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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Seg 23 Mar 2020 - 2:22

a nega do leite

Esta é uma RP ABERTA  Se passa uma semana após o trote, de inicio no refeitório, contudo Luca agora se encontra no banheiro masculino do primeiro andar.
Esta RP é referente ao trote de Luca Coelho.

Esta é uma RP ABERTA

robb stark


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Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Seg 23 Mar 2020 - 2:28

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Quinze minutos para as oito da manhã, àquela altura todos já deveriam estar no refeitório, afinal de contas, como a própria dona Theresa costumava dizer: é o dejejum que da sustância pro corpinho se manter em pé. De qualquer forma, eu estava sem fome. Não me levem a mal eu sei que muitas vezes eu sou o esfomeado que mais se parece um taurino, mas sei lá, tanta coisa acontecendo... Li e reli as últimas linhas do maldito bilhete “Não tente gracinhas, Coelho”, ah! Vai se fuder! Aquela porra parecia ler minha mente e por em prova aquilo que mais me constrangia, contudo, minhas mãos vermelhas de tanto esfregar o piso daquele banheiro, que mais parecia que os setimoanistas tinham comido uma panelada de feijoada, revelando um cheiro tão fétido quanto bomba de bosta, me alertavam que já era hora de encarar meu trote.

Eu estava vestido, ironicamente, para o feito mais humilhante da minha vida; caminhei cabisbaixo por todo o trajeto de Ybirá ao castelo e quando finalmente avistei alguns rostos conhecidos travei, contornei os diversos “oi” e “cê ta bem?” apenas subindo em uma mesa, ação que de cara apreendeu olhares curiosos, que julgavam e atiçavam burburinhos, inclusive daquele que eu menos queria que me visse naquele momento. Vicente estava ali como de praxe, na mesa dos Carcarás, a gente tinha tido um lance no dia do trote, dançamos a noite e tecnicamente tivemos uma DR. Foi ele que me pôs na cama, pois me encontrava em um estado tão péssimo, a ponto de não conseguir andar sem cambalear e desde então não nos falamos mais, o fato é que eu estava evitando-o por pura vergonha, mas isso é assunto para outra hora.

De uma bolsa extensível tirei três garrafões de vidro cheinhos de leite, pus as bebidas em um cantinho do tampo da mesa e fiquei de pé passando a me despir, fechei meus olhos para evitar encarar os flashes de alguns celulares e à medida que a camisa de botão caia o meu corpo franzino era revelado. Como eu o odiava, como eu odiava cada centímetro de mim, Castelobruxo era abarrotado de bombadões, atletas, gostosões e eu com meu peso pena e costelas evidentes, não passava de uma piada. Desabotoei a calça e por fim a sunga preta foi revelada, arriei a vestimenta até a altura dos tornozelos, eu só queria que aquilo acabasse, então peguei a primeira garrafa e apontei seu gargalo destampado sobre a minha cabeça.

A chuva de flashes se intensificou e eu não tinha nem sequer o direito de protestar. O líquido branco escorria pelo meu corpo e eu começava a esfregar minha pele como se tivesse no banho, a pequena frase no bilhetinho vinha como marteladas em minha mente: “lembre-se de esfregar atrás da orelha”. O segundo garrafão começava a ser secado, os meus tênis se enxiam e o tecido da calça ganhava um tom mais escuro pela umidade, alguns alunos gritavam e outros assobiavam zombando da situação, não demoraria para vídeos circularem no WItchgram e todos verem o quão horrendo eu poderia ser, naquela altura já nem era possível identificar as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Entornei a última garrafa ao mesmo tempo que subi a calça, saltei da mesa e corri pra fora do refeitório esbarrando em alguns alunos que tentavam impedir minha fuga, por alguma razão eles queriam prolongar o circo. Espremendo o meu corpo passei por eles subindo as escadas, indo rumo ao banheiro masculino do primeiro andar, me encolhi em uma cabine agarrando minhas pernas, por sorte meu braço já não tinha mais nenhuma frase referente ao trote, mas infelizmente eu tinha esquecido minha bolsa com a muda de roupa, minha varinha e a camisa no refeitório.




