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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Qua 13 maio 2020 - 18:54
Esta é uma RP FECHADA entre Lorena Bedoya Fialho e Bianca Torres, no dia 06/06, um dia após a aula que ocorrera na clareira de magizoologia onde Lorena dera uma leve surtadinha.
Local: sala da Bianca.
Turno: tarde.
a culpa é do chupa-cu
Emme




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Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Qua 13 maio 2020 - 21:01
I'M TIRED OF FEELING LIKE I'M F*CKING CRAZY

Lorena havia desmaiado na frente de todos os colegas, levantado e falando algo como se fosse rotineiro algum aluno finalizar uma aula prática e se jogar no chão aos gritos, com tanta força e sofrimento escapando de sua garganta que sua pressão chegara a oscilar e a síncope a atingira. Que outra opção tinha a não ser fingir normalidade? É claro que não estava bem, mas quando abrira os olhos, que novidade, lá estava Arón a segurando e garantindo que ninguém tiraria fotos ou a veria de forma tão exposta. E assim sentiu segurança para continuar bancando a garota normal que havia jantado alguns chupa-cabras no meio da tarde. Acontece que mesmo tendo disfarçado o máximo que pôde, não passou despercebida pela professora Bianca, e Lora sabia que não poderia deixar isso em branco. Não por ser a professora em si, mas pelo período que ocorrera. Era questão de ligar os pontos. Os alunos foram avisados que os professores avaliaram toda a trajetória deles enfrentando as criaturas e a mata, e mesmo não sabendo qual havia sobrevoado sua trilha, sabia que qualquer dos dois que visse como lidaram com a situação do ataque das criaturas saberia que eles não estavam preocupados ou despreparados para lidar com a situação. Muito pelo contrário, mesmo sob ataque, Mavis havia rapidamente livrado os colegas do encantamento do não-ser, Arón já estava com o feitiço pronto para ser conjurado e Lorena lembrara do seu elemental e de uma frase que passara despercebida por muitos de seus colegas: os chupa-cabras eram criaturas que não gostavam de luz solar. Se ela estava tão preparada a ponto de lembrar dos menores detalhes, como justificar seu surto no fim da atividade? Ela não somente havia se saído muito bem, como ainda tinha sido amparada por um grupo igualmente preparado. O fato é que Bea, a clareira, a mesa e o pequeno ataque do primeiro chupa-cabra, tudo aquilo a deixara incrivelmente vulnerável, e tudo que ela havia segurado naquele mês entre a cena do crime e a aula, havia libertado ali, no local menos indicado e nas presenças mais erradas possíveis. Para Bianca e Miguel ligarem os pontos de que a clareira era o problema, de que o que Mavis usara na verdade pertencera antes a uma cena de crime, e que Arón protegera a morena aos gritos alegando que ela precisava fazer isso, acabando por revelar que ela o precisava fazer há muito tempo, bom, era fácil. E ela não podia, agora que finalmente estava se recuperando, acabar num interrogatório sem fim sobre como eles tinham fingindo não saber de nada durante tanto tempo. De como foram irresponsáveis. Como ela justificaria que tocara no corpo com a melhor das intenções? Como justificaria que ao invés de pedirem ajuda imediatamente, o que fizeram foi roubar cenas do crime como se eles fossem melhores investigadores do que os próprios aurores? Não havia como saírem ilesos daquilo, e se ela havia causado qualquer dúvida ne mente dos professores, ela estava determinada a ser quem iria resolver tudo. Primeiro, no entanto, precisava dormir, e aquela carruagem a levando de volta para Ybirá fora como um manjar dos deuses.

O trio havia resolvido não se separar naquela noite em questão, mesmo sem saber dos planos de Lora. As outras meninas do dormitório estavam tão cansadas que não se negaram a receber um garoto entre elas, ainda mais um que já estavam habituadas a verem por ali. Depois de um banho quente, Arón e Mavis haviam dormido ao lado dela naquela noite, cada um de um lado, garantindo que ela de fato conseguisse se sentir segura, apta a relaxar e dormir uma noite inteira, coisa que vinha se tornando mais e mais difícil nos últimos tempos. Estava tão cansada que dessa vez não tivera pesadelos e nem sequer ouvira ou pensara na mulher morta. Pareceu uma noite normal depois de muitos dias de agonia e desespero. Estava em um sono tão pesado que nem percebera a luz invadindo o alojamento ou quando os amigos a deixaram lá e foram fazer suas coisas. Uma Bedoya poderia sumir, mas se todos o fizessem, poderia ser estranho. Aquela família sempre pensava em tudo, no fim das contas, e provavelmente era isso que os mantinha tão longe de terem de enfrentar as confusões gigantescas que costumavam se meter.

Lorena parecia uma pedra naquele colchão. Estava pesada, encolhida, mas em sua face dava para perceber que não havia sonhos ruins a rondando. Quando acordara, vira que estava sozinha e que pelo horário, provavelmente perdera o almoço. Ela até preferia ter um tempo sozinha para colocar seu pequeno plano em prática, e de qualquer forma não sentia fome. Ao se dirigir ao banheiro para a rotina matinal, viu a aparência exausta que ostentava. Não poderia ir até a sala da professora daquela forma, e precisava ir para inventar qualquer motivo que não levasse Bianca a desconfiar dela ou de qualquer envolvimento de sua família naquela cena de crime. Tomou um longo banho, passou maquiagem no rosto apenas para parecer mais saudável e digna de parecer com a Lorena que todos conheciam, e vestida com sua saia e camisa do uniforme, deixou seu alojamento e Ybirá para trás.

Enquanto caminhava em direção a sala da loira, só conseguia pensar em como iria mentir para ela. Não tinha absolutamente nada, além daquela tragédia toda, acontecendo em sua vida. Por que motivo iria ter surtado? E céus, ela estaria tão fodida se alguém descobrisse o que ela vira. O que ela tocara. Bianca era muito esperta, então ela tinha a opção de contar a verdade ou de tentar enrolar com uma mentira das grandes, das boas. Acontece que sempre que cogitava contar a mulher o que havia acontecido, em sua cabeça só ecoavam as palavras “não confie em ninguém”. E como poderia, agora, saber em quem confiar? Ela não conseguira ver quem fizera tal maldade com Bea, mas não podia deixar que a mulher tivesse morrido em vão. E se ela disse para não confiar em ninguém, então assim seria. Após um longo suspiro, bateu na porta da professora e ao ouvir que podia entrar, o fez, parando ao lado da porta aberta e sorrindo amarelo para a mestra. — Olá, professora.
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Bianca Torres
TLC » Fantasma
Bianca Torres
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TLC: Fantasma
Qui 14 maio 2020 - 20:13
Reunião pós surto
Bianca estava preocupada. Digamos que, por mais que tudo tenha dado certo em sua aula, alguns alunos ainda tinham saído feridos. Dentre eles, Luca, o encrenqueiro aspirante a famoso — antigo crush de seu irmão mais novo — que deixou de fotografar para a BHoje quando viu que estava crescendo nas mídias. Por que logo ele tinha que ser ferido? Dentre todos, logo o mais provável para entrar com uma ação contra a docente, parece até piada.

"Eu devia ter ouvido o Miguel." O pensamento ecoou em sua cabeça durante toda a noite anterior. O linguista havia lhe alertado sobre os problemas que sua aula poderia implicar. Mover os Chupa-Cabras para dentro dos territórios do castelo sem a permissão do presidente, além de ser crime, colocava a vida dos alunos em risco. Entretanto, o que ele podia fazer para impedi-la depois que sua cabeça já estava feita? Nada. Só podia ajudar para que as coisas não fugissem tanto ao controle como era possível acontecer.

