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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Ter 5 maio 2020 - 1:06
A
caixa
Com o clube dos doze  

Informações

A presente RP ocorre no alojamento da vice-presidente da escola, Alice. Ocorre após a invasão de do trio (Emília, Lorena e Mavis) a sala da direção. A reunião tem o intuito de dar seguimento aos acontecimentos do mestrado: Não Ultrapasse - Crônicas de um dia chuvoso.  As meninas tinham uma desculpa perfeita para estarem ali, o aniversário da Vice-presidente estava perto.

RP fechada. É permitida participação daqueles que interagem diretamente com o mestrado.

Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Ter 5 maio 2020 - 3:18
A missão do Clube dos 12: Parte 2
O alojamento de dona Alice

Choro. Alegrias. Espantos. As coisas pareciam alternar-se entre passado e acontecimentos mais recentes e contribuíam apenas que a cabeça de Emília se tornasse mais pesada. Era muita informação para processar. Emília queria muito poder sentar e conversar com Lorena sobre o que ambas acabaram de observar, mas, ao mesmo tempo parecia não ser capazes de tal feito. Passado o instante de choque, Lorena recolheu a memória — confusa — e Mavis alertou que elas precisavam vazar dali e rápido. Coisa que todas concordaram sem pestanejar. Esperou as meninas saírem e trancou a porta, com a chave que usara outrora.
Durante o caminho de volta para Ybira a Martinez tinha uma imagem fixa na cabeça. A caixa. A caixa vermelha que agora estava em suas mãos. A caminho do alojamento o trio encontra a dupla Alice e Lena.
— Vocês ainda estão... Como está o Luca? — Disse a menina de uma forma quase inaudível, só para elas. — Precisamos de um lugar seguro... — A cara do trio de meninas informava que elas tinham informações. Não sabia ainda o que fazer com elas e esperava que o próximo passo ajudasse a completar esse enigma que haviam se metido.
Assim, Alice sugeriu que fossem todas para o seu alojamento. Poderiam se limpar melhor e decidir o que fazer. Mavis, Lena, Alice e Lorena foram juntas ao alojamento, a goleira encontraria com as companheiras em breve. Precisava realizar uma última parada, em seu próprio alojamento. Andou apressada, contudo, não levantou suspeitas. Para muitos Emília era tida como emocionadinha. O que de fato era, mas, haviam situações e situações.

A mãe d’Oro já livre de toda lama e roupas molhadas aguardava noticias da amiga, ou ao menos, futura amiga.  
Como no alojamento o barulho já começava a intensificar devido ao horário Emília inventou uma desculpa qualquer enquanto colocava uma caixa retirada do guarda-roupa dentro da mochila. — Accio Mochila — Disse para a mesma ir ao seu encontro. Não queria que muitas pessoas observassem a caixa. Não sem antes ter certeza onde havia se metido. Luna, de sua parte, estava preocupada. Queria informações sobre tudo que acabara de acontecer. — A Alice. Vamos encontrá-la. — Disse de forma pausada e aos sussurros. Por sorte, a Jaguar entendeu rapidamente e partiram.

O alojamento da representante do CA ficava bem perto da copa, graças a Oyá, mãe dos ventos, Emília não possuía medo de altura. E, mais uma vez agradeceu aos deuses por Alice ser vice-presidente do CA. O cômodo era grande o suficiente para abrigar confortavelmente os doze desafortunados e encrencados. A movimentação dos aurores começava a chamar à atenção daqueles que desde a noite anterior já estavam inquietos.
Quando Emília encontrou as meninas, retirou a mochila das costas e perguntou. — Os meninos virão? — Após a reposta delas, Emília disse: — Colloportus. — apontando para porta a fim de trancá-la. — Trouxe a caixa... — Disse abrindo a mochila, depois de um longo suspiro mostrando a todas. Se aproximou da rodinha que todas formavam perto da cama de Alice e prosseguiu: — E trouxe a chave... — Nesse momento engoliu em seco. — Espero que não seja algo que nos mate... Igual aquela mulher. Já descobriram quem era? — Perguntou. A menina estava enrolando, pois estava verdadeiramente nervosa. Mas, não era o momento de enrolação.
Tomando coragem, Emms, enfiou a chave-mestra com cuidado. O barulho da engrenagem fez-se ouvir assim que a menina rodou a chave na fechadura. A caixa estava aberta. O que será que havia ali?  
   

Clubinho dos doze 
by emme
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Ter 5 maio 2020 - 3:26
Era certo que alguns alunos (leia-se Ulisses e Matteo) não estavam ligando muito para o que estava acontecendo e o que falávamos e decidíamos, mas por mais precipitadas que parecessem as decisões, tínhamos que dispersar e fingir demência, não é mesmo? Quem nunca assistiu série policial ou uns filmes de drama e suspense talvez não entenda, mas agora nós éramos os próprios mocinhos que, em lugar errado e hora errada, viraram cúmplices (ou seja, completamente lascados).

Felizmente, quando alguns começaram a se mexer, o alvoroço pareceu tomar conta de todos, e mesmo que não concordasse com história nenhuma de dar festa (qual é?? Domingo, nove da manhã, chovendo e proibidos de sair de Ybirá, que motivo ótimo para festa tínhamos!), dei uma limpada na sala de reuniões assim que todos saíram (o feitiço “limpar” é bem simples e útil, sabiam?), limpei também minhas botas e peguei minha capa de chuva e o dardo que agora me pertencia, rumando então para meu quarto, quase no topo da grande árvore. É engraçado comentar isso, pois a ironia de ter medo de altura e ocupar um dos alojamentos mais altos da árvore gigante era algo gritante, mas ali dentro eu me sentia segura (principalmente por causa dos feitiços para não cair e da própria árvore com seus galhos e alguns cipós nos protegendo).

Helena estava junto a mim para me ajudar a encontrar e conseguir pegar as tais vomitilhas, e que bom que ela era minha companhia da vez, pois o badalar de meu sininho, após meus três pulinhos pensando em vomitilhas, me dirigiram até o dormitório dos Jaguar. Se alguém poderia descolar aquilo, seria Morpheu, e se alguém o convenceria, esse alguém seria Lena, sua namorada (ou seja lá o que fossem).

Deixei os pombinhos se acertando e pedi para que a Alcaide entregasse os “docinhos” para Luca o mais rápido possível.  — Mande ele dizer, se necessário, que achou em cima de algum lugar e comeu. Assustado, acordou Vicente para ajudar ele. Vá para o meu quarto depois.— haviam combinado, longe dos ouvidos de Morpheu enquanto esse buscava aquilo que queríamos, e assim, retornei ao meu quarto, guardando o sininho em sua caixinha, assim como o dardo em uma das gavetas de cabeceira, pegando um pijama e indo tomar um banho.

Felizmente Pingo estava ali dessa vez (parecia até que havia pressentido algo e surgira na noite anterior para me fazer companhia), e meu choro não seria tão longo e solitário enquanto afundava meu corpo na jacuzzi de água morna (e pela primeira vez não achei esquisito o fato de eu ter uma no meu quarto), tentando relaxar. Mas seria possível relaxar depois de tudo que havíamos passado em um único amanhecer? Quem mais estava no terreno da escola? O que havia acontecido com Beatriz? O que todas aquelas coisas queriam dizer?  As lágrimas escorriam pelo meu rosto na base do medo e da raiva, raiva de ter deixado Luca ir, raiva de tê-lo seguido, raiva de ter estado naquela situação. Medo sermos descobertos ou mesmos culpados. E se revistassem Ybirá?? Bendito momento em que havia sido acordada pelos latidos de Pingo denunciando o jovem fujão...

Meu coração bateu forte, ansioso e descompassado enquanto meus cabelos se arroxeavam, e as batidas na porta quase me fizeram infartar.  — Pode entrar!— gritei alto do banheiro ao reconhecer a voz das meninas. Lavei o rosto e saí dali, me secando e vestindo as roupas de dormir (se fossem pegos, que aparentassem nunca ter saído dali). O cabelo poderia ser penteado durante a conversa, então foquei em lavar e limpar bem suas roupas usadas para ir até à clareira e, com ajuda de um “ventus”, comecei a secá-las, pendurando depois na varanda para um melhor resultado (desculpem se eu estava cansada e derrotada demais no momento para não conseguir 100% de eficiência, viu?).

Voltando ao quarto, onde agora as meninas se acomodavam na cama e nas diversas almofadas coloridas que eu tinha ali, percebi que era a primeira vez que recebia alguém em meu novo quarto."Puts!" Puxei cobertor e travesseiro para perto da cabeceira da cama e me sentei ali, apoiada neles, aproveitando que penteava o cabelo para disfarçar o acanhamento repentino. ”Que não me odeiem por ter esse quarto, por favor. Não foi invenção minha.”, pensei inocentemente, mas o cansaço nem me deixava pensar muito, então agradeci silenciosamente à Guaraci por Emms ter começado a falar antes de que eu dissesse algo. — Era Beatriz, colunista do Globo de Cristal. A colunista de fofocas. Ela é prima do Nox… ou era. — engoli em seco depois da última frase, agradecendo mais um vez por Emms fazer algo que atraísse minha atenção, que agora era muito mais que curiosa, pairando entre à ansiedade e o medo de ver o que havia dentro da caixa. "Tomara que essa chave funcione".
© yuno of tcb & cttw


Última edição por Alice Bissoli Pegoretti em Sáb 30 maio 2020 - 14:49, editado 1 vez(es)



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Ter 5 maio 2020 - 3:41
AND YOU'RE MAKIN' ME CRAZY, CAUSE LIFE IMITATES ART

Quantos dias aquele turno já estava levando? Acordara cedo, para dizer que tinha sequer dormido alguma coisa. Depois aventurou-se pela floresta em busca da voz que gritara, encontrando um saci, que teve de ferir, e se perdendo daqueles que estavam ao lado dela. Ao invés disso, encontrou um grupo que já lhe era conhecido da escola, e que inclusive fora pelo bem de um deles que ela havia ferido aquela criatura. No fim das contas, de nada adiantou, e Luca acabara ferido assim mesmo. O moreno não estava com sorte, mas sobrevivera. No meio disso, o que pareceu ser um momento feliz com direito a beijos acabou se mostrando terrível, com um corpo ali, no meio da clareira onde antes eles costumavam ter aulas. Onde segundos antes eles haviam enfrentado criaturas, névoa, vento, chuva. Tudo indicava que a mulher estava morta, mas ninguém teve coragem de checar se talvez não fosse só uma pessoa dormindo de forma meio diferente. Ela queria acreditar que havia salvação, que não havia um morto entre eles. Mas existia, e entre o alerta de Ulisses e a fuga do grupo, ela havia pego o patrono da falecida e corrido para a sala de reuniões. Depois de lá, com a ajuda de Arón, livrou-se das vestes, vestindo algo limpo sem sequer ter tempo de tomar um banho. Mavis fora rápida também, e encontraram Emília no saguão. Invadiram a sala da diretora, usaram a penseira, ela se viu perante a morta mais uma vez, ainda que houvesse um resto de vida nela. Não havia nenhuma sensibilidade especial na Lorena, ela era uma bruxa normal, mas ver a mulher morrendo a tocou como se fosse ela mesma desfalecendo ali naquela clareira. E então já estava na hora de ir encontrar o resto do grupo para abrirem a caixa. Tudo isso em uma única manhã, e Lorena já não tinha mais nenhum resquício de energia para fingir que estava tudo bem.

Em Ybirá, após ter abandonado o castelo, munida de sua mochila que continha a lembrança de Bea, ela primeiro fora ao dormitório dos meninos. A tenda estava cheia de garotos, mas ela nem ligou. Pediu licença mesmo sabendo que não precisava, pois já estavam acostumados a vê-la ali com Arón, e dirigiu-se ao local onde ficavam as coisas deste. Escolheu uma camiseta tradicional do uniforme, assim como uma cueca limpa, meias, a calça tradicional e os coturnos. Ao receber o olhar dos meninos, fingiu uma risadinha. — Nos empolgamos um pouquinho brincando no pântano e algo me diz que ele vai precisar de vestes limpas. — Mostrou a língua, como se fosse amiga dos garotos e como se nas mentes sujas não estivessem passando diversos cenários onde era ela a pessoa desnuda. Ignorou com um sorriso falso no rosto e se retirou, indo em direção ao próprio alojamento. Arón estava deitado em sua cama, vestindo o roupão da garota que ficara curtíssimo nele. Ela quis rir, mas não sentia que possuía mais energia para tal. Se aproximou da cama, vendo o menino sentar-se sobre o colchão com um olhar preocupado. Ela depositou as roupas do garoto ao lado dele, assim como a sua mochila, e avançou em seu colo, o abraçando mesmo que houvesse tão pouca roupa entre eles. Ela estava com o psicológico destruído. Sentia que fora a maior burra ao ser ela quem checara o cadáver. Agora, com aquela lembrança, parecia que ela estava destruída por dentro, mesmo que por fora só parecesse desanimada. — Nós precisamos ir, temos que terminar o que começamos. Mas... — disse, enfiando o rosto na curva do pescoço do rapaz — será que poderíamos ficar assim só mais um minutinho? Eu preciso me recompor. — Desabafou, sentindo os dedos de Arón se enfiarem no cabelo dela, fazendo um cafuné que quase a fez chorar. Sentiu o cheiro do garoto mais um instante e saiu de cima do mesmo, deixando que ele fosse vestir. Ou que o fizesse ali mesmo, eles já tinham intimidade para isso. Ela que aproveitara o tempo em que ele se vestia para verificar se tudo estava completamente limpo, e ele havia feito um ótimo trabalho. A garota passou um corretivo sobre as olheiras e um blush rosa para parecer mais viva e quando viu, Arón estava pronto. Ele pôs a garrafa escondida junto dos outros ítens onde estaria segura, como se ela não tivesse mais forçar para fazê-lo sozinha, e os dois seguiram juntos até o quarto de Alice, que nenhum dos dois até então havia frequentado, mas que já sabiam onde era.