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Andes Baiocchi Santiago
O GLOBO DE CRISTAL » Designer fotográfico
Andes Baiocchi Santiago
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OGDC: Designer Fotográfico
Seg 23 Mar 2020 - 14:32
Não se chora o leite derramado
Durante os dias sujeito ao trote da camisa com pó de mico, procurei não a sujar tanto, embora precisasse de mais desodorante que o normal ao final da semana.

Acordei mais cedo naquele sábado em questão, alegre com o fim do sofrimento. Ao sair do banho, estive em frente ao espelho, analisando as marcas vermelhas pela costa, ombros e peito. Partes de meu corpo que pude alcançar, estavam mais marcadas pelas unhas no ir e vir do esfrega-esfrega. Coloquei meus shorts de costume e fitando a blusa por alguns segundos, coloquei-a em derrota. “Só mais esse dia, bro”

Desci ao refeitório e juntei-me à mesa dos jaguares, não sei ao certo que horas, mas estava relativamente tarde para o desjejum e todos os alunos pareciam aglomerar-se em volta de uma das mesas. Mastigando um pedaço do pão de queijo e segurando seu restante em minha mão, volteei em torno de meu próprio eixo, procurando o motivo da aglomeração e dos murmurinhos. Luca estava em cima de uma das mesas, em pé e despindo-se. Não pude entender com exatidão o que se passava, embora suas expressões faciais e as coisas que pareciam surgir a sua cabeça no momento indicassem que aquele poderia ser seu trote.

Procurei em meio à multidão, rostos familiares que pudessem exibir as mesmas preocupações que eu. Agora, Coelho derramava-se leite pelo corpo e Vicente, assim como João Carlos, Alice e eu, apenas olhávamos sem muito o que fazer. Estive perplexo com a cena pelos primeiros segundos intermináveis. A Terceira garrafa ia esvaziando ao tempo que fui me embrenhando pelos alunos de diferentes turmas, empurrando e brigando pelos espaços que me facilitassem a aproximação com o outro quintanista. Estava explicada a demora do witchgrammer mais popular do instituto na realização de sua tarefa.

Quando cheguei à sua mesa, o garoto franzino estava ao longe, fugindo esguio pela entrada do refeitório. Procurei novamente pelos olhares de Ventura, Peixoto e Pegoretti, olhando em seguida para a mesa em questão, suja por leite e com os galões espalhados. Antes de pudesse pensar em correr, lembrei de suas roupas; estas dispostas em uma bolsa, com ela estava a varinha do rapaz. Puxei a bolsa junto com o resto, entretanto, o que lhe estava em cima caiu antes que pudesse perceber, estive correndo ao encontro de Luca. A varinha estava ao chão, em meio ao aglomerado de pessoas.

Empurrei, sim, alguns dos alunos que gravavam e admito ter feito questão de esbarrar nos celulares de alguns. Não é de minha natureza prejudicar os outros, mas ninguém mexe com os meus amigos, ainda mais desse jeito. Alguns trotes são piores que outros, e alguns não deveriam se considerar uma “brincadeirinha”.

Não sabia exatamente onde Coelho se escondia, embora uma vaga ideia rondasse meus pensamentos. De sunga e completamente vulnerável, Luca não iria muito longe e os corredores, ainda que transitáveis pela manhã, teriam seus grupos de amigos reunidos conversando. Encontrei-me procurando-o pelo banheiro mais próximo, o do primeiro andar. Tudo parecia silencioso se não levasse em consideração algumas torneiras gotejando aleatoriamente em suas músicas descompassadas. Entre cabines abertas, entreabertas e fechadas, agachei-me. Haviam dos pés juntos em uma delas, junto a um corpo que se abraçava. — Luca, meu amor, você está aí? — Perguntei ao levantar-me a dar leves batidinhas na porta da cabine.