Como se não bastasse os problemas atuais, a jovem clarividente também sofria com o futuro, a visão que teve no mês anterior ainda lhe assombrava. O que significava aquele grupo de pessoas fardadas entrando noa COMASUL? Coisa boa não podia ser e algo lhe dizia que todos iriam descobrir o significado daquilo mais em breve do que poderiam ou gostariam imaginar.

Sábado pela manhã, a professora de ADC encontrava-se em sua sala preparando provas as quais os alunos fariam muito em breve, quando foi interrompida por batidas em sua porta. Quem poderia ser? — Entre! — Anunciou. Era Lorena, uma das melhores alunas do sexto ano, que provavelmente ficaria conhecida pelo surto da noite anterior. — Sente-se, querida, eu estava te esperando. — Disse, sorrindo. Realmente esperava encontrar com a aluna em breve, mas não sabia que seria tão logo. — Como você está se sentindo? — Perguntou, a professora, quando viu a garota se acomodar na cadeira a frente de sua mesa.


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Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Qui 14 maio 2020 - 21:03
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No momento em que fechou a porta e se sentou em frente a professora e ouvira que estava sendo esperada, sentiu um arrepio percorrer o corpo. Aquilo poderia ser só pelo desmaio e os gritos, certo? Não necessariamente seria algo grande, capaz de bagunçar a vida inteira da garota. Lhe ocorreu que deveria ter meditado antes de entrar naquela sala, era óbvio que Bianca não ia precisar de muito para lhe fazer sentir pressionada. — Obrigada por me receber. — Suas palavras eram firmes, mas ainda sim simpáticas. "Não confie em ninguém." e com um piscar de olhos, sentiu as mãos gelarem como se tocassem em algo morto. Tudo isso por um mero "como você está se sentindo?". Lorena estava ferrada, mas não iria se entregar fácil.

Cruzou as pernas e jogou os compridos cabelos para trás, deixando em evidência o rosto delicado e com poucos traços da criança que fora até pouco tempo atrás. — Me sinto muito melhor, professora. Na verdade, eu vim até aqui para lhe pedir as mais sinceras desculpas pelo acontecido ontem. Espero que isso não lhe traga problemas, considerando que soube que Luca também acabou se ferindo. — Que ótimo, acabara de perceber que o clube dos doze estava sempre propenso a acabar ferido ou metido em encrenca. — Aliás, torço para que ele tenha melhoras tão rápidas quanto as minhas foram. — Cruzou as mãos sobre as pernas e encarou a postura da professora, tentando descobrir o que se passava pela mente enigmática dela. A verdade é que das professoras, Bianca era a mais parecida com ela. Aquela atividade no dia anterior só havia servido de prova que ela também era apta a se envolver encrenca de boa vontade, quase se voluntariando para acabar se ferrando.

Um pequeno silêncio havia se formado e ela sentira que devia dar fim a ele. Precisava pensar em algo que fosse coerente e justificasse o que acontecera no dia anterior. Mas o que? Roberta era tão livre, tão dona de si, e ela tinha isso da mãe. Aliás, era a ideia de se parecer tanto com a dona do ventre que a hospedara durante alguns meses que, junto das meditações, a havia segurado e impedido de outros surtos como os do dia anterior. Tinha uma carta na manga, e essa não deixava de ser verdade, então se aventuraria por aquele caminho. Assim como o anterior, escolhera logo o mais complicado. — Gostaria de lhe contar um segredo, que não sei por mais quanto tempo vai se manter assim. — Disse em um tom aflito, como se de fato fosse contar a verdade do que se passava em sua mente. — Eu gostaria de explicar o que aconteceu ontem. Acho que a senhora merece saber que a responsabilidade é somente minha. Eu havia estudado as rotas e imaginei que os chupa-cabras estariam naquela trilha, e foi atrás deles que fomos. Fui criada para me manter no meu devido lugar, mas tem essa pequena parte, a parte Bedoya, que me impede de ficar longe das confusões. — Enquanto dizia o sobrenome, um sorriso inocente escapou de seus lábios. — Mas fora um erro, professora. Porque meu segredo é que, bom, eu tenho um dom. O dom da telecinese. — Fez uma pausa dramática de propósito, sentindo a garganta arder. — Será que a senhora teria um copo de água, por favor? — Pediu somente para ganhar tempo.

E enquanto a mestre lhe separava o copo com água, ela suspirou. Bebericou minimamente do líquido porque de fato não estava assim com tanta sede. Ela só precisava de tempo, isso sim. — Eu tive uma criação diferente por isso. Ceci também teve, até certa idade, mas quando meus pais notaram que ela não desenvolveria o dom e eu sim, ela teve folga e os treinamentos vieram inteiros pra mim. Meu pai é muito bom em se controlar e controlar a forma como usa o dom. Então ele fez comigo o que os pais dele fizeram com ele, e assim vem sendo durante gerações. Eu costumava passar dias trancada sozinha em um quarto, incapaz de ouvir ou ver ninguém, só aqueles móveis e aquela decoração inteiramente da mesma cor. Isso me ensinou a meditar com maior concentração, mas não era algo que eu entendia na época. E com o chupa-cabras buscando minhas memórias de criança, acho que isso aquilo voltou de alguma forma. E aí bom, a senhora viu o resultado. — Os olhos dela estavam cheios de lágrimas, como se estivesse prestes a chorar. Tudo que contara era verdade, exceto que aquilo mexia com ela agora. O método do pai machucara por muito tempo, mas ela já estava acostumada com aquilo, e não seria uma "sugada" de lembranças que a deixaria tão em pânico.

A verdade é que havia verdade em suas mentiras, mas ela teve de disfarçar o susto que tivera ao perceber como conseguira mentir de forma tão fácil. Fora tão fácil colocar aquilo para fora! Claro que havia motivo, pois como já dito, o quarto branco fora motivo de muito medo e desespero, então falar sobre isso de forma dolorosa era fácil. Talvez ela ainda tivesse muita dor sobre o assunto, mas isso era pensamento pra depois. — Então eu queria deixar a senhora de consciência tranquila quanto ao acontecido. — Avisou, levantando-se para ir embora. — Mas como eu disse, já me sinto melhor. Não quero incomodar a senhora com assuntos de família. Imagino que tenha muita coisa a fazer... — A essa altura já estava se aproximando da porta. Se Bianca a permitisse, em segundos estaria fora daquela sala. Havia se saído até melhor do que o imaginado.
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Bianca Torres
TLC » Fantasma
Bianca Torres
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TLC: Fantasma
Sex 15 maio 2020 - 1:40
Reunião pós surto
Aparentemente o Coelho era assunto entre os alunos. Lorena sabia que o garoto seria um risco para o emprego da professora, caso publicasse algo a respeito de sua aula ministrada no dia anterior. Por falar em publicações, no mês anterior esse mesmo garoto inconsequente acabou levando o foco da imprensa inteira para o Castelo depois de ter postado em seu perfil uma foto de Beatriz morta. Tudo bem, não havia identificação na imagem, mas não isso não era necessário se o objetivo era causar. Ele conseguiu. — O Luca não será um problema por muito tempo. — Disse Bianca. Esperava que aquela frase tivesse soado menos como uma ameaça, ela só se expressou mal. A escritora referia-se a uma possível entrevista com o garoto para sua revista, isso calaria sua boca.

"Um segredo pra mim?" Pensou quando a garota começou a falar. Por que ela compartilharia com segredo com uma professora assim tão de repente? De toda forma, Torres levantou-se de sua cadeira e se direcionou até uma mesinha no canto de sua sala onde pegou um copo e serviu água para a jovem. Que história macabra era aquela? O pai trancava a filha em um quarto branco como uma espécie de treinamento doentio, aquilo, certamente, justificava o surto da garota depois de ter desenterrado lembranças antigas na floresta. — Eu entendo. Os Chupa-Cabras tem esse efeito, mas logo vai passar. Você deve ficar assim no máximo uma semana. — Tentou acalmar a garota, acreditando que aquilo fosse verdade.