A hierarquia de alojamentos ali não era muito complicada de entender, então chegar até o quarto da garota não fora de fato difícil. As pernas da morena ardiam, mas não quis pedir ajuda, não quis parecer tão exausta quanto realmente estava. Até porque ser vista por algum aluno alheio a tudo aquilo poderia soar estranho e o zelador acabaria sendo chamado. Quando chegaram, bateram na porta, entrando no cômodo em seguida. Lorena se aproximou de uma das almofadas distribuídas pelo quarto e encarou Arón, falando baixinho para que só ele ouvisse. — Será que você poderia... sabe. — Pediu já sem forças, e o amigo a ajudou a sentar-se, sentando ao seu lado para que ela pudesse encostar o rosto sobre seu ombro. Estava tão cansada, mas sentia que não conseguiria dormir tão cedo. As memórias - as dela e as de Bea - não deixariam. Aproveitou que o momento de aguardo dos demais e começou a lançar feitiços aleatórios para "limpar" o histórico da varinha. — Bubbles! — Lançou, saindo de sua varinha várias bolhas de sabão coloridas, brilhantes, dos mais diversos tamanhos. Estourou uma com o dedo, mas ainda se sentia morta por dentro. — Lumus! — Disse em seguida, sentindo os olhos arderem com a fonte de luz. Balançou a varinha para apagar. Foi aí que Emília, que ela nem havia visto chegar, perguntou sobre alguém conhecer a vítima. Lorena apenas balançou a cabeça em sinal de negação, mas automaticamente as mesmas imagens - viva, morta - vieram a sua mente. Sentiu o corpo arrepiar, e como quem precisa se distrair, lançou mais um feitiço. — Ventus! — Aproveitou o jato de ar fresco e mirou a varinha contra o próprio rosto, tentando fazer com que isso a despertasse a atenção para o que acontecia ao redor. A informação de a falecida ser do jornal não fez muito sentido pra Lorena. — Eu a vi morrendo. Ela estava tentando estancar o sangue, e havia alguém lá, alguém que feriu ela. E ela se arrastou pela clareira com essa caixa. Ela estava ali, do meu lado, morrendo. E depois eu estava do lado do corpo dela sem saber que aquela memória me traria esse tipo de peso. — Ela falava mais para si do que para os outros. — Nós precisamos descobrir o que tem na caixa, porque pelo que eu vi nas lembranças, esse é causador da sua morte. A Emília pode confirmar que possivelmente o assassino ou o que tem aí tem ligação com o passado dessa jornalista. Se soubessemos mais sobre ela, talvez fosse mais fácil explicar o que vimos. — Lorena já nem sabia mais se continuava falando, se deixava Emília falar, mas tendo aquela garrafa consigo, sentia que precisava fazer algo pela falecida. Pra que ambas encontrassem alguma paz.
IN A LAND OF GODS AND MONSTERS,
I WAS AN ANGEL,
LOOKING TO GET FUCKED HARD
MONTY



she remembered who she was and the game changed.


Nico Romeo García
JAGUAR » Artilheiro
Nico Romeo García
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CB: Artilheiro Jaguar
Ter 5 maio 2020 - 11:53

Permaneci deitado naquela mesma posição por todos os minutos que se sucederam. Ainda que minha mente estivesse inquieta, eu não poderia deixar isso se externar, mesmo estando sozinho. Precisava tentar manter a lucidez no meio de toda a informação que nos foi bombardeada, ou melhor, que acabamos encontrando sem saber que iria render tamanho alvoroço. O pior de tudo é que não poderíamos nos dar o luxo de surtar com as descobertas que estavam por vir, era necessário um controle emocional muito grande que eu não fazia ideia ter até aquele presente momento. É como dizem, você não sabe a força que tem até precisar utilizá-la. Eu só esperava que Lorena e Mavis, até mesmo Matteo, compartilhassem daquele sentimento. Tinha plena noção de que tudo poderia desmoronar a qualquer momento com qualquer um dos envolvidos na clareira porque não os conhecia, mas os Bedoya? Sabia que eram durões. Iriam aguentar tudo até o final, sendo esse bom ou ruim.

O tempo parecia passar arrastado dentro daquele dormitório. Meu olhar partia do teto para as camas, as janelas, os detalhes da construção, os armários. Não sabia mais o que fazer para esperar alguma das duas voltarem com um conjunto de roupas limpas. Era impressão minha ou ver aquela memória estava demorando mais do que o necessário? Será que tinha acontecido algo de errado? – Calma, Arón. – Inspirei profundamente algumas vezes, exalando logo em seguida. Talvez eu realmente precisava ter algumas aulas de meditação com Lora, ceder a suas insistentes tentativas de me fazer acompanhá-la até um lugar tranquilo para pensar em absolutamente nada. – Talvez não. – Murmurei. A ideia não me parecia tentadora, ainda mais levando em consideração minha falta de paciência para com o mundo, inclusive a mim mesmo algumas vezes. Notícias ruins viajam rápido, era um senso comum. Internamente sabia que se algo relacionado tivesse acontecido eu já teria descoberto a àquela altura do dia.

O ranger da porta me tirou a atenção, fazendo com que eu desviasse o olhar aleatório para encontrar os de Lora. A garota estava com uma aparência nitidamente cansada, seus lábios tentaram se curvar em um sorriso falho que demonstrava alguém que parecia carregar o problema do mundo nos ombros. Senti o coração apertar ao vê-la ali de pé, parecendo tão pequena, tão frágil e vulnerável. Por que ela tinha que pegar o patrono? Por que ela precisou se aproximar do corpo? Tudo aquilo tinha um peso inimaginável para qualquer pessoa, eu sabia. Então, por que ela? Por que Lorena? Minha mente estava dividida em ressentir a mim mesmo por não impedir que fôssemos à clareira e por não ter tomado a frente para lidar com tudo aquilo para que ela não precisasse. E então os pensamentos ruins se desanuviaram de forma instantânea quando ela se aproximou sentando em meu colo.

– Podemos ficar aqui pelo momento que precisar. – Sussurrei, envolvendo seu corpo com os braços de forma protetora. Era incrível como nossos batimentos sempre pareciam se alinhar quando estávamos próximos daquela forma. Deixei que minhas mãos vagassem pelas curvas conhecidas de forma calma e carinhosa, dedilhei sua cintura e costas, parando nos longos cabelos castanhos para um leve afago. – Eu paro o tempo se você quiser. Por você. – Quando se afastou e permitiu que eu visse seus olhos marejados, tudo o que mais quis foi tomar seus lábios nos meus lentamente, deitar seu torso no colchão e deixar que nossos corpos encontrassem o caminho até o outro, fazendo com que ela pudesse esquecer por um instante toda aquela merda que estávamos passando.

Com a imaginação do que poderia ter acontecido juntamente de um latejar no meio das pernas, precisei me refrear buscando o restante de controle que ainda tinha mediante a situação. Me pus de pé quando Lorena se afastou e desenrolei o fio que segurava o roupão, fazendo com que este caísse no chão. Vesti as roupas que me trouxe ali mesmo, sem vergonha ou apreensão. Eu não a deixaria sozinha nem mais um segundo durante nossa imprevisível tormenta. Enquanto estava se arrumando, aproveitei para guardar a garrafa e a mochila no fundo do seu guarda roupa, sabendo que ali os itens estariam seguros. Peguei minha varinha que descansava em cima do criado mudo e a coloquei segura na cintura. Quando sua silhueta fez menção de caminhar até a porta me aproximei juntando nossas mãos. Ao me olhar, sorri. Ela não estava sozinha. Poderia até estar carregando o peso do que fosse consigo, eu estaria sempre ao seu lado para quando precisasse.

Nosso caminho até o alojamento foi silencioso. Lora estava exausta demais para falar alguma coisa naquele instante e eu apenas assenti com aquilo, esperando que estar ao seu lado fosse o suficiente para trazer ainda que um pouco de conforto. Ao adentrarmos ignorei de forma não proposital os que estavam presentes, pois ao ouvir seu pedido de ajuda foquei totalmente no que precisava fazer. Com os braços auxiliei sua descida até um dos assentos, tomando o que estava ao seu lado em seguida. – Flagrate. – Lancei, segurando minha varinha em uma das mãos. Surgiu uma linha fina vermelha que foi tomando forma na medida em que eu movimentava o pulso. Várias estrelas pairavam no ar rodeando pequenos planetas indiferenciáveis, levando em conta que eram apenas círculos. O resultado daquilo? Uma imitação malfeita de uma constelação. – Flagrate. – Conjurei novamente, dessa vez escrevendo uma frase em letras pequenas. – Illegibilus. – Disse em seguida.

Fui interrompido pela voz das garotas que ali estavam. Elas falavam sobre a identidade da garota assassinada, assim como também tinham em mãos a caixa de couro que eu tinha visto ao lado do corpo. Meu cérebro absorvia as informações em silêncio, ainda com o olhar focado no desenho que havia criado. A sensação de impotência parecia tomar conta de mim a cada palavra dita por Lorena. Era isso que continha no patrono? O assassinato da garota? Tive a sorte de já estar sentado visto que minhas pernas pareceram amolecer no instante seguinte. – Mas que bela merda é essa que nos metemos. – A resignação escapou por entre meus lábios.

Ao cutucar com a varinha, a frase anteriormente escrita por mim que agora estava ilegível por causa do feitiço, ocasionou no desfazer da mesma, deixando assim que o pequeno eu te amo se perdesse no meio de toda a confusão.


Última edição por Arón Romeo Ferraz em Ter 5 maio 2020 - 16:05, editado 1 vez(es)
Mavis Orn. Bedoya
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Estagiária
Mavis Orn. Bedoya
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288
Ocupação :
Estudante de Saúde Bruxa
Ter 5 maio 2020 - 13:02
Participantes
Clube dos 12.
i. red box
Os minutos se tornavam cada vez mais agonizantes conforme passavam aos olhos de Mavis. Parecia que Lorena estava com a cabeça enfiada naquela penseira fazia bem uma vida inteira e a brasileira, apesar de tentar transparecer calma, por dentro travava uma batalha entre o cansaço e a ansiedade. Buscou tentar pensar em outras coisas enquanto esperava pela prima, não era como se pudesse ter um ataque de nervos ali mesmo. Para a sua sorte Lora se afastou da penseira não muito tempo depois e Emília tomou o lugar dela. Tentou falar com a prima, mas ela não parecia ouvir, o que só a fez pensar que a lembrança que aquele flamingo carregava só poderia não ser tão feliz assim. — A gente precisa sair daqui e rápido. — Alertou as outras, deixando de lado a vontade de ver com os próprios olhos o que se passava naquele fragmento de memória. Não tinham tempo, tinha certeza que aquela altura do campeonato a diretora e sabe-se lá mais quem estavam investigando a Clareira. Não podiam arriscar serem pegas ali. O aviso pareceu ser suficiente para despertar as meninas que estavam ainda mais desnorteadas do que antes. Esperou que Lora voltasse a guardar a lembrança na garrafa e juntas, as três abandonaram a sala da diretora, com Emília fechando trancando a porta novamente e deixando tudo exatamente como estava. Agora tinham outro problema para ser resolvido: a caixa. E Mavis só conseguia pensar que aquela manhã não parecia ter um fim.