Esperava por sua resposta ao encostar minha cabeça à cabine, fitando o piso encardido ao procurar algo para dizer. Nada tive. Coloquei a bolsa com a muda de roupas ao chão e chutei-a com gentileza para dentro da cabine. — Se quiser, fico aqui enquanto você se troca, pode falar comigo.


└ Narração ☼ PensamentosFalas

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andes

I'm just a poor, wayfaring stranger
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Ter 24 Mar 2020 - 21:09

”O segredo, Alice, é cercar-se de pessoas que façam sorrir teu coração. E então, só então, encontrarás o País das Maravilhas.”

Chapeleiro Maluco — Alice no país das maravilhas
[...]

Acordar naquela manhã sabendo que não havia mais nenhuma mancha vermelha em seu braço, sem dúvidas foi uma das melhores coisas da semana de Alice. Sem mais sininho, sem mais tiara de chifrinho e finalmente livre daquela calça malhada e da livre e espontânea pressão de acabar logo com aquele desafio. ”Se bem que aquele moletom era confortável.” Pensou a menina, mas logo balançou a cabeça, fazendo uma careta de negação para si própria. Sequer voltaria a abrir a caixa estampada como a calça que lhe acompanhou por quase uma semana inteira.

No refeitório do castelo, qualquer um que prestasse um pouquinho de atenção poderia facilmente perceber a felicidade da Bissoli, fosse por seus cabelos soltos multicoloridos, pela leveza no olhar de quem já não tinha obrigações quanto ao trote do quinto ano ou simplesmente pelo sorriso genuíno que lhe moldou os lábios quando o olhar se encontrou com o de João Carlos durante o café da manhã. ”Nem se eu quisesse eu conseguiria disfarçar,  a quem eu tava tentando enganar?” A mente tagarela debochava da quintanista enquanto ela comia seu pedaço de bolo de cenoura com brigadeiro.

Após se alimentar, apoiou os cotovelos na mesa e franziu o cenho ao encarar a tela do Zenfone que havia ganhado de seus pais de natal. ”Essas lentes não estão me servindo mais..” Raciocinou a metamorfomaga ainda sem aceitar que, logo ela que conseguia transformar muitas partes de seu corpo, não conseguia ter um olho que enxergasse perfeitamente. Mesmo incomodando-se de leve com a questão, não se deixou irritar, e como mais uma prova de seu bom-humor, postou no witchgram uma foto com legenda cômica sobre a chave do armário das caiporas que ficava consigo desde que entrara para o C.A., chave que esse ano foi passada a ela por Rodrigo, o novo professor de HdM.

Ria sozinha ao ver que sua postagem havia chegado aos conhecimentos do professor, que não apenas curtira sua foto, mas também começara a segui-la, e com o sorriso no rosto levantou os olhos ao ouvir alguns comentários citando Luca Coelho. Observou, ao longe, o menino em cima de uma das mesas, tirando de sua bolsa alguns objetos que ela não conseguiu identificar, e acabou sorrindo junto com os demais, esperando por algum discurso mirabolante do influencer. ”Não é nenhuma live, será que ele vai postar algo depois? OU o sinal estaria ruim?” Curiosa, tirou os olhos da tela de seu pequeno aparelho mais uma vez e foi aí que o sorriso de seu rosto sumiu, restando apenas a confusão seguida de puro choque.

— Que merda é essa? — sussurrou incrédula. Luca havia se despido quase totalmente, e se banhava em algum líquido esbranquiçado que a menina entendeu ser leite pelos comentários e zombamentos que surgiam ao redor. Os celulares levantados, todos apontados para o quintanista seminu, gravavam e fotografavam o ocorrido, apertando o coração de Lice ao aproximar-se e perceber que o outro não estava nada confortável com a situação.

