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JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
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28/05. Lançamento: Sistema de Atributos
7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Qua 21 Out 2020 - 23:11


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Eduarda Montesinos Bedoya
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Qui 22 Out 2020 - 0:22
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
the night we met
A viagem de Uber fora mais longa do que esperava. Ou teria a tensão que pairava sob a atmosfera interior do carro alongado o trajeto? Desde o momento em que a havia elogiado, Timothée parecia decerto mais calado. Teria se arrependido? O fato é que, impressionantemente, o papagaio mais falante de São Paulo mantivera-se calada durante a maior parte do caminho, tentando esconder seu semblante envergonhado e as bochechas enrubescidas. Sentaram-se um em cada janela, e Eduarda preferiu observar o movimento do lado de fora do que tagarelar qualquer coisa. Não porque estava tentando se conter; isso quase não acontecia. Mas depois de tudo o que havia ocorrido naquele dia, simplesmente não tinha palavras; momentaneamente, sua mente havia perdido a capacidade de soltar ponderações espirituosas ou comentários audaciosos. Estava quase num estado letárgico de êxtase, causado por algo que ainda não tinha sido capaz de identificar — ou tinha, mas temia afirmar para si mesma em receio de causar consequências externas desagradáveis.

Por sorte, havia conseguido carregar boa parte da bateria de seu celular em casa enquanto se preparava para a festa, conseguindo assim se comunicar com a amiga Carolina, que a iria recepcionar e, consequentemente, seu novo amigo. Os olhos fixos na estrada pairaram, de súbito, sobre o rapaz quieto. Como deveria apresentá-lo para a amiga? Um amigo, sim? Afinal, era o que Timothée era, apenas um amigo. Quase se esqueceu de que o tinha encontrado por acaso no meio do Ibirapuera enquanto jogava pipoca para os patos numa tentativa de não chorar. Aquele garoto tinha salvo seu dia, quiçá, salvaria também seu aniversário. Abriu um sorriso para o mesmo, o notificando de que a festa seria situada no rooftop de um hotel.

Após um longo e tortuoso trajeto pelas ruas frias da capital, o carro finalmente estacionou na entrada do estabelecimento. Eduarda arqueou as sobrancelhas — era tudo muito... iluminado, suntuoso e rebuscado. Não costumava frequentar lugares como aqueles, não nesses últimos anos. Por sorte, comunicou a amiga que havia chegado, sendo recepcionada ainda no saguão de entrada do hotel. Puxou o rapaz um tanto desnorteado para perto de si, logo dando um abraço em Carolina e o apresentando de maneira desajeitada.

"Esse é o Timo. É um gringo com fome que eu achei na rua", brincou, abrindo um sorriso travesso, por mais que aquilo fosse a mais pura verdade. Deixou que o garoto a cumprimentasse, sentindo uma pontada de ciúmes ao perceber o tom de flerte com que a garota se referia ao mesmo. Entrelaçou seu braço direito no braço esquerdo do estrangeiro e firmou um sorriso exageradamente cortês, esperando que a garota recebesse a mensagem. Pensou mais um pouco... Que mensagem estaria dando? O que aquilo infligia? Que eram grandes amigos, claro.

Carolina os levou até o rooftop com empolgação, enfrentando uma longa viagem de elevador até o último andar do hotel. O local era bem decorado e elegante, assim como seus visitantes — parte da nata da sociedade paulistana marcava presença, envolvidos em suas conversas vagas e taças de gim. Foram então apresentados a um grupo dos mesmos pela garota, mas Eduarda não fez muita questão de memorizar seus rostos ou nomes. Seu foco visava apenas o céu estranhamente estrelado que jazia acima de todos. Suspeitou ser a única a enxergar aquele monte de estrelas praticamente impossíveis de se ver no céu paulista — teria esquecido algum feriado bruxo importante? De todo modo, concordou com Carolina em serem levados até o bar, onde se sentaram num silêncio pejoso. A amiga logo fora distraída por um rapazote charmoso a bebericar de seu negroni, deixando-os tecnicamente a sós para escolher seus pedidos. As opções de drinks eram copiosas, todas feitas com os melhores tipos de bebidas alcoólicas encontrados no mercado. Eduarda suspirou, voltando-se para Timothée, que observava o ambiente, sobrecarregado por tantas informações. "Escolhe pra mim. Se eu ficar bêbada e fizer besteira, a culpa vai ser sua", brincou, um sorriso tímido marcava seus lábios rosados.  
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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Qui 22 Out 2020 - 1:00
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A viagem era longa e completamente silenciosa. Era como se a menina falante simplesmente tivesse deixado de existir por alguns momentos. Suspeitava de alguma coisa e principalmente do modo como havia elogiado a garota, talvez ela estivesse sem jeito. Não conseguia pensar num pequeno assunto que pudesse surgir dentro do carro, havia um certo clima e alguma tensão, só não conseguia pensar em qual gênero eles estavam inclusos. Apenas dei de ombros e continuei o resto do caminho calado olhando do meu lado da janela, afinal tinha que apreciar a vista dentro da grande cidade em que estava agora. Eu simplesmente não conseguia parar de pensar em algumas coisas que haviam acontecido, era como se tudo estivesse encaminhando para algo que não havia volta. Certamente estava me metendo em alguma confusão mas não reclamaria, nunca tinha me divertido tanto fazendo as poucas e boas que haviam ocorrido naquele mesmo dia.