Eu vou procurar o meu irmão. — Avisou a Lora e ambas se separaram assim que chegaram ao Ybirá. Mavis seguiu direto para o dormitório do irmão, mas esse já não estava mais lá. O que faria agora? Não queria voltar para o seu próprio alojamento, daria privacidade aos pombinhos, pois sabia que eles precisavam. Além de que não tinha conversado com o gêmeo e precisava saber se ele estava, de fato, bem. Os olhos atentos focavam em cada rosto que passava por ela, que não eram poucos. Pelo horário, os alunos começavam a acordar, o que só fazia com que o trabalho dela se tornasse ainda mais difícil. Foi só naquele momento que cogitou que talvez Matteo também estava procurando por ela. E então deu meia volta pelo corredor, andando o mais rápido que podia na direção de seus aposentos. Pois fora dito e feito, encontra o irmão indo em direção ao quarto dela e das meninas. — Ei, ei! Não entra aí. — Chamou a atenção de Matteo. Aquela altura do campeonato Lora já devia estar enfiada dentro do quarto com Arón e Mavis não sabia se ele tinha superado a prima completamente. Naquele momento não queria privar somente o irmão, mas a si mesma de uma possível briga que não poderia lidar naquele momento. — Onde você tava? Te procurei pelo Ybirá inteiro. — Mentira, ela só tinha ido até o quarto dele e pronto. — Você não cansa de tomar chá de sumiço, não? — Engatou o braço no do irmão e o puxou pelos corredores. Só esperava que ele não começasse a fazer perguntas e seguisse o baile. Ela já não tinha neurônios nem pra pensar numa desculpa pra dar pra aquele povo, então escolhera apenas arrastar o irmão até onde era necessário. Daquilo ninguém desconfiaria.

Mavis podia sentir as pernas arderem pelo esforço da subida até um dos alojamentos mais altos do Ybirá. E foi só quando chegou lá que puxou o irmão para um abraço apertado, finalmente. — Fico feliz que esteja bem, Mat. — Sorriu de modo fraternal para o irmão. — Combinamos de nos encontrarmos aqui pra resolver você sabe o quê, achei que você não iria querer ser excluído. — Explicou, dando batidinhas na porta como forma de respeito. Assim que recebeu passe livre para entrar, puxou o irmão para dentro do quarto. Apenas acenou com a cabeça para as meninas antes de se jogar em uma das várias almofadas espalhadas pelo chão. Estava tão cansada que nem prestou atenção nos que estavam presentes. Só se atentou ao que as vozes diziam sem realmente olhar para os rostos. Enquanto processando as informações. O nome da falecida era Beatriz, ok. Colunista do Globo de Cristal, ok. Prima de um garoto com nome de feitiço, ok. Feitiço… De repente se lembrou que se desse merda naquilo tudo, a varinha seria confiscada e ela acabaria se ferrando. — Flagrate. — Sussurrou o feitiço baixinho, para não atrapalhar os demais. Com uma chama na ponta da varinha, começou a desenhar de forma involuntária. No fim, acabou com um desenho de uma fatia de pizza bem a sua frente, acima do cansaço estava com fome e era isso o que desejava no momento. Só se deu conta da presença da prima na sala quando a mesma desatou a falar sobre o que tinha visto na penseira, o que chamou a atenção da brasileira. Seus olhos se voltaram para Emília, a portadora da caixa. Tudo que conseguia pensar era “não está na hora de abrir logo esse negócio pra acabar com essa tortura?”, estava mais do que curiosa e para a sorte dela no mesmo momento a menina se utilizou da chave para abrir o objeto.
C y a l a n a




NOT A MARTYR — i'm a problem; i am not a legend, i'm a fraud so keep your heart, 'cause i already got one.
Narradora
TLC » Administradores
Narradora
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Contar Histórias
Ter 5 maio 2020 - 16:05
Dentro da Caixa
The Last Castle RPG

Emília aproximou a chave da fechadura contida na caixa, o objeto metálico retorceu na mão da carcará tomando uma forma exata para o fecho e com um clique a caixa de couro vermelha fora aberta.

Uma voz começou a ressoar com falhas e estática de seu interior, repetindo em um looping:

Alicia! Aqui está tudo que consegui recuperar, roubaram [...] não confie [...] fui descob...”.

O som emanava de um pequeno globo de cristal com a imagem de Beatriz claramente amedrontada, sua voz era baixa e pesada e estava em um local escuro, iluminado pelo lumos em sua varinha; em suas costas era possível ver pequenos pontos brilhantes na imensidão escura, um céu noturno?

Dentro da caixa também havia um cilindro metálico com alguns pergaminhos em branco, um pedacinho de metal achatado e retorcido como se tivesse sido derretido e um frasco com uma última dose com um líquido desconhecido de cheiro forte.

Itens na Caixa:

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XIII
Paulla Fernanda Brandão
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Enfermeira
Paulla Fernanda Brandão
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HMC - Enfermeira
Qua 6 maio 2020 - 21:17
Crônicas De Um AssassinatoQuarto do CAChuvaManhãFechada
Saber definir meus sentimentos naquela altura do campeonato era algo difícil. Havia desespero. Desespero em estar em perigo, em meus amigos estarem em perigo, em ser descoberta. Junto com aquele banho no dormitório dos Carcarás, aproveitei para lavar toda aquela roupa, secar e reparar o que estava destroçado, ora por mim, ora pela natureza. Também tratei de não deixar pegadas lamacentas ao me encaminhar para o quarto. Imagina só se me seguem? A minha sorte é que todos dormiam e metade do time estava tão encrencada quanto eu! -Grande merda!- Apanhei uma bolsa de expansão e coloquei toda aquela tralha e enfiei a bolsa de expansão em outra bolsa de expansão e soquei no fundo do meu baú. Não queria ver aquelas roupas nunca mais na vida, mas ali não seria um momento legal para se livrar delas. -Provocar um incêndio e chamar mais atenção, hum…Passo!-. Pensei em dormir mas não dava. Ansiedade, outro sentimento que pairava dentro de mim.

Saí do meu dormitório vestida no meu pijama de unicórnio rosa e pantufas de pés de urso polar rumo ao dormitório dos Jaguás, - Mexer com mais inimigos. Eu gosto!- mas Tupã é lindo e encontrei a loira descendo as escadas. Luna! Sussurrei. Quando ela me olhou, fiz um C e um A em LIBRAS com a mão e apontei para cima -Mania de achar que o mundo entende LIBRAS. Mas deveria.-

Ao chegar no andar, batemos a porta. Do lado de fora dava para escutar uma voz estranha, igual quando se ouve um disco de trás para frente. Tentamos entender encostando o ouvido na madeira mas nada. Eu hein! Dei de ombros para Luna e logo a voz foi silenciada e nossa entrada permitida. Desculpa, estamos atrasadas! Dei um sorriso bem amarelinho. Eu também havia sido de fininho da Sala de Reunião, né? -Mega cara de tacho mood. - Limpei a garganta. Então, vocês estavam vendo mensagem subliminar? E por que me olham tanto? Eu hein, parece até que sou outra pessoa! Estranhas!

Paula Fernanda + OClã &ACaixa
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PAULLA FERNANDA BRANDÃOSe é pra morrer de batida...
Que seja de maracujá!
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Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
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Qui 7 maio 2020 - 2:22
Era uma caixa muito engraçada...
Oh shit, dude!
Quando, enfim, deixei as vomitilhas com Luca para que ele pudesse ir à enfermaria para se recuperar totalmente, segui em direção ao dormitório de Alice. No caminho, peguei a varinha no bolso da calça de pijama, era pequena e cabia confortavelmente ao lado do meu celular, e comecei a usar feitiços aleatórios para tentar disfarçar os últimos feitiços que usara na clareira — Lumos — a ponta de minha varinha ascendeu em um pontinho de iluminação, nada efetivo naquela manhã escura e chuvosa. Caminhei alguns passos, agradecendo que a folhagem espessa da árvore impedisse a maior parte da chuva de encharcar tudo ali, incluindo as pantufas de ursinho que usava — Nox — murmurei, e a luminosidade sumiu por completo.

— Bubbles — observei a série de bolhas de sabão que saia da ponta da varinha, formando uma pequena trilha que logo se dispersava pelo vento. Queria tanto deitar e dormir, tanto. A lembrança de que estava acordada logo cedo por querer adiantar uma tarefa de casa e poder ficar livre o resto do dia me fez soltar um riso com o gosto amargo... Aquela Lena parecia alguém tão distante. Percebi que estava em modo altomático quando já me encontrava à frente da porta de Alice, com Emília logo às minhas costas. Demorei alguns segundos para processar a pergunta que ela fizera sobre Luca — Deve estar a caminho da enfermaria agora... Só espero que tudo dê certo — disse, batendo à porta e entrando no quarto de Alice, e entrei assim que a ouvi, do outro lado.

Sentei sobre uma almofada e abracei meus joelhos, olhos arregalados conforme Emília se movimentava para — finalmente — abrir a caixa. A voz da jornalista fez a sensação de frio voltar com tudo, e agradeci por poder apertar o tecido da calça de meu pijama para evitar as mãos de tremerem; a descrição de Lorena sobre o que viram na lembrança que recuperaram também não ajudou a acalentar o medo crescente em meu peito. Em que merda tínhamos nos metido, afinal de contas — Então, ela estava aqui procurando alguma coisa — murmurei, olhando para o conteúdo da caixa, que nada servia para elucidar as dezenas de dúvidas que surgiam em minha mente. — Acho que nós enfiamos os pés num lamaçal mais fundo do que pensávamos...  

É claro que eu queria mexer e fuçar, mas também não sabia se tinha algum tipo de feitiço de proteção a mais, além disso, não queria arriscar danificar nada do que estava ali. O cansaço parecia tomar conta de mim, e não estava conseguindo pensar direito. Balancei o rosto e me debrucei sobre a caixa, observando o conteúdo, em especial o pedacinho de metal achatado e retorcido, buscando algum reconhecimento entre estes, e com um tanto de medo do que poderia desenterrar caso fosse mais a fundo naquilo.  
VULPVELOX ⛛


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Dom 10 maio 2020 - 8:24
AND YOU'RE MAKIN' ME CRAZY, CAUSE LIFE IMITATES ART

Lorena não conseguia pensar em mais nada além daquela pobre mulher morrendo naquela clareira, tendo seu corpo sendo largado ao cuidado de Sacis, nenhuma única alma para ficar ao lado dela garantindo que sua morte não teria sido em vão, que o assassino não voltaria, que alunos curiosos não alterassem a cena do crime. Então quando Emília abriu aquela caixa e a voz que saiu dela quase fez Lorena vomitar. Era o pagamento kármico sendo pago em vida, não havia outra explicação. A mensagem era falhada, difícil de entender e a garota quase quis fechar os ouvidos para não precisar mais ouvir aquele recado. Quem era Alícia? O que ela tentara recuperar? Eram tantas perguntas e todo mundo estava confuso demais.

Fora aí que, cansada e já abraçando a loucura que crescia em suas entranhas, Lora se pôs em pé com certa dificuldade e caminhou até a frente da caixa, sentando-se o mais de frente a ela possível. — Se por ventura isso for uma pegadinha, algum portal ou algo assim, digam pra minha mãe que eu brilhei muito antes de partir. — Disse em tom dramático, tentando amenizar a situação, mas todos estavam com medo e ela não estaria diferente. Com a varinha na mão direita, usou a esquerda para fuxicar na caixa. A voz vinha de um pequeno globo de cristal, desses que eles viam sempre nas aulas de astronomia, e dele vinha a imagem de Beatriz com medo, falando baixo em algum lugar escuro, tendo apenas um lumus oriundo de sua varinha. Havia pequenos pontos brilhantes na imensidão escura, talvez fosse um céu, ou talvez aquilo fosse no terraço do quinto andar. Talvez até no observatório. Lorena estava pensando alto, mas a voz e a imagem de Bea a traziam de volta a realidade o tempo todo. Ela só queria que aquilo acabasse, antes que acabasse com ela. Pegou primeiro um cilindro de metal, abrindo-o como se fosse uma bomba. De lá só saíram alguns pergaminhos em branco. Apontou a varinha para cada pedaço de pergaminho e lançou o feitiço que mostraria se algo ali estava apagado. — Revellio! — E agora restava ao pergaminho assumir a forma de alguma mensagem ou simplesmente continuar vazio. Vazio como o futuro da falecida.

Depois disso, havia um frasco com algo líquido dentro. Era de se saber que não se enfia o nariz em o que não se sabe o que é, mas resolveu arriscar. Retirando a tampa, o cheiro era forte. O que poderia ser aquilo? Fora a vez de apontar a varinha para o frasco e lançar outro feitiço. — Specialis Revelio! — disse, aguardando algum resultado que fosse exclarecedor. Não era, ainda, uma grande conhecedora de poções, mas tudo ali podia ajudar a solucionar o crime.

Por último, e sem saber de sua relevância, Lorena viu um pedaço de metal achatado e retorcido. Ele era pequeno, perfeito para que ela o manipulasse sem precisar de fato tocar. Não sabia com o que estava lidando. Se concentrou, fingindo não estar rodeada de gente que ela não sabia se queria confiar o segredo do dom, e estendeu a mão próximo ao pedaço de metal, que levitou o suficiente para ficar a altura dos olhos da morena, que movimentou os dedos tentando fazer o retorcido e o achatado se desfazerem e deixar o pedaço mais fácil de ser identificado.

IN A LAND OF GODS AND MONSTERS,
I WAS AN ANGEL,
LOOKING TO GET FUCKED HARD
MONTY



she remembered who she was and the game changed.