Antes mesmo que ela conseguisse ter alguma reação – se é que dava para fazer algo – percebeu o Fufu deixar o refeitório, simplesmente correndo para fora dali. Andes, que havia trocado olhares preocupados com a amiga, prontamente havia pego a bolsa do outro e corrido atrás dele enquanto Vicente, o sextanista do grupo de amigos que estava meio que de rolo com o menino do leite, brigava com os que zoavam e fotografavam o menor. Por sorte, Gorete percebeu o que ficara para trás quando Andes correu com os pertences do witchgramer e buscou a varinha do outro no chão, logo puxando Dora pelo braço e indo na mesma direção dos outros dois. — Acho que ele vai precisar mais do seu apoio lá do que aqui, depois eu dou um jeito na galera toda. — declarou, mandona e um tanto preocupada, afinal, Luca saíra chorando, e por mais que os amigos tivessem suas implicância vez ou outra, jamais riria da humilhação de ninguém.

Viraram o corredor a tempo de ver o Santiago entrando no banheiro masculino, e logo correram atrás. Alice parou na porta aberta a tempo de ouvir quando Andarilho consolava o menor trancado em uma das cabines, e assim passou a varinha do menino para Ventura, fazendo sinal para que ele entrasse e conversasse com Luquinha. Foi quando o diálogo se desenrolou e o cabeludinho deu algum sinal de vida que a Bissoli resolveu mostrar que também estava ali. — Esse foi seu trote? — perguntou gentilmente, aguardando confirmação de suas suspeitas. — Você escolheu logo um dia de celulares liberados para fazer isso? — sua boca disparou sem filtros, fazendo a menina encolher os ombros em arrependimento assim que os dois amigos a fuzilaram com os olhos, mostrando que ela não ajudaria com tal comentário. — Foi mal.. — tentou redimir-se. — Se você quiser, eu falo com a diretora para que todos tenham que deletar qualquer coisa sobre os desafios, tá? Acho que o que acontece nos trotes de Castelobruxo tem que ficar só em Castelobruxo mesmo. Ninguém vai estragar a reputação do meu witchgramer favorito. — tentou consolar o outro, mesmo com seu jeitinho desajeitado e tagarela.
friendship
never
ends

COM
Mah friends
ONDE
Refeitório + banheiro masculino? Ew
OBS
não adianta chorar sobre o leite derramado
››MONTY‹‹


Última edição por Alice Bissoli Pegoretti em Qua 25 Mar 2020 - 0:19, editado 1 vez(es)



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
Mensagens :
506
Ocupação :
Estudante/Artilheira
Ter 24 Mar 2020 - 22:48
Prepare-se para a encrenca!
SHIT!
É irônico como dias estranhos começam de maneiras estranhas, como se algo dissesse que a rotina irá desviar do curso dentro das horas seguintes ao despertar. Na manhã de sábado Helena acordou atrasada para o café da manhã, apesar de se permitir passar um pouco do horário, imaginava que a fila no refeitório estaria grande àquela hora, e a vontade era não levantar e esperar pelo almoço. Considerando a semana agitada, seria compreensível.

Mas era Helena, e a Alcaide se apegava a rotina, assim como se apegava à sua playlist de músicas favoritas, então, jogou as cobertas para o lado e correu para, ao menos, parecer decente ao convívio social fora do dormitório.

O mais engraçado em dias que começam estranhos, é que há uma sensação latente de que não se deve sair daquilo que traz conforto, quase como uma premonição de que nada dará exatamente certo. Uma voz que costuma ser completamente ignorada. Não deveria.

{...}

Quando aconteceu, Lena estava, ainda, escolhendo o que comer naquele desjejum. De súbito, uma comoção começou às suas costas e, quando a jovem virou, demorou segundos para entender o porquê de um grande número de alunos estar com os celulares em mãos, câmeras e flashes ligasos, e uma cacofonia aterradora de risos aumentou gradualmente conforme seu primo realizava o que, a Alcaide concluiu, seria seu trote. Cruel, e um show digno de um filme de terror do pior tipo. E a ciência disso a fez se adiantar em direção à mesa onde o primo havia subido, tomando celulares das mãos dos mais desatentos no caminho e os jogando no chão, sem qualquer remorso e direcionando o pior de seu arsenal de palavrões a qualquer um que ousasse replicar naquele momento.

Afinal, que merda as pessoas tinham na cabeça para serem escrotas numa situação como aquela?