Recepcionados por uma amiga de Eduarda, poderíamos aparentemente subir para onde a festa estava ocorrendo. Mas a forma que fui apresentado me deixou levemente surpreso e também lidei de maneira bem tímida com a apresentação com sua amiga. Puxado pelo braço pela colega, eu me sentia levemente intimidado. Era como se eu estivesse sendo alvo de duas pessoas ao mesmo tempo. Aquilo era ser desejado? Mas em tão pouco tempo assim? Haviam dúvidas e eu gostaria de testá-las aos poucos. Próximos ao bar da festa, era como se estivesse sendo intimado a beber. Não era um costume meu e certamente álcool era uma das primeiras coisas da minha lista que eu indubitavelmente negaria. Por que as pessoas acham bebidas alcoólicas tão divertidas? – Você não vai gostar se eu disser que a única coisa que eu bebo é água com açúcar vulgo refrigerante, né? – Perguntei mais como uma resposta direta. – Não gostaria de ver você sobre efeito de algo alcoólico. Já fizemos loucuras hoje, nem imagino o que pode ocorrer se ambos tomássemos isso. – Olhei pro lado e encolhi os ombros, era apenas o garotinho que nunca havia crescido em relação a bebida. Era para sempre a criança do refrigerante e aquilo não poderia ser negado por ninguém.

– Eu realmente fico até sem jeito de dizer isso. Mas você tem toda a liberdade pra fazer o que quiser. – Joguei no ar sem mirar ao certo aonde realmente desejava, uma frase completamente avulsa que se aplicaria a qualquer coisa e contexto. Naturalmente esperava ouvir uma insistência ou até mesmo resistência perante a minha oposição ao álcool, mas não cederia, realmente não cederia. Ao menos estava me sentindo confortável embora não conhecesse nem metade das pessoas ali. Realmente havia sido achado na rua e agora estava ali por algum motivo. Eu não sabia dizer ao certo como aquilo terminaria, mas algo em mim dizia que algo nunca vivido e pensado antes aconteceria.

– Minhas especialidades são os salgadinhos… Os mini pãezinhos de queijo… As coxinhas… As coisas de presunto e queijo… Brasileiros... – Disse finalizando em tom cômico, a culinária brasileira de fato era uma das mais diferentes que havia tido contato desde que viera para cá. – Comer é melhor do que beber. – Deixei os braços soltos pela mesa enquanto brincava com um dos dedos fingindo andar com uma das mãos, era costume. Ao menos estava sendo sociável com pelo menos uma pessoa, a única que realmente importava ali, era o aniversário dela. – Pergunto-me se fiz a escolha certa. – O silêncio ensurdecedor estava presente ali. – A escolha do meu par pra essa noite depois de tudo o que aconteceu. – Dei risada e acabei suspirando intensamente, deixando bem clara a respiração. – Acho que não é bem escolha… Apenas senti a necessidade de continuar estando perto de você. – Murmurei poucas palavras, estava tímido e acanhado. – Existe alguma coisa que você quer que eu faça, aniversariante? – Questionei com medo da resposta, mirando em algo inesperado. Com um copo vermelho na mão, eu aguardava para pedir uma água ou o refrigerante mais doce que poderia beber naquela noite. Quem disse que não podemos entornar o caldo de refrigerante? Era o meu jeito de ficar bêbado!


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Eduarda Montesinos Bedoya
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Qui 22 Out 2020 - 1:50
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
the night we met
Eduarda o direcionou um sorriso vago. Não no sentido de vazio, mas sim enigmático, de classe esfíngica. Um de seus famosos sorrisos os quais deve-se temer ou agradecer, para ser mais exato. Mas não estava ali para aprisioná-lo às suas vontades, nunca esteve, embora talvez receasse que este fosse o pensamento do garoto para com suas atitudes atrevidas. Não gostava de beber, também. Sempre fora a garota do suco de laranja e da caipifruta sem álcool.

"Relaxa. Eu não quero beber", afirmou, empunhando a carta de bebidas na mão direita para analisá-la com mais atenção. A música alta era até agradável mesclada ao som do coral de vozes das pessoas que por lá rondavam, sempre de copo em mãos. "Você é muito certinho, né? Eu era assim também", comentou, assustando-se um pouco ao ler os preços que constavam na carta. De fato, antes de tudo acontecer, era uma garota completamente diferente. Sua essência oprimida fora apenas libertar-se das correntes normativas após a tragédia. Percebeu que era perda de tempo, tentar controlar sua própria vida, o que não passava de algo impossível e fantasiado pela maioria dos seres humanos.

