TLC » Fantasma
Camélia Torres
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TLC: Fantasma
Qua 20 maio 2020 - 0:22
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Lira parecia estar tão aliviada quanto Camélia ao que uma notara a presença da outra. Por alguns minutos cogitou ter acredito em uma mera carta e uma chave de portal que sequer fora entregue pelo presidente em mãos, ao mesmo tempo que sabia que era a única maneira segura de não serem acusados de trair o presidente, que por hora era figura superior mesmo a de Ares. Valera o desafio, afinal, e mesmo que fosse uma armadilha, seus inimigos veriam com quantos feitiços se é derrotado por uma mulher que é habituada a usar saltos altos todos os dias. A loira não daria o luxo de deixar alguém dizer que ela fora uma vítima, não novamente. Ouviu o ruído discreto de um par de sapatos e Lira pareceu também ter notado, pois ambas se viraram em direção a ninguém menos do que o próprio chefe delas. Antes que pudesse desejar um bom dia ao colega de trabalho ou elogiar a escolha do local, o único homem entre elas se pôs a falar. Ele falava, em resumo, sobre a decadência da sociedade bruxa, e como o esperado, fora genial. Todo aquele cenário, a dúvida sobre confiar no comunicado, na chave de portal, na incerteza de onde estavam, toda aquela produção representava bem a sensação que rondava desde os mais novos até os mais vividos bruxos. A ameaça era iminente, tendo ainda mais certeza disso depois de ver a forma como o presidente da COMASUL estava enfrentando a crise em Castelobruxo.

A apresentação não parara por ali. Como quem lê os pensamentos de Camélia, o chefe usou a névoa para ilustrar ninguém mais, ninguém menos do que o próprio Farias. E as palavras ditas pelo homem após isso foram tão gostosas de ouvir que ela quase, quase demonstrara alguma reação ao seu discurso. Uma operação para derrubar o presidente, e não somente exonerá-lo, como ainda fazer com que fosse preso. Por ela, o presidente já teria caído muito tempo antes de ela assumir o posto na suprema corte. Ele era despreparado para qualquer atividade que não fosse gritar e dar ordens sem sentido. A imagem de Theodoro passou rapidamente por sua mente, mas se dispersou tão rápido quando foram as próximas palavras de Ares. Para começar com seu plano, precisavam saber da vida de Farias. Isso por si só já parecia um grande problema, pois ela tentava ignorar o homem ao máximo, dado o quão desagradável ele era. Nem toda a empatia do mundo poderia fazê-la sentir algum interesse em se aproximar daquele carrasco, mas agora tinha motivos. O que ela sabia além do fato que ele podia gritar por longas horas sem ficar rouco? Que fora casado algum dia, mas que nem mesmo os jornais noticiavam se havia outra pessoa em sua vida. Seria difícil descobrir qualquer coisa sobre sua íntima, mas a graça daquele trabalho era exatamente sua dificuldade.

No que se seguira, o chefe revelou a ambas as mulheres que tal missão seria arriscada, mas isso era mera formalidade: as duas sabiam que não se mexia com uma figura de tamanha popularidade e poder sem correr riscos tão grandiosos quanto. A questão era se ficariam do lado do chefe nessa trajetória ou se iriam lhe dar as costas, mudar de setor e continuar fingindo que a administração de Farias não era um tremendo fracasso. Camélia havia somente ouvido, sem demonstrar emoção alguma, como de costume. Ao que notou o homem cruzar os braços e interpretou essa como uma forma de anunciar que terminara sua fala, nada disse, apenas pegou a caneta trouxa e o bloco de notas, achando uma folha em branco. Seu olhar foi direto ao encontro dos de Ares, que oscilava para qual das funcionárias encarava enquanto aguardava um posicionamento. — Minha sugestão é o bibliotecário chefe. Não vamos achar nada em jornais, e se começarmos a perguntar para as pessoas, poderá até dar indícios do que estamos tentando fazer. Já se obtivermos acesso a ficha do presidente, muitas dúvidas podem ser sanadas. — Disse ela, anotando o que havia acabado de dizer no bloco, como se sua memória pudesse a deixar na mão posteriormente. — Não saberemos de grandes escândalos, acredito, ele jamais deixaria isso assim, tão perto dos nossos olhos, mas talvez uma boa pista de por onde começar. — Deixou que ambos os braços ficassem perto do ventre, esquecidos, e pela primeira vez desde que chegara, ostentou um sorriso maldoso no rosto. — Além disso, devo dizer que um homem de ego tão inflado se entrega extremamente fácil quando alguém lhe pisa nos calos. A investigação na escola, por exemplo... — Disse, desfazendo a careta. O que acontecera a aquela mulher não era digno de sorrisos. — A investigação já dura tempo demais e eles não tem nada além de uma foto em uma rede social e de algumas pistas que podem ou não revelar algo. Pelo que acompanhei de forma discreta, eles sequer usaram todos os recursos. Se o senhor viesse a intervir nas investigações, tenho certeza de que isso o deixaria tão fácil de ler quando um papel rabiscado com tintas coloridas. — Tão logo terminara de falar, retomara a sua habitual careta inexpressiva, escondendo que por dentro estava eufórica com a simples ideia de ver o presidente mais irritado do que o normal. Não que ele fizera algo para ela diretamente, sequer a deveria ter notado, mas para ela era injustificável que alguém tão despreparado assumisse o posto mais importante, especialmente em tempos de crise na sociedade bruxa. Sem a COMASUL estariam nas mãos da MACUSA, o que não poderia de forma alguma poderia ocasionar em algo bom.