Lorena era uma de suas melhores alunas do sexto ano e Bianca sentia-se tentada a dar um estágio para a garota que era tão hábil com feitiços. Mas agora? Sabendo que ela era tão afetada pelo passado? A docente não faria isso. Parte do estágio seria ajuda-la com as aulas, então encontros com criaturas perigosas seria mais recorrente do que o psicológico da garota podia aguentar, pensou a professora. — Tudo bem, querida, eu te entendo. Sempre que precisar de algo, pode me procurar. — Tocou o ombro da garota que se aproximava da porta de sua sala para sair e seu corpo retesou, fazendo com que ela se afastasse com uma expressão suspeita no rosto.

Torres viu alguns flashes do que aconteceu no passado de Lorena. Um passado um tanto recente. Começou com pareces brancas e uma garotinha chorando sentada ao chão e a professora pode afirmar que aquilo não era uma mentira, mas logo em seguida a imagem mudou para um ambiente com menos concreto e mais árvores. A Bedoya, com uma blusa amarrada na mão, tocava o pescoço do cadáver de Beatriz na provável tentativa de aferir seus sinais vitais. Ao seu redor havia vários rostos conhecidos, inclusive de outros membros de sua família. — Ahm, Lorena? — Disse com o tom de voz calmo, tentando entender o que havia acabado de vivenciar. — Não quer ficar mais? Temos muito o que conversar. — Finalizou com um sorriso acolhedor no rosto. Não só ela, mas vários outros alunos tinham ligação com a morte de Bea e o instinto auror de Bianca lhe dizia para investigar.

— Sente-se. — Disse, firme. Queria mostrar que a pergunta anterior havia sido uma retórica. — Aceita um café? Chá? Biscoitos? — Disparou de frente para a garota que parecia não entender nada do que estaca acontecendo ali, mas sem mais demoras a loira se fez clara. — Algo me diz que essa sua "pequena parte" que te leva para confusões não é tão pequena assim. — Afirmou, delimitando as palavras com sinal de aspas com os dedos. — Algo também me diz que você me esconde o motivo de ter ficado tão nervosa por estar de volta na clareira. — As palavras "de volta" receberam a devida ênfase. Bianca queria se fazer entendida sem dizer que sabia diretamente; afinal ela não sabia de muita coisa, apenas vislumbrou uma cena ou outra dos acontecimentos. — Estou certa? — Por fim, perguntou. Essa soou como uma pergunta sincera, a professora queria saber se Lorena mentiria ou contaria toda a verdade sem tentar esconder nada.
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Sex 15 maio 2020 - 3:19
I'M TIRED OF FEELING LIKE I'M F*CKING CRAZY

As coisas estavam indo muito bem. Bem demais para serem reais. Bianca até tentara dar algum consolo, avisando que no máximo em sete dias o efeito dos chupa-cabras sumiria. Será que ela tinha alguma previsão para quanto tempo se liberta de uma cena de crime? Da visão da morte se aproximando sem poder fazer nada? Ainda assim, Lora aparentou estar mais tranquila com as palavras e ficou ainda mais aliviada ao ver a professora se levantar para acompanhá-la até a porta. Em seu rosto o nítido sentimento de pena, como se ela soubesse o quão difícil fora dormir naquele quarto por vários dias, todos os anos, tentando encontrar um dom que estava aprendendo a controlar aos poucos. Tentou sorrir amarelo, visto que não tinha motivo algum para demonstrar felicidade, e ao se aproximarem finalmente da porta que a deixaria livre novamente, Bianca chamou a atenção dela para deixar claro que estaria ali se Lorena precisasse de ajuda. A aluna sorriu ao sentir a mão da professora sobre seu ombro, um gesto de carinho que durara menos que o tradicional. A mão em seu membro simplesmente endureceu, quase machucando a morena que não estava entendendo nada. Pelos corredores diziam que Bianca era uma espécie de vidente, mas não se sabia se os boatos eram reais. Lorena nem ligava para eles, na verdade.

Ao tentar se desfazer da mão em seu ombro sem parecer grosseira, Lorena tocou a maçaneta e já estava pronta, mais uma vez, para sair dali, quando Bianca a chamou. Seu tom de voz era calmo, mas ela não parecia mais estar com pena. Parecia confusa, como se tocar na aluna a tivesse feito duvidar de sua meia mentira. Ou ela não havia acreditado desde o início? Lorena soltou a maçaneta pois nem mesmo teve tempo para dizer que não gostaria de ficar mais. Que queria, na verdade, sair correndo dali para muito longe. Talvez para a ala psiquiátrica, que parecia muito convidativa no momento. A ordem era sentar-se, e ela dera uma última olhada para a saída antes de sentar-se novamente na cadeira, dessa vez em uma postura ereta e completamente aflita. Não confie em ninguém" avisara Beatriz, mas o que ela poderia fazer se tivesse sido pega? Deixar que Bianca contasse a COMASUL e acabasse expulsa, assim como os outros onze?

Tentando parecer normal, tornou a jogar os cabelos escuros para trás, encarando qualquer pedacinho do ambiente para que não tivesse que observar a professora. Os olhos de Bianca pareciam estar querendo ler sua alma. Outro arrepio, outra visão de Beatriz sangrando. A garota agarrara as laterais da cadeira e fizera força para manter-se de olhos abertos e tentava a todo custo parecer normal. — Eu adoraria, professora, mas não sinto fome e a senhora deve estar tão abarrotada de coisas a fazer... — Disse mais uma vez, começando a se preocupar. Ninguém oferece um lanche para uma conversa sobre quartos brancos e pais esquisitos.

Sentiu que iria desmaiar quando a professora simplesmente usou os dedos para dar ênfase a pequena parte citada por Lorena antes. Ninguém poderia negar, ela estava sempre envolvida em confusões, mas sempre escapava delas com tanta facilidade que ser pega está sendo muito complicado de lidar. Àquela altura já não sabia mais se fora pega ou se Bianca a estava testando somente. Só que de duas, uma: ou era um teste e ela poderia se sair muito bem, ou a professora havia sentido algo e queria testar quão sincera era Lorena. E naquele momento de silêncio da jovem, a professora deu continuidade a sua fala, insinuando que havia outro motivo para o surto. E ela fora enfática em dizer que fora estar de volta a clareira que a deixara assim. Lorena nunca havia tido problemas na clareira, primeiro por ser uma aluna muito inteligente que costumava se sair muito bem em atividades práticas, segundo porque ela só aparecia naquela clareira quando obrigada a tal. Bianca sabia disso, todos sabiam. Lorena era vaidosa demais para se meter num lugar perigoso se este não trouxesse nada em troca.