"Não tá te incomodando? Tá muito apertado, deixa eu ajeitar", mordeu o lábio inferior, desabotoando os três primeiros botões da camisa do rapaz, que estavam abotoados até o topo. Percebia como o garoto tentava se controlar, até dos próprios impulsos. Talvez o invejasse por conseguir. Sorriu ao perceber como o deixava sem jeito através de pequenas ações como aquela. Meneou a cabeça e voltou a analisar os itens da carta de bebidas, sorridente. "Acho que vou pedir uma caipifruta, sem álcool. Tem de limão, morango, uva... hum... kiwi, amora... acho que só", estreitou os olhos para ler os sabores. Logo percebeu a fila que se formava atrás do balcão, o que a fez suspirar em desesperança. De repente, sentiu a mão de Carolina apertar seu braço.

"Duda, amiga, vocês já escolheram? É só me dizer que eu peço e eles fazem antes do povão", a garota ruiva piscou inadequadamente, insinuando algo além. Eduarda assentiu e a comunicou o sabor escolhido por si — apostando no de amora, o qual nunca havia experimentado antes —, logo questionando o amigo para também informá-la. Carolina sorriu e os deixou a sós novamente, se intrometendo no meio dos bartenders com sua lábia invejável. Oh, ser filha de um diplomata tinha lá suas vantagens.

Voltando à órbita costumeira — Timothée, Eduarda, sentimentos pueris a cozinhar no alho e óleo da noite —, a jovem resolveu levantar-se, induzindo o companheiro a fazer o mesmo. Caminhou em sua companhia até o batente de vidro que os separava da imensidão entre o céu e o concreto gélido. As estrelas, logo as percebia mais uma vez. Hesitou em comentar sobre as mesmas com o amigo, afinal, poderia ser um assunto bruxo e não fazia ideia das origens etimológicas do mesmo. Observou a lua em quarto minguante, assim como o pontilhado cintilante que costurava o negrume do céu acima.

"Olha. Acho que esse foi o presente de aniversário que Astréia me deu", apoiou-se na estrutura que cercava o local, deixando-se admirar por aquele brilho tão especial. Apoiou a cabeça no ombro de Timothée, ingenuamente, à procura do único porto-seguro que tinha consigo naquele momento.
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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Qui 22 Out 2020 - 13:06
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– Certinho? – Ao ouvir aquela expressão eu apenas sentia algo estranho. Realmente era todo certinho mas ter isso salientado me deixava levemente envergonhado. Ao menos Eduarda também não queria beber e eu já me sentia mais tranquilo. Aos poucos, notava que o ambiente ia tornando-se mais agradável em relação as músicas e aos vários papos que ocorriam ao nosso redor. As pessoas pareciam empolgadas naquela situação, mas eu não me importava muito com isso. Eduarda precisava ter uma ótima noite de aniversário e eu era responsável por aquilo. Mas o que poderia fazer? A sensação de dúvida era algo que me deixava completamente desesperado pela falta de noção do que poderia ser feito ou não. Ser tímido tinha suas vantagens mas naquelas circunstâncias, algo atrapalhava o desenvolvimento do que poderia estar acontecendo entre a gente.

– Ahm... – O toque de Eduarda em minha camiseta foi algo inesperado. Eu me senti novamente estranho e facilmente poderia resumir que era o estranho dentre os dois ali. Era muito fácil me deixar desconsertado. Controlado após a pequena palavra dita, eu suspirei baixinho na intenção de ficar menos nervoso. Eduarda tinha um jeito especial de mexer comigo de uma maneira que eu jamais achei que poderia ser mexido, por uma garota. O que estava acontecendo ali? O que tinha que fazer, como tinha que agir? Nenhuma resposta aparecia, minha cabeça apagava todas elas e eu acabava não fazendo nada.

A amiga de Eduarda havia surgido e então conseguiu passar o pedido da bebida de Eduarda para um dos primeiros. Era aquela a vantagem de ser amigo dela? Não sabia. Mas acabei optando por pegar apenas um refrigerante de cola para que ao menos acompanhasse a amiga em sua pequena saga. Ficamos algum tempo sentados até que ela subitamente se levantou e me puxou e imediatamente eu segui. Caminhamos até um local onde a vista era realmente bonita. Numa cidade conhecida principalmente pela poluição, ver as estrelas era algo único por ali.

– O que? – Perguntei de maneira tímida. Talvez fosse a visão das estrelas mas algo não parecia tão certo assim. Estava no mínimo curioso. Eduarda era uma pessoa extremamente gentil e boa, as vezes até um pouquinho saidinha que acabava fazendo loucuras. Que dia, que conclusão. Mas não podia dizer que já havia acabado, a festa estava no início e tínhamos que conviver por mais algum tempo ainda naquela noite. Talvez teria encontrado a companhia que tanto queria ao mudar de país e então, tinha alguém que poderia confiar pelo resto da vida. Em pouco tempo, eu tinha certeza e sentia que aquilo era extremamente possível. – As estrelas são bonitas daqui. Parece até magia. – Sorriu sem jeito e olhei para baixo e então senti Eduarda apoiar seu rosto em meu ombro.