Lira Pisinoe Cotta
COMASUL » Vice-Presidente
Lira Pisinoe Cotta
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COMASUL: Vice-Presidente da Confederação
Qua 20 maio 2020 - 13:33

Jardim de Altstadt

Com Camélia e Ares

Reunião

Não demorou muito para que Ares, seu superior, aparecesse em meio a toda névoa. Ver sua imagem causou alívio em Lira, que deixou escapar um suspiro quando o homem se aproximou. Camélia era nova na corte, ainda não tinha sua confiança, mas o Rayleigh era seu chefe e a sirena o conhecia a tempos. Era impossível não notar a falta de compromisso de seus outros dois colegas de trabalho que ainda não haviam chegado ao ponto de encontro quando Ares começou o discurso a respeito de seus próximos passos no que diz respeito ao atual presidente. Não era novidade pra ninguém que o chefe do supremo vivia em claro descontentamento com o atual governo, e tinha razão. Isso ficou claro na última reunião da confederação, e em sua entrevista mais recente. Roberto Ricardo só ocupava o cargo pelo status e nada fazia pela sociedade bruxa, patético. No mês anterior houve uma morte dentro de Castelobruxo e o que ele fez? Surtou pelos corredores da COMASUL, liberou uma horda de Chupa-Cabras — que estão matando a floresta — e outras criaturas nos territórios da escola e impediu os investigadores de dar início aos interrogatórios. O canalha elitista estava escondendo algo. Tinha que estar.

Apesar de muito nova, Camélia se mostrava ser uma mulher controlada e extremamente calma. Desde que entrou para a suprema corte, Lira nunca havia visto a mulher sorrir ou demonstrar qualquer emoção por trás de seu rosto de pedra, mas aparentemente, ela também estava insatisfeita com o governo Farias. Descontentamento e insatisfação, talvez essas fossem as únicas emoções que a mulher-flor conseguia esboçar. — Camélia tem um ponto. — Disse Lira. — O bibliotecário seria um bom começo em nosso plano. — Categórica, finalizou. Não havia muito mais a ser dito. O plano era tirar Roberto do poder e, pra falar a verdade, já havia começado a algum tempo, sendo possível ouvir comentários insatisfeitos com a gestão atual dentro da própria confederação. — Não planejamos descredibilizar a COMASUL, mas, acredito que derrubar o presidente sem que isso aconteça seria impossível. — Continuou após alguns segundos pensando. — Temo que uma movimentação muito brusca vinda de nós possa abalar demais as estruturas dessa sociedade e tudo acabar desmoronando sobre nossas cabeças. Se formos fazer isso mesmo, é preciso planejar tudo muito bem e estamos preparados para qualquer desdobramento que venha a acontecer. Assim que: seria prudente agir agora? — Finalizou com uma pergunta aos presentes.
Anthony D. Rayleigh
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Anthony D. Rayleigh
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Sáb 23 maio 2020 - 13:02
Altstadt, o primeiro ato
Honestamente, a decisão da dupla passou longe de ser uma surpresa, afinal, assim como é nítida a chama que ferve meus anseios diplomáticos é semelhante àquela que sou capaz de enxergar em minhas companhias. Em seus próprios papéis, ao próprio modo elas o executam e moldam este poder de forma sutil e inegavelmente elegante.
Lira a mais experiente mostrara explicitamente o valor de seu caráter em outras ocasiões importantes, e desde que ouvi a ruiva pela primeira vez na sede a respeito do dilema entre a afluência entre bruxos e seres mágicos, eu optei por ouvi-la com atenção ao discorrer seus pontos, julgando previamente seu caráter mencionado e a semelhança notada entre nossa forma de pensar em diplomacia.

