Vigézimo terceiro dia na Amazônia, Alastor anda em passos lentos, com uma pesada mochila cargueira em suas costas, anotando em seu tablet as possíveis propriedades de um fungo vermelho que encontrou na copa de uma Plinia Edulis durante seus primeiros dias de expedição. O bruxo não atreveu-se a retirar uma amostra, pois o fungo ainda estava em seu primeiro estagio de proliferação, uma agressão mesmo que mínima poderia atrofiar seu desenvolvimento.

O fungo em questão emitia uma bioluminescência de tons quentes, definitivamente suas propriedades eram de origem mágica. Para uma futura pesquisa, Alastor marcou em seu tablet a localização onde encontrara o fungo e em alguns meses, ou no intervalo de 1 ano voltaria para ver seu progresso e possivelmente retirar sua amostra.

Enquanto escrevia rapidamente algumas hipoteses entre outros pensamentos que havia coletado enquanto refletia sobre o fungo; Alastor se viu de frente a entrada de uma clareira, sua formação era obviamente anormal, as árvores ao redor de alguma forma "recuaram" da espécie encontrada no centro da clareira.

Curiosidade sempre foi o ponto fraco do bruxo, perguntas surgiam sem sua cabeça e para cada pergunta uma sede por respostas.
Aproximando-se da árvore localizada ao centro da clareira; Alastor agacha-se para investigar o solo, nada de anormal ao seus olhos. Em passos lentos o bruxo aproximava-se da arvore observando atentamente suas raiz, percebendo que a mesma era axial e tabular.

Haviam buracos no solo próximo a arvore em questão, o que poderia indicar a presença de um organismo de origem Isoptera, entretanto Alastor ainda não podia tirar suas conclusões; Algo que chamou a atenção do bruxo foi um fruto localizado em um dos galhos mais baixos, seu formato e cor peculiar os fez contemplar reflexivamente, certamente já havia estudado em algum lugar aquela espécie.

Pegando seu tablet, Alastor passava por seu extenso banco de dados, procurando informações sobre o fruto à sua frente; Seu não o falhara, pois ele logo encontrou algumas informações sobre a árvore, assim como algumas das propriedades catalogadas do fruto que encontrou.
Sua curiosidade extendeu-se as folhas, que como descrito causaram irritações ao toque, o que para o alquimista era fascinante. Não perdendo tempo, o bruxo retirou de sua mochila uma jarra de vidro comum e um par de pinças de metal, cuidadosamente ele retirou uma das folhas.

Para a surpresa dele, no momento que a folha foi retirada, formigas começaram a sair do buraco que ficou exposto; Respondendo a pergunta do bruxo sobre qual espécie habitava ali. Afastando-se das formigas que propagavam da abertura feita pelo bruxo, Alastor coloca uma de suas mãos no queixo; era um problema que ele precisava resolver sem causar danos.

Para sua felicidade ele recordava algo que um velho amigo o falou. Boa parte dos insetos possui um reflexo natural a chuva, quando a umidade do ar aumenta consideravelmente a maioria dos insetos busca refúgio nas partes mais profundas de seus ninhos, o que não era diferente para formigas; Sacando sua varinha, Alastor aponta para o topo da árvore e conjura com uma leve girada de pulso.

"Aqua Eructo"

Sua intenção era clara, aumentar a humidade por igual, molhando a madeira e assim ativando o reflexo natural das formigas de recuar para as partes mais fundas de seu ninho; com isso o bruxo pega mais algumas amostras da folhas usando sua pinça e com o galho livre de folhas o mesmo pega o fruto com suas mãos, guardando-o em sua mochila. A cada parada a mochila do bruxo parecia ficar cada vez mais pesada.