– Está cansada? – Era uma pergunta levemente retórica mas aceitaria respostas. Eduarda cansada? Aquilo estava realmente fora de cogitação. – Eu estou me sentindo levemente cansadinho mas posso aguentar mais um pouco por você. – Sincero, eu tentava dizer que achava agradável estar com ela. Da garota que alimentava os patos na lagoa até a garota que estava ali ao meu lado, algo havia mudado. Seria eu o principal motivo da mudança dela até ali? Estava curioso em obter respostas mas pouco sabia o que dizer. – Eu só posso agradecer pelo dia. Nunca imaginei que faria tudo o que fiz hoje. – Amigável, era a melhor forma que poderia me expressar sem ficar completamente estranho perante ela. Estava feliz por ter conseguido uma nova amizade que ocorreu tão rápida, estava animado também. Mas algo em meu corpo começava a gritar que havia algo que eu ainda não estava notando, algo que eu não era capaz de compreender tão já.


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Eduarda Montesinos Bedoya
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Sáb 24 Out 2020 - 3:04
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
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Diante do cenário urbano, seus olhos corriam pelos arranha-céus, o olhar erradio pairando sobre as ruas de concreto e assim seguindo os faróis acesos dos carros em movimento. Algo em seu coração despontou o pensamento seguinte, pensamento este que a deixou de olhos marejados. Teriam seus pais, de onde quer que estivessem, enviado tal presente estelar no dia de seu aniversário para confirmar sua dúvida de que ainda a velavam? Um punhado de estrelas a salpicar os céus cinzentos e empoeirados da grande São Paulo, um milagre súbito desapercebido pela maioria.

"É, parece. Parece magia.", afirmou, um sorriso tímido se formava em seus lábios rosados. Timothée exalava um cheirinho agradável de uma colônia masculina suave. Afastou a cabeça do ombro do rapaz em meio a um suspiro saudoso. "Cansada? Não, acho que não. Pensativa, só", comentou, sem fazer muito contato visual. Logo fora surpreendida pelas palavras do rapaz, que a agradecia com gentileza. "Agradecer? Claro que não. Eu que agradeço por me aguentar. Teria sido um dia horrível sem você, sabia?", apertou sua mão num gesto carinhoso. Todavia, algo um pouco mais substancial pairava acima dos dois. A maneira como suas temperaturas corporais aumentavam quando se aproximavam era evidente, assim como o pulsar de seus corações desnorteados.

Num momento repentino, Carolina surgiu próximo aos dois com as bebidas em mãos. Eduarda agradeceu a colega, tomando as taças em mãos. "Aproveitem", a garota lançou uma piscadela em sua direção, fazendo uma luzinha no fundo da cabeça experiente da jovem bruxa piscar indicando que havia algo mais naquele gesto. Franziu o cenho, encarando a taça decorada de maneira requintada que tinha em sua mão direita. Entregou a bebida do garoto ao tal, levando assim aos lábios a taça de cristal. Estava uma de-lí-cia. Nunca havia provado de um sabor tão bem balanceado — nem muito doce, nem muito sem graça. Geladinho na medida certa, e de um frescor agradável.

Uma brisa gélida atravessou o canto do rooftop onde estavam. As pessoas ao redor pareciam se divertir à beça, livres para fazer o que quisessem dentro de seus mundinhos volúveis. Eduarda sabia como o dinheiro e o poder podiam estragar as pessoas, e tentava manter-se longe da superficialidade; entretanto, lá estava ela, a taça de cristal em mãos, mais uma alma oca e inconstante no meio daquele seleto grupo de jovens da alta sociedade. Não, não era oca e inconstante, decerto que não! Ao menos era o que pensava. Julgá-los também não parecia correto, portanto tentou afastar os pensamentos intrusivos que a atravessavam e focar no presente. Timothée.

Esperou o garoto perder-se em seus pensamentos — assim como a própria — para observá-lo. Havia algo reprimido dentro de si que se debatia a todo momento em que o olhava. Seus olhos a traziam uma sensação se segurança, de que tudo iria ficar bem se estivesse ao seu lado. E realmente, era o que acontecia. Ora, como podia negar que aqueles olhos de anjo faziam seu coração bater mais rápido?

"Quer provar?", indagou, o oferecendo um pouco de sua caipifruta de amora. O convidou para sentar-se no bloco de pedra incrustado por pequenas lâmpadas que havia num canto do local. Sentaram-se, apertados, cada um com sua bebida, aquecidos pela luz artificial que a lamparina atrás de si irradiava. "Acho que meu presente de aniversário foi você. Um anjinho que veio pra me proteger", abriu um sorriso cândido, novamente apoiando a cabeça no ombro do rapaz, dando os últimos goles em sua bebida. Sentia-se um pouco tonta, e mais desinibida. O deu um beijo na bochecha, obviamente o deixando desconcertado. Limpou a mancha de batom de sua pele com o polegar, um meio sorriso marcava seus lábios. "Obrigada", disse, cativante como nunca.







