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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Anthony D. Rayleigh
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Anthony D. Rayleigh
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Qua 27 maio 2020 - 16:19

Rayleigh

Ares tem cuidado da administração de uma empresa da família Von Goethe, a filial brasileira estava no vermelho e um primo responsável pela atuação da corporação na América do Sul solicitou a ajuda do parente e juiz. No momento, Silvers está no escritório administrativo organizando os registros econômicos da filial e estudando as estratégias para engajá-la no mercado mais uma vez após um período difícil.
Dias atrás o juiz recebeu um email inesperado de uma pessoa importante para si, é seu irmão Apolo que agora diz estar retornando da Europa para se instalar no Brasil. Há tempos que a dupla não se reúne, por isso a expectativa para o reencontro é grande.
Em resposta, Ares, o mais velho pediu que fosse encontrado na empresa da família numa tarde comum da semana.

Essa é uma RP fechada entre Ares S. Rayleigh e Aphrodite V. G. Rayleigh
Dia 27 de maio de 2020, 16:48


Anthony Deimos Rayleigh
Lavar os copos
Contar os corpos
E sorrir a essa morna rebeldia.
Aphrodite V. G. Rayleigh
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Aphrodite V. G. Rayleigh
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Qui 28 maio 2020 - 13:24



Não sei se os dias são pra sempre, guardei você no coração. Eu vou correndo atrás, aprendi que nunca é demais. Vale a pena insistir, minha guerra é encontrar minha paz...
CAP 1 | RAYLEIGH




"Paris,
Tão amada Paris.
Foi tu que me trouxeste o início da vida.
Em teus braços, mil vezes voltei à mim.
Em teus braços, tanto chorei como descansei.
Vi vultos irem e virem,
Vi as luzes brilharem mais do que em qualquer lugar.
Suas ruas se eternizaram em meu peito,
Tua língua aqueceu meu coração.
E, se assim me for permitido, que eu sempre te tenha para um dia retornar."

(Poema de Dexter Piaf)


A Torre Eiffel erguia-se imponente em meio às várias ruas que convergiam no centro da cidade de Paris, abaixo, numa parte bem iluminada pelos raios de sol, Aphrodite Rayleigh estava sentada num banquinho. Como tudo havia chegado aquele ponto? Nem ela mesma sabia. Tinha cancelado o contrato como estagiária da revista Vogue, sabia que precisava retornar para seu seio familiar. Seria algo difícil, algo tão mais grandioso do que ela podia imaginar. Já não era mais o garotinho Apolo que deixara sua terra para estudar moda em Paris, agora seu corpo descrevia como sua mente sempre havia se enxergado: Uma mulher. Não precisava mais chorar sem entender o porquê não a achavam normal, estava encontrando a felicidade de ser quem era. Mas isso também trouxe os espinhos que a sociedade costumava cravar em sua comunidade. A não aceitação, os comentários maldosos e, sobretudo, a rejeição. Ponto no qual esta narrativa se inicia. Quando conheceu Leonard, Aphrodite se apaixonou aos poucos. Juntos, foram felizes por quase um ano, algo que não durou quando ela contou sua verdade para ele, a verdade sobre a transição pela qual passara por não se identificar com o sexo ao qual foi designada no nascimento. Leonard partiu, disse que não podia aceitar aquilo, que era uma coisa que jamais entraria em sua cabeça.

E Aphrodite percebeu que quanto mais ficasse naquela cidade, mais ela lembraria de tudo e se colocaria em mais sofrimento. Havia chegado a hora de encarar sua família, contar para eles tudo o que aconteceu. Apresentar para eles a Aphrodite, a garota que sempre esteve trancafiada naquele corpo oposto ao que ela se via. Tinha medo da rejeição do país, principalmente do irmão. Ares sempre foi seu melhor amigo, o grande conselheiro da família. Quando menores, ambos os irmãos costumavam ter diversas conversas francas e instrutivas. Ares optou pelo caminho da lei, sendo muito admirado por Aphrodite. Ela sempre o desejou o melhor e torceu por seu sucesso, sabia que ele chegaria longe. Podia estar afastada de seu lado bruxo, todavia, possuía seus informantes acerca do mundo da magia. Conseguia saber como ia a vida do irmão e, mesmo se mantendo afastada dele, vibrava por suas conquistas na área em que ele amava. Comunicava-se com ele por email, o velho email que tinha no Brasil. Nada de Whatsapp, Facebook ou qualquer outra rede mais pessoal. Sentia que não era a hora dele saber, não antes que ela decidisse que a hora havia chegado. E chegou.

