Resumo

O Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas classifica criaturas mágicas em cinco classes de periculosidade, de X a XXXXX, com a última sendo as mais perigosas e difíceis de controlar. Recentemente, novas espécies de dragões, criaturas de classe XXXXX, surgiram na América do Sul, incluindo uma que pode se tornar invisível.

Devido à resistência das criaturas de alta periculosidade à magia, como gigantes e dragões, os feitiços têm eficácia limitada contra elas. Isso sugere que sua resistência à magia está ligada à sua natureza intrínseca. Para abordar esse desafio, o feitiço Animus Anga-ape foi desenvolvido para localizar criaturas invisíveis e atender às novas necessidades de enfrentar essas criaturas perigosas.


Introdução

O Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas divide os animais, seres e espíritos conhecidos em cinco classes de periculosidade, de X a XXXXX, sendo a primeira descrita como “Teimoso” e a última como “Mata bruxos/impossível treinar ou domesticar” (Scamander, 1927). Junto do avanço e das mudanças do mundo mágico, dados estatísticos da Seção de Manutenção Ecossistêmica da COMASUL revelam que novas espécies de dragões, criaturas do mais alto nível de periculosidade conhecido, tem surgido no território sul-americano. Dentre as novidades, um exemplar que, de alguma forma desconhecida, consegue se tornar invisível ao olho nu.

No decorrer dos anos, muitos estudos têm sido voltados aos feitiços e encantamentos voltados especificamente para as criaturas de classe XXXXX, uma vez que seu nível de periculosidade é inversamente proporcional a eficácia destes. Tal qual Curupiras e Fogo-Fátuos, outras criaturas como gigantes, dragões e possivelmente trasgos têm considerável resistência à magia, com peles que repelem todas as magias mais concentradas e poderosas, validando indiretamente a hipótese de que a principal limitação atual se dá devido a resistência à magia intrínseca a sua natureza. Devido aos poucos feitiços eficazes no que diz respeito a combate, enfrentamento e contenção de criaturas de alta periculosidade, e visando atender a novas necessidades no que se refere a estas, a elaboração do feitiço Animus anga-ape visa facilitar a localização de criaturas invisíveis, atuando como uma espécie de bússola, mas de criaturas.

Metodologia

Baseado no feitiço Iatepetukô, base para o feitiço Ati-atã, e usando como referência principal o feitiço Anga-ape, cuja finalidade é similar à do Animus anga-ape, pode-se passar pelas etapas de compreensão da magia e identificação do propósito com maior rapidez. Fez-se necessária a compreensão das formas mágicas utilizadas em Tekoa Khuarahy e adaptação dos gestos no lançar do feitiço. A fase de experimentação precisou ser retomada algumas vezes, associada especialmente a fase de refinamento. A documentação ficou sob supervisão da UMB, instituição que sediou parte dos experimentos. A nomeação seguiu os critérios de criação da COMASUL, utilizando como base os ensinamentos de Tekoa Khuarahy, que usualmente indicam palavras-chave em tupi para a produção de novos feitiços. O compartilhamento e guarda do feitiço foram autorizados pelos autores a se tornarem públicos após aprovação da confederação.

Discussão e Resultados

A execução do feitiço Animus anga-ape apresentou resultados satisfatórios, especialmente em criaturas de níveis menores de periculosidade. Com um mover de varinha que imita a letra “a” e com uma leve impulsão do punho a frente, como se a magia começasse a puxar o caminhar do bruxo que a lança, o feitiço baseado no feitiço bússola, o Anga-ape, também viabilizou encontrar criaturas através de uma luz-guia de cor prateada que surge após mentalizar o animal que se deseja encontrar. A luz é produzida em forma de lampejo lembra muito a conjuração de outros feitiços como: Appare Vestigium e Kuarahy Añete, apesar de não terem sido utilizados como base para essa produção.

No entanto, é importante notar que a resistência à magia das criaturas de nível XXXXX e XXXX que pode dificultar o sucesso da conjuração do feitiço, podendo haver interferência de outras criaturas de níveis menores. Além disso, embora tenha sido projetado para encontrar criaturas invisíveis, o feitiço também funciona para criaturas visíveis a olho nu, tornando mais difícil rastrear criaturas de alto nível de periculosidade, mesmo quando mentalizado corretamente, pois estas apresentam menor resistência à magia e interferem no rastreamento. Assim, ambientes controlados apresentam resultados mais eficientes do que ambientes abertos e de grande variedade de fauna.

Para aumentar as taxas de sucesso na conjuração do feitiço o bruxo deve ter uma capacidade de visualização inquestionável. Em estudos controlados observou-se que aqueles que possuem grande interesse e maestria nas artes da transfiguração, que exige alta capacidade de memória e visualização, obtiveram resultado de 97% de êxito.  Em contrapartida, o resultado daqueles que constataram não possuir grandes habilidades transfiguratórias nem boa memória foi de sucesso em 70% das conjurações.

Conclusão

Em conclusão, a execução do feitiço Animus Anga-ape apresentou resultados satisfatórios, especialmente quando aplicado a criaturas de níveis menores de periculosidade. Este feitiço, que se baseia no feitiço bússola Anga-ape, demonstrou sua eficácia ao permitir que bruxos localizem criaturas por meio de uma luz-guia prateada, ativada após mentalizar o animal desejado e realizar um movimento de varinha que imita a letra "a" com uma leve impulsão do punho à frente.

Ambientes controlados mostraram resultados mais eficientes do que ambientes abertos e com grande variedade de fauna, sugerindo que a eficácia do feitiço pode ser afetada pelo contexto em que é utilizado. Portanto, a utilização do Animus Anga-ape requer consideração cuidadosa das condições circundantes e da natureza da criatura a ser localizada.