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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Dom 25 Out 2020 - 15:09
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Era uma noite realmente bonita. As estrelas no céu tornavam o ambiente ainda mais agradável e atraente. E estar com Eduarda ali significava muito pra mim. Eu estava realmente muito bem e alegre em dividir aquele momento com ela, era como se estivesse na companhia de alguém que eu conhecia desde a infância. Havia perguntado para ela se estava cansada e então ouvi a agradável resposta que me deixou mais aliviado mesmo que eu estivesse levemente cansadinho depois de tantos momentos vividos hoje, minha bateria estava realmente acabando e eu não digo que é a do celular.

– Fico feliz em ouvir isso. Eu tento ser agradável sempre na medida do possível. E eu fico muito contente em saber que mudei o rumo do seu dia, me deixa mais aliviado. – Suspirei baixinho, mais calmo do que antes. Aos poucos ia aprendendo como Eduarda lidava com as mais diferentes coisas e acabava percebendo que ela não era muito diferente do que costumava ser. Ali parecia que existia uma ótima pessoa mas que também é capaz de fazer loucuras em muito pouco tempo e eu era autoridade no assunto depois de tudo o que havia acontecido até ali. A amiga de Eduarda surgiu com as bebidas e então eu peguei a minha e dei uma golada rápida enquanto ouvia a colega elogiar a bebida recebida por ela.

– Provar? – Perguntei automaticamente e logo aceitei, dando uma leve bebida do que ela tomava. Era agradável mas o mix de frutas acabava deixando minha percepção de gosto levemente tonta. Seria uma coisa comum entre brasileiros misturar tudo e achar que fica bom? Bom, ao menos aquela combinação havia funcionado sem me deixar desconfortável. Ouvir que era o presente de Eduarda me deixou estático e sem saber como reagir ao certo. Estava em dúvida de como deveria responder. Não havia tempo para as respostas verbais e eu fora surpreendido com um pequeno beijo amigável na bochecha, o que me fez quase tocar a região beijada para certificar do que havia ocorrido ali.

– Bom… Eu te dei um presente como a minha presença e o vestido… Então você não está errada. – Dei uma risada baixinha e então dei de ombros, estava ficando mais confortável embora estivesse terrivelmente tímido e perdido após o beijo que ela havia me dado. Como poderia reagir aquilo com palavras? Não tinha ideia e precisava de uma resposta rápida ou acabaria passando como despercebido e eu certamente não iria querer aquilo. – Me agradecendo de novo? – Perguntei meio constrangido. Aquela conversa poderia tomar rumos que eu não seria capaz de levar para frente totalmente. – Não precisa… Digo… A gente fez tanta coisa hoje que parece que nos conhecemos há anos… Eu me sinto bem. – Timidamente olhei para baixo e então observei e notei que tinha um grande medo de altura e que deveria me afastar dali o mais rápido possível.

Foi então que puxei Eduarda comigo até um lugar que poderíamos sentar e continuar conversando. – Sabe o que eu percebi? A gente está junto a tanto tempo hoje mas eu ainda não sei quase nada sobre você… Eu fico curioso e querendo saber mais sobre você… Mas ao mesmo tempo não tenho menor ideia do que posso perguntar. – Claramente o efeito do beijo ainda estava presente e me deixava meio desesperado em relação ao continuar o assunto. Até onde iriam os efeitos daquele gesto carinhoso?


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Eduarda Montesinos Bedoya
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Eduarda Montesinos Bedoya
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Seg 26 Out 2020 - 0:09
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
the night we met
Eduarda percebia os efeitos de suas ações implicarem na timidez excessiva do rapaz, o que, de certa forma, a divertia um pouco. Não que não quisesse tê-lo dado aquele beijo, mas no momento estava ciente de o quanto aquilo poderia afetar o comportamento do amigo, provavelmente o envergonhando e embaralhando suas palavras. Gostaria de presenciar apenas um momento onde o mesmo se soltasse um pouco, demonstrando um pouco mais do que havia por trás daquele véu espesso de timidez e bom-comportamento.

O ruído feito pelo canudinho no momento em que sugou as últimas gotas da bebida adocicada fora um pouco mais alto do que esperava. Ouvia as palavras comedidas de Timothée com atenção enquanto mexia o restante do gelo de um lado para o outro no copo com o canudo. "Vou lembrar do dia de hoje com muito carinho", afirmou, observando o movimento. Não fazia ideia de onde Carolina poderia estar, e honestamente não gostaria de saber. Sua voz estridente era de terrível incômodo aos tímpanos de pessoas como Eduarda, apesar de até curtir uma barulheira aqui e acolá.