Luna Flores
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Luna Flores
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ARTISTA: Apresentador suporte e Ator Coadjuvante
Dom 10 maio 2020 - 12:24

A
Caixa


E veio aí a famigerada loucura
Bom, em minha defesa, eu não sabia que quando a diretora proibiu o acesso a clareira pudesse ser por um motivo realmente sério. Achei que tratava-se de mais uma das regras sem fundamento que ela impunha aos alunos, como usar aquelas roupas pesadas e sapatos. Porra, sapatos. Como se eu já não tivesse preocupações o suficiente por não estar conseguindo acompanhar o restante da turma nas disciplinas mágicas, a bonita aqui resolveu seguir Coelho para a clareria que estava proibida e acabamos arrastando a pobre da Alice junto. Que amizade bonita, não é? Perfeita! O início de um sonho.

Deu tudo errado. Digamos que eu estivesse lascada. É assim que os humanos dizem quando algo da errado? Não sei, mas eu me sentia completamente sem chão.

Depois de nossa ligeira reunião com os onze... Doze — se contar com Helena invisível — fui para corri para o alojamento dos jaguares, com todo o cuidado para não ser notada, mas não deu bem certo. Acabei tendo que inventar que em minha vila tínhamos um ritual de rolar na lama toda vez que chovia, vê se pode. Enfim, tomei um banho rápido e joguei limpei a roupa o máximo que pude para não deixar vestígio algum. Clareira? Que clareira? Não sei onde fica, sou nofa aquian.

Na saída do dormitório me encontrei com Paulla que fez alguns gestos totalmente avulsos e eu acenei com a cabeça como se tivesse entendido absolutamente tudo o que ela quis dizer. Segui a garota Ybirá acima, até dar de cara com o dormitório privativo do CA. Ao entrar, vimos que a maioria dos doze estavam ali, não todos. Ulisses e Matteo muito menos, por que estariam? Eu não via a hora de atear fogo nos dois, nem que recebesse uma detenção depois. Idiotas.

De porta fechada, a caixa foi aberta e o conteúdo ali não poderia ser mais estranho. E vamos de Lorena tomando a frente com alguns feitiços na tentativa de revelar o conteúdo dos pergaminhos em branco.


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AuslengIdioma das mãe d'Oro
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Dom 10 maio 2020 - 23:17
Descobertas
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Matteo Bedoya Agüero
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Ter 12 maio 2020 - 0:32
A caixa

« Com o fucking clube dos doze »
Eu não sabia muito bem para onde ir. Eu queria encontrar Mavis, queria encontrar Lorena, Azucena e até mesmo Arón para saber se estavam todos bem, mas eu não sabia qual rumo tomar e por onde começar. Era como se depois do banho tudo tivesse meio que apagado da minha mente, ela estava completamente vazia e eu não conseguia sequer me localizar.  Parei no meio do caminho, contei mentalmente até três e dei meia volta. Eu precisava ir ao quarto da Mavis ver se ela estava por lá. Caso não consiga encontrá-la no alojamento, devo passar nos espaços que ela mais frequenta como biblioteca e etc. Eu estava preocupado. Morria de curiosidade para saber como estaria minha gêmea após tudo isso. Aposto que não tão atordoada quanto eu, mas ainda assim impactada. Nós nos metemos numa cena de crime. Pior, os Bedoyas mais problemáticos se meteram numa puta cena de crime. Quando a tia Roberta disse que deveríamos aproveitar melhor o ano letivo, com aventuras e todos os devaneios loucos dela, tenho em mente que obstruir a justiça não era o que ela queria dizer. Eu mal conseguia contar as horas para aparecer a COMASUL, O Globo de Cristal e a porra toda nesse castelo para ver tudo isso. E nós, doze jovens sem nadinha na cabeça metidos até o pescoço na merda que essa escola escondia. — Merda! — Não pude evitar gritar no meio do caminho. A cada passo que eu dava eu só conseguia imaginar o quão terrivelmente fodido nós estamos.

Durante o trajeto eu ignorei completamente as pessoas com quem trombei no caminho. Eu estava no modo avião, totalmente offline e focado apenas em encontrar minha irmã gêmea. Aquela altura, até mesmo ver a face irritante do Arón já era algum alívio para mim. Me aproximei dos aposentos de Mavis e das meninas, mas fui interrompido por sua voz. Olhei para trás assustado e aliviado ao mesmo tempo. Queria abraçá-la forte, mas fiquei com medo dela estranhar o  ato. No entanto nem pude fazer nada, pois sequer tive tempo de ter alguma reação além das citadas anteriormente. Mavis me catou pelo braço e puxou-me para sabe-se lá onde. — Eu te procurei igual um filho da puta! Eu fiquei preocupado, Mavis, nunca mais faça isso. E quando eu mandar você vir comigo, é pra vir. — Ela parecia sequer ter ouvido o que disse à ela. Minha gêmea estava muito elétrica, parecia que ela havia cheirado uma carreira de pó de mandrágora. Conhecendo Mavis como conheço bem, alguma merda estava acontecendo, eu só não sei muito bem o motivo dela estar me arrastando até ela. — Mavis, estamos indo para onde? Você tomou banho? Escondeu suas coisas? — Não obtive respostas para nenhuma de minhas perguntas, apenas fui arrastado pelo braço para onde quer que ela estivesse indo e, sinceramente, eu não queria saber. Só o fato dela estar ali comigo, inteira e sem nenhum arranhão já era muito reconfortante.

Eu estava ficando sem fôlego, mas não conseguia sequer contestar Mavis. Os gritos de Azucena que eu ouvi na clareira (e que na verdade não eram dela), ecoavam na minha mente de uma forma irritantemente assombrosa. Na hora eu não me impactei tanto, mas agora que tudo havia acabado aquilo estava me afetando emocionalmente. De novo minha sensibilidade idiota estava estragando as coisas. Mavis parou de andar bem quando meus olhos marejaram. Fingi que era do esforço de ter subido até os alojamentos mais altos de Ybirá e me controlei para não deixar nenhuma lágrima rolar, mas quando ela me abraçou forte, não pude evitar. Lembrei também de como a voz de Mavis havia me xingado na clareira, e mesmo sabendo que aquela não era de fato ela eu pensei "Será que ela me acha mesmo um merda?". Principalmente devido as minhas atitudes recentes. — Também fico feliz que esteja bem. — Me desvencilhei de seu abraço e limpei a face disfarçadamente. Foi fácil fingir que eu não estava chorando após ouvir o que Mavis tinha dito. Não acredito que ela me trouxe de volta pra essa merda! Eu me esfreguei e me limpei todo querendo tirar cada vestígio daquele momento horrível de mim e ela simplesmente me arrasta de volta pra lama? Sério? — Achou errado, eu não queria saber de mais nada disso. — Entramos no quarto e eu nem pude demonstrar toda minha indignação. Quando é pra me excluir de coisas saudáveis, momentos em família e qualquer outra atividade legal é ok, ninguém pensa no Matteo aqui. Agora para me meter em confusão, assassinato e provavelmente numa expulsão, cá estou sendo lembrado. Olha, sinceramente...

Eu estava tão atordoado com tudo que só fui prestar a atenção nos presentes agora. Estavam faltando mais pessoas, muito mais pessoas. Provavelmente tiveram a noção de não se mexer no meio dessa areia movediça toda. Fechei a cara vendo Arón desenhar um "eu te amo" no ar com a varinha e sentei num canto, afastado, vendo todo aquele circo. Até a identidade da morta já estava na roda. Eu era novato no Globo, não cheguei a ouvir o nome Beatriz, mas pelo visto ela era bem conhecida e intrometida. Nenhum adulto sem autorização pisa no castelo. Como essa mulher conseguiu se meter aqui desse jeito? E o que ela veio fazer aqui? Eu queria muito não me meter naquilo tudo, mas meu extinto de jornalista já queria saber mais sobre tudo, até sobre o primo citado no meio da conversa. Inclinei-me na rodinha para ouvir melhor o que estava acontecendo e ver o que elas tanto encaravam no meio da roda. Foi quando a vi. — Sem chances, não... — Eu havia me ligado que elas falavam sobre a caixa, mas eu não tinha notado no meio de toda confusão e cansaço que a porra da caixa estava bem ali. Elas simplesmente acharam uma boa ideia remover um objeto da cena do crime! — Puta merda, puta merda... — Eu me isolei num canto e tentei controlar minha respiração. Eu estava tendo uma crise de ansiedade fodida. Meus sentimentos sempre fogem de controle normalmente, mas a situação atual é de fato desesperadora. No momento meus Divertidamente estavam correndo de um lado para o outro enquanto o sistema principal estava completamente em pane. Tiraram a caixa da clareira, tiraram o patrono da clareira, mexeram em toda a cena do fucking crime. O que é que havia de errado com elas? Se tudo tivesse em seu devido lugar, talvez o culpado fosse facilmente revelado, mas agora tudo estava estragado, tudo! Sentei num canto contando mentalmente até cem e com os ouvidos tapados. Eu não queria ver o que tinha naquela maldita caixa, não queria saber de nada e especialmente não queria ouvir mais nada. Quanto menos eu souber disso tudo eu sinto que será melhor.

Eu já estava quase me acalmando quando vi Lorena soltando um feitiço e não só isso, mas também usando seu dom diante de todos naquela sala. Ela só podia estar completamente fora de si. Ergui-me do lugar onde estava e fui até o grupo de alunos. — Vocês estão malucas?! Vocês tiraram objetos da cena do crime e pra quê? Vocês são detetives agora? — Eu continuaria gritando com elas se não fosse a pequena fagulha que fora espirrada de dentro da caixa e caíra bem na roupa de Lorena. Ela saltitava pela roupa da morena que não reparei se havia continuado com sua demonstração de telecinesia após isso, pois estava ocupado demais tentando compreender aquela lista de itens escrita pela fagulha que saltara da caixa. Talvez fossem ingredientes para alguma uma poção, mas qual? Não sou muito bom com poções, mas uma poção que usa cabelo humano... Só se fosse uma poção polissuco. — Ótimo, mais um b.o pra nossa conta. Vocês são foda! — Apontei para a roupa de Lorena com a certeza de que o grupo não descansaria até saber quem queria se transformar em quem e porquê. E vamos de investigação criminal organizada por um bando de alunos.



And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it


that's life
Each time I find myself layin' flat on my face, I just pick myself up and get back in the race. That's life!
Emília Martinez
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Emília Martinez
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Ter 12 maio 2020 - 16:12
A missão do Clube dos 12: Parte 2
O alojamento de dona Alice

Vamos, por favor, tirar um minuto para recapitular toda a confusão. Imaginem isso aqui como uma daquelas prévias de série que ambientam o serie maníaco ajudando a lembrar às coisas importantes que ocorreram alguns capítulos antes. Então, sentem-se confortavelmente para ler a ESTRADA ATÉ AQUI. (Aconselha-se estar realmente em um lugar confortável, pois a estrada até o presente momento é longa e parece uma novela mexicana, das boas, mas ainda assim...)

Primeiro, doze desavisados, ou melhor, doze adolescentes afrontosos e curiosos demais se meteram na Clareira de Magizoologia da escola que, naquele momento, era terminantemente proibida. Assim, ficaram enlameados, pois o pântano resolveu se vingar e liberou uns bichinhos nada amigáveis para morder geral.

Os doze quase foram pegos pelos guanarás, mas Vicente Ventura salvou a pátria (Emília que não é muito de rezar, certamente, rezará por ele, uma missa inteira quando tudo isso acabar), pois o menino não confiou apenas nos feitiços, e tampou os guanarás com um pouco de musgo; graças a isso os olhos que tudo veem ficaram cegos, momentaneamente.

Depois, uma reação em cadeia levou-os para um duelo com sacis, ou melhor dizendo, demônios mágicos que adoram brincar com os sentimentos e sensações dos adolescentes perturbados. Ou seja, quase todo adolescente bruxo. Mas, para nossa alegria os sacis foram vencidos e com as carapuças devidamente retiradas  o clubinho pôde, finalmente, se ver (alguns tiveram tempo para se agarrar, se beijar e tal). Contudo, viram, também, aquilo que se tornaria o pior pesadelo e maior segredo entre eles, ou quase todos eles. Os 12 encontram um corpo na clareira de magizoologia.

Essa é a parte, na qual, todos se ferram ou acham isso. A cena de um crime — que não fora cometido por eles, importantíssimo frisar — estava agora contaminadíssima graças as ações impensadas e irresponsáveis de adolescentes curiosos e um influencer louco por notícias babadeiras , mas, em defesa dos doze, eles não sabiam em quê haviam se metido. Ao perceberem a aproximação de alguém na clareira correram como se suas vidas dependessem disso e, no fim, não estavam errados. Pois, se fossem descobertos fora de suas camas, uma expulsão seria o menor dos problemas.