Camélia, por sua vez mostrou o vigor em pontuar com precisão concisa o meio mais racional de avançar o primeiro passo. Ressalto sua agilidade em fazê-lo, não há duvidas de que me deram ótimas impressões a seu respeito. Sendo essa a primeira interação que tivemos, e ao que tudo indica que vamos nos ver por muitas outras vezes mais, decido que o mais sábio é guardar os elogios e tecê-los assim que eu terminar de julgá-la em meu próprio tribunal interno, onde não há júri ou defesa, a única prova válida e decisiva será minha perspectiva final sobre a nova bruxa da corte. Entretanto o brilho em seus olhos é o mesmo que contestei no semblante de outros poucos bruxos virtuosos com quem topei na vida. Não são todos portadores deste brio especial, mas geralmente os que o demonstram conseguem muitas vezes impressionar a atenção alheia mesmo à uma primeira vista, como o que vi hoje no jardim da mansão secular.

Agora me pergunto se Lira viu o mesmo que eu, pois sob a instrução da sirena, Torres poderá aperfeiçoar sua genialidade e usá-la da maneira mais conveniente dentro dessa máquina continental que é a confederação mágica. Porém a sua questão controversa aguça minha curiosidade em conhecer o que a motivou a fazer essa pergunta. Essa estranheza carrega interesse e não arrogância.
– Certamente, descredibilizar o comasul num momento de tamanha fragilidade política é um ato arriscado, entretanto pode se tornar uma arma decisiva em mãos convenientes... - De palmas abertas eu indiquei a dupla feminina à minha frente em clara alusão ao que acabara de ser dito.
– Lira que está no grupo há mais tempo sabe que nunca houve apoio do Supremo à seção pontífice da Casa. Em todos meus discursos e entrevistas minha mensagens a população foi: nós não coadunamos com o presidente e todas aa suas decisões. Dediquei horas pra erguer o muro que separa os nossos Poderes no governo atual, essa desunião descredibiliza a instituição por si só, mas é necessária. Visto que não só a opinião pública mas também a de tantos outros no governo é contaria a de Farias, no meu ponto de vista o ato além de arriscado e potencialmente nocivo, é acima de tudo assertivo, inclusive acredito também que sob nosso preceito as outras seções podem erguer um muro contra o legislativo ineficiente. Isolado e sem apoio, Farias seria um alvo fácil, tanto que pode ser considerado um golpe covarde do predador que o abater. Ele acabará culpado pelo mal estar causado na sociedade por conta da instabilidade na instituição, para fazer isso eu só precisaria de um palanque e algumas palavras. Por fim, rende espaço e privilégio à oposição tradicional –

A fala desmembrou o inicio da operação. Deu-nos um resumo da empreitada que deve ser aprimorada ou até substituído por outro de maior efetividade, tal decisão cabe somente ao meu grupo, este que está a um passo do seu maior desafio desde que assumi a chefia. Será uma longa campanha e minha experiência política é marcada de imprevistos, afinal a máquina do serviço à confederação é cruel e influente o bastante para transformar a ambição do Homem em algo mais obscuro e perigoso aos que se põe como desafiador diante do seu caminho. Para meu alvo é uma infelicidade que eu não tenha me tornado uma exceção.