"Estou certa?", perguntou a mais velha, retomando a atenção para ela. Lorena queria fingir um desmaio, talvez sair correndo, chamar por Roberta ou pedir para que o pai a trancasse naquele quarto branco, mesmo sabendo que ela não estaria mais lá sozinha, Beatriz trataria de acompanhá-la para muito mais tempo ainda. Céus, por que não ficara no dormitório? E com que cara enfrentaria os outros onze depois de dedurá-los? Aquele não era o feitio de Lorena. E os Bedoya e Arón? Ela daria a vida em defesa da deles. Não deixaria acontecer. Então pegando o corpo de água que estava em sua frente desde que o pedira minutos atrás, drenou a bebida toda do copo como se fosse bebida alcoólica e o deixou sobre a mesa, cruzando as pernas novamente, dessa vez imitando a posição de uma mulher séria. — Está certa, professora. Eu estive na cena do crime. Mas somente eu, e nada tenho a ver com a foto do Luca. — Falou, sua voz tremula, mas tentando parecer o mais firme e madura que pôde. — Eu escutei o grito naquela noite e sabia que precisava ajudar de alguma forma. Ninguém grita assim por coisa pouca, e nenhuma criatura conseguiria emitir tanto dor e sofrimento em seu grito. — Ela não acredita que estava contando para uma professora o que haviam feito. Ao menos cumpriria o castigo sozinha, ou a expulsão, ou sei lá o que a COMASUL faria com ela. — Eu esperei todos se acalmarem e esperei acabar a checagem de alunos, enganei os guaranás e fui até a clareira. Tive problema com um saci, mas no fim das contas ele só estava tentando esconder o... bom, Beatriz. Eu sabia que ela estava morta pela forma como seu corpo estava posto, mas não queria acreditar. Eu fui tão idiota! — Naquele momento, não olhava mais para a professora, e sim para o copo vazio, que se rompeu em pedaços sem que sequer ela notasse. — Eu sabia que quem fizera aquilo poderia ter deixado sinais, mesmo com a chuva, e tentei fazer o mínimo de bagunça possível. Mas eu precisava — interrompeu a fala para olhar para os olhos de Bianca — eu precisava ter certeza que não havia nada mais que eu pudesse fazer por ela. Eu tirei a minha blusa, cobrindo-a com a parte que antes havia tocado a minha pele, e tentei usar alguma parte sem digitais minhas para tocar-lhe em busca de sinais vitais. Não havia nada, professora, nada que eu pudesse fazer por ela. — Ela também não percebera quando um dos porta-retratos da mesa de Bianca começara a levitar.

Lorena estava tão concentrada em se manter firme e não chorar que aparentemente estava usando essa energia toda nas coisas ao seu redor. — Eu estava sozinha do início ao fim. Não havia ninguém comigo e se quiser me entregar, eu estou disposta a repetir o que te disse aqui. Fui eu, sozinha, que invadi aquela cena de crime, mas eu não deixei muitas pegadas próximas ao corpo porque usei minha capa como tapete e a blusa como luva improvisada. — Disse, sentindo a presença de Beatriz como se ela estivesse morrendo de novo, só que agora dentro daquela sala. — Eu não a matei, Bianca, mas falhei em tentar salvá-la.— E ignorando completamente a presença da professora, focou na mulher morrendo novamente ao seu lado, deixando rastros de sangue e se arrastando como dificuldade. Lora esticou a mão na direção de Beatriz, tentando fazê-la levantar, mas o que se movera fora a cadeira. E finalmente a mulher caíra morta, sumindo em seguinte. A estudante encara as mãos, mas não havia sangue nelas. Ela não havia matado ninguém, não era sua culpa. Ela voltou a olhar para a professora, sentindo o corpo todo tremer, os olhos marejados, as coisas parecendo muito leves e propensas a saírem flutuando. — Não levei mais ninguém comigo. Eu invadi a cena sozinha e machuquei os sacis sozinha, e toquei nela sozinha. Sozinha, entendeu? — Frisou, tentando parecer tão séria e coerente quanto havia sido no que contara. Ela apenas emitira a parte do flamingo, da sala da diretora, da penseira e das outras onze pessoas ao seu lado. E isso a lembrou do traidor que lançara o feitiço sinalizador. — E fui eu quem lançou o feitiço que avisou a todos da minha presença. — Disse por fim, deixando o corpo relaxar sobre a cadeira que a essa altura parecia estar flutuando também.
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Bianca Torres
TLC » Fantasma
Bianca Torres
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TLC: Fantasma
Sáb 16 maio 2020 - 15:49
Reunião pós surto
É, o lado Bedoya de Lorena gostava de coloca-la em encrencas, isso era inegável. Sem qualquer resistência ou esforço ela admitiu ter ido até a cena do crime sozinha. Disse ter escutado o grito de Beatriz durante a noite, mas só foi até a clareira na manhã seguinte para oferecer sua ajuda. Não passou por sua cabeça que esperar doze horas para ir ao socorro de alguém era muito tempo? Além disso, quem era Lorena? A nova enfermeira do castelo?

"Saci? Essa é uma informação nova." A professora não estava ciente do ataque a qualquer criatura na clareira. Quando foi convocada pela diretora, não havia nada além de humanos na cena do crime. Ao que parece, a garota escorraçou as criaturas durante seu passeio por lá. O que mais ela tinha a revelar? E o quanto aquelas informações eram seguras para Bianca? Talvez fosse melhor não ter ciência de nada que o que havia acontecido naquela clareira, afinal.

Claramente nervosa, Lorena provavelmente não percebia que ao repetir tanto que esteve sozinha na clareira, acabou levantando suspeitas de que essa parte específica de seu discurso não passava de uma mentira mal contada. Em sua visão, Bianca percebeu a presença outras figuras com a garota, mas ela não sabia disso e talvez sequer soubesse da clarividência da docente sentada a sua frente com expressão duvidosa.

— Tudo bem, Lorena. Tudo bem. — Começou tentando acalmar a garota. — Admiro sua coragem de ter assumido isso para uma professora só pra proteger seus amigos. — Frisou as suas últimas palavras de sua frase novamente, mostrando-se calma. Bianca queria deixar claro que ela não apresentava ameaça para a garota e sabia que a mesma não tinha relação com o assassinado de Beatriz. Se tivesse, sua visão mostraria isso ao invés de flashes da garota sem blusa na clareira. — Eu me vejo em você. Uma versão mais jovem, claro. Talvez nem tão mais jovem assim. — Riu, tentando aliviar a tensão que havia se formado entre as duas. — Por isso eu gostaria e lhe oferecer uma vaga de estagiária comigo, assim podemos ajudar uma a outra, o que acha? — Perguntou, por fim. Repentino, sim, mas — além do talento inerente à Bedoya — foi a forma que Bianca encontrou de mantê-la por perto e ganhar sua confiança, de modo a poder proteger todos os inocentes envolvidos na cena do crime e ainda tentar encontrar o verdadeiro assassino, já que os aurores não faziam seu trabalho direito.


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Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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COMASUL: Auror Estagiário
Sáb 16 maio 2020 - 23:47
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Bianca estava indecifrável. Se antes ela havia acredito na meia verdade, dessa vez já não fora suficiente. Bem que dizem que uma hora o pastor deixa de acreditar, só que nesse conto acho que é ele quem perde as ovelhas, e o que a professora tinha a perder? Era só se levantar dali e ir à caça de qualquer um dos aurores que passeavam iguais pombas-lesas pelo castelo a espera de alguém gritar que era o assassino. Ao contrário disso, só olhava para a aluna com uma careta de quem não sabe no que acreditar, e no que pareceram inúmeros minutos, a mulher abriu a boca e disse a frase que Lorena queria ouvir. Que estava tudo bem. O corpo afundou na cadeira como se fossem plumas voando, e então a continuação a cortou pela metade. Bianca sabia que Lora não havia ido sozinha. Como foi que ela percebeu? Havia tentado tanto parecer a única culpada que provavelmente havia ela mesmo se entregado. Passada na manteiga e com uma maçã na boca, ela seria o prato principal da diretora Dourado.

Lorena sentia o peso de cada ato tomado. Agora teria que encrencar seus amigos junto com ela, mesmo os que antes eram somente conhecidos, que tinham ido por vontade própria sem nem saber que ela iria. Odiava a sensação de ter mais gente para responsabilizar. Quando ela foi abrir a boca e implorar para que por favor, entregasse somente ela, que ela diria que fora somente ela e que a professora estava delirando, sentiu que não conseguiria dizer mais nada a Bianca. Ela estava exauta de Beatriz, exausta do que vira, do que tocara, exausta de tentar descobrir qualquer coisa. Quando ia desabafar, fora pega novamente pela mestra, que dessa vez disse que elas eram parecidas. Lorena riu. — Se eu for bonita assim quando for mais velha, uau, juro que entro nesse movimento nudista que tem rolado no Caribe. — Brincou, se permitindo rir pela primeira vez em um bom tempo. Céus, como era gostoso rir.