Fora surpreendida pelo puxão o qual sofreu do rapaz num momento súbito, quase deixando o copo em sua mão quebrar-se em mil pedacinhos numa queda brusca ao chão de concreto liso. Se espreitou pelo meio da multidão até Timothée resolver parar num canto mais ao seu gosto. Por sorte uma das mesas havia vagado, e foi lá mesmo onde se sentaram numa tentativa de escapar do sentimento claustrofóbico que era espreitar-se por aquele pátio. Pousou o copo sobre o tampo, feliz por livrar-se de mais um peso que teria de ficar carregando por aí.

"Não tem muito pra se saber", deu de ombros, recolhendo o cardápio de um canto da superfície da mesa e o analisando. Estaria tentando se esconder das perguntas que seriam feitas sobre sua família? Deveria revelar-se de uma vez por todas? "Meus pais morreram tem uns anos", brincava nervosamente com seus anéis, hesitante. "Eu nasci em Granada, na Espanha. É um lugar lindo, você iria gostar", tentou sorrir, lembrando-se das ruas animadas da cidade onde passou boa parte de sua primeira infância. "Tem um castelo lindo lá. Meu pai brincava que eu era a princesa dona dele, e eu segui acreditando nisso até fazer uns oito anos", riu baixinho, nostálgica. Sentia falta de visitar Alhambra. Mas sentia mais falta de seu pai. Pensou em mudar de assunto, mas não queria parecer frágil.

Atentou para o garçom com a mão direita e um sorriso simpático. Pediu por uma sobremesa e uma garrafa d'água — as únicas coisas que esperava pagar com seu dinheiro naquele lugar. "E você? Me fale um pouco sobre você", insistiu, quase sem jeito.  
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Timothée Søren. Hellström
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Seg 26 Out 2020 - 12:12
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O que estava acontecendo com Eduarda? Ela parecia mais quieta do que o comum e aquilo demonstrava que havia algo de errado. Minha única tentativa de puxara assunto foi falar que ainda não conhecia muita coisa que vinha dela. Ao mesmo tempo, estava feliz em ouvir que ela lembraria daquele dia com muito carinho, ao menos havia feito alguma coisa certa naquele dia, ir conversar com ela e partir numa viagem por toda a cidade de São Paulo. – Isso é bom… – Cabisbaixo, comentava apenas para dizer alguma coisa. Estava tímido o suficiente para responder qualquer outra coisa que pudesse surgir em minha cabeça.

Eduarda começou a contar sua história e começou falando de seus pais. Era horrível saber que eles já estavam mortos e eu sentia que deveria fazer alguma coisa em relação a aquilo. Dei de ombros em relação a qualquer opinião que pudesse surgir e a apertei em um abraço forte. – A Espanha realmente é um lugar muito lindo. – Sorri sem jeito ainda no abraço. Talvez confortasse a mulher em sua frente na tentativa de deixar a situação menos pesada e triste. Não queria que a conversa tomasse aquele rumo e faria o suficiente para que não houvesse nenhum sentimento negativo por ali.

– Castelo? Que legal… Eu gostava de ver as construções da minha cidade natal… Eu realmente amava as construções de lá... – Lembrar da Suécia era completamente mágico, era lá que tinha crescido grande parte do tempo. Os prédios, as praças, tudo naquele lugar parecia milimetricamente perfeito. – Falar sobre mim? – As perguntas automáticas eram mais fáceis do que qualquer outra que pudesse surgir. Falar sobre mim seria difícil mas ao menos valia a tentativa. – Bom, eu fui criado em Estocolmo na Suécia e em Dortmund na Alemanha em períodos regulares… Minha vida era bem conturbada mesmo comigo sendo apenas uma criança… Mas um dia eu recebi um convite muito especial para estudar em algum lugar e a partir dali minha vida mudou muito. – Mencionava o convite de Hogwarts, uma das cartas mais valiosas que eu havia recebido em vida.

– Eu vim pra cá pra ter uma vida sozinho e afastado dos meus pais… Queria minha liberdade em plenitude. Tinha problemas familiares mas não é nada que atrapalhe completamente… Eles estão bem. – A família era importante mas eu não sentia a grande necessidade de manter contato. Morar no Brasil era de longe uma das coisas mais legais que eu havia escolhido, era como se estivesse num ambiente onde todo mundo parecesse ser muito acolhedor. Estava alegre em estar ali e conhecer novas pessoas como Eduarda apenas ajudava ainda mais em minha opinião pessoal. Cocei o queixo por alguns instantes e mantive o olhar preso ao dela enquanto sorria sem jeito e de maneira timida.

– Mas enfim… É isso o que eu consegui pensar por agora… Não tem tanta coisa que eu tenha pra dizer. – Mexi os ombros pra cima e então sorri e observei Eduarda com calma. O abraço havia sido desfeito há algum tempo e então poderia ter uma visão mais ampla dela, da festa e do momento em que estávamos. – Alguma dúvida? – Perguntei na esperança de não ter resposta alguma. Mas sabendo como Eduarda era, certamente ela teria um milhão de perguntas para fazer.