– Roberto Farias... – Encarei a imagem inexpressiva do Presidente sobre o cadáver. Com a varinha em punho e um movimento brusco faço a escultura de neblina branca dispersar de uma vez. – Seu respeito não mais bastará. Eu quero o seu medo –

– A opinião pública nunca foi tão favorável a sua queda. O presidente, em resposta, nunca quebrou tantos ovos quanto tem persistido em fazer nas tuas ultimas decisões. O conceito do TLC, o passivo TLC está mais saturado que nunca, facilmente refutável. A pressão do macusa dura mais de meia década, visto o que fizeram até aqui, recuar não é uma opção, e eles ainda precisam conquistar terreno em nosso continente. Tenho motivos para crer que teremos novidades em breve, o macusa deve agir logo e tenho bem mais motivos para acreditar que Farias não é capaz de suportar e resistir a isso, o que pode se tornar um problema a todos nós - Meus olhos são de Lira Pisinoe, e os dados proferidos são curiosamente transmitidos a ela por meio de um tom tranquilo de relações diplomáticas. Estou interessado no questionamento lógico e não provar um ponto.

– Por outro lado, nosso grupo está engajado apesar do número expressamente reduzido. Os outros não faram diferença, pois existe qualidade nessa seção, o bastante para considerar que a Suprema Corte é o maior Poder do COMASUL...
Eu já contestei seu potencial em outras ocasiões, Lira, é genial. Agora, quero que use-o mais uma vez para me convencer que apesar de todos esses sinais que eu enxergo, este não é o momento correto para agir. Pois para mim é o momento mais oportuno, inclusive nossa próxima pauta pode vir a se tornar a chave da cela presidencial em Esperanza.
Precisamos falar sobre Castelobruxo. –


O juiz encerra com sua atenção à jovem Camélia, aquela que possivelmente se tornará um prodígio. Seria redondamente precipitado lhe atribuir esse dote, mas como sempre em meus pontos de vista, eu me baseio em motivos veementes. Algo em mim diz para prestar a atenção nela.

– Você está encarregada de contactar o bibliotecário, Torres. Encontre-o, consiga informações a respeito do que tratamos. Traga também tudo o que conseguir de Veronica Dourado e família. Para sua primeira empreitada, darei o prazo de dez dias a partir de hoje. Aguarde meu contato e prepare alguns relatórios para o nosso encontro quando eu pessoalmente irei contactar você novamente. Até lá, sinta-se livre para agir como seu cérebro julgar mais conveniente para executar a tarefa, em seu relatório quero saber quais foram seus artifícios. De acordo, Camélia –

Ares Silvers Rayleigh, chefe da suprema casa jurídica da América do Sul

Camélia Torres
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Camélia Torres
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Dom 24 maio 2020 - 19:34
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Para Sócrates, três coisas devem ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente. Fora com esse preceito que Camélia encarara, ainda inexpressiva, o questionamento de Lira sobre aquele ser o momento certo para agir. Do ponto de Camélia, estavam até atrasados. Farias já não era mais um homem de grande nome na sociedade em que exercia o papel de maior importância, tampouco havia se mostrado eficiente e capacitado nos últimos dias. A morte sem resolução da jornalista em território escolar havia sido, para alguns, o transbordar do corpo para o fim da popularidade dele. Alguns o queriam exonerado tempos atrás, e esse número havia se multiplicado muitas vezes no decorrer dos últimos dias. Julgando o questionamento da colega, pareceu óbvio que sua maior preocupação se dava em uma possível queda da COMASUL, que era também uma preocupação da mais nova. Porém, via esse risco de forma diferente. Qualquer movimento inesperado pode desestruturar um edifício inteiro, bem se sabe, mas somente se este não está preparado para tal. Eles poderiam, os três ali, organizar para que o balançar da confederação fosse o menos prejudicial possível, e do ponto de visto de Camélia, isso poderia até ser complicado, mas começava com o fundamental: descredibilizar o presidente, e somente ele.

Fora baseado nisso que ela citou a escola, aliás. A ideia de que Farias era o responsável pela investigação e que ele, somente ele, fora o responsável pelo rumo que aquilo havia tomado, o colocaria como vilão de uma história que sequer havia começado com ele. Uma jornalista morta daria o burburinho certo para que Farias fosse responsabilizado pela falha na descoberta do assassino, e para Camélia isso não parecia injusto de forma alguma. Alguém havia cometido um crime, e graças a ineficiência do presidente, outros crimes poderiam ter acontecido. Ele merecia arcar com as consequências de ter aceitado uma missão para qual não estava preparado. E mesmo entendendo o posicionamento de Lira e sem dizer sequer uma palavra, que afinal deveria ser dita pelo chefe e não pela novata, Camélia tinha a ideia de que aquele era sim o momento de agir. Afinal, como também dissera Sócrates, "achei que me convinha mais correr perigo com o que era justo, que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto." E essa era a sua assinatura final no que dizia respeito a estar ou não naquele plano. Que acabasse presa, ela mesma sendo vítima dos jornais de fofoca, sua carreira escorregando por seus dedos, mas não deixaria que aquele abutre deixasse que outras vítimas surgissem.