Ainda olhando para a Torre Eiffel, Aphrodite fechou os olhos e sentiu uma leve brisa passar por seu rosto. Em um simplório segundo, ela sentiu todas as memórias do que viveu naquele lugar. Sua primeira caminhada, a primeira vez em que subiu na Torre Eiffel, o primeiro desfile na faculdade, Leonard. Prendeu as lágrimas e pegou o celular, percebeu que Guido, seu mais fiel e verdadeiro amigo, havia deixando a mensagem que se atrasaria um pouco. Aquilo era tão ele. Respondeu com um "ok" e nada mais. Cruzou as pernas e posicionou as duas mãos em cima da perna, admirou o lugar. Estava saudosista. Uma rosa surgiu do lado direito de seu pescoço, ela deu um breve riso ao ouvir algo dito numa voz conhecida:

- Uma rosa para uma rosa. Desculpa a demora, tive de ensaiar um script para um piloto de série. É, eu vou estar na TV. - E Guido sentou do lado da garota.

- Sério? Isso é incrível, eu estou tão feliz por você! - Aphrodite abraçou o amigo. Viu o quão duro ele trabalhou por seus sonhos naquela cidade. Aquilo, de certa forma, confortava uma parte do seu coração. Uma parte que sabia que ele ficaria bem.

- É uma longa história, porém, não estou aqui para falar de mim. Você tem certeza que precisa voltar para sua família? Mesmo? - Guido a questionou e entregou a rosa.

- Preciso, ainda mais depois de tudo que houve. Já faz quase seis anos, Guido. É chegada a hora da verdade. - Aphrodite disse, seus olhos percorriam o céu acima de si. - Além do mais, eles ainda são a minha família, eles precisam saber.

- Eu só quero que saiba que mesmo se as coisas derem errado, você pode voltar para cá e ficar comigo. Ok? - Guido era o Non-Maj mais especial que Aphrodite conhecera em sua vida, e tudo por comportamentos como aquele.

- Eu sei, sempre vou ter um lugar para voltar aqui. Obrigada. - Aphrodite deitou a cabeça no ombro do amigo. - Obrigada por sempre me ver como eu realmente era, isso me mudou muito.

- Você é uma mulher forte e linda, não duvido que vai abrir muitos caminhos para os seus semelhantes. Eu quem agradeço por sua amizade, Dite. - Guido acariciou o rosto da amiga. Juntos, eis que ficaram a admirar a bela vista de Paris.


Algumas horas mais tarde, em seu apartamento, Aphrodite fechou a última mala de seus pertences. Assim que acabou de organizar tudo, a moça abriu a gaveta mais baixa da cômoda, retirou de lá sua varinha. Por tanto tempo ela estivera guardada ali, havia se afastado bruscamente do seu lado mágico. Era hora de reencontrá-lo também. Segurou o objeto com cuidado, um breve riso percorreu seus lábios ao fazer aquilo. Tendo tudo pronto para partir, Aphrodite guardou a varinha numa frasqueira de mão rosa e cheia de flores. A tranqueira combinava com o vestido longo que vestia, possuíam o mesmo tecido. Aquela era uma das suas mais belas criações. Ao por os sapatos de salto rosa, segurou tudo que era seu, desaparatando dali.

Surgiu num beco deserto ao lado das empresas de sua família, foi lá que Ares disse que ela poderia encontrá-lo. Puxou as malas e caminhou para a entrada da construção. Seu caminhar era delicado, todavia, bastante imponente. Rumou para o lugar exato onde iria encarar sua primeira pessoa do passado. Uma secretária estava sentada na mesa de recepção. Tendo visto a moça carregando tantos pertences, os olhos da outra mulher se surpreenderam.

- Boa tarde, querida. Eu tenho um horário marcado com o Ares Rayleigh. - Aphrodite disse ao estar próxima o suficiente da secretária.