Sob a segurança de Ybirá descobrem, graças a Helena que a Diretora Dourado — muito provavelmente — estava envolvida em tudo aquilo. Mas, ainda, não sabiam como ou porquê. A partir desse momento tinham pouco tempo, coisas precisavam de resolução e algumas de camuflagem e limpeza. Para isso, Luca tinha um plano. Um plano que aquietaria o coração de alguns e deixaria outros a beira de um colapso.

O plano pensado por Luca Coelho começa. Emília tinha uma chave mágica que dava acesso a todas as portas e fechaduras do castelo, Lorena, por sua vez, tinha uma memória e precisava vê-la em uma Penseira e, se existisse tal instrumento em CasteloBruxo só poderia estar ali. Foi como juntar a fome com a vontade de comer. Mas, talvez, tenha sido loucura. A memória fora retirada da cena do crime, pois não satisfeitos em ferrarem com tudo os doze haviam retirado coisas do local. Contudo, graças a todos os deuses fizeram isso.

Luca , Helena e Alice armaram uma situação para o menino ir à enfermeira. Vicente ficou limpando o chão e, consequentemente, apagando à bagunça e você sabe, destruindo às provas, pois os doze não poderiam ser ligados à cena criminosa. Paulla, por sua vez, foi banhar-se e, provavelmente, tomara o banho mais longo que CasteloBruxo já vira. Enquanto isso, Luna ficou perdida e confusa, tentando entender tudo que os demais falavam no alojamento dos Carcará. A menina, estava passando por um intensivão de convívio com seres humanos. Ela, assim como Vicente ajudava a arrumar a bagunça dos demais. Lê-se: destruindo provas.

O trio Mavis, Lorena e Emília teve pouco tempo para tirar a lama de cima, limpar-se e vestir roupas novas, mas, conseguiram e cerca de meia hora depois estavam na sala da diretora. Um risco necessário. Os adultos estavam tão alvoraçados que as meninas conseguiram chegar à sala sem grandes empecilhos, apenas, muito medo. O medo, por sua vez, tomou outra forma ao depositarem a lembrança na Penseira.

As meninas entram em contato com a pior lembrança — ou pelo menos a mais confusa — que um patrono pode produzir. Oh, Deuses! O desespero e a agonia pareciam não querer liberar os bruxinhos e bruxinhas aspirantes a um monte de coisas, pois eram tiros atrás de tiros. As cenas vistas pelas meninas, definitivamente, as deixaram tontas.

A primeira parte da missão estava feita. Restava ao grupo a parte dois: abrir a caixa vermelha.

A história da caixa é a seguinte fórmula: adolescente surtada + corpo de gente morta – correr para colinas = ah, já que estou aqui vou pegar essa caixa e ver no que dar, pois isso aqui é tudo muito suspeito e estou curiosa. (uma sincera opinião: essa curiosidade da Martinez ainda vai colocá-la na prisão!)

Enfim, a menina tinha em mãos uma caixa misteriosa de couro vermelho e tinha também, ironicamente, uma chave capaz de abri-la, ou talvez, essa última parte não fosse tão irônica assim. Mas, havia um detalhe importante sobre a caixa, ela tinha entalhada: NÃO CONFIE EM NINGUÉM.

Por fim, a morta, (perdão pelo palavreado duro, mas, imagino que Emília Martinez não encontra outra forma de definir o que viu, sua mente está em um longo loop, ora responde bem, ora desespera-se e/ou então finge uma demência básica para poder viver), graças a Alice, recebe um nome: Beatriz. Beatriz Almeida Rodrigues. A moça era colunista do Globo de Cristal e era também prima do Nox. Coitado!

Então, cá estamos. Foco total a partir daqui, pois começamos a parte dois da missão dos doze.

No quartel-general, ou melhor, no quarto da Alice, a todos os presentes estavam limpos, LIMPISSÍMOS e plenos envoltos em pijamas e almofadas. Qualquer um que invada aquele quarto não poderia acusar o grupo de absolutamente nada. Apenas, de serem amigos e estarem passando o confinamento em Ybirá juntos. Até então, isso não é proibido. Em CasteloBruxo não há um vírus mortal que contamina a todos, ainda.

Ao abrir a caixa Emília precisou de um longo minuto para entender que na caixa não havia um diário capaz de transportá-la a lembranças, mas, pergaminhos em branco, uma poção, um globo e algo achatado que reproduzia a voz da colunista. A voz da Bea martelava na mente da goleira. Emília não conhecia Beatriz de perto, mas aquela altura, sentia que conhecia a moça a anos. Primeiro seu corpo na clareira, depois a lembrança vista na Penseira e, agora, a voz. Para a sorte de todos Lorena foi capaz de traduzir o que vira para todos, A Martinez no momento não saberia dizer se seria capaz de fazê-lo. Lorena, inclusive, parecia ser a menina das revelações.  Lançou um Revelio nos pergaminhos e o espaço em branco repentinamente passou a ser preenchido. Seria a letra da morta? Emília não sabia dizer, mas, à primeira vista as mensagens não fizeram sentido. Só depois.  Pois o segundo feitiço lançado por Lore revelou o que continha no frasco. Pasmem, Poção Polissuco

— Puta la madre! — Disse Emília, se pronunciando pela primeira vez desde a abertura da caixa. — Sanguinária... Cabelo Humana... Isso é... ¬— Procurou os olhos de Helena antes de prosseguir com os próprios pensamentos. — Poção Polissuco!? É né... Estudamos sobre ela... Ela transforma uma pessoa em outra ¬— Falou soltando o ar que percebera prender. — Certo... Eu preciso falar. Caso o contrário vou surtar, surtar mais. Se é que isso é possível.¬ — Disse ajeitando-se entre as almofadas E olhando para os pergaminhos com mais atenção e calma, muito embora, tudo que a menina queria fazer era gritar.
— Beatriz era jornalista, né? O que uma jornalista estaria fazendo em CB disfarçada? Que tipo de notícia pode interessar uma pessoa do Globo? A ponto dela vim disfarçada aqui...? — Voltou-se para os pergaminhos em suas mãos. Algumas coisas ainda eram estranhas, mas começavam a criar um sentido. Seria o caminho certo? Só Anhangá para dizer.
— O primeiro pergaminho diz: “Próximo a clareira te digo”. — Começou a ler em voz alta. — Seria um encontro? Um encontro com o assassino? Porque nós acabamos de encontrar a mulher lá... E tem mais ela diz: “Para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve. Eu estou caindo em um buraco escuro e aí vejo criaturas estranhas. O senhor acha que estou ficando maluca?” — Terminando de ler a goleira volta-se para a roda em volta da caixa.
— E ainda tem uma imagem de uma árvore... Parece que ela ia encontrar alguém, mas essa última frase não faz sentido nenhum. A única forma de chegar aqui é pela Estação Florestal. Então, que mierda de qualquer caminho serve é esse? Embora, pareça ser uma frase que eu já ouvir... — perguntou com uma real confusão no olhar. Olhou para os amigos presentes ali e encontrou o olhar intrigado de Alice. Ao olhá-la uma luz tomou conta do cérebro da goleira. — Alice no País das Maravilhas! É! Lice, esse não é aquele livro que você vive lendo. Bem, não sei se vive, mas quando a gente estava na Estação Florestal no início do ano foi o seu livro da viagem... — Emília já estava divagando e achou melhor calar-se para que a Bessoli pudesse falar. E, quem sabe ajudar a todos entender aquela loucura infernal.

Após as devidas considerações de Alice, Emília continuou, pois sentia que precisava compartilhar suas paranoias com os demais ou surtaria.  — Mi gente, estoy un loca, pero... — Fez uma pausa para livrar-se do idioma materno raciocinar o que ia falar. — O segundo pergaminho fala que ela tinha uma chave-mágica... Uma chave que aparentemente dar acesso a todos os lugares de CB, quantas chaves assim podem existir? A minha chave tem esse mesmo poder. Mas, minha chave pareceu quando fui fazer o trote... No meu trote eu tinha que ir ao corredor proibido, lá na sala da porta vermelha... Foi uma loucura. Não recomendo, mas enfim. ¬— Fez uma pausa nos devaneios. — Beatriz fala das Mortalhas-Vivas... Não foi assim que a Diretora Benedita morreu? — Deixou a pergunta no ar. Pensar na morte da velha diretora perturbava a Martinez, pois foi um ano muito atípico em CasteloBruxo.

— Mas, o pior é que... Bea perde a chave. Ainda na primeira semana de aula.. E a minha aparece logo depois.. Quando eu peguei a caixa, olhei em volta não tinha chave alguma por perto. — Mordeu o lábio. Estava nervosa. — O trote é uma magia ritual, né? Mina avó sempre disse que tínhamos que respeitar o trote, por causa disso... Logo, ele não pode ser forjado, pode? — a preocupação de Emília sobre a chave e a caixa era iminente.  

— Ai gente... Ela estava acampada... Estava com medo de ser descoberta, foi embora e voltou para morrer? — Lançou a pergunta, pois, Emms custava a entender tudo.  Observou os outros itens da caixa. Um frasco de poção — ali o havia suficiente para uma dose. — e um pedaço de metal achatado. — Não faço ideia do que seja esse metal, mas, a gente consegue descobrir por quem ela estava se passado... — Em uma atitude impensada e em meio as milhões de dúvidas que rodeavam sua cabeça, Emília Martinez, com um movimento rápido destampou o frasco que segurava e tomou a dose da poção que havia ali.

A garota tinha três opções: ou morreria, ou seria presa pelos aurores que a essa altura já deviam estar nos terrenos da escola, ou sendo bastante otimista, conseguiria uma pista que a ajudaria entender o enigma que os doze tinham se metido. — Caso eu tenha feito besteira, me consigam um bezoar antes que eu morra. — Disse com a cara preocupada e esperou qualquer efeito.

Clubinho dos doze 
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Qui 14 maio 2020 - 21:17
A Golada Fatal!
The Last Castle RPG

A entornar a poção entre os lábios, Emília sentiu um sabor medonho, sua pele começo a formigar e unímeras ondulações pela extensão de seu corpo a fazia mudar de forma. Agora era um garoto pálido de cabelos escuros.

Nova forma da Emília:

TLC.RPG
XIII
Matteo Bedoya Agüero
COMASUL » Funcionário da seção 1
Matteo Bedoya Agüero
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COMASUL: Assistente do Gabinete Presidencial
Sáb 16 maio 2020 - 18:05
A caixa

« Com o fucking clube dos doze »
Como se a situação não pudesse piorar, uma garota que eu não sabia o nome, mas sabia que integrava o time dos Carcarás, bebeu uma poção que se encontrava dentro da caixa. O conteúdo daquele frasco poderia ser qualquer coisa, desde a poção polissuco cuja a receita foi mostrada para nós, desde veneno, o que seria pior, pois um aluno na enfermaria com certeza chamaria a atenção de todos. O que me fez pensar no Coelho. Onde é que ele estava? Eu me lembro muito bem de tê-lo visto ferido, mas não sei se ele foi para a enfermaria ou não. Se ele tivesse ido para a enfermaria nosso tempo estava cada vez menor e se o seu post já tivesse tido o engajamento que ele sempre tem, nós tínhamos menos tempo ainda. Nós estávamos ferrados, e eu não tinha o menor psicológico para lidar com tudo isso, não agora. Afastei-me olhando para aquele grupo completamente aleatório, balançando negativamente a cabeça. A pele da garota que havia bebido a poção já começava a borbulhar e ela transformou-se num garoto. Como disseram, era o tal do Nox, irmão da falecida, o que fazia todo sentido. Mais uma vez, sem querer, eu havia adquirido mais informações sobre aquilo tudo. Puxei Mavis para um canto rapidamente e engoli em seco. Eu estava completamente desesperado e sem saber o que fazer, mas a única coisa que eu tinha certeza era de que eu sairia dali imediatamente. — Mavis, eu estou dando o fora daqui. Eu não vou te pedir pra vir comigo se não quiser, mas se for ficar, toma conta da Lorena, por favor. — Lorena havia perdido totalmente o controle, se é que havia como perder mais o controle. Ela estava até usando sua habilidade diante de todos, sem sequer se importar e isso talvez possa vir a ter consequência caso vaze e sua família descubra. Seu pai sempre foi muito rigoroso em relação a ela e esse dom e agora... Beijei a bochecha de minha irmã gêmea e sussurrei um boa sorte, saindo do local um pouco transtornado. Creio que, exceto por Mavis, não notaram minha saída. Eles estavam ocupados demais revirando objetos de cena de crime e brincando de detetives.

Saí do local e saquei meu celular com as mãos trêmulas. Eu só queria falar com Tmothée, eu só precisava conversar com alguém e no momento eu só conseguia pensar nele. Desci todos aqueles lances rapidamente e com os olhos lacrimejando, pronto para encontrar qualquer canto onde pudesse explodir e desabafar com Timothée sobre o que fazer daqui pra frente. Eu estava perdido e só queria fazer a coisa certa, até mesmo pelo meu extinto de jornalista. Tudo começou como uma brincadeira, mas agora era um péssimo pesadelo que parecia não ter fim.



