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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Fernando Ruiz Brandão
TLC » Adulto
Fernando Ruiz Brandão
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Seg 25 maio 2020 - 16:40
Pais e Filhos
"Status, cofres e paredes pintadas(...)"
Enquanto Fernando aproveita sua folga para analisar alguns documentos, Polyana traz consigo uma revelação para fazer ao irmão mais velho. A RP se passa em 18 de dezembro de 2019, ao início do anoitecer. A seguinte rp é fechada para ambos os personagens.
「R」


Última edição por Fernando Ruiz Brandão em Seg 25 maio 2020 - 17:04, editado 2 vez(es)


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Fernando Ruiz Brandão
TLC » Adulto
Fernando Ruiz Brandão
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25
Seg 25 maio 2020 - 17:01

Pais eFilhos
unity is diversity


Era um dia fora do comum, Fernando não gostava nem um pouco de suas folgas, preferia estar desenvolvendo seu ofício dentro da Comasul. Enquanto estava em casa, o homem tendia a analisar papéis e fichamentos relacionados ao trabalho. Ou seja, era como se Fernando nunca utilizasse suas folgas. Serviu uma dose generosa de whiskey num copo e sentou-se na poltrona da sala. Uma vasta gama de papéis estava espalhada na mesa de centro. Foi lendo e ordenando um por um. Alguns eram relatórios de julgamentos, outros eram fichas de alguns bruxos que eram deveras suspeitos em determinadas ocasiões. O homem tomou um gole da bebida olhou para um canto vago da sala, enquanto sua mente viajava em algumas memórias agridoces de sua vida. Conseguia enxergar os filhos correndo por aquela sala, a troca de presentes nas noites de natal. E a via, ele nunca parou de vê-la. Mabel Marinho Franco, a mulher que mais amara na vida. Sabia que ela estava morta, não havia mais nada que pudesse dizer ou fazer diante daquilo tudo. Foi a morte dela que o fez acordar para a vida que levava, foi aquilo que o fez começar sua transição mental para o homem frio e fechado que havia se tornado.


. . .



30 de Março de 2004


Fernando despertou de seu pesado sono, Mabel já estava acordada e atenta a tudo que acontecia no pequeno quarto. Ela já estava estranha há alguns dias, o que inquietava o namorado. Ao abrir os olhos, Fernando virou-se na cama e apoiou-se no cotovelo:

- Bom dia!

- Bom dia, amore. - Mabel tentou disfarçar o que a incomodava, no entanto, ele sabia que havia algo acontecendo.

- Mabel, olha só, eu sei que tem algo acontecendo aqui. É melhor você me falar logo! - Fernando sentou na cama e pegou sua camisa que estava na ponta.

- É, tem algo acontecendo. Para mim é algo bom, não sei se será para você. - A jovem sentou-se também. Uma expressão nervosa percorria seu rosto. Ela hesitou por um momento, tornando a dizer. - Fernando, eu estou grávida.

O coração do jovem gelou por uma infinidade de instantes. Estragou os olhos para ver se não era um pesadelo. Não podia ser, devia ser mais uma das piadas que a namorada gostava de fazer.

- Tá de sacanagem comigo, né? Isso não tem graça, Mabel. - Disse desnorteado.

- Não, não é sacanagem. Isso é a mais pura verdade, amor. - Mabel se aproximou dele e passou seu braço direito pelos ombros de Fernando. Ele permaneceu em silêncio. - Não vai dizer nada?

- E o que você espera que eu diga? Que eu estou feliz e seremos uma família feliz? Eu não vou dizer. Isso é um erro. - O jovem se desvencilhou dela. - Eu não tenho estrutura para ser pai.

- Eu também não, amor. Mas eu pensei que podíamos largar essa vida errada e aprender a lidar com isso. Não seria ótimo?

- Não seria, não Mesmo. - Disse Fernando ao vestir sua camisa com estampa dos Rolling Stones. - Você não pode ter essa criança, Mabel. Acorda!

- Eu posso sim, e eu vou!

- Se você quiser ter esse filho, tudo bem. Só não conte comigo para isso. Eu não vou participar dessa loucura.
- O jovem Fernando ficou de pé e socou a parede. Estava sem saber mais o que fazer diante daquilo.

- Eu pensei que pudéssemos mudar nossa vida, nos tornar um. - Mabel sentou na ponta da cama, havia lágrimas em seus olhos.

-Pensou errado, Mabel. Eu já disse o que penso sobre isso, permanecerá assim. - O rapaz pegou sua varinha da mesa de cabeceira e seus pertences.

-E você vai me deixar assim? - Questionou a jovem Mabel.