- E quem devo anunciar, senhorita? - Perguntou a mulher de cabelos pretos e terninho executivo.

- Sou a irmã dele, Aphrodite Rayleigh. - Aphrodite depositou a frasqueira rosa em cima da mesa da mulher.

- Mas… - Ela hesitou um pouco. - O Sr. Rayleigh só possui um irmão, e ele está em Paris.

Num breve instante, os olhos da secretária se arregalaram. Ela entendeu o que acontecia ali, porém, absteve-se de fazer qualquer comentário. Era sempre assim, as pessoas sempre se espantavam no início. Pelo menos algumas delas, as que não enxergavam as coisas com naturalidade.

- E então? Poderei ver o meu irmão? - Aphrodite foi enfática em seu questionamento.

- Claro, claro que sim, senhorita Rayleigh. - Ela levantou da mesa. - Deixe suas malas aqui, por favor. Devem estar bem pesadas. - Aphrodite seguiu as instruções da secretária, deixando suas malas atrás de sua mesa da recepção.

A moça tomou a frasqueira para si,e varia ela consigo para qualquer lugar. A secretário traçou o caminho até a sala do irmão de Aphrodite. A loira tinha o coração apertado a cada passo que dava em direção à verdade. Não havia outra forma, tinha que ser daquele jeito. Quando chegaram em frente à porta, Aphrodite comentou:

- Não precisa dizer nada, eu irei até lá. Muito obrigada pela ajuda.

- Tudo bem, senhorita. Se precisar de algo, apenas me deixe saber. - Respondeu a secretária.

- Pode deixar. - Aphrodite olhou para ela, depois olhou para a porta. Girou a maçaneta e adentrou a sala.

Os olhos do irmão pareceram confusos, todavia, Aphrodite fez questão de esclarecer:

- Olá, senti saudades, irmãozão. - Sua voz havia mudado com o tratamento hormonal, porém, ele sempre conheceria a expressão "irmãozão", a que Aphrodite mais usava no passado.






Empresas Rayleigh ••• Ares ••• Reencontro
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Anthony D. Rayleigh
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Dom 31 maio 2020 - 11:30
Rayleigh
Meu pai e eu fazíamos passeios à cavalo pontualmente aos sábados bem cedo. Essa atividade tornara-se uma tradição inquebrável durante anos e anos entre o velho e eu. É claro, nos dias de hoje nada disso é possível devido o rumo que a vida tomou depois que me integrei à atividade jurídica, sequer tenho contato com meus pais feito antigamente. Porém conservo de memórias incríveis da juventude familiar.
Certa vez num desses passeios durante a manhã nós rumamos até Cochem, precisamente sob a copa de uma floresta verdejante que tenho viva em meus pesadelos, pois nela eu passei um período obscuro de reclusão.

Em determinado ponto meu pai ordenou a montaria que fizesse uma pausa inesperada, mas sem questioná-lo eu fiz o mesmo e estaquei ao seu lado com meu próprio equino bufante. Olhei para o rosto do pai mas ele não olhou de volta, era como se ele estivesse absorvendo o ambiente no silêncio da meditação, entornados pela mata e o vento uivante.
– Acredito que as memórias que você viveu aqui lhe cause medo até hoje – Começou ele, mantendo o rosto inexpressivo para outra direção.
– E você já deve ter vivido o bastante para perceber que elas o acompanharão durante todos os seus dias, pois fazem parte de quem você é –

A razão sempre foi aliada de Ludwig, e ele se orgulha por ser conhecido pela sensatez afiada e palavras certeiras. A ele devo a vida que sua família me devolveu ao acolher-me no berço Von Goethe.
– Essa macula em sua existência pode se tornar a maior arma em sua posse para enfrentar as pelejas da vida. E eu quero que a partir de hoje você absorva seus problemas e torne-se um desafio ainda maior que os que lhe fizerem afronta. Essa é a filosofia de vencedores.
Use sua força para cuidar da nossa família quando eu estiver velho demais para fazê-lo com juízo.
Ares, cuide de sua mãe Marise e de seu irmão mais novo... Apolo –

“...Apolo"

O nome do caçula atravessa meus pensamentos e rompe meu raciocínio ao ouvir a frase que somente o mais novo diria acompanhado de um enfático “irmãozão". Sou confrontado pela presença de uma linda mulher quais seus traços mais sutis me pareceram estranhamente familiares, mas no geral e honestamente eu nunca havia topado com aquela pessoa pois do contrário eu possivelmente teria me lembrado da ocasião. Seus aspectos são vistosos o suficiente para não enganar minha memória, levando em conta os trajes e a beleza imposta à face.