And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it


that's life
Each time I find myself layin' flat on my face, I just pick myself up and get back in the race. That's life!
Mavis Orn. Bedoya
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Mavis Orn. Bedoya
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Sáb 16 maio 2020 - 19:42
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Clube dos 12.
i. red box
Os olhos de Mavis pesavam cada vez mais diante dos acontecimentos que se desenrolavam naquela sala. Pensando bem, parecia ter sido uma péssima ideia ir para aquele quarto. Mas era sempre assim, a garota sempre agia antes de sequer pensar nas consequências de seus atos. Ter ido parar naquela maldita clareira havia sido a prova. Com todo o cansaço que sentia, não só físico como mental, ela só conseguia sentir a vontade de dormir ali mesmo onde estava. Não era como se fosse ajudar em mais alguma coisa, já era lerda quando estava esperta, imagine com sono? Por esse motivo é que nem abria a boca para sugerir algo ou fazer algo. Quieta estava quando adentrou a sala e quieta permaneceu. Não se prontificou a falar nem mesmo quando o gêmeo resolveu dar um pequeno piti. Sinceramente, não o entendia. Ele vivia reclamando de ser deixado de lado e quando ela o arrastava para algo que julgava ser importante, Matteo fazia questão de jogar na cara dela que não deveria ter feito aquilo. Que eram todos malucos e blá blá blá. Ok, talvez fossem. Mas o que poderiam fazer? Já tinham pegado a caixa, agora precisavam descobrir o que tinha lá dentro. Ou que sentido teria continuar guardando aquela merda pra nada? Já não sabia se era efeito do cansaço ou do choque traumático que já não estava mais conseguindo ignorar, só que a brasileira nem sequer expressou algo quando a blusa de sua prima pegou fogo logo após a mesma usar o feitiço para descobrir o que os pergaminhos que estavam dentro da caixa poderiam mostrar. E o pior nem fora isso, fora quando Emília confirmou o que Mavis já sabia: a goleira do time de quadribol era completamente maluca, pois julgou ser uma boa ideia tomar um líquido que eles sequer sabiam o que eram - apesar dos ingredientes apontarem para uma poção polissuco.

Por um pequeno momento, os olhos da garota se arregalaram levemente com a ideia de ter que lidar com outra morte. Não era de ser sucumbir aos próprios sentimentos, geralmente os ignorava. Mesmo que não fosse nada saudável, era como ela conseguia continuar vivendo sem acabar surtando de vez como o irmão fazia. Só que pra tudo havia um limite e ela estava chegando no dela. Sentiu o corpo ser puxado no exato momento em que Emília tomou a forma de outra pessoa e os olhos se voltaram para o irmão. Ao ouvir as palavras dele quase sentiu vontade de pedir para que ele a levasse dali. Só que ela não podia simplesmente abandonar Arón e Lorena, mesmo que os dois estivessem sendo o maior suporte um do outro naquele momento. Sentiriam a falta dela se ela simplesmente saísse dali com o irmão? Não sabia dizer e não queria arriscar. — Hm, ok. Vai lá e me desculpe por ter trazido você aqui. — Um sorriso pequeno sustentou os lábios da menina logo após receber o beijo na bochecha, como se quisesse transparecer ao gêmeo que tudo ficaria bem. Nada ficaria bem, mas não era ela que ia alimentar o desespero dos outros e dela mesmo. Só se deu conta que as coisas estavam realmente indo longe demais quando Lorena começou a usar sua habilidade na frente de todos. Até onde sabia, somente a família conhecia aquele dom. Assim que o irmão deixou a sala, se esgueirou pelo quarto até onde Arón e Lorena estavam. — Vamos embora, por favor? Não tem mais nada que possamos fazer agora. — E não tinha mesmo. Tinham descoberto as coisas da caixa, que a menina morta estava se passando pelo primo ou sei lá o que, mas e então? Só tinham ganhado mais dúvidas das quais tinha quase certeza que não encontrariam respostas por ali. — Se não quiserem ir, eu entendo. Mas eu vou… Estou cansada. — Disse por fim. E em uma concordância mútua com o trio, abandonou o local junto de Lorena e Arón.
C y a l a n a




NOT A MARTYR — i'm a problem; i am not a legend, i'm a fraud so keep your heart, 'cause i already got one.
Matteo Bedoya Agüero
COMASUL » Funcionário da seção 1
Matteo Bedoya Agüero
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COMASUL: Assistente do Gabinete Presidencial
Qui 21 maio 2020 - 16:39
A caixa

« Pretty simple they gonna hate me »
Depois de ter conversado com Clarissa estava mais do que claro o que deveria ser feito. Infelizmente a verdade deveria vir a tona, porém para que ninguém saísse prejudicado, a pessoa escolhida deveria ser alguém de extrema confiança. Eu queria que Clarissa me acompanhasse, pois eu não queria ficar só num momento como esse, principalmente depois dela ter demonstrado estar bastante preocupada comigo. Mas acontece que eu não poderia arrastá-la para toda essa confusão, não seria justo, e quanto menos pessoas forem envolvidas, melhor será o final disso tudo. Ao despedir-me de Clarissa, eu já tinha em mente os nomes de algumas pessoas que eu deveria procurar para nos auxiliar com toda essa situação. A diretora estava fora de cogitação, e qualquer um muito próximo dela também. Por algum motivo eu não conseguia confiar nela, não depois de ver aquele corpo morto escondido na clareira. Deveria ser outra pessoa, algum rosto tão familiar quanto e que fosse maior de idade. A professora Bianca, o professor Miguel e a professora Isis estavam no topo da lista, mas em qual deles eu deveria confiar mais? Obviamente eu não poderia envolver todo mundo, pois o risco do tiro sair pela culatra seria muito maior, portanto decidi utilizar um método bastante confiável de decisão chamado uni, duni, tê.

Pelo que Clarissa me disse, haviam pessoas da COMASUL espalhadas pela escola, o que já era de se esperar. Portanto todos os adultos deveriam estar, agora, no local onde estávamos mais cedo e vendo todas as cagadas que fizemos na cena do crime. Se o Roberto não fosse tão incompetente quanto aparenta ser e sua equipe fosse realmente muito boa, logo eles chegariam em nós, portanto a coisa certa deveria ser feita o quanto antes. Sabe o uni, duni, tê? A escolhida fora Bianca, o que me deixou um pouco mais tranquilo, já que dentre as opções eu estava mais inclinado a confiar nela, de fato. Mas como eu conseguiria encontrá-la? — Óbvio! — Witchgram, claro. Eu estava tão viciado na rede social atualmente que enfim ela me serviria para algo útil. Procurei o perfil da professora na rede social, comecei a segui-la e enviei uma mensagem pedindo para que ela me encontrasse na entrada do castelo. Não queria mandá-la direto para Ybirá, pois seria meio suspeito e até falta de caráter da minha parte. Eu queria encontrá-la e ir com ela diretamente até lá, até mesmo para que meus colegas não pensem que eu fiz isso com o intuito de dedurar a todos, mas sim com o desejo de que todo aquele pesadelo se encerrasse, e de preferência com nenhum aluno expulso devido a obstrução da justiça. Caminhei em direção a entrada do castelo o mais rápido que pude e rezei para que Bianca estivesse com o celular em mãos para ver minha mensagem o quanto antes.

Demorou um pouco para que a docente surgisse, e antes mesmo dela aproximar-se e me encarar no olhos com seu olhar gentil, eu já estava com uma vontade imensa de cair aos prantos. O dia têm sido muito intenso, de verdade, e eu só queria um minuto de descanso, mas enquanto tudo isso não for resolvido, infelizmente eu não o terei. — Professora, me desculpa se eu a atrapalhei, mas é que era de fato, muito urgente. Peço que a senhora me acompanhe e evite fazer perguntas até que cheguemos aonde eu quero que a senhora esteja. — Devido ao cenário atual, o meu pedido parecia meio descabido e eu sequer encarei a expressão de confusão que Bianca esboçara ao ouvir minha fala, apenas me pus a caminhar praticamente rezando para que ela acompanhasse meu passos sem fazer muitos questionamentos, não era seguro falar ali, ainda mais com membros da COMASUL espalhados pelo local. Por falar nisso, será que OGDC já havia mandado alguém para cobrir toda essa confusão? Eles provavelmente irão me advertir por não ter comunicado absolutamente nada sobre o que estava acontecendo no castelo, sendo que isso é trabalho meu. Mas como eu poderia dizer algo se eu estava envolvido no meio? Era impossível. — Professora, eu espero muito que a senhora compreenda a situação e entenda que todos que estão envolvidos nela não queriam de fato estar. — Confessei enquanto caminhávamos em direção aos alojamentos com uma certa urgência. Nós éramos um bando de jovens intrometidos que estavam no local errado e na hora errada. Contudo, mexer nas coisas daquela forma e postar foto do corpo para todo mundo ver, colocava geral na linha de frente. — Eu espero que o Coelho esteja bem, e quero que saiba que a intenção dele, apesar de não ter sido a mais inteligente, foi a das melhores. — Pelo o que eu disse Bianca já deveria supor aonde eu queria chegar. Fiz uma expressão de arrependimento ao ouvir suas falas e não disse mais absolutamente nada. Luca estava indignado com a situação, ele queria expor o que estava acontecendo de alguma forma, todos nós queríamos, principalmente eu que desconfio da Dourado. No entanto ao fazer o que ele fez, ele expôs todo mundo a risco, principalmente o próprio, pois se o assassino ainda estivesse pelo castelo o dele estaria na reta só pela exposição do corpo. O mundo bruxo em peso deveria estar sabendo sobre isso agora. Era um ataque e tanto ao governo do Roberto. A COMASUL seria discreta, faria o trabalho sem muita exposição, porém tudo já estaria arruinado desde a nossa intromissão. No castelo já deveriam saber que alguém estava na clareira desde o clarão vermelho solto pela varinha de seja lá quem for, porém a foto... Aquilo foi um ato totalmente impulsivo e desnecessário, principalmente pelo fato do Coelho estar ferido. Eu não sei se ele recuperou-se totalmente ou não depois disso tudo, mas se juntassem a foto com o fato dele estar tratando alguma ferida na enfermaria ou sabe-se lá onde, teriam a fórmula perfeita para descobrir que haviam alunos envolvidos nisso tudo.

Novamente eu estava sem fôlego depois de tanto subir os lances de escada, mas nós finalmente havíamos chegado no nosso destino final. Pedi para que Bianca se escondesse e bati na porta, para que quem abrisse visse apenas a mim. E assim que me foi cedida a entrada eu escancarei a porta e entrei na sala junto com a docente. Fiquei escondido atrás dela com o rosto baixo, olhando para o chão e fechei a porta logo após a entrada dela, trancando-a. Cruzei os braços e me encostei na porta, logo a deixando que as meninas presentes pudessem explicar à docente tudo que estava acontecendo no recinto e as encarei com um olhar triste, pois sabia que provavelmente todas elas me odiariam por isso, mas eu fiz o que deveria ter sido feito desde o início.



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Bianca Torres
TLC » Fantasma
Bianca Torres
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TLC: Fantasma
Qui 21 maio 2020 - 17:14
O que aconteceu aqui?
A confusão armada e o otário querido presidente, claramente fora de si, dava show de falta de educação. Tudo bem, em uma situação com aquela a educação e cordialidade podia ser dispensada, mas referir-se a Bianca como "essa mulher?". Ele a conhecia. Muito bem, inclusive, mas preferiu manter a grande pose sentado sobre o ego inflado que a docente tanto queria cutucar com um alfinete apenas para ver explodir. Pra dar o toque final naquele bolo, os aurores pediram a varinha de Bianca para chegar quais os últimos feitiços lançados por ela. Francamente, se ela tivesse alguma coisa a ver com aquele assassinato, achavam mesmo que iria correndo de volta para a cena do crime? Lógico que não. Pensando bem, faria como Aisha: desapareceria e não voltaria até que todos fossem embora. "Ela fez o sumiço dela... Preciso ficar de olho.", pensava a Clarividente quando seu celular vibrou no bolso interior de sua capa pesada.

Notificação de witchgram. Matteo, um dos alunos da turma de seu irmão havia lhe enviado uma mensagem pedindo, com certa urgência,  sua presença na entrada do castelo. — Será que ele não ta vendo que... — Disse encarando a tela do celular, mas se conteve. O garoto não sabia de nada, afinal. Respondeu a mensagem com apenas um "ok" e guardou o aparelho no bolso novamente. — Se não precisam de mim, vou me retirar. — Acenou com a cabeça para Verônica e Roberto que ali estavam, e apressou-se para sair dali enquanto Dr. Dolittle, vulgo futuro namorado — assim ela gostava de se iludir —, ainda batia um papo com um grupo de pássaros em uma das árvores próximas.