Ares parecia partir do mesmo ponto de justiça, buscando entender e dando espaço para que Lira explicasse sua colocação. E como quem lê pensamentos, o chefe falara sobre o isolamento do presidente. Sim, aquele era o caso. Quanto mais sozinho e mais preso nas próprias falhas, menos custaria a COMASUL. Ela ouviu cada palavra do chefe da mesma forma que ouvira a colega, sabendo que não era seu espaço para falar. Até porque o homem falava para Lira, olhando para ela como se fosse somente a ela que ele deveria esclarecer tais fatos. A Camélia bastava prestar atenção, tentando captar o máximo de informações possíveis, e durante aqueles minutos fora o que fizera.

Quando de volta ao alvo de atenções, a loira deixou a postura ainda mais ereta e deixou os braços soltos ao lado do corpo, as palmas das mãos viradas para frente, sinais corpóreos de que ela havia aprendido serem sinais de que estava disposta a ouvir. E tão logo o fez, seu chefe a designou de cuidar pessoalmente do bibliotecário, tendo que obter não somente a ficha de Farias, mas a de Dourado e seus familiares também. Parecia inteligente, visto que fora o próprio presidente quem designara Verônica para assumir a diretoria de Castelobruxo. Precisaria pensar em cada detalhe, desde convencer o bibliotecário até fazer com que ninguém notasse o sumiço daquela papelada toda. Afinal, por que a Suprema Corte estaria interessada em saber sobre figuras tão importantes se não havia, na prática, investigação nenhuma acontecendo no âmbito deles? O desafio poderia custar sua carreira, mas não sentira medo. Sentira orgulho de ser confiada a algo tão importante. — Será feito, senhor. Sequer notarão minha presença. — Garantiu, sem sorrir ou demonstrar qualquer emoção. Essa era Camélia, afinal, perita em passar despercebida.

Lira Pisinoe Cotta
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Seg 25 maio 2020 - 16:28

Jardim de Altstadt

Com Camélia e Ares

Reunião

Ares tinha um ponto. E quando não? Sempre com respostas bem estruturadas prontas para explicar qualquer questionamento lançado sobre ele, diferente de Roberto. Para Lira, era certo de que estavam um pouco atrasados para agir e seu maior temor, de fato, era isso. Se tivessem colocado esse plano em prática antes dessa morte tudo seria muito mais fácil do que seria agora. Camélia era controlada como Ares — talvez até mais —, mas uma mulher de poucas palavras, diferente de seu superior. Tinha muita coisa na cabeça, mas não deixava suas ideias se fazerem muito claras quando se pronunciava. Fria, calculista, e dona de um potencial enorme, ter ela na equipe era algo bom.

— Eu posso te acompanhar, Camélia, caso precise de uma mão extra. — Lira não fazia a mínima ideia do que a novata era capaz, mas conhecia bem a si mesma, era ótima com feitiços mentais, e tinha certeza de que quando saísse da biblioteca o pobre bibliotecário sequer saberia que as duas estiveram lá. Além disso, passar mais tempo com a garota — ainda que fosse quase impossível lê-la — era a chance que a sirena tinha de descobrir de que lado ela estava. Assentiu para a mais nova, com um sorriso fraco nos lábios. — Agora, sugiro que movamos ações em relação a investigação falha dos aurores até o momento. — Começou mais uma vez, sem gesticular. — Sejamos sensatos, temos, aqui, três dos membros do supremo. Os ausentes talvez estejam do lado de Roberto nesta briga, mas ainda assim, somos a maioria em qualquer votação. Podemos tomar a frente nessa investigação da morte de Beatriz como já devíamos ter tomado. — Enquanto falava moveu sua varinha e os corpos dos dois membros faltantes se formaram com a névoa conjurada por Ares. Olívia e Matteo Villa-Lobos logo desapareceram, dando espaço ao rosto de Beatriz Almeida.