E enquanto ria, aproveitando a sensação, Bianca a ofereceu uma vaga de estágio. Lorena parou de rir, franzindo o cenho, desconfiada. Ela havia ouvido tudo que a menina confessara antes? Que esteve lá, que tocou a mulher, que estava fadada a guardar um segredo pesado demais pra ela. — Um estágio de verdade? Tipo um estágio real mesmo que eu possa contar pros meus pais, uma carta, algo assim. — Ela falava rápido demais, feliz demais que, do nada, ao invés de expulsa ela seria eleita estagiária. — MEU DEUS, SEM QUARTO BRANCO PRA MIM? — Disse se levantando, andando de um lado para o outro em comemoração. Parecia mentira! Justo no sexto ano conseguir estágio com uma ex-auror, além de tudo escritora renomada. Só poderia ser um sonho! E Beatriz concordou.

Ah, Beatriz. Parou de dançar e comemorar e ficou parada na sala. Como quem toma um choque de realidade, voltou a se sentar. — Professora, eu adoraria, mas não sei se posso. Eu, sabe, ela não foi embora. Eu acho que estou ficando maluca porque eu ainda a vejo. Vejo o sangue naquela pedra, vejo-a segurando a ferida. Eu acho que estou ficando louca porque eu não consigo apagar isso, e sinto que não devo. Eu toquei nela e agora ela não vai embora. — Desabafou. Já que Bianca sabia um pedaço, que soubesse também a dificuldade que estava sendo conviver com aquilo tudo. — E se eu estragar tudo e prejudicar a senhora? — Perguntou, mesmo sabendo que não iria. Com ou sem Bea, ela era determinada. Abalada ou não, não costumava falhar. Mas que estava ficando louca, sobre isso ela realmente tinha desconfiança.
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Dom 17 maio 2020 - 13:06
Reunião pós surto
Lorena pareceu não entender muito bem qual era a de Bianca. Era possível ler a confusão em seus olhos de "o que essa mulher está pensando?". Pra falar a verdade, nem a própria docente sabia muito bem o que ela devia fazer diante daquela situação toda. Aparentemente os aurores haviam prosseguido com a investigação no último mês, na tentativa de entender o crime e descobrir o culpado sem a realização de interrogatórios, mas até então não haviam tido resultado algum. Até quando prosseguiriam na análise de provas sem mover-se diretamente contra o corpo de Castelobruxo? Essa, para Bianca, era uma previsão extremamente difícil de se fazer. Sabia que em um dado momento não teria mais como adiar o interrogatório e, nesse meio tempo, precisava se preparar. Precisava estar pronta para defender os seus — Beatriz inclusa — sem incriminar as pessoas erradas.

— Sim, querida, um estágio de verdade. — Respondeu, calma. Havia necessidade de dizer que queria prepara-la para o pior? Não, né? A garota já estava com a cabeça cheia demais para receber mais um peso assim, melhor esperar. — Ta tudo bem, Lorena. — Tocou a mão da garota, que já estava sentada a sua frente novamente, para acalma-la e talvez absorver mais alguma informação acerca da investigação. Mais uma vez a mente da docente se encheu de imagens turvas. Um flamingo prateado, a penseira na sala da diretora (?), uma figura e sobretudo negro perseguindo Beatriz que corria ensaguentada, alguns pergaminhos cujas escrituras Bianca não conseguiu assimilar, e um frasco com poção polissuco seguido do rosto de Nox.

De volta a si, Bianca olhou para o fundo dos olhos de Lorena, tentando decifra-la. Primeiro de tudo, como conseguiu acesso a sala de Verônica? Segundo, de onde saiu aquela patrono? Terceiro, ela havia visto a cena de Beatriz sendo perseguida? Como? Quarto, o que Nox tinha a ver com tudo aquilo? Eram tantas perguntas. Tantas, mas a professora se conteve apenas em deixar escapar por seus lábios um riso nervoso. — Você só está um pouco mexida com tudo o que aconteceu, vai passar. — Tentou acalmar a Bedoya. — E gostaria de dizer que você pode confiar em mim. — Continuou, ainda com um pé atrás sobre abrir o jogo quanto a suas visões. — Eu só não entendi uma coisa... Você viu Beatriz sendo perseguida. Como? — As sobrancelhas de Bianca, agora, estavam juntas, mostrando a clara confusão que se passava na cabeça investigadora da ex-auror. — Você não teria como ver aquilo, a menos que- O flamingo- A penseira- Ele era uma memória. — Disse com cortes bruscos no meio de sua frase, a mente trabalhando mais rápido do que a boca podia expressar.



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Dom 17 maio 2020 - 18:59
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O único pensamento que rondava a cabeça de Lorena naquele momento é o que Matteo e Arón mais costumavam dizer: em que merda nos metemos? E era inegável a habilidade que eles tinham para se jogar direto na direção da encrenca, mas agora tudo estava diferente. Havia uma professora envolvida, além de é claro, Beatriz. E tudo parecia estar prestes a sair da calmaria em questão de minutos, de horas. Bea havia pedido várias vezes na cabeça da aluna que cuidasse em quem confiava, ela deixara aquilo tão claro, mas com isso havia vindo um peso muito grande para alguém de apenas dezesseis anos que já tinha muitos problemas com seu dom e seus familiares para lidar. E em meio a tudo isso, como se os pensamentos fossem guepardos, ela resolveu abrir parcialmente o jogo com Bianca. Se ela a dedurasse, Lorena assumiria tudo sozinha, nem que precisasse passar o resto da vida na cadeia. Ninguém mais pagaria por isso. E aliás, ela sequer tinha matado aquela mulher, e as pessoas não deveriam estar mais preocupado com quem fora e não com que a achou?

Passou as mãos sobre o rosto, aflita, mas disposta a acabar com aquilo novamente. — Vê, eu tenho ótimas notas. Eu tenho um bom relacionamento romântico, faço parte de um dos trios que se destaca nas atividades práticas, tenho muito empenho nas aulas, domino a maioria dos feitiços lecionados. Eu costumo ser muito boa em ser uma boa aluna. E eu estava muito bem, muito obrigada. Estava até transando, mesmo que a senhora não queira detalhes. Eu tinha a vida perfeita até resolver encarar aquela clareira. — Falou calma, sabendo que tudo aquilo era verdade, e deixou a voz pesar ao citar o local onde tudo dera tão errado. — Eu vou confiar na senhora porque se diz que somos até um pouco parecidas, talvez consiga me ajudar com isso tudo que está acontecendo. E que fique claro, eu vou falar somente sobre mim e sobre a moça, e da minha boca não sairá nomes a não ser que me deem alguma poção ou hipnotizem. Eu fiz o que fiz, e vou falar, mas não se estende a mais ninguém. Quem está surtando sou eu, afinal. — Disse com a voz mais autoritária do que gostaria, mas aquela era Lorena, a líder de toda e qualquer coisa que se propunha a participar. A que tira a roupa pra testar sinais vitais, a que toca em objetos suspeitos, que usa o dom secreto na frente de pessoas que agora chamavam do clube dos 12, aquela que assumiria a culpa de tudo sozinha se isso implicasse ajudar os amigos e ajudar aquela coitada que não a deixava em paz. Lorena era envolvida demais, metida demais, tão diferente de tudo que seu pai cobrara e ensinara ao longo dos anos. Mas essa era ela, afinal, e vez ou outra todo mundo precisa lidar consigo mesmo e com suas escolhas.