A passos ligeiros e com muito cuidado para não escorregar na lama, chegou à entrada do castelo e Matteo a esperava ali. — Te acompanhar? — Perguntou, dura. — Matteo, do que isso se trata? — A rudez com que falava com o garoto devia ter sido despejada sobre o presidente. Com a resposta enigmática do jovem, uma pontada de curiosidade e medo atingiu o peito de Bianca. O que aquele garoto queria? E se não fosse nada demais, que detenção ela iria lhe impor? Os três seguiram caminhando por algum tempo até Ybirá, quando começaram a subir escadaria atrás de escadaria. Era impressionante como a árvore permitia sua presença ali só por estar acompanhando o mais novo. Sozinha, jamais conseguiria subir.

Quando abriram a porta para o Bedoya, Bianca se pôs na frente do garoto e invadiu o dormitório. — Obrigada, Matteo. Agora, vocês — Apontou a varinha para a porta a suas costas e a selou com um Colloportus — podem me explicar o que está acontecendo aqui? — Perguntou, aproximando-se do grupo de alunas que se encontrava ali, ao redor de uma caixa suspeita.


do you know all the power that you hold
Narradora
TLC » Administradores
Narradora
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Contar Histórias
Qui 21 maio 2020 - 17:14
O membro 'Bianca Torres' realizou a seguinte ação: Lançamento de Dados


'IM-1' : 10
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Seg 20 Jul 2020 - 22:58

Alice: Como você sabe que eu sou louca?
Gato: Só pode ser. Se não, não teria vindo para cá.

Alice no país das maravilhas

...

Conforme as coisas iam se desenrolando, quanto mais informação a gente descobria, mais a conversa de Alice com o gato de Cheshire batucava em minha mente. Era a única solução, eu estava ficando maluca, e todo mundo que estava no meu quarto depois de nossa “aventura” também. Aliás, se todos conhecessem as palavras de Lewis Carroll naquele livro tão bem quanto eu, certamente pensariam a mesma coisa, mas infelizmente não era a realidade, e alguns sequer reconheciam uma simples e famosa citação do meu livro favorito, fato que fez Emília chamar minha atenção para saber se era realmente uma frase do livro que eu estava sempre lendo e relendo.

– É sim.. – comentei, engolindo em seco, reconheceria aquela frase em qualquer situação. Vivia afirmando-a para mim mesma sempre que estava a caminho de um novo abrigo, ou de um novo lar temporário com Dona Sônia (ela mesmo havia me apresentado o livro e usado essa frase para me reconfortar de alguma forma), mas agora ela parecia tão sem sentido. Franzi o cenho, ouvindo todo o falatório de Emília, feliz por ela não ter uma torneirinha de asneiras como a boneca do Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas mesmo que as coisas que ela estivesse falando parecessem muito certas, os parafusos de sua cabeça deveriam estar todos frouxos deixando tudo fora do lugar.

Veja bem, não é que todo mundo que estava no meu quarto fosse muito normal da cabeça, pelo menos não mais, mas daí a beber um líquido de aparência nada convidativa para ver o resultado? – Emília?? – assustei-me quando ela realmente virou a poção e começou a sofrer com seu efeito. – Puta que pariu... – o espanto saiu de minha boca como um sussurro, e logo eu estava de pé pronta para pegar a tal poção de cura que eu havia trago comigo, vai que era útil? Antes que eu chegasse ao local onde o frasco estava guardado, entretanto, paralisei em choque. – O Nox? Fala sério! – meu coração disparou por alguns segundos, até que eu corri nos pergaminhos e reli um recado que Beatriz havia escrito ali. Ela havia ido embora ainda na primeira semana para voltar depois. ”Misericórdia, que eu não tenha beijado ela e sim o Nox verdadeiro!”, minha mente gritou em um momento bem egoísta. – Agora você vai ter que se manter escondida aqui até o efeito passar, sua maluca. Podia ser um veneno! – meu coração ainda batia descompassado, mas aproveitando que alguns resolveram ir embora para seus próprios alojamentos, voltei a ler os pergaminhos, tentando ignorar que Emília agora tinha a cara do Apagadinho, meus cabelos multicoloridos, entretanto, mostravam o quão nervosa eu estava com aquela situação.

Sem consegui me sentar novamente, li e reli os pergaminhos enquanto andava de um lado ao outro do meu quarto, só depois de alguns bons minutos que percebi que os que ali restavam me encaravam curiosos, talvez esperançosos. ”Bendita hora em que fui ser viciada nos contos de Carroll!” – Olha.. se a gente parar para analisar, algumas pontas parecem se encaixar. Ela estava guardando essas mensagens para alguém, óbvio, mas quem? Alguém que entenderia de Alice no País da Maravilhas, e essa pessoa não era eu, por mais que eu ame a história e tenha esse nome... O nome! Alice, Alícia.. Em algumas versões esse nome aparece como Alícia. Isso pode ser para a chefe dela. Ou pode ser contra a chefe dela... – minha mente se complicou ao lembrar da mensagem “não confie em ninguém”. – Todo mundo sabe que a editora-chefe não vai muito com a cara do governo, e se elas estavam investigando algo aqui e foram descobertas? Será que está tudo bem com Alícia?? – meu coração disparou o triplo.

Respirei fundo, me sentando novamente na beirada da cama, tentando acalmar os ânimos e o medo de ser descoberta. Os demais haviam se retirado do quarto, outros nem haviam ido ao encontro do grupo (se é que podia ser chamado de grupo), alguém ia deixar aquela história vazar, claro que ia. Mas se já estávamos no meio, que soubéssemos do que se tratava, a curiosidade nunca me abandonava. – Bem, se ela descobriu algo, claramente tentou contar nessas mensagens. E se essa coisa do caminho não quiser dizer como chegar aqui em CB, e sim em algum lugar ou alguma coisa aqui dentro? Ela fala perto da clareira, e ela foi achada na clareira. Ela estava saindo desse lugar? Chegando nele? – encarei mais uma vez o pergaminho com a imagem de uma árvore retorcida, não parecia uma que tinha perto da clareira? Aquela que Pingo sempre ficava por perto? Não, eu devia estar imaginando coisa, estava com a mente cansada demais.

– Depois ela fala sobre criaturas estranhas, essa é mais uma citação de Alice, se referindo às coisas que Alice vê por onde passa? E “se não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve” quando se tem muitas opções, mas não se sabe ao certo onde quer chegar. Tem algum lugar sem saída em Castelobruxo? Ou um lugar bem fácil de se perder... o acampamento dela foi descoberto. O que quer dizer? Ela estava acampando aqui e as caiporas a acharam? Onde poderia ser isso? Mas que merda. Ela estava de Nox o tempo todo e alguém da escola descobriu?? Puta que pariu... – minha mente estava prestes a explodir com teorias de quem havia feito aquilo quando Matteo voltou, e junto do bonito, vinha Bianca, nossa professora de ADC, ex-auror e escritora fofoqueira. Que belo combo!

Minha taquicardia já estava em modo turbo antes, agora então é que eu sentia que iria explodir. Encarei a professora que havia nos trancado ali, sem saber ao certo o que dizer ou fazer, mas meu olhar para Matteo era de quem queria dar três tapas naquela fuça tão bonita. Nox, ou melhor, Emília transformada em Nox pareceu querer dar uma desculpa, mas a voz não a ajudava nenhum pouco. Os pergaminhos estavam espalhados na minha cama, a caixa estava aberta... o sextanista não tiraria sua família dali para levar a professor por nada, ele já devia até ter contado, e caso não tivesse feito, seria questão de segundos até a loira incorporar a detetive e entender boa parte.

– Não adianta mentir, ela vai descobrir de qualquer forma. – bufei, me jogando para trás nas almofadas da minha cama. – Você pelo menos explicou que ninguém teve culpa do ocorrido, Bedoya? – meu olhar de íris vermelhas se cruzou com o do mais velho antes que eu piscasse conseguisse controlar meus genes metamorfomagos. – Professora, se a senhora não tiver culpa no cartório, precisamos de sua ajuda. – falei simplesmente. Tá, talvez não devesse ter sido tão clara assim, mas controlar minha boca durante o nervosismo era algo quase impossível, e se minha contas batessem, qualquer um da escola poderia ser o assassino. Mesmo com o olhar de medo e desaprovação de alguns que ainda estavam ali, acabei desembuchando tudo para ela. Aliás, quase tudo. Deixei a entender que apenas os presentes naquele quarto foram até a clareira, se alguém mais quisesse ser x9, que o fizesse, mas essa pessoa não seria eu.
© yuno of tcb & cttw



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Qua 22 Jul 2020 - 19:40
A missão do Clube dos 12: Parte 2
O alojamento de dona Alice

As surpresas pareciam nunca ter fim, que inferno! Depois que a goleira do Carcará abriu a caixa e guardou a chave de volta dentro das vestes foi eita atrás de eita. Pergaminhos, metal retorcido e uma poção de conteúdo bastante questionável estavam protegidos pela caixa que avisava: Não confie em ninguém.  Ao olhar tudo um nó formou-se na mente da menina e, então, ela surtou dando início a um falatório sem fim. Era quase como uma descarga elétrica que se transformavam em palavras.

Alguns presentes ali estavam bem interessados em resolver o mistério, outros estavam surtados e tinham aqueles que não queriam se envolver. Ai, antes todos não quisessem mesmo, porque olha, é luta... Desde a invasão à sala da direção, poucas horas atrás, Emília não estava mais raciocinando. Bem, na verdade ela estava, mas também havia uma boa dose de adrenalina que dominava as ações dela. Após sua torneira de palavras que pareciam sem fim Alice confirmou uma de suas dúvidas. Aquela frase era do autor favorito da menina. Nessa hora, estava com tanta teoria da conspiração na cabeça que nem pensou direito. apenas tomou a poção que Lorena tinha revelado os ingredientes.  Para sua sorte, Lorena estava certa e aquela era mesmo uma poção polissuco.

Após um incômodo forte e o gosto horrível dominar a sua boca. Olhou no espelho e tcharam, o Nox?! Que?
― Uau… Por essa eu não esperava… ― Disse beliscando as bochechas transformadas. ― Ela escolheu o menino mais bonito de toda Castelobruxo para se transformar. ― Pensou em voz alta e olhou para Alice. Sua cara de choque era muito notável, mas não era só a cara dela que denunciava que a menina estava, no mínimo, tendo um mini-infarto; seus cabelos estavam multicoloridos.
― Sim, podia. Mas ainda bem que não é… Agora, a gente sabe que a Bea se passava pelo Nox… Há quanto tempo isso, hein? ―  Perguntou totalmente envolvida por aquele mistério.

A goleira presta atenção em tudo que a Vice-presidente do C.A diz, qualquer coisa podia iluminar o que de fato tinha acontecido ali. E agora que todos eles estavam envolvidos de alguma forma naquela bagunça era bom ter alguma ideia do que aconteceu ali. Emília sentou-se na cama enquanto ouvia a amiga.
― Precisamos saber se essa Alícia é de confiança ou se ela tem algo a ver com a morte da Beatriz ―  Disse pausadamente. A teoria sobre o nome tinha algum sentido, mas a caixa dizia para não confiar em ninguém. ― Como a gente pode seguir com isso? Se se a Alícia for de confiança como vamos fazer essas provas chegarem nela? Não é como se pudéssemos sair daqui… ―  disse exasperada.

A menina cutucou as vestes, mas especificamente tirando o celular do bolso do pijama de moletom, afinal, estava frio naquela manhã chuvosa.
A menina tirou algumas fotos dos pergaminhos e do metal retorcido presente na caixa. Não sabia ainda para que ele servia ou porque estava retorcido, mas se por acaso perdessem tudo aquilo teriam algo para consultar e pensar o que fazer depois.
―  Antes que me perguntem é só por garantia… Se a gente tiver mesmo que enviar algo pra Alicia podemos tentar fazer isso anonimamente… Como o Luca fez… Sei lá. ―  Disse um pouco nervosa com tudo aquilo. A menina nunca imaginou-se dando uma de detetive, na verdade, nem queria, mas certamente queria saber o que aconteceu a Beatriz Almeida Rodriguez.    

Enquanto tirava as fotos olhou para os pergaminhos mais uma vez. Aquela árvore estava chamando demais sua atenção.
― E se essa árvore for um mapa? Eu estava pensando em Ybirá, porque quando a gente pensa em uma grande árvore magia só pensamos ela, né… Daí não encaixa, pois como ela entraria aqui? Mas, e se for outra? ―  Perguntou olhando para as meninas que ainda estava ali. ― A caverna onde temos as aulas de magizoologia… Fica “guardada” por uma árvore, né? É perto da clareira… E se tiver alguma coisa lá? ―  A mente de Emília fervilhava de ideias enquanto Alice falava.

O último questionamento de Alice foi o mais difícil de fazer sentido, mas quando a menina falou em acampamento e criaturas estranhas, mas  tinha algo estranho… Parecia uma espécie de enigma.
― Sabe… Parece que ela estava escondida em um lugar que pode levar a muitos caminhos. E se ela estava em algum ponto nas trilhas? Dizem as lendas que antigamente antes delas serem iluminadas por frutinhas brilhantes os alunos eram atacados por animais… As caiporas podem ter achado alguma forma de entrar e encontrar ela… ―  Emília estava divagando em voz alta, só queria que tudo aquilo fizesse sentido, mas ela estava longe disso.