Por um moment9beu me distraí com as analises mentais da segunda pessoa no escritório, tanto foi que só notei Seth às rondas ao redor da visitante quando o Dobermann quando o animal já estava próximo demais para agir da forma que foi instruído diantevxe um invasor abrupto e desconhecido, mas contrariando a mim e seu próprio currículo de outras experiências, o cão não intimidou a mulher nem fez algo parecido. Na verdade Seth estava confortável e se sentou ao lado dela.
Isso me intriga, num instante sou somente eu e os dados de uma empresa problemática da família, noutro há uma pessoa que me parece alguém e ao mesmo tempo não parece ninguém que eu conheça. É difícil chegar a uma conclusão lógica do que se estabeleceu aqui e sinto que acabo de encomendar uma dor de cabeça para mais tarde.

– Veja, eu sequer sei quem é você, mas se veio para ocupar uma vaga na empresa sugiro que faça melhor uso do seu currículo e deixe-o na portaria ao lado. Pois se deixá-lo sobre minha mesa, depois da sus demonstração de educação ao invadir a sala, garanto a você que ele vai parar no lixo, senhorita –

Mas eu não estava convicto da primeira frase em minha fala, afinal Seth continua tão relaxado que nem mesmo parece se dar conta de que há outra pessoa na sala além do seu dono.

Antes de prosseguir e narrar como passei de repulsa à interesse pela presença estranha, preciso considerar aqui um breve resumo a respeito do meu “primeiro ato político” na vida, quando firmei uma regra dentro do meu núcleo familiar, ela se chama “lei dos patinhas”.
Há oito anos atrás meus cães Seth e sua irmã Éris passaram por um longo processo de adestramento. Dentre os comandos que eles aprenderam a identificar e obedecer, está o clássico comando de ataque. Seth nunca negou atender à ordem do dono, mas é aí que se faz valer a regra mencionada, pois segundo o que eles aprenderam existem três exceções a essa ordem ofensiva. Três pessoas que são imunes à uma ordem minha.
A regra em si não passou de uma brincadeira de família fosse ser útil numa situação confusa como essa, mas assim decido fazer mesmo correndo o risco de ferir alguém. Mas por outro lado, uma bela mordida seria a punição perfeita para a falta de educação ostentada pela a loira.

Mas como eu dizia, existem três únicas exceções ao comando: a primeira é Ludwig, meu pai...
– Seth... –

A segunda é Marise, minha mãe...
– Ataque! –
E a terceira exceção é Apolo, meu irmão mais novo.

O Dobermann não moveu um único centímetro, e não posso dizer que foi uma surpresa pois no fundo eu sabia, eu sempre soube...

- Sente-se, por favor. Vamos conversar... – Indiquei a cadeira frente a mesa, diante da mulher que a cada minuto que se passa ela mais se parece com alguém que conheço intimamente. Alguém com quem tive uma ligação que superava as barreiras sanguíneas, como é para minha filha.

– Imagino que você tem muito a me contar –



Ares Silvers Rayleigh, chefe da suprema casa jurídica da América do Sul



Anthony Deimos Rayleigh
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Aphrodite V. G. Rayleigh
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Ter 2 Jun 2020 - 12:58



Não sei se os dias são pra sempre, guardei você no coração. Eu vou correndo atrás, aprendi que nunca é demais. Vale a pena insistir, minha guerra é encontrar minha paz...
CAP 1 | RAYLEIGH




"Eu vivi a minha vida inteira dentro de um casulo, e eu me perguntava quando eu seria uma borboleta. E eu mudei, me fiz como eu me sentia. Eu me tornei a borboleta, e hoje, eis que sou capaz de voar(...)"
(Trecho do conto autoral "A borboleta: O conto de Aphrodite Rayleigh")