— O MACUSA pode intervir a qualquer momento, então, enfraquecer a imagem da confederação para a sociedade bruxa está fora de cogitação. — Pontuou, fazendo o corte no ar com a varinha e todas as figuras conjuradas desapareceram. — Entretanto, é como eu disse, somos a maioria. Podemos votar em tomar a investigação das mãos do presidente em um estalar de dedos, mas não tornar isso público. Por que não? Sabemos a quanto tempo a investigação das provas segue sem mudanças no curso. Descobrir o culpado, mesmo com interrogatórios, pode ser impossível. Assim, deixemos que a imprensa pense que o que acontecer daqui pra frente é responsabilidade de Roberto. — Sorriu, largo. — Se não conseguirmos bons resultados, a culpa cai sobre nosso querido presidente e ele perde ainda mais influência. Mas, se em nossas mãos tudo for esclarecido, tornamos público quem estava a frente da investigação. — Fez uma breve reverência com a cabeça, indicando Ares.
Anthony D. Rayleigh
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Anthony D. Rayleigh
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Sex 29 maio 2020 - 14:14
Altstadt, o primeiro ato
Uma frase desafiadora, precisa e limpa como o tiro letal com um rifle nas mãos de um atirador audacioso. É satisfatório ao superior ouvir tamanha firmeza na voz que responde à ordem, mas em nota íntima e mental eu prego que devemos manter expectativas baixas em relação a tudo que envolve pessoas no âmbito profissional. Foi sem duvidas surpreendente, espero ver sua desenvoltura progredir no que nos diz respeito à Suprema Corte, e me restam poucas duvidas para ser sincero, essa primeira tarefa é o meu desafio à Camélia que é audaciosa o bastante para pronunciar tal garantia com os olhos limpos e o tom de uma clara certeza.
“Serão dez dias, depois disso vou julgar se minha intuição é ou não fundamentada”

Lira oferece seu nobre apoio, o que considerei empregar na fala anterior dirigida à mais nova do grupo, entretanto, aqui vai outra lição importante a respeito da “liderança”: permita que o grupo se manifeste com o máximo de autonomia possível, poie essa é uma lição duplamente valiosa, você oferece mais liberdade a eles e em troca recebe o poder da analise mais incisiva de cada membro componente deste circulo.
Avalie, corrija e acerte. Muitas vezes “corrigir" significa substituir um membro, e para integrar este grupo no lugar do peso morto, ou melhor, no lugar dos ausentes eu consigo pensar num nome que fará jus a qualidade que insisto conservar na equipe. Farei contato após concluir a confraria em Altstadt.

As imagens ganham forma durante a parla de Lira, uma que eu esperava ouvir com atenção. A Sirena tem sua desenvoltura lapidada à custo de suor e sacrifícios na carreira. Por falar em sacrifícios, Beatriz surge da nevoa manipulada bem como feito antes com outra persona.
– Sim, nós faremos. O caso é mais complexo do que pode parecer, e pelo cacife mostrado pelo grupo de aurores até aqui, eu não acredito que aquele elenco seja capaz de solucionar alguma coisa neste momento –

Afastei do rosto um chumaço de madeixas grisalhas que denunciam não só a idade mas também o quanto de estresse minha forma de diplomacia já me custou durante os anos de atuação, mas confessor que este papel é um prazer que cumpro para além de qualquer risco a saúde. O caso de Castelobruxo não será exceção devido as restrições locais no perímetro da escola. Vou exercer o poder da Corte com mão de ferro sobre o caso, para tanto será necessário cumprir um requisito importante.

– Tomaremos o caso, mas com cuidado e eficiência, portanto vamos colocar panos quentes sobre toda a investigação até segunda ordem. Isso significa que nenhuma informação do caso deve ser mencionada fora do grupo ou na presença de alguém que não pertença a ele. Nem preciso mencionar que a imprensa é altamente dispensável no momento. Após colhermos os depoimentos da equipe gestora e os alunos, dentro ou fora do castelo, essa confraria vai se reunir para tomar as decisões arquitetadas por nós, o Supremo, e exclusivamente nós é que devemos julgar a conclusão da trama numa audiência. Haverá um culpado e isso já está previamente decidido. Talvez até hajam um grupo maior com envolvimento, e se durante as investigações um de nós suspeitar que mais pessoas possam ter tido contato direto ou indireto no caso de Beatriz, nós iremos fundo nem que para alcançar a solução alguns ovos devam ser quebrados no caminho.