Encarou Bianca com calma, sentindo que no fim das contas aquele não precisava ser o fim. — Eu não tenho moeda de troca, não posso e nem quero chantagear você. Eu vou contar por que talvez alguém finalmente ajude essa alma a ir pro lugar onde ela precisa ir e me deixe em paz. Ou talvez ela já tenha ido e eu esteja louca, mas não posso procurar ajuda médica pois em casos assim não há privacidade paciente-médico. — Respirou fundo, como quem libera uma última fagulha de lucidez, e então viu Beatriz ali, segurando o ferimento, sangrando e se arrastando, e seu olhar voltou para a diretora. — Na noite dos gritos eles estavam fazendo espécies de rondas, por Ybirá e pelo castelo também, tentando verificar se algum aluno havia sumido. Não dava pra escapar com tanta gente de prontidão contando a cada pouco o número de alunos e se alguém faltava. Eu esperei que tudo ficasse calmo o suficiente, me vesti correndo e corri para a clareira antes de clarear o dia. Eu não sabia que havia um cadáver lá, mas sabia que alguém estava lá, e precisava ajudar. Só que tinha tanta névoa, e chuva, e ventos fortes que quase me arrastaram. Muita lama, também. — Ia contando como se fosse aos poucos revivendo tudo. — E então eu ouvi a voz da minha prima gritando, mas eu soube que não poderia ser ela. Eu verifiquei os Bedoya antes de me enfiar naquela clareira. Na verdade, era um saci, e depois vieram outros, e eu tive de violar a regra de proteger as criaturas porque era elas ou eu. Eram o que, seis? Quando lancei um feitiço pra limpar aquela névoa toda e as criaturas já estavam devidamente sobre meu controle, foi aí que eu vi. Ela estava lá, como se dormisse, só que tinha um negócio preto cobrindo seu corpo até o pescoço. Quem fez aquilo, quem a protegeu, talvez tivesse algum apego por ela, porque o rosto estava lá, explicito, úmido da chuva. O resto parecia ter sido muito bem coberto, e não só algo jogado sobre o corpo. Eu testei os sinais vitais achando que seria abençoada com a sorte de conseguir salvá-la, mas como faria isso? E então eu vi o flamingo ao lado do corpo dela, quase virando poeira, e conjurei uma garrafa onde o guardei. — Contou, sentindo as lágrimas quentes escaparem dos olhos tão rapidamente que sequer dava tempo de discretamente as secar. — Eu consegui uma chave mestra, não vou dizer como, nem com quem, ou o que precisei fazer. Mas munida dela, e sabendo que a diretora teria visto meu sinal na clareira, lavei-me do excesso de barro para não chamar tanta atenção e invadi o escritório dela. Não sei como tive a sorte de não ser pega, mas eu precisava da penseira.

Deu um tempo para que a professora processasse toda aquela informação. Para que ela mesma a fizesse, visto que era coisa demais. — E então, quando eu liberei o flamingo na penseira e vi o que vi, ali eu ganhei uma amiga vinte e quatro horas por dia. Eu a vi correr pelos terrenos, pude ver como segurava alguma ferida no lado esquerdo do corpo, pude ver que havia alguém a perseguindo. Não esqueço aquelas mãos. Em uma, a varinha, e na outra alguma coisa que trepidava. Eu não consegui identificar quem era, e quando percebi a memória já estava mudando e eu estava ao lado da Bea, que se arrastava até o centro da clareira. Tinha todo aquele rastro de sangue na pedra, e bom, o flamingo. Eu acho que ela queria que soubéssemos algo sobre isso, e bom, agora ela fica se arrastando e deixando rastros de sangue por onde eu vou. Inclusive aqui na sua sala. E eu não posso, a senhora entende? Não posso perder o controle. Eu tenho lidado com isso como se ela fosse uma amiga que é diferente das outras, mas eu preciso que essa ilusão suma ou eu vou acabar surtando. E com o meu dom, céus, eu nem sei o que poderia acabar acontecendo com todos ao meu redor. — Deixou que mais lágrimas escapassem, mas o que poderia fazer? Depois de tudo aquilo, poder desabafar era um misto de alívio e de puro medo de acabar expulsa ou pior, acusada de assassinar alguém. E então, enquanto Bianca analisava as informações despejadas em seu colo, Lorena riu. Riu alto, como se lembrasse de alguma piada muito boa. — Você me toca e descobre coisas. Eu não sei o que, nem sei direito como, mas não tem como você saber do flamingo. Eu não falei dele pra senhora, tenho certeza. Sequer mencionei a penseira. E ao que nos diz respeito, eu não quero mais que a senhora me toque. A primeira coisa que pensou é que talvez os detalhes que havia escondido pudessem ter sido vistos por Bianca, mas ela só falara sobre aqueles muito bem pontuados pela professora. O que quer que ela soubesse, Lorena já não sentia mais que podia confiar. Concordou com Beatriz quando ela repetiu nos pensamentos da outra que não poderia confiar em ninguém. — Todas essas coisas que eu lhe disse, professora, foram reais. Eu não sei o que a senhora andou vendo ou acha que viu, mas até onde sei, isso é tirar proveito da vulnerabilidade de uma menor de idade, certo? Então talvez seja melhor a gente parar com toques, é o melhor pra nós três. Tem coisas que simplesmente não podem ser ditas ou roubadas de mim ainda. Temos um acordo? Eu só quero paz e a resolução do crime, mas eu não posso e nem vou entregar tudo que lutei muito para descobrir somente por que a senhora pode me tocar e fazer sei lá o que com as minhas memórias. Eu sinceramente não sei, a própria Bea me diz pra não confiar em ninguém. Gostaria que parasse de tentar ajudar. A senhora vai acabar mais maluca do que eu. — Encerrou sua fala, levantando-se com cuidado e procurando outro copo para que pudesse beber mais água. Por mais confiável que Bianca parecesse, ainda era uma professora, ainda era uma ex-auror. O que Lorena estava fazendo?
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Bianca Torres
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Bianca Torres
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Seg 18 maio 2020 - 21:18
Reunião pós surto
A resposta da garota não foi a esperada. Esquiva e esguia, tentou desviar o foco de tudo para o quanto ela se destacava nas disciplinas — não mentiu — e em como sua vida era perfeita antes da morte de Beatriz. A decisão de ter saído de seu dormitório naquela manhã do mês anterior ainda lhe assombrava. Como? Segundo ela, estava vendo Beatriz em tudo que é lugar; até mesmo naquele momento dentro da sala da docente, a colunista não a deixava em paz. Lorena, ainda, afirmou con todas as palavras que não citar nome algum durante a conversa a menos que fosse obrigada por magia. Corajosa. Muito corajosa. Entretanto, ingênua. Já não estava claro que Bianca só queria ajuda-la? Quanto mais soubesse, melhor seria. Se soubesse quais os outros alunos estiveram lá, melhor ainda.

Apesar de tudo, a docente entendia o motivo da Bodoya não querer se expor demais. Elas mal se conheciam. Até o momento, o relacionamento que tinham era de aluna-professora, nada mais nem menos. Uma adolescente de dezesseis anos poderia confiar em uma adulta simplesmente por ter dito "pode confiar em mim"? Nunca, né. — Ok, posso te ajudar com esse problema. — Sinalizou para que a morena continuasse sua história. Tudo parecia estar muito coerente, até que a garota disse ter derrotado seis sacis sozinha. Excuse? Uma aluna do sexto ano, sozinha, dar conta de seis sacis? Sendo que ainda não lhes fora ensinado como espantar ou enfrentar tais criaturas? Mentiu. Errou feio, errou rude. A este ponto da história, Bianca começou a duvidar. Como se deixou levar pelo papo da garota e acreditou no que lhe fora dito até ali? É muita ingenuidade.