Cinco anos e alguns meses atrás

Ao final da ceia de Natal na Residência do Rayleigh, todos haviam se recolhido em seus devidos aposentos. Diferentemente dos outros, o jovem Apolo continuou na sala, decidiu caminhar pela casa. Era como se ele quisesse guardar cada pedacinho daquele lugar para si, construir uma memória duradoura e permanente. Percorreu todos os cantos do térreo, revivendo as memórias felizes que tinha passado ali. Após dois anos de acompanhamento psicológico, finalmente havia começado o processo de tomar hormônios. Ninguém da família sabia, nem poderiam. Nem mesmo Ares, seu irmão e super-herói. Tomara a decisão de jamais voltar de Paris, quem sabe iniciar uma outra vida por lá. Uma vida na qual não precisasse se justificar ou estar passível de julgamentos.

Aproximou-se da janela da cozinha, ela era grande e permitia ver os flocos de neve que caíam na madrugada natalina. Abriu a mesma e estendeu a mão direita para fora, alguns flocos caíram na palma de sua mão. O Natal era sua data favorita. O jovem respirou a brisa fria e fechou a janela. Foi quando sentiu a presença de algo. Seth e Éris, os dois cães de Ares, o olhavam com expressões de curiosidades. Apolo sentou no chão, os braços estendidos na direção dos animais. Gostava de ficar na presença deles, muitas vezes brincavam por horas na grande área externa. Seth e Éris se aproximaram de Apolo, ambos ficando de cada lado do corpo do outro. O bruxo acariciou suas cabeças carinhosamente um afago lento e doce. Eles jamais atacavam qualquer um dos membros da família, apesar de serem bravos com pessoas que não fossem do convívio familiar. Rayleigh encostou as costas na parede, começando a falar:

- Vocês, sempre tão presentes em tudo. - Respirou profundamente. - Sabe, Seth e Éris, eu tenho um segredo para dividir com vocês. Prometem não contar a ninguém? - Os cães continuaram parados e com as orelhas levantadas. - Eu não vou voltar, eu vim dizer adeus. E, caso eu volte, não serei mais essa pessoa que estão vendo. Sempre disseram que os animais vêem a nossa alma, e se isso for verdade, vocês conseguem ver o quão infeliz eu sou por não ser eu. Eu me imagino com longos cabelos, medidas de corpo diferente. Eu comecei a fazer isso, mas ninguém pode saber. Quando isso acontecer, prometem não esquecer de mim? Eu prometo que não esquecerei dos nossos melhores dias.

•••

- Seth… Ataque! - A voz de Ares foi séria e calma.

Aphrodite olhou com temor para o cão, por um segundo acreditando que levaria uma mordida. O animal nem se mexeu, ficou sentado ao seu lado. A loirinha olhou para baixo, seu rosto exibindo um sorriso delicado e brando. Se recordou de sua última conversa com ele e Éris, sua irmã. Antes de qualquer coisa, Aphrodite abaixou e tocou levemente a cabeça de Seth:

- Você guardou o meu segredo, muito obrigada. - Sua voz estava tomada por tantas emoções diferentes.

Aphrodite se colocou de pé, tornou a encarar o irmão mais velho. Seu tom mais frio estava demonstrando o quanto aquela conversa séria deveras longa. A moça caminhou até a cadeira vaga de frente para ele e, tendo se sentado, cruzou as pernas e posicionou as mãos acima do joelho. Como a dama fina que era, manteve-se assim. A jovem Rayleigh encontrou os olhos do irmão, procurou as palavras certas para começar a falar. Depois de muito pensar, começou a falar:

- Bem, eu ensaiei várias formas de iniciar essa conversa, confesso que ensaiei muito. No entanto, agora, de frente para você, todas as palavras fugiram da minha mente. - Aphrodite respirou fundo, buscou suas palavras. - Era uma vez um garoto, um garoto extremamente assustado pelo mundo. Esse garotinho vivia tentando entender a si mesmo, o motivo pelo qual ele não era como os outros garotos da sua idade. Ele manteve as aparências, foi o melhor aluno de sua classe em Castelobruxo e, depois de se formar, esse garotinho decidiu que queria estudar moda em Paris. Uma vez naquela cidade, o garotinho passou a compreender o que acontecia com ele. Ele entendeu que sua singularidade não era um problema, mas sim, uma condição que muitos tem atualmente. Não é uma doença, não é algo errado. É apenas uma das muitas formas de vida existentes. Um dia, depois de muito acompanhamento psicológico e de perceber que era alguém tão normal quanto os outros, o garotinho iniciou um tratamento que o levaria a ser como sua mente se via. E tendo feito isso, a mulher que havia dentro dele desabrochou. - A loirinha encarou ferrenhamente o irmão, em seus olhos brilhavam algumas lágrimas guardadas por anos. - Uma vez mulher, ela mudou seu nome, mudou tudo. Essa garota possuía medo de encarar sua família mas, principalmente, seu irmão. O seu exemplo de ser humano digno e correto. Após tantas coisas, essa garota está olhando para seu irmão, desejando que ele não a odeie. Pois perdê-lo, assim como tantos que perdeu no caminho, seria uma mácula ainda maior em seu coração. - Aphrodite limpou as lágrimas do rosto, posicionou seu olhar sério de uma Rayleigh. - Eu não vim para pedir que me aceitasse, nem para que concorde comigo. Eu só preciso que o meu irmão me desculpe por não ter tido coragem para dizer para ele o que estava havendo.

A loirinha pegou sua grande frasqueira, retirou um papel dobrado de lá. Uma menção honrosa da Universidade Sorbonne Nouvelle, um documento enaltecendo-a como a aluna destaque da turma de moda. Aphrodite direcionou o documento para a frente de Ares:

- Apolo não existe mais, ele morreu há quatro anos e meio. No entanto, Aphrodite Rayleigh está aqui para mostrar que cumpriu a promessa feita para você. Ela conseguiu estudar, se formou como a melhor de sua turma. E, por fim, é alguém feliz com o seu corpo. Eu me encontrei, Ares. Eu sou trans, sou livre, sou eu.

A fashionista tentou forçar um sorriso, mesmo sem conseguir diante das lágrimas. O cão se aproximou e sentou ao seu lado. Aphrodite disse as palavras que tanto a machucaram por dentro durante todos aqueles anos. E, mais do que tudo, ela esperava não perder o seu amado irmão.






Empresas Rayleigh ••• Ares ••• Reencontro
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Fashion Queen

Anthony D. Rayleigh
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Anthony D. Rayleigh
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Qua 3 Jun 2020 - 14:00
Rayleigh
Me recordo ds vez em que por acaso tive um encontro deverás curioso. Naquela data eu viajei para a França em reunião com um grupo europeu de diplomatas e, após um bem sucedido encontro de velhas raposas, eu estava faminto por uma refeição qualquer da localidade, então me dirigi até o restaurante mais próximo, por sinal e capricho parisiense era um lindo estabelecimento num beco comercial. Lá dentro eu conheci Tereza, jovem, linda e inteligente.
Passamos horas ocupados somente com a presença um do outro, e dentre tantos assuntos à mesa regada a vinho envelhecido, falamos também a respeito do charme natural em Paris, mais ainda, chegamos a flertar por sobre o poder parisiense de revelar o verdadeiro ser dentro de nós. Trazer a tona sua real identidade, e mais que qualquer coisa: te surpreender, te surpreender sempre.

Tereza desapareceu antes que tivéssemos firmado algo mais sério na relação que surgiu de forma espontânea. Uma pena, ela foi uma ótima companhia no tempo que tivemos, e quando penso nisso logo imagino que seu atual paradeiro é Paris, pois como eu disse é um lugar que revela e encanta.

Outra vez, os franceses são capazes de me surpreender, mesmo estando tão longe de seu país. Talvez seja um sinal.
Enquanto ouço pacientemente o desenrolar da trama dela, penso num instante em Aolo, o garoto.

“Sim, Apolo, é um belo nome...” Dizia meu pai do outro lado da porta, durante uma noite em que a casa estava em completo silêncio. O casal Marise e Ludwig conversavam sobre algo que os deixava eufóricos: o primeiro filho biológico do casal. Eu estava feliz, não tive duvidas disso, mas por ser um garoto adotado, lembro-me de me sentir inseguro.