Suas divagações em voz alta foram interrompidas por um retorno de um recalcado, às vezes isso é bom, contudo, dessa vez não foi nada agradável. O menino que até aquele momento nem existia para Emília foi mesmo chamar a professora mais poderosa de toda Castelobruxo para a nossa confusão, é isso mesmo? Como era mesmo o nome dele? Emília forçou para lembrar. Sabia que ele era irmão de Mavis… Matteo! O Bedoya fizera questão de tirar suas familiares daquela confusão e depois dedurou todos ali para a professora. Um verdadeiro x9. Emília iria odiar esse menino até o fim dos tempos! O que ele achava que estava fazendo? A professora encarava a todos e buscava por respostas Emília ficou travada sem saber o que fazer. Ela estava em maus lençóis e  só conseguia fuzilar Matteo com o olhar.

― Não está acontecendo nada professora… ―  Começou sem jeito, mas logo sua voz de Emília denunciou que algo muito errado estava acontecendo. Dessa forma, Alice tomou a dianteira e desistindo de qualquer mentira que poderiam inventar disse a verdade.
― É, professora… Antes de mais nada não tivemos culpa de nada. E aliás, eu não sou o Nox, sou a Emília. Emília Martinez. ― Disse nervosa, abaixando os ombros e muito preocupada com tudo aquilo.

Clubinho dos doze 
by emme
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
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Estudante/Artilheira
Qua 22 Jul 2020 - 23:52
A Caixa feat Clube dos 12
De repente, um X9.
Parecia que todas as informações que foram jogadas desde o momento em que Helena saíra da cama naquela manhã estavam borbulhando e transbordando na mente da Alcaide. De certo, a sensação é de que o mundo estava girando e girando, e ela não conseguia muito assimilar o que lera nos pergaminhos. Mal notou quando alguns dos outros deixaram o quarto de Alice, ou quando Emília bebeu a poção no frasco, entretanto, assim que os efeitos começaram a se manifestar no rosto da melhor amiga, foi como um estalo e Lena puxou o fôlego antes de se manifestar, pondo-se em pé e dando um passo em direção da melhor amiga:

— Emília, sua louca! E se for veneno? — exclamou, com os olhos castanhos arregalados em direção da goleira dos carcará. Até que as feições começaram a mudar, e o corpo e os cabelos castanhos escureceram e encurtaram até que Emms assumiu a forma de outro estudante. Helena, então, sentiu o chão desaparecer e não evitou cair sobre as próprias pernas; A Martinez assumira a face de Nox, um dos alunos também quintanistas com quem Lena não tinha quase nenhum contato — Puta que pariu — xingou, piscando para verificar se não era o cansaço lhe pregando uma peça — Caralho...

A Alcaide não era de soltar palavrões, todavia, na situação presente, ela não podia evitar de utilizar o acervo que Dona Joana certamente reprovaria com fervor. Parecia que todas — sem exceção —, pareciam sem palavras. Foi Alice quem quebrou o silêncio sepulcral que se instaurara após a transformação, e as palavras da Bissoli pareceram, enfim, acender uma lâmpada na mente de Lena. — Lembra quando fizemos as compras nas galerias e tinha um monte de cartazes sobre a morte da diretora? — perguntou, olhando para as outras garotas (e, bem, Emms transformada em garoto). Pegou o pergaminho com a informação que chamara a atenção — Ela cita uma mortalha-viva nos pergaminhos, e esse foi o laudo da morte da Benedita Dourado ano passado; — Mordeu o lábio inferior e mexeu no cabelo louro escuro ainda úmido — Algumas pessoas acham improvável que uma bruxa experiente como a Dourado tenha morrido de um ataque de uma criatura mágica, e as notícias eram bem céticas sobre isso na época, pelo que lembro... E se ela estivesse aqui investigando isso?

Era como entrar em um campo minado de teorias conspiratórias, ou num enigma particularmente intricado de Scotland Yard, e Lena sentia que estavam se afundando em um buraco fundo demais para conseguirem sair dele depois. Mas, ao mesmo tempo, se sentia impelida a bancar a detetive. — Bem, tem os subterrâneos da escola. — chutou, conforme o palpite de Alice — A gente poderia procurar... — começou, lembrando de quando estava considerando quais caminhos para, também, realizar a tarefa do trote — O único lugar que eu sei que dá pra se perder com facilidade é o subsolo da escola; tem vários túneis lá, é um verdadeiro labirinto e mal tem mapeamentos da extensão ou sobre o que podemos acessar pelos caminhos, e também é onde as caiporas vivem quando não estão pelos terrenos protegendo a escola. — ponderou, embora duvidasse de que alguém fosse se arriscar a ir lá, qualquer pessoa que tivesse pisado os pés em Castelobruxo teria a noção de que não era um lugar bom para se aventurar.

— Ela poderia estar falando sobre mais de um lugar, um esconderijo E um local para ela se encontrar com alguém, que, aliás, deve ser mais alguém além da tal Alicia... Se estava disfarçada de aluna, ela dificilmente poderia subir em Ybirá sem um convite, não é? — Perguntou, encarando a vice-presidente do CA. Mas, antes que Lena pudesse assimilar melhor a carga de informações que as três vinham supondo nos últimos minutos, quando a presença de mais duas pessoas foi notada no quarto. Helena virou e encarou Matteo, que voltara ali, acompanhando de ninguém mais, ninguém menos, do que Bianca, a professora de Defesa e Combate.

Lena encarou o rapaz com os olhos estreitos e a expressão que deixava bem claro que ela não estava nada contente com aquilo. Eles haviam traçado todo um plano, corrido contra o tempo para que ninguém descobrisse que estiveram na clareira naquela manhã, e o Bedoya linguarudo havia dado com a língua nos dentes. A Alcaide não costumava ter impulsos violentos, mas parecia que o dia estava sendo específico para testar os limites de Helena em aspectos diferentes demais para a Carcará assimilar direito. Respirou fundo — O que você contou pra ela? — A pergunta veio antes que pudesse refreá-la, no tom educado de sempre, mas ainda fitando o adolescente que conhecera a poucas horas e pelo qual achava cada vez mais difícil não nutrir uma inimizade — A resposta da sua pergunta depende do quanto a senhorita sabe, professora Bianca, mas, como a Alice bem disse, precisamos de ajuda.
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Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Bianca Torres
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Bianca Torres
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Qui 23 Jul 2020 - 17:00
O que aconteceu aqui?
O que diabos estava acontecendo ali? O que tinha naqueles pergaminhos? Por que todos pareciam tão assustados com a presença da docente? Todas as questões que surgiam na mente da loira só serviam para aumentar sua confusão diante do que via e em relação a Matteo, que a tirou da cena do crime — onde podia ajudar em algo —, para entrar no dormitório dos alunos. Alice, sempre sensata e a mais fácil de ler dentre todos, devido ao dom que corria em suas veias, disse que era melhor não esconder nada da professora. Estava certa. Bianca estava disposta a ficar ali até descobrir o motivo de tudo aquilo e já se preparava pra dar uma bela detenção no Bedoya se aquilo fosse algum tipo de pegadinha. — Matteo, o que você tem a dizer? — Ela se virou para o garoto que a levou até o dormitório. O que ele estava tramando?

Saber que um dos garotos ali não era realmente quem aparentava ser, fez com que uma das sobrancelhas de Bianca se arqueasse em uma expressão de profunda confusão. — Oi? Emília? — Questionou ao se aproximar da garota com a varinha em mãos, porém baixa. Ninguém ali a oferecia perigo, certo? Eles não seriam loucos de atacar uma docente assim... Se bem que pelo menos um deles estava sob efeito da poção polissuco, a Martinez, e se houvesse mais alguém ali? E se o próprio assassino de Beatriz estivesse entre eles disfarçado sob a aparência de um aluno? Emília não era; Alice também não, seus cabelos haviam mudado de tom duas vezes desde que a loira entrou no quarto; e as fracas chamas de euforia sobre a pele de Luna acusavam sua inocência. Restava apenas Helena e o próprio Matteo como suspeitas.

Depois do surto com o presidente Bianca não duvidava se enlouquecesse e transfigurasse todos ali em coelhos, e levasse-os em gaiolas para a sala da diretora. O problema é que Verônica estava na clareira, ocupada demais com toda a investigação, não teria tempo ou condições de lidar com aquela cambada de arruaceiro. — Francamente, eu esperava mais de vocês. — Disse em tom de decepção. Vocês é uma palavra forte demais, mas alguns ali sempre chamaram a atenção da docente quanto a suas habilidades bruxas e respeito as regras do castelo. Alice era vice-presidente do CA, ora, o que deu na cabeça dela? — Estão todos de deten- Mas o que é isso? — O tom de voz em sua segunda frase foi esganiçado e ela se aproximou da cama onde encontrava-se uma caixa, alguns pergaminhos, um globo de cristal e algo de metal.

"Alicia!", ela ouviu a voz de Beatriz vinda do pequeno globo e olhou para os alunos, de sobressalto. O que é que eles estavam fazendo com aquilo? O por que tinham um globo com a voz da mulher assassinada ha pouco? — O que é tudo isso? — Rosnou, encarando os olhos de cada um dos presentes em busca de respostas as quais ainda não havia conseguido. "Se acalma, surtadinha", sua consciência trouxe a tona a voz de Miguel, repetindo o que ele disse a ela na clareira. Era outro que ela ainda planejava arrancar o couro, mas naquele momento ele tinha razão. Ela precisava se acalmar. — Certo, me entreguem suas varinhas. — Disse após um longo suspiro para colocar as ideias no lugar. — Entreguem suas varinhas. — Repetiu, pausadamente dessa vez, com a mão direita estendida a frente enquanto a esquerda apertava o cabo de manacá-da-serra. Antes de tentar qualquer coisa ela precisava ter certeza de que estava segura, se algum deles estivesse sob disfarce não seria capaz de muita coisa se a varinha.

Depois de alguma resistência por parte dos mais rebeldes, os seis objetos encontravam-se em posse da docente, que voltou-se para os itens em cima da cama enquanto ouvia os comentários de cada um dos alunos sobre o que havia acontecido e o motivo precisarem de ajuda. A clarividente, mais uma vez, usaria seu dom herdado para descobrir mais sobre o assassinato da pobre Beatriz. De todas as pessoas no mundo, quem diria? Tocou a caixa, os pergaminhos após ler, um frasco que lhe foi entregue por Nox-Emília, um objeto metálico e o próprio globo de cristal concentrando-se em cada um, na esperança de que eles pudessem lhe mostrar um pouco de sua história. Isso bastou, os olhos da docente tornaram-se turvos, seu corpo retesou e ela foi transportada para outro lugar.

INFO:


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Dom 26 Jul 2020 - 20:03
As visões
The Last Castle RPG

Bianca Torres, já sedenta para saber tudo que se passava naquele quarto e na cabeça daquelas crianças, emendou a curiosidade com a história contada e buscou informações nos objetos adquiridos por seus alunos. Para sua sorte, conseguiu algumas imagens em sua mente.

Ao tocar alguns dos objetos, a docente foi agraciada - ou seria amaldiçoada? - com uma nova informação através de visões que nem sempre vinham tão detalhadas, e agora estavam um tanto fora de ordem, seguindo a ordem apenas dos objetos tocados por ela, não dos acontecimentos em si.

  • Tocando a caixa, Bianca viu-se em um lugar escuro e abafado, com pequenos pontos de luz distantes, mas logo sentiu o calor do fogo que queimava alguns papeis à sua frente, e na iluminação das chamas, viu Beatriz chegar, assustada, e assim ambas travaram uma batalha para ver quem ficava com a caixa que a figura encapuzada de Bianca segurava. Sentiu o medo  e confusão que vinham de Beatriz, e assim deixou a caixa ser levada, mas no meio daquilo, feriu a menina nas costelas. Quando recobrou a consciência, viu Beatriz correndo com a caixa já ao longe, em um tipo de corredor, e então a seguiu.

  • Os pergaminhos lhe permitiram ver brevemente um árvore em meio a tantas outras, porém essa era mais seca, se misturando com as árvores mais vivas, passando quase despercebida.

  • O frasco lhe concedeu a visão das mãos de um garoto achando um pedaço de metal achatado e retorcido debaixo de um tapete antigo e manchado de ferrugem.

  • O globo de cristal lhe mostrou o exato momento em que Beatriz sussurrava ao correr: - Alicia! Aqui está tudo que consegui recuperar, roubaram os documentos de Dourado e as informações do Círculo. Não confie neles de forma alguma. Fui descoberta não apenas pelas caiporas. Cuidado com a...

E então, completamente exausta, Bianca estava de volta ao quarto de Alice, com seus alunos curiosos e desconfiados ao seu redor, sem conseguir lembrar a ultima parte da frase que ouvira.

Considerações:
TLC.RPG
XIII
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