— Certo, você está querendo me dizer que deu cabo de seis sacis sozinha? — Frisou o número na retórica. — Escuta Lorena, não sei que imagem vocês, alunos, tem de mim ou quem vocês acham que eu sou, mas posso te afirmar que eu não sou burra. Não sou idiota. Você quer proteger seus amigos, tudo bem, eu te entendo, já estive no seu lugar. Você acha que sou tonta o suficiente pra tentar me enganar? Te adiando que, nesse caso, quem se engana é você. — Disse com leve tom de irritação na voz. Bianca é uma mulher calma até demais, mas se existe algo que a irrita profundamente é sentir-se traída ou enganada. Nesses casos — culpa de seu elemental Céu — costuma explodir. — O que? Tirar proveito de sua vulnerabilidade? — Levantou-se com as duas mãos apoiadas sobre a mesa de madeira e o os olhos fixos no rosto da mais nova nervosa.

Após um longo suspiro para se acalmar diante da garota que insistia em lhe afrontar, a docente voltou a se sentar, forçando uma calmaria que não existia. — Se tanto de incomoda, não vou mais te tocar. — Fechou o punho sobre sua companheira de manacá-da-serra que descansava sobre a pesa, próxima à sua mão esquerda. — Eu não acho que vi nada. Eu vi. E ainda vejo. — Disse, tentando manter-se o mais serena possível naquela situação enquanto olhava no fundo dos olhos de Lorena. Era como se quisesse ver sua alma. — Agora, gostaria de saber se ainda quer a minha ajuda em se livrar do que você tem visto. Caso não, pode se retirar. — Indicou, com as costas da mão direita, a porta atrás da garota. O coração da professora ainda pulsava forte, a Bedoya conseguiu a tirar do sério.


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Lorena Bedoya Fialho
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Seg 18 maio 2020 - 23:11
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Lorena poderia até estar paranoica, vendo fantasmas, sangue e cenas de crime, e poderia sim estar bem encrencada nas mãos da professora a sua frente, mas se tinha uma coisa que ela sabia tão bem quanto se meter em confusão era ser afrontosa. Não que tivesse feito por querer, mas se era assim que Bianca queria jogar, quem era ela pra sair de campo? — Como eu mesma já disse, sou excelente em feitiços. Arrisco dizer que talvez eu seja uma das melhores alunas, e isso não é só da boca pra fora. Os sacis não foram fáceis e como a senhora deve ter visto, eu meio que destruí o ombro de um deles, mas é só o que posso dizer. Não vou confirmar se estou defendendo alguém ou não, mas essa sou eu, professora. — Disse com o tom de voz tão irritado como Bianca havia feito. Não bastava tudo que havia passado, agora ainda precisava lidar com cobranças como se fosse uma mentirosa? Como se proteger os amigos fosse um crime? Com um pigarro voltara ao tom de voz normal, deixando claro que não queria barraco. — Eu sei coisas que não deveria saber. Vi coisas que não deveria ver. Ainda vejo, aliás. Eu tenho problemas o bastante pra ser acusada de tentar te chamar de burra ou algo assim. Se eu achasse isso, tinha dado qualquer mentira e sairia da sua sala tão rápido quanto saí daquela clareira. — Disse por fim, sentindo uma pitada de irritação e impaciência dando sinal em seu jeito de falar.

Bebeu mais um gole de água como sinal de afronte, como se as palavras de Bianca não a tivesse deixado atordoada ou se sentindo ínfima, até tola. — Você tem uma aluna abrindo o jogo aqui, na sua sala, sem magia, sem poção, só porque está tentando confiar em algum adulto que possa ajudar na situação. Eu sou fiel aos meus, e isso vai além de qualquer coisa. Se a senhora se sente idiota pela forma como eu contei, sinto muito, mas é essa a versão que vai comigo pra julgamento se vier a ter um. Eu caio, mas não levo ninguém comigo. — Disse, balançando os ombros novamente. Era ruim ouvir de uma professora o que estava ouvindo, e ainda mais naquele tom, como se ela fosse uma garotinha idiota incapaz de medir seus atos. Bom, talvez fosse, mas jamais ficaria quieta para algo assim. O foco deveria ser Beatriz, o assassino, mas parecia que a professora só queria nomes, queria saber quem mais sabia alguma coisa. Lora já estava começando a se cansar, e Beatriz também. — O que a senhora precisa saber, já lhe foi dito. Talvez eu possa te mostrar algumas coisas, mas não me trate como uma idiota por ter minhas dúvidas sobre você. Beatriz morreu porque confiou na pessoa errada. Talvez a gente se pareça, ou talvez você esteja envolvida nisso até o talo e quer saber o que temos pra se livrar das provas. Entende como pode ser qualquer coisa? E no lugar disso, eu tenho tentado dialogar. — A postura de Bianca, como se fosse voar em Lorena, não seria capaz de fazê-la sentir nem metade do medo que a visão na penseira havia feito. Parecia que ela já não tinha mais paciência para coisas que não fossem objetivas, e aquela cena não estava ajudando em nada.

Quando a professora tornou a se sentar, como se estivesse tentando se manter sobre controle, ela disse que não mais tocaria na aluna, que fez sinal positivo com a cabeça. Por enquanto, não iria mesmo. Não até saber o que diabos ela conseguia fazer com aquela mão. — O que você acha que viu, o que eu vi, o que eu disse, isso não vai servir pra nada mais do que para me incriminar. Talvez te colocar como vítima. Eles estão procurando culpados, e olha só, uma ex-auror com acesso de algum jeito as memórias de alguém que esteve na cena do crime. Nós podemos trabalhar juntas, querida professora, ou podemos deixar que esses surtos de emoção nos perturbem. Ontem foi o meu, e sinceramente espero que hoje não seja o da senhora. — Finalizou, encarando a professora com uma careta cansada. Ela já estava tão exausta daquela conversa, seria tão mais fácil se ela não tivesse que enfrentar espécies de ameaças visuais. — Eu preciso da sua ajuda, e não vejo problema nisso. Acho que você está na defensiva achando que estou te atacando. Bom, se ter revelado coisas que me incriminam até o último fio de cabelo foi te atacar, preciso rever meus conceitos. — Ficou em pé, impaciente. Aquilo era uma conversa entre duas adolescentes, afinal? — Bea está comigo, mas também está em algum canto por aí, o assassino solto e pronto pra próxima vítima. Minha vez de perguntar. A senhora gostaria de me ajudar ou prefere que eu me retire? — Dessa vez ela era quem tinha as palmas das mãos espalmadas na madeira da mesa. Por que é que todo mundo esquecia o real motivo de todas aquelas investigações? Por que toda essa impaciência com uma garota de dezesseis anos que havia visto demais? Deixaria para Bianca a decisão de seguir o ego ou de ter o bom senso de acalmar o próprio ânimo.
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Bianca Torres
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Bianca Torres
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Ter 19 maio 2020 - 18:52
Reunião pós surto
É, sem dúvidas Lorena achava que Bianca era tonta o suficiente para acreditar que a garota havia lidado com seis sacis sozinhas. "Sou excelente em feitiços.", ela disse. Tudo bem, talvez fosse, mas era difícil acreditar que ela poderia ter enfrentado aquela quantidade de criaturas sozinha. A garota, em seu afronte, ainda teve a audácia de tentar culpabilizar a docente irritada. — Bom, saiba que se eu estivesse "envolvida nisso até o talo" e quisesse me livrar das provas você não sairia viva de minha sala, então abaixa a crista que você não está falando com suas amigas. — Disse séria, e em seguida sorriu para amenizar o peso de sua frase que mais uma vez soou mais como uma ameaça do que devia. — Como você mesma disse, sou ex-auror, eu saberia me livrar de um corpo sem deixar rastros. — Continuou, mantendo a neutralidade expressiva, como fazia em suas aulas. — Logo, se eu tivesse alguma coisa a ver com a... Morte de Beatriz, ela não seria encontrada na clareira. — A voz falhou antes de conseguir concluir sua frase sobre o falecimento de sua amiga. Pra falar a verdade as duas não eram amigas, mas desde que a Bruxaria Hoje passou a fazer parde d'O Globo de Cristal tornaram-se colegas de trabalho e passaram a se conhecer melhor.