-Você já fez a sua escolha, estou fazendo a minha. - E Fernando desaparatou do lugar mas, não sem antes ver a moça em lágrimas.


. . .



O homem deu mais um gole em sua bebida, a mesma sensação de culpa passava por todo seu corpo. Fernando colocou um documento na pilha dos que já haviam sido analisados. Passou a mão pelos cabelos, enquanto a outra ainda segurava a bebida. O whiskey tinha se tornado seu escape nas mais difíceis situações. E em meio a tudo aquilo, ficava a questão: O que havia acontecido com aquela criança? Será que havia tido o mesmo destino que sua amada? Ele tentara achar a resposta por dezesseis anos, não obtendo sucesso algum.

Tentava encontrar maneiras de se redimir de seu erro, sendo falho em todas as vezes. O que poderia fazer com aquele passado que não podia ser mudado? Ele já não sabia, e a cada dia que passava, eis que a dor aumentava e o forçava a manter aquela postura gélida e sombria.




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Polyana Marques Brandão
TLC » Adulta
Polyana Marques Brandão
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Sex 29 maio 2020 - 3:10
La Em Casa
18/12/19 - Clima Ameno - Privado


Era cedo. Polyana havia acabado de se arrumar para sair para o OGD. Pensou que seria mais um dia chato como todos os outros mas sua cabeça estava um turbilhão desde que voltara de Salvador. Bendita foi a hora em que cruzou a sala para a cozinha e encontrou Fernando sozinho enfiado em milhões de papéis da COMASUL. Já não era novidade que o homem vivia para o trabalho e que os filhos viviam reclamando a ausência do pai. -Bom dia!-

A ruiva sempre foi good vibes mas nos últimos dias, se limitava a trocar menos palavras ainda com o irmão, já que este sempre a impedia de viver sua vida ao seu modo, criando uma espécie de barreira entre os dois. Pegou seu Kefir na geladeira e adoçou com açúcar de coco. Adicionou granola e uma fatia de mamão. Pensou bastante enquanto comia. Remoía toda a história de Álvaro e Mabel. A morte da mulher e a adoção do garoto. Uma hora ou outra teria que tirar satisfações com o mais velho. Cruzou a sala novamente, desta vez, para o banheiro. Fez a sua higiene oral. Pensou um pouco mais. Sabia que a conversa não iria ser fácil. Decidiu retornar para a sala.

Sentou-se na poltrona diretamente de frente para Fernando. O encarou por um instante. -Tu sabe que eu só me meto na tua vida quando é importante, né? Assim, wisky de manhã cedo não é legal não, mas quem sou eu para abrir a minha boca!.- A ruiva era beberrona e toda a família sabia. Ela queria apenas quebrar o gelo mas não foi tão feliz na tentativa. -Conheci um garoto em Salvador, maior gente boa.- Passou o celular para o irmão na foto do sobrinho. -Olha aí. O nome dele é Álvaro, tem dezesseis anos.- Limpou a garganta. -Ele é filho da Mabel, conhece?- Disse com ar debochado mas não costumeiro. -Fernando, por que tu deu o teu filho? Tu sabia que Mabel morreu?- Alterou a voz. Esperava cética por uma resposta.  

Polyana Brandão + Fernando Brandão
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Polyana Brandão A Tal Poly Pimentinha
Emme
Fernando Ruiz Brandão
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Fernando Ruiz Brandão
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Sáb 30 maio 2020 - 20:59

Pais eFilhos
unity is diversity


"Por que tu deu o teu filho, Fernando?"

A frase se propagou por todos os cantos da mente do obliviador. Aquela não era uma pergunta nova pra ele, muito menos nos dias atuais. Fernando estava pronto para dar um sermão em Polyana, um dos muitos que eram costumeiros de sua personalidade. Vivia aos trancos e barrancos com a irmã mais nova, principalmente pelas condutas e práticas da mesma supracitada. Mas houve algo, o fato de ela saber de tudo aquilo. E, claro, o fato dela saber da Mabel. O mais velho segurou o celular, não olhando o que estava na tela. A pergunta de Polyana ainda explodia em sua mente. Encarando a irmã, Fernando questionou firmemente:

- Isto faz parte de alguma das suas piadas, Polyana? Se não é capaz de agir séria, não interaja comigo. - A expressão carrancuda do mais velho estava adornado sua face.