“O aniversário do Ares está chegando...” Continuou o pai, pensando que eu estivesse na cama sendo tão tarde da noite.
“Vamos fazer uma surpresa a ele manter segredo até o dia do seu aniversário”

Apolo nasceu e cresceu envolto de todo o amor que imaginei que ele teria ao ser desenvolvido no berço dos Von Goethe, Marise e Ludwig sempre se amaram e a soma desse amor era devotada aos dois filhos. Como irmão, eu também sempre estive ao seu lado como mais velho, pronto para ajudá-lo e principalmente orientar seus passos, mas essa proximidade entre nós também revelou aspectos que distinguiam os interesses de Apolo para com os amigos da sua idade. Nunca foi algo condenado por ninguém em nosso círculo, também não era algo tão nítido, mas eu vi.

Hoje diante de mim está uma linda mulher, uma que deve ter tudo um grande trabalho na revolução de si própria, pois mesmo agora que para mim se trata de Apolo, eu não consigo enxergar meu irmão caçula naquela silhueta. Tentei imaginar sua imagem à minha frente ao menos uma última vez. Meu coração aperta.

“Ares, nosso amado filho, seu pai e eu temos outra surpresa para você, querido”

“Ele vai se chamar Apolo. Escolhemos o nome pois sabíamos que você ia gostar!”

A jovem mostrou para mim seu nobre certificado garantindo louvou à Aphrodite, uma Rayleigh que eu sequer conhecia minutos atrás.
É como se meu esforço para manter tudo no controle fosse surpreendido pelo inesperado todas as vezes. É um poder que só eu pensava ter, e agora não passa de areia em minhas mãos.
- Durante muitos anos em casa eu encarei olhos cinzentos de um casal que foi tão feliz com a vinda do primeiro filho, o filho que desapareceu como se nunca tivesse nascido. Não houve carta, não houve contato ou a menor notícia dele durante tempo demais para o coração dos pais.
O tempo passou, a macula se aliviou mas permaneceu presente e clara diante dos meus olhos, e até hoje eu me perguntei “por qual razão você fez o que fez?” julgando que passei todos os anos anteriores a minha adoção desejando sentir o amor de uma família nem que fosse por alguns minutos –


Analisei o certificado em minhas mãos com mais atenção.
- Aphrodite, um dia eu espero que minha filha se torne tão linda e inteligente quanto você me parece ser hoje, e me deixaria muito magoado acordar numa manhã qualquer e me deparar com a cama dela vazia –
Devolvo o documento a ela antes de prosseguir.

- Agora cabe a você dizer a Ludwig e Marise sobre o paradeiro do filho desaparecido e dizer a eles que você não nos deu as costas por egoísmo ou imaturidade –
Recostei a cabeça na cadeira e olhei para os dados no computador, tal tarefa se tornou insignificante a essa altura.
- Eu estou orgulhoso da sua atitude por enfrentar tantos estigmas e se encontrar. Eu nunca duvidei do seu espírito, tens o melhor de um legítimo Von Goethe e a persistência sagaz de um Rayleigh.
Vá até Altstadt, reencontre sua família, eles merecem isso, depois volte até mim. Terei algum tempo para superar a morte de um irmão querido e preparar um lugar especial para o desenvolver de Aphrodite no Brasil. Mafé vai ficar feliz em tê-la na nossa casa –



Ares Silvers Rayleigh, chefe da suprema casa jurídica da América do Sul



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Aphrodite V. G. Rayleigh
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Sex 5 Jun 2020 - 23:24



Não sei se os dias são pra sempre, guardei você no coração. Eu vou correndo atrás, aprendi que nunca é demais. Vale a pena insistir, minha guerra é encontrar minha paz...
CAP 1 | RAYLEIGH




Aphrodite, após tanto falar, recolheu-se. Deixou que Ares falasse, era uma boa ouvinte na maior parte das vezes. Tudo que ele dizia era verdade, sua irmã não o julgava. Todos os dias que havia passado em Paris sem dar notícias, o afastamento de dona Marise e seu Ludwig. Ele estava mais do que correto em suas colocações. Aquela era a maior culpa que a jovem Rayleigh carregava em seu peito, a de saber que seus pais sofriam com a sua ausência. Jamais se culpar a por ser quem era, todavia, culpava-se pela dor que poderia estar causando aos seus progenitores. Pacientemente e sem nada dizer, Aphrodite apenas ia processando as palavras proferidas pelo mais velho. Apesar de tudo, ele não a estava condenando ou julgando, o que deixava seu coração aquecido e brando diante de tudo. A loirinha colocou uma mecha dos cabelos loiros para trás, ergueu o rosto para olhar bem nos olhos de Ares. Ela sempre olhava nos olhos, era onde estava sua maior verdade.