Torres se controlou para não ter que dar uma detenção para a garota porque teria que explicar o motivo para a Dourado e isso poderia acabar incriminando os alunos. Lorena só podia estar delirando, achava que estava conversando com uma das adolescentes de sua idade e não com sua professora, talvez fosse pela pressão que estava sentindo no último mês e nervoso de lembrar de toda situação; então, Bianca relevou a atitude da mais nova. Após um breve aceno com a cabeça, a loira apontou sua varinha para a porta da sala e, imediatamente, uma fina película transparente foi formada sobre a madeira. Estavam trancadas, ninguém entraria ou sairia dali. — Talvez eu te ajude. — Disse ao ver a expressão no rosto da garota ante a sua atitude de bloquear a porta. — Preciso que pegue três velas para mim. Estão em uma caixa atrás do "Agouros acerca de ti" naquela estante. — Indicou o objeto no lado oposto a sala e direcionou-se para as janelas. A sala não era no térreo, mas ainda podiam ser vistas por curiosos em vassouras, por isso Bianca fechou as cortinas de todas as janelas e arrastou para o canto um grande tapete circular no centro de sua sala.

Sem responder sequer uma pergunta da garota a docente começou a riscar no chão — com giz branco que pegou numa das gavetas de sua mesa — o símbolo alquímico representante do ar. Tratava-se de um triângulo equilátero com um uma linha cortando sua ponta de um lado a outro. — Obrigada. — Agradeceu ao receber a caixa preta das mãos de Lorena e a abriu ali. Dentro dela havia velas de variadas cores, uma bola de cristal com uma espécie de fumaça branco-brilhante dentro, um sino dourado e alguns frascos de vidro vazios. — Irei performar um ritual que vai te ajudar com seu problema. Você precisa se deitar e relaxar no centro desse símbolo. — Informou, clara. Precisava passar confiança para a garota. A verdade é que durante o ritual Bianca poderia tirar de Lorena muito mais do que apenas os sentimentos em torno de alguma memória, mas a memória em si. Com isso teria acesso a todas as informações que a garota estava lhe escondendo, mas ela faria isso? Talvez fosse melhor não saber de tudo... Pelo menos não por enquanto. Antes da Bedoya fazer qualquer coisa, a professora posicionou uma vela em cada ponta do triângulo e as aescendeu.

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Ter 19 maio 2020 - 18:52
O membro 'Bianca Torres' realizou a seguinte ação: Lançamento de Dados


'IM-1' : 8, 6
Lorena Bedoya Fialho
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Sáb 23 maio 2020 - 0:55
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Lorena estava cansada de todo o acúmulo de estresse que havia sido sua vida nos últimos dias, o peso somente acumulava, tanto que Bianca falando e sendo rude, amarga e até mesmo ameaçadora já não a incomodava mais. Ela sair da sala viva, por exemplo, não queria dizer que Bianca não cometera o crime. Manter Lorena viva e quieta era a forma certa de descobrir quem mais sabia de algo, já que ela nitidamente sabia que existiam mais pessoas por trás daquilo. Só que estava cansada, e a essa altura não achava mais que a professora teria sido capaz de matar a jornalista. De fato, não seria tão tola deixando o corpo assim, tão à vista, não teria deixado o grito ter chamado tanta atenção. E então ela só ouvia, piscando os cílios que pareciam pesar toneladas e via no canto do olho a presença nítida da falecida que a memória insistia em trazer à tona.

Como precisava da ajuda, somente se guiou com lentidão dado o cansaço e pegou a tal caixa solicitada por Bianca, vendo-a fechar as cortinas da sala e arrastar um tapete. Se estivesse um pouco mais ativa, Lorena teria jurado que ia ser trancafiada em algum porão, mas não havia nada além de chão por baixo daquele tapete, que logo acabou virando um rascunho de algum desenho que a morena resolveu não tentar ler. Só viu o triângulo e suas linhas e alcançou a caixa como fora pedido que fizesse. Mesmo desconfiada, estava tão cansada, tão farta de tudo aquilo, que se deitar no meio daquela estrela esquisita fora a parte fácil. Relaxar é que fora difícil. Toda vez que tentava meditar, fracassava. Mas seguia tentando, até que eu algum momento o corpo a permitiu seguir as ordens e relaxou, dando uma última olhadela para Bea e torcendo que aquela fosse, de fato, a última. Que Bianca conseguisse, pois ela já não sabia quanto mais aguentaria de toda aquela tortura psicológica.
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Bianca Torres
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Bianca Torres
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Seg 25 maio 2020 - 17:06
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De repente a postura de Lorena em relação a Bianca mudou. A garota parecia extremamente calma, sonâmbula até. Deitou-se no símbolo no chão de pedra sem hesitar ou questionar qualquer coisa a respeito, o que era estranho. A garota estava tão falante e revoltada no minuto anterior, por que agora não estava mais? Justamente no momento mais suspeito de toda a conversa das duas. Talvez tivesse desistido de debater, era possível ver o desespero emanar do corpo da Bedoya, apavorada com tudo, coitada. — Ta tudo bem, Lorena, vai passar. — Disse, Bianca, antes de começar o ritual. Ver a falta de resistência da mais nova acabou acalmando a docente. — Tente relaxar... Vou começar o ritual. — Informou com um pequeno sino metálico encostado na testa da garota que já estava de olhos fechados.

Assim, Torres se levantou e começou a cantarolar algo enquanto girava em uma esquisita dança ao redor do corpo da mais nova de olhos fechados. Seus movimentos eram fluidos e rígidos ao mesmo tempo. Hora leves, hora bruscos, como a mudança da força dos ventos em uma tempestade. A dança era calculada e a música era controlada pelo badalar do sino na mão da docente, como um pequeno metrônomo metálico que tilintava e reverberava por todo o ambiente. No meio da música, Bianca abriu os olhos e já podia ver uma pequena camada de energia se formar sobre o rosto da garota. O ritual estava funcionando.

Ao fim de tudo, a loira ajoelhou-se acima da cabeça de Lorena e tocou o sino três vezes, esperando a vibração cessar em cada uma delas. Na última, tocou a testa de sua aluna com o objeto mais uma vez. A Bedoya estremeceu e, de sua boca, olhos e narinas, jorrou uma substância vermelha muito bem conhecida pela mais velha. A fumaça-líquida flutuou até o frasco de vidro na mão de Bianca e ela o tampou. Tratava-se dos sentimentos ruins atrelados as memórias de sua aluna aflita. Bem, a ritualista podia ter lhe retirado a memória inteira para comprovar o que havia acontecido, mas já tinha plena ciência de tudo. Não havia necessidade de forçar isso sobre a mais nova. — Lorena, acorda. — Disse, estalando os dedos na frente dos olhos da garota. — Como se sente?


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Seg 25 maio 2020 - 17:06
O membro 'Bianca Torres' realizou a seguinte ação: Lançamento de Dados


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Cambito
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Cambito
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Ter 26 maio 2020 - 21:07
encerrada
seu desejo é uma ordem!

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