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Eduarda Montesinos Bedoya
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Qua 28 Out 2020 - 2:36
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
the night we met
Eduarda escutou atentamente a tudo o que o rapaz lhe disse. Sua história era interessante, e coincidentemente parecida no quesito acadêmico, já que também havia recebido um convite o qual considerava um divisor de águas para o seu destino — a carta que a convidou para estudar em Castelobruxo, a quilômetros de distância de onde morava, em meio à imensidão esverdeada da floresta equatorial amazônica. Dispersou-se por um momento, pensando em tudo o que havia sido dito desde o instante em que sentaram à mesa. Passou a mão pelos cabelos, correndo o olhar para o céu acima e admirando a pequena quantidade de estrelas que iluminava a noite de seu aniversário de dezenove anos. Suspirou, lembrando de todos aqueles problemas que a rondavam desde sempre.

"Não, senhor"
, o respondeu, um pouco desconfortável com a sensação de abafamento que aquela situação estava provocando dentro de si. Por sorte, para a sua felicidade, o garçom surgiu com seus pedidos em mãos, os depositando sobre a mesa e se retirando rapidamente. Eduarda arqueou as sobrancelhas, os olhos brilhando ao ter a visão do petit gateau que havia pedido. O garçom devia ter percebido que estavam juntos e fez questão de proporcionar duas colheres ao invés de uma só. A jovem o ofereceu o talher, o convidando para provar da sobremesa.

De súbito, Eduarda retirou da bolsa uma vela de aniversário, a enfiando sobre a superfície fofa do bolo. Acendeu-a com um isqueiro — usar sua varinha seria perigoso em meio a tanta gente. Cantaram parabéns em meio a risadas tímidas, e a garota logo assoprou a vela, apagando sua chama. Era toda sorrisos ao retirar a vela do bolinho, preparada para devorar a sobremesa. Era possível perceber a expectativa em seu semblante ingênuo enquanto atravessava o bolinho com a colher, permitindo com que seu recheio quente se libertasse numa cascata doce e fumegante. Não falou uma só palavra enquanto se deliciava com o bolinho e o sorvete, para o espanto do colega, que a devia julgar tão falante. Ponderava distraidamente sobre seus dezenove anos com um ar ao mesmo tempo soturno e esperançoso.


 
e v e


cherrybomb
Timothée Søren. Hellström
TLC » Artista
Timothée Søren. Hellström
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Qua 28 Out 2020 - 13:47
do not wait;
i’ll be there...
Calmamente a noite ia ficando ainda mais longa. Era como se o tempo passasse rápido quando eu estava me divertindo com a situação que presenciava. Ao menos tinha terminado o dia com uma nova amizade que fora completamente inesperada. Jamais imaginaria que conheceria alguém e saísse pela cidade toda em questão em busca de novos lugares. Eduarda era interessante e eu esperava poder conhecê-la melhor. Ouvir sobre sua história me deixou levemente angustiado pelas perdas que ela sofreu, não gostaria que fosse daquele jeito. Mas ao menos aprendia alguma coisa naquela situação, que precisava dar um pouquinho mais de valor aos familiares mesmo que não tivesse tanto afinidade com eles. Aproveitar os momentos com os demais era uma coisa muito honrosa e que deveria ser feita por todos. O momento da vela e cantar parabéns havia sido belíssimo e completamente extrovertido, além de ter uma sobremesa extremamente deliciosa. Ali estavam, juntinhos e fazendo mais alguma coisa juntos.

Os pedidos de Eduarda chegavam e com isso, o meu momento de sentir sono dava espaço e transparecia ao bocejar intensamente sem fazer barulho. Minha pilha realmente estava acabando. — Estou ficando com sono... – Espreguicei onde estava sentado e coloquei ambas as mãos sobre a mesa e comecei a brincar com os meus próprios dedos. – Você mora por aqui, né? – Tímido e quase motivado a pedir um café para aguentar mais alguns minutos por ela que tanto havia feito naquele dia. – Gostaria de continuar nessa cidade por mais algum tempo… Não sou daqui exatamente… Me mudei recentemente e ainda estou me acostumando com o lugar. – Sorri alegre enquanto mexia os dedinhos brincando de andar com as mãos sobre a mesa. O jeito infantil era algo que nunca mudara dentro de mim e o meu espírito lufano era o que mais dominava meu corpo, tudo era automático e natural.

– Mas sério… Eu acho que se não tomar um café, eu vou acabar dormindo em cima dessa mesa. – Disse em tom risonho enquanto procurava alguma coisa para continuar olhando ou ouvindo além da música. As conversas de todos eram notáveis e eu ouvia muita coisa. Eu simplesmente me sentia uma pessoa completamente fora da minha zona de conforto ali tendo em vista que eu era a única pessoa que Eduarda conhecia e ela era a única que eu conhecia. Estava realmente fora do meu comum ali e tudo dependia de como ela reagisse a situação de silêncio que perdurou. – Meh… Não sei... – Parei de brincar com os dedos, cruzei os braços e semicerrei os olhos para Eduarda, tentando analisar o que poderia vir a seguir. Tudo com ela era imprevisível.