Movido pela curiosidade de todas as coisas ditas pela ruiva, o Brandão mais velho olhou para a tela do celular. Uma fotografia carnavalesca estava sendo exibida. Polyana sorria ao lado de um menino bem mais novo que ela. Não era novidade que a irmã fazia amigos por onde passava, algo que estava bem longe da personalidade do obliviador. "O nome dele é Álvaro, tem dezesseis anos(...)" - Aquilo fez a espinha de Fernando congelar. Dezesseis anos. O homem analisou a foto, aquele rapaz era a cara da Mabel. Tinha os olhos pintados por sombras coloridas, a boca preenchida com batom vermelho. Era mais um dos jovens modernos, um daqueles que diferiam dos da sua época. Fernando passou a fotografia, uma outra foto carnavalesca ficou diante de seus olhos. Polyana beijava o rosto do menino, ambos sorriam em demasia. Ele não pôde deixar de notar certos traços que remetiam à ele.

Após ver as fotos, o obliviador recordou-se do dia em que viu o corpo de Mabel, o dia em que havia se tornado aquela pessoa. Não houve nenhum rastro da criança, nem mesmo o que a mãe tinha feito com ela. O homem pegou o copo de Whiskey, sorveu todo o seu conteúdo.

"Por que tu deu o teu filho, Fernando?"

Vozes começaram a gritar dentro de sua cabeça, sendo bem piores que os questionamentos rotineiros. As mãos dele se elevaram até sua cabeça, a expressão do jovem Fernando estava ali, estava de volta para lhe dizer "oi". Culpou-se pela morte de sua antiga namorada, culpou-se por não ter aceitado aquela criança. Culpou-se, por como tantos, não ter sido homem o suficiente para assumir um filho que não havia sido planejado. Estava apenas espantado em como o destino tinha culminado naquilo. Depois do erro do abandono, o Brandão mais velho tentou consertar tudo. Casou com Francis, teve seus três filhos, deu para eles tudo que o dinheiro podia comprar, apesar de ter sido frio e ausente. E mesmo tendo feito todas aquelas coisas, sempre existiu uma parte da sua alma que dizia não ser o suficiente.

Havia uma criança, uma criança que perdera a mãe, uma criança que ele nem sabia o exato fim. E aquela criança, agora um homem, estava naquelas fotografias com a sua irmã mais nova. Ele poderia desacreditar dela, gritar o mais alto possível e protestar, mas o nome da Mabel, aquele nome era a chave para tudo. Ergueu o celular mais uma vez, visualizando a foto de novo. Tentou procurar aquela criança por dezesseis anos, não obtendo sucesso em nenhuma das vezes. Ele era um monstro, sentia-se como um monstro. Ia muito além do coração gelado e das expressões fria que atribuíam à ele.

- Polyana, eu poderia continuar dizendo que isso é uma piada, no entanto, há muitos fatores aqui que culminam para que você esteja falando a verdade. - O homem começou a falar, sua voz saía seca, porém, preocupada. - Você tem certeza do que está alegando?

Fernando serviu mais uma dose da bebida quente, uma dosagem bem maior que a anterior. Ao olhar para a divisória da porta entre a sala de jantar e o cômodo em que estavam, ele viu um vulto aparecer e desaparecer. Mabel o fitava, seus olhos exprimiam um questionamento sem que uma palavra precisasse ser dita. Os olhos dele piscaram, não havia mais nada no local.

"Por que tu deu o teu filho, Fernando?"

Daquela vez, diferente das demais, não eram gritos ou sussurros. A voz doce de Mabel, em toda sua singularidade, perguntava-o. O homem virou o Whiskey em um único gole, acrescentando:

- O que mais você sabe desse menino, Polyana? Você puxou o fio, agora deve me dizer tudo. - Foi autoritário, definitivamente.





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Polyana Marques Brandão
TLC » Adulta
Polyana Marques Brandão
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Seg 1 Jun 2020 - 22:07
La Em Casa
18/12/19 - Clima Ameno - Privado


A ruiva colocou as duas pernas na poltrona em forma de lótus após retirar as sandálias  e voltou a encarar o irmão. Sabia que não seria fácil conversar com ele. Um diálogo no cotidiano era raridade, quiçá uma bomba ''ei, fui ali em Salvador, maninho e encontrei um filho teu." Sim poderia ser uma piada e das mais péssimos gostos, mas não era. -Tu tá achando que eu brincaria com uma coisa dessas, Fernando. Olha para mim, eu faço as minhas bobagens mas eu sei a hora de falar sério! Eu hein!-

O que veio em seguida foi perturbador. Polyana assistia seu irmão olhar para todos os lados, de maneira esquizoide. A impressão que se tinha era que ele via e ouvia alguém o tempo todo. -Será se Mabel tá aqui igual Àlvaro me contou? E agora, como eu falo para essa mulher que tá tudo bem, meu pai?- Disse entre dentes se imprensando no assento e observando os cômodos da casa visíveis também. -Fernando?- Chamou pelo mais velho mas pouco ligou. Observava a tela do celular e se perdia em seus próprios pensamentos. A ruiva decidiu se calar. Ou o irmão ou alguma força espiritual iriam se manifestar. Foi o irmão, por sorte ou azar.