Lira, seu objetivo para daqui dez dias é enviar uma carta à Diretora avisando-a de que a Suprema Corte fará uma visita às dependências do Castelo em duas semanas à partir de hoje. Considere na mensagem que nós vamos falar com a docência em um ato oficial. Diga que este é um caso sob jurisdição da comasul e que ninguém deve comentar alguma coisa sobre ele nos veículos de imprensa.
“Nós tomamos as decisões agora", deixe isso claro da forma que achar melhor –[/i]

Correspondo a ruiva com um leve maneio de cabeça, transmitindo a ela minha ordem e o respeito.

– Se houver algo mais a ser acrescentado que façam agora, por favor, do contrário aguardem nosso próximo encontro individual no prazo que estipulei-

Da neblina pálida surgem Seth e Éris, o casal Doberman se posta ao lado das duas bruxas, ambos portavam coleiras cravejadas por uma pedra vermelha e cintilante.
– Ao tocar a pedra nessas coleiras vocês duas irão retornar à sede na capital junto doas meus cães. Garanto que eles vão se comportar.
Nos vemos mais tarde, a presença de vocês será recompensada –



Ares Silvers Rayleigh, chefe da suprema casa jurídica da América do Sul

Camélia Torres
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Camélia Torres
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Sáb 30 maio 2020 - 20:34
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Lira havia sido gentil em se oferecer para ajudar Camélia. Ou no mínimo, esperta. A garota era nova, confiada a uma grande missão que precisava passar tão despercebida quanto ela pelos colegas quando passeava pelos corredores. Talvez ela realmente só quisesse ajudar, mas também havia a possibilidade de ser uma espécie de tentativa de a observar mais de perto. A loira não tinha nada a esconder, e sequer precisava de ajuda, mas não precisou recusar de forma educada a oferta, visto que o chefe já havia designado a mais velha uma outra função. Nenhuma das duas lidaria com situações fáceis, mas a diversão da atividade era exatamente essa. Houve, porém, uma fala de Lira que soara tão inteligente quanto ela já havia se mostrado tantas vezes. Deixar que a imprensa pense que Roberto continua com a liderança, visto que as provas eram escassas e que a essa altura os aurores já deveriam ter terminado de destruir o cenário original. Ouviu o chefe com atenção, mas não pode deixar de se posicionar, não se tratando de algo tão importante. E enquanto a conversa se encaminhava para o fim e os cães já se aproximavam como um convite para se retirarem, Camélia chamou a atenção da dupla para si.  — Perdão pela interrupção, senhor, mas temo que estejamos deixando um grande detalhe para trás. — No momento que disse e atraiu os olhares para si, em especial o do chefe, sentiu que estava pisando em ovos, mas não recuaria. Se estava disposta a ajudar, seria mais do que cumprindo ordens. Precisava expor suas opiniões tal qual Lira havia feito com tamanha sabedoria, mesmo que ainda nova na corte.  — Lira tem um ponto. — Disse, repetindo o que a outra havia dito sobre ela alguns minutos antes. — E eu concordo em agirmos com cautela e a panos quentes no início, exatamente como ambos disseram. Mas talvez estejamos deixando passar uma brecha que pode nos custar caro mais tarde. — Com o rosto inexpressivo e a voz no tom usual, sem aumentá-la ou deixá-la mais agressiva, a loira virou-se diretamente para o chefe. — Verônica não parece a mais animada, segundo os relatos, sobre a forma como o senhor presidente está levando o caso. Porém, precisamos lembrar que ela fora indicação direta dele, e que só exerce o poder que tem em Castelobruxo graças a ele. O que me faz pensar, senhor, que talvez ela seja a primeira a ir queixar-se com ele sobre o motivo de seus alunos ou professores serem interrogados novamente. Para ela não fará sentindo, e então de um jeito ou de outros, o senhor Farias saberia que estamos agindo as suas costas. — Ponderou por um instante, mas não estava pronta para somente ir embora e deixar que talvez os três acabassem linchados e presos no lugar daquele que deveria ser derrubado. — E embora já saibamos que em algum momento ele saberá disso, no instante que acontecer, ele fará tudo o que for possível para criar uma enorme cena e virar o jogo contra nós. Acredito que ele mesmo possa acionar a imprensa e causar um caos político enorme na instituição. — E bom, não era difícil de se imaginar o homem agindo assim. Qualquer um que trabalhasse na COMASUL sabia o quão explosivo o homem era e como não aceitaria fácil levar um golpe daquele tamanho. Ao mesmo tempo era impossível fazer grandes coisas sem que ele acabasse sabendo.  — Então com base em suas próprias palavras, senhor, eu tenho uma sugestão. Perdoe se soar audaciosa, mas acredito que assim como o senhor disse ter erguido muros no que diz respeito a presidência e suprema corte, não seria uma boa ideia tentar estender essa barreira para junto dos outros setores também? Um Roberto completamente isolado, sem apoio nenhum, correndo o risco de ser criticado por todos os seus chefes de setores seria muito mais fácil de manter calado frente a imprensa, talvez até o incentivasse a dizer que fora uma solicitação dele que ajudássemos na investigação. Conheço alguns chefes que não somente não estão satisfeitos com a postura do presidente, mas também estariam dispostos a nos informar sobre possíveis tentativas dele de se unir a outros poderes para tentar nos derrubar. Um grande muro de isolamento, este é o meu conselho. E tão logo este estiver erguido, podemos começar a trabalhar sem nos preocuparmos com o ataque de retorno. — Disse, finalizando a sentença e aguardando uma resposta, que assim que fora dada, levou ambas as mulheres a tocarem nas joias das coleiras dos cães. Camélia não se dava bem com criaturas para além de bruxos, mas ordens eram ordens, e por mais suspeita que pudesse parecer ser vista passeando com um cachorro por aí, cumprira a ordem, saindo dali acompanhada do animal.