Aphrodite sentiu uma lágrima escorrer quando Ares disse que ela era linda, aquilo mexeu com seu interior. A menina guardou aquelas palavras num lugar profundo de seu coração. Tomada pela emoção, eis que empurrou o certificado para o irmão, uma vez mais:

-É seu, eu fiz essa cópia para que você guardasse. Desde criança, uma das minhas maiores preocupações era que você sentisse orgulho de mim um dia. Fiz essa cópia para que, quem sabe, você pudesse fazer um quadro e anexar junto dos seus muitos diplomas, diplomas que vão além dos meus. - Aphrodite fez uma pausa, tornando a falar. - Eu sei que por mais medo que eu tivesse, minha atitude não foi certa. Deixar eles, vocês, sem notícias. Eu vim para corrigir isso, irmãozão. Mesmo que eu desconfie que algo ruim possa acontecer.

E a menina pensou nos pais, em como seria para eles vê-la daquela forma. Sentia que Dona Marise seria mais branda, o problema estava em Ludwig, seu pai. Ele era um homem severo e rígido, que ganhou notoriedade ensinando em Durmstrang. Um pequeno aperto pairou em seu coração. Se perdesse os pais, Aphrodite nunca mais seria a mesma. No entanto, ela havia herdado o gênio de lutadora da família, tal qual Ares havia descrito em suas palavras acalentadoras. Ela não ia desistir de lutar pelo amor de sua família. Sabia que deveria ir até Altstadt e encontrar com sua família, era a coisa mais correta a se fazer. Ao abrir a frasqueira, Aphrodite tirou uma pequena caixinha de lá. Ela mesmo havia confeccionando aquela gravata para o irmão mais velho. Colocou a caixinha em cima do diploma:

- Tenho uma entrevista na Túnicas Esmeralda, apenas esperarei isso para ir até o papai e a mamãe. - Disse a loira. - Isso é um presente que eu fiz há anos, esperava o dia que poderia lhe entregar pessoalmente. É feita de seda, eu sempre amei esse tecido.

A gravata era de cor azul, em sua ponta trazia bordadas as iniciais da família. Orgulhoso da família como era, Ares iria ficar contente com aquela lembrança. Aphrodite levantou da cadeira, ficou de pé perante o irmão mais velho:

- Você sempre foi o mais sábio entre nós, Ares. Uma qualidade que eu sempre admirei, uma que eu gostaria de ter para mim. Se há algo que a vida me ensinou nesses últimos anos, foi que eu sou a corajosa. Ainda somos e podemos ser a melhor dupla do mundo. Obrigada pelas palavras, elas me encheram de esperança sobre o futuro e sobre as coisas. Mesmo há tanto tempo em terras francesas, eu sempre dei um jeito de saber como você estava. Eu estou orgulhosa do trabalho que vem desenvolvendo, de como seguiu o discurso dos vencedores recitado tanto pelo nosso pai. Você nunca me desapontou. E jamais irá. - A loirinha fez uma breve pausa, pegou a frasqueira da mesa. - Vou ficar uns dias num Hotel de uma amiga, preciso organizar a cabeça e o coração. Tenho tentado superar uma grande perda. É bom saber que serei bem vinda em sua casa. Estou morrendo de saudades da minha sobrinha, tenho algo para ela. No entanto, isso será uma surpresa.

Com seus passos charmosos e delicados, Aphrodite caminhou na direção da porta. Ao girar a maçaneta, a irmã mais nova virou-se para trás:

- Eu te amo, irmãozão. - Enviou um beijo no ar para ele.

Aphrodite saiu pela porta, deveria seguir e se preparar para sua entrevista. Mas algo estava certo em seu coração, ela jamais perderia seu super-herói. Ares.






Empresas Rayleigh ••• Ares ••• Reencontro
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