-Eu tenho certeza de que estou falando a verdade. Calma. -E Fernando foi embora mais uma vez. Polyana já iria levantar para chamar sua irmã Amélia para ajudar quando Ruiz voltou a falar. -Eu conto mas tu não me interrompa por favor. -Tomou fôlego.- Primeiro vai passando as fotos que tu vai encontrar uma foto da foto que eu eu tirei de Mabel e a mãe adotiva de Álvaro e da carta que Mabel deixou para que ele lesse quando fosse maior.- Polyana tinha as mãos suadas e as enxugava no vestido amarelo que vestia. -Viu? Leu? Foi agora em dezembro, nos preparativos de Carnaval, la em Salvador. Por destino, eu me perdi de minha amiga e me sentei em um banco para tomar uma breja. Daí do meu lado estava um garoto e nós começamos a conversar e nos demos muito bem. Foi dando a noite e eu estava, digamos, um pouco alta e ele me ofereceu ajuda. Já sabe quem é o garoto?-Jamais ela iria contar que o garoto estava morto de bêbado tal qual ela. - A casa dele era ali mesmo no Pelô, sabe? Não, né? -Respirou fundo. -A casa dele era perto, e ele já havia me contado que a mãe adotiva dele havia morrido, tal qual sua avó e que ele havia descoberto recentemente que sua mãe biológica o havia dado que ela se chamava Mabel. Eu até brinquei com ele que eu conhecia uma Mabel e que ela tinha tido um lance com tu e que seria incrível se fossemos parentes, mas tá. - A ruiva amarrou os cabelos.-Quando nós chegamos na casa, ele me mostrou as fotos de família e a Mabel que ele falava de fato era a Mabel, tua namorada que vinha aqui e o nome dele real é Tonico Álvaro. Mas eu não contei nada para ele. Ele estuda em Castelobruxo e está morando só. Teus três filhos que tu nem liga, devem conhecer ele. Agora me diga aqui, como é que tu pensa em contar isso para ele porque se tu não contar, eu mesma conto? E melhor, como é que tu vai dar conta de mais uma cria? Não digo financeiramente, mas tu é uma pedra com teus filhos que mendigam teu amor, meu irmão e tu nem nota os sinais de socorro que eles dão. E já que eu tô falando é tudo mesmo, há uns cinco anos atrás, eu me encontrei com Mabel e ela tava para parir uma menina. É tua?

Polyana Brandão + Fernando Brandão
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Polyana Brandão A Tal Poly Pimentinha
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Fernando Ruiz Brandão
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Fernando Ruiz Brandão
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Sáb 6 Jun 2020 - 23:00

Pais eFilhos
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Fernando odiava receber ordens ou instruções, ainda mais da irmã mais nova. Eram divergentes em tudo, sobretudo na maneira de enxergar o mundo. O homem segurou o celular, decidiu conferir tudo o que Polyana havia dito. A foto de Mabel foi a primeira coisa que ele viu. Ela estava bela, seu melhor sorriso estava adornado em sua face. Thalyah, sua melhor amiga, também sorria para a fotografia. E nos braços de Mabel estava o garotinho, aquilo parecia uma festa de aniversário, provavelmente da criança. Apesar do ser infante, Fernando focou seu olhar no rosto jovial de sua antiga amada. A última vez em que vira aquele rosto, Mabel estava inerte e gélida. Ele mesmo viu o corpo no necrotério. Foi como se uma facada atingisse seu coração de pedra, uma faca que machucou. Ele sabia que havia sido o princípio de toda a ruína que culminou na morte de Mabel Marinho Franco. Carregava aquela culpa em silêncio, sendo um dos motivos para que ele adotasse aquela postura fechada e introspectiva. Tendo passado a fotografia no celular, deparou-se com a carta deixada para o menino.