Lira Pisinoe Cotta
COMASUL » Vice-Presidente
Lira Pisinoe Cotta
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Seg 1 Jun 2020 - 13:53

Jardim de Altstadt

Com Camélia e Ares

Reunião

Aparentemente seu superior queria testar as habilidades da nova integrante do supremo e por isso pediu que Lira não a acompanhasse à biblioteca de registros. Ao invés disso, a tarefa da sirena foi outra: contatar Verônica para avisar-lhe que o culpado da morte de Beatriz ainda não havia sido encontrado e, por isso, eles iriam até Castelobruxo para alguns interrogatórios com funcionários — principalmente os presentes na clareira, citados no relatório de investigação dos aurores — e alguns alunos; dentre eles o idiotinha que postou aquela maldita foto no witchgram e deu início a todo esse alvoroço. A investigação podia estar em melhores passos, o mundo mágico poderia estar em melhor estado, se não fosse pela fome de likes de uma única criança.

— Assim o farei. Verônica será avisada que prosseguiremos com o interrogatório em breve. — Disse, sucinta. Ambas tinham dez dias para executar suas tarefas, mas a da Cotta dependia da de Camélia. Ela só enviaria a carta citada quando todas as fichas requeridas estivessem em mãos e muito bem analisadas. Ao que tudo indicava Verônica estava do lado de Roberto, ele a escolheu para seu cargo, aliás. Na época, a sirena pensou ter sido sensato da parto do Farias entregar a direção nas mãos de outra Dourado e, de certa forma, foi. Sua ação calou a boca da maioria dos países membros da confederação que duvidavam de sua capacidade mesmo depois do primeiro mandato, mas agora já havia sido esquecida pela maioria.

Camélia estava mostrando-se ser sensata. Seria mais prudente não avisar Verônica que o supremo interrogaria os em breve e fazer isso de forma mais silenciosa, sem que percebessem; ao contrário de Ares que permanecia firme. Duas opiniões fortes e corretas de sua própria maneira. Lira, no entanto, gostaria de dar continuidade a tudo o mais rápido possível. Há alguns meses vinha recebendo ameaças contra sua vida e — ainda que não tivesse contado a ninguém — queria provar-se útil. Resolver esse assassinato era a melhor forma de fazer isso e talvez preservar sua própria vida. Assim que todos apresentaram seus pontos, dois cães surgiram, a ruiva tocou a pedra na coleira da fêmea e desapareceu.
Jaci
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Jaci
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Sáb 6 Jun 2020 - 17:28
encerrada!
seu desejo é uma ordem!

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