◥ TIMOTHÉE SØRENSEN HELLSTRÖM ◣
BÄTTRE SENT ÄN ALDRIG
Eduarda Montesinos Bedoya
COMÉRCIO » Funcionária de loja
Eduarda Montesinos Bedoya
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Discente
Qui 29 Out 2020 - 23:44
➤ SÃO PAULO + TIMOTHÉE
the night we met
"Sim, eu moro aqui perto, na Alameda Santos", respondeu, brincando com os anéis da mão direita. O fato é que, indubitavelmente, também sentia um pouco de sono após um dia tão corrido e recheado de surpresas. Pensou em pedir um café para os dois, mas não queria ficar pilhada ao ponto de não conseguir dormir naquela noite. Decidiu pedir a conta ao garçom, preocupada com a possibilidade do custo final ser mais alto do que podia pagar. Enquanto o esperava, fez questão de puxar conversa com o sueco. "Se quiser te ajudo a encontrar um apê por aqui", sugeriu em meio a um sorriso tímido, ainda brincando com os anéis de prata em seus dedos. Suas joias eram, em maioria, presentes de seu falecido pai — por isso preferia guardá-las para ocasiões especiais como aquela para não correr o risco de perdê-las.

Riu um pouco da conclusão de Timothée. De fato, suas pálpebras pareciam pesadas — seu cansaço era evidente. Sentiu-se lisonjeada pelo fato de que, mesmo cansado, o garoto fez questão de permanecer ao seu lado. Sorria, os olhos fixados em seus anéis, cujo brilho cintilante perante as luzes artificiais do ambiente chamavam a sua atenção. Um silêncio maçante se seguiu nos minutos seguintes, sendo interrompido apenas pelo garçom que retornava com a conta. Eduarda analisou a nota fiscal, temerosa, mas se aliviou quando descobriu que conseguiria pagá-la. Procurou pela carteira pela bagunça no interior de sua bolsa e o entregou cinquenta reais; esperaria pelo troco.

"Obrigada pelo dia de hoje, gringo", sorriu para o rapaz, fitando seus doces olhos azuis — as intimidades de seu âmago revelavam o quão sentia vontade de mergulhar neles por um tempo. Afastou o pensamento, o observando bocejar; o sinal de que deveria pedir o Uber o quanto antes. Agradeceu o garçom pelo troco e tocou na mão do garoto de maneira delicada, o incentivando a levantar-se. Pensou em sair à francesa pois não estava a fim de papo furado, mas fora logo abordada por Carolina, a qual a deu um abraço apertado. Despediu-se, recebendo de presente da mesma uma sacola da Gucci, o que a provocou uma expressão legítima de surpresa, afinal, mal a conhecia direito. Será que é verdade a lenda de que todas as filhas de diplomatas dão bolsas da Gucci de presente para o primeiro amigo que fazem na faculdade? Ora, pois. Agradeceu mais uma vez e se encaminhou para a saída na companhia de Timothée. No hall onde ficava o elevador, já longe de todos, Eduarda retirou da sacola seu presente, que revelou-se como sendo uma bolsa de couro de mais de mil reais. A mesma meneou a cabeça, pensando no que faria com o presente. Não se vende presente, né?

Se dirigiram até o elevador, onde Eduarda retirou o celular da bolsa para pedir o Uber. Perguntou para o amigo o endereço de seu hotel e digitou no aplicativo. De súbito, assustaram-se ao perceber as portas se abrirem, revelando uma jovem camareira de olhos marejados. Duda a observou cobrir a mão com a boca, as lágrimas correndo por sua face. Conhecia a dor muito bem para ignorá-la. Esperou as portas do elevador se abrirem revelando o térreo para caminhar em sua direção, a abordando um pouco à frente.

O evento seguinte foi pouco ouvido por Timothée, já que estava distante das duas. Eduarda descobriu que seu nome era Dalila e o motivo de suas lágrimas tinha sido a morte de seu pai, da qual havia tomado ciência há poucos minutos, pelo celular. A Bedoya a consolou num abraço apertado e compreensivo, trocou números de telefone e, por fim, a deu de presente e bolsa da Gucci, constatando que sua venda resultaria numa boa poupança durante os tempos mais difíceis — afinal, seu pai era o provedor da família. Dalila, de início, não quis aceitar, assustando-se com a situação tão inusitada. Duda insistiu, conseguindo com que, por fim, aceitasse o presente. Se despediu e retornou para perto do sueco.

Os dois seguiram para o Uber, que os esperava, pacientemente, estacionado na fachada. Eduarda entrou primeiro, sonolenta. Descansou a cabeça no ombro do rapaz durante todo o percurso. No fundo, não queria separar-se de Timothée. Somente um dia caíra como um mês inteiro, quiçá anos de convivência. Apenas abraçou o braço esquerdo do mesmo até o hotel onde estava hospedado, de onde seguiria até sua casa.



 
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cherrybomb
Cambito
TLC » Moderadores
Cambito
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Qua 16 Dez 2020 - 13:25
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