Fernando leu com certa dificuldade, a imagem não estava muito boa pelo aparelho móvel. Contudo, o obliviador conseguiu compreender linha por linha. As palavras de Mabel o feria como facas que atravessavam seu peito. Como era de se esperar, se ele tivesse assumido a criança e ficado com sua antiga amada, os rumos da história teriam sido outros. Ele poderia ter mudado tudo, cada pequeno aspecto daquele desenrolar do destino. Podia, mas não o fez, preferiu fingir que nada estava errado. O obliviador analisou as últimas palavras, aquelas em que Mabel afirmava que estava fazendo o melhor que podia para preservar a criança. Ela havia sido mais mãe do que ele jamais seria pai na vida. Tonico Flávio, esse nome tinha sido atribuído à criança. Muitas dúvidas percorriam a cabeça do homem, todavia, prometera para si que escutaria tudo que Polyana tinha a dizer, não interromper-lhe-ia. Estava disposto a descobrir as minuciosidades daquele caso, não muito diferente de como agia em seu ofício na Comasul. Colocou o celular na mesa de centro, tinha visto o suficiente.

Após apoiar a cabeça na mãos, Fernando olhou bem nos olhos de Polyana. Uma coisa sobre a irmã que ele tinha de admitir: Ela era espontânea e autêntica, dentre outras coisas que ele passava bem longe. Suas loucuras e devaneios eram mal vistos pelo irmão mais velho, no entanto, ela era verdadeira quando precisava ser sério. Amélia era mais atrapalhada e serelepe, Adonis mais revolucionário e boêmio. Por fim, restava ele, o homem centrado e que carregava uma pedra no lugar do coração. Ouviu o desenrolar da história contada pela mais nova, sua cabeça girando mais do que um carrossel. "O carrossel nunca para de girar", recordou-se da frase colocada por Mabel na carta para o filho. Sua mente seguia dessa maneira, a vida estava girando daquela maneira. Não existia um momento para que o brinquedo para seu movimento rotatória. Ele a havia ajudado, bela atitude. Isso queria dizer que o menino puxara muito de Mabel.

De todas as coisas ditas por Polyana, a que mais afetou o obliviador foi o fato de ele não ligar para os filhos. Odiava admitir que a mais nova estava certa em sua colocações, no entanto, existia um fundo de verdade ali. Não que ele não se preocupasse com os filhos, ele se preocupava até demais. Todavia, era falho quando o assunto era demonstrar carinho e afeto, uma coisa que tornou-se pior após o falecimento de Francis, sua esposa. Todos os anos, na época de férias, Fernando sempre providenciava uma viagem para suas três crias. Mediante as notas da escola, quando boas, ele os presenteava. Apesar disso tudo, o obliviador falhava miseravelmente em ser um pai atencioso e presente. O questionamento de Polyana acerca de um novo filho o fez avaliar a si próprio, se estaria pronto para mais um filho em sua vida. Sabia que não seria o melhor pai do mundo, porém, quem sabe aquele não podia ser o ponto de partida para uma nova fase? Só de pensar que Paulla, Anna e Hyan podiam conhecer o outro menino, o fez questionar-se sobre o quão pequeno era o mundo.

- Eu não faço a mínima ideia de como contar isso para o rapaz, Polyana. Em termos de afeto e sentimento, por sua própria experiência, sabes bem que eu sou falho. Mesmo assim, se isso puder mudar, por mínimo que seja, o que aconteceu, estou disposto a fazê-lo. - O homem serviu-se de mais uma dose da bebida quente. Não cometia excessos, mas aquele momento demandava isso.

Fernando sorveu a bebida com um único gole, era muito para se assimilar tão depressa. Infelizmente, de uma forma amarga, aquela era sua vida. Não somente sua vida, a vida de outra criança que não tinha culpa alguma dos erros que ele cometera no passado. O obliviador depositou o copo em cima da mesa de centro e, então, Polyana fez a pergunta mais inquietante de todas, até ali. Fernando sabia que não havia chance alguma de aquela menina ser dele, afinal, Mabel e ele já não tinham mais nada. De fato, a última vez em que ele a vida, ela estava morta. Contudo, para onde haviam levado a criança? Mais um problema que o homem absorvia para si, encontrar o paradeiro da filha de Mabel Marinho Franco.

- Polyana… - Começou no seu tom habitual, algo direto e sério. - Essa criança não é minha, afirmo com toda certeza. Eu e Mabel não nos encontramos mais desde o dia que eu fugi ao saber de sua gravidez. - Ele parou brevemente, retomou o fôlego. - Ainda assim, pretendo averiguar o que ocorreu com a pequena. E sobre o garoto, quero que consiga um encontro com ele. Se possível, traga-o aqui. O erro foi meu, eu quem deverei conversar com ele. Castelobruxo está em aulas, porém, assim que as próximas férias chegarem, eu gostaria de ter um momento com ele. Assim como terei um momento com Paulla, Anna e Hyan.

Finalizando seu discurso, o homem recostou-se na poltrona. Ele tinha certeza que tudo mudaria, a começar por seu comportamento em relação à família.





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