Havia o problema da aglomeração ao redor da mesa, como uma grande piscina de piche, que não a deixava avançar com a mesma rapidez e, embora Helena fosse um poço de calma em 90% do tempo, ela estava seriamente tentada a tirar a varinha do bolso traseiro de seus jeans para amaldiçoar cada infeliz à sua frente. Entretanto, Luca saiu correndo do refeitório antes que os músculos de seu braço atendessem ao forte impulso de seus pensamentos raivosos e Lena se afastou da aglomeração e mudou seu rumo para a saída, que juntava alguns poucos que se ocupavam em apontar os celulares para o corredor, nestes, Helena fez questão de empurrar ao chão, pisando no que estivesse ao alcance de seus pés no processo.

Não parou para ver o estrago, apesar de ter ciência de que o chão do refeitório não era tão macio quanto a superfície que encontrou a sola de seus All Stars. Correu pelos corredores, já tendo perdido o primo de vista, mas contou com a sorte de ver Alice e Vicente seguindo pelo grande corredor, apressados como ela, até o banheiro do primeiro andar. Seguiu até lá, sem considerar a série de regras que tinha quebrado nos últimos minutos e entrou no cômodo, a respiração um tanto pesada pela corrida; bem na hora em que Alice usava a sensatez. — O dano ainda vai ser grande, as pessoas não esquecem até o próximo grande escândalo — suspirou, ainda tentando conter a raiva na voz. Não do primo, mas bem, de todo o resto da população discente de Castelobruxo, e de quem quer que tenha bolado aquilo. — Mas nós estamos aqui, para o que você precisar, e vou socar qualquer idiota que mexer com você — decretou, com um rápido olhar de desculpas para Alice. Lena não ligava em pegar algumas detenções, se fosse para defender o primo.
VULPVELOX ⛛


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Rodrigo Kaefer Dutra
TLC » Fantasma
Rodrigo Kaefer Dutra
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243
Qua 25 Mar 2020 - 17:34
Vou me encontrar longe do meu lugar
Nada a temer senão o correr da luta; Nada a fazer senão esquecer o medo; Abrir o peito a força, numa procura; Fugir às armadilhas da mata escura
Assim que abriu os olhos, o Kaefer pode sentir que estava atrasado. Como aquele puxão involuntário do corpo que sente estar caindo da cama, ainda que fosse apenas a experiência deveras vívida de um sonho profundo. Não estava, obviamente, porque era sábado, mas ao mesmo tempo seu coração acelerou em nervosismo e teve de apoiar as mãos na cama para içar-se. Desperto, mas não muito descansado. Era o que tinha para hoje – e provavelmente para o restante daquele ano letivo caso Rodrigo não começasse a se acostumar logo a acordar cedo.

Colocou-se de pé, esquivando-se de uma pilha precária de livros na beira da cama, e seguiu na direção do banheiro. — Eu devia era arranjar um escoteiro para dar um jeito nisso aqui. — Resmungou para si ao sair e deparar-se novamente com aquela bagunça, com o rosto pingando água. Suas coisas ainda estavam metade dentro das caixas e um gesto de varinha não era o suficiente para pôr uma ordem naquele cômodo, mas, de qualquer forma, ele não tinha tempo para desfazer sua mudança agora. Fechou a braguilha do jeans com que dormira, escorregou o celular para o bolso traseiro e dando uma boa fungada numa camiseta cinza apoiada numa cadeira, vestiu-a, seguindo para o refeitório.

Um pouco de café, uma torrada, um pão de queijo. Rodrigo era um homem simples pela manhã, mas preferia passar o dia em jejum à cozinhar, então era melhor aproveitar o horário em que a cozinha estava aberta. Assim sendo, ao chegar no refeitório, encheu uma xícara de café, tomou um pão na outra mão e estava se afastando para apoiar-se em uma parede quando notou um rebuliço não muito condizente com o horário.

Ergueu o olhar para deparar-se com um aluno magro, cuja pele pálida contrastava com a sunga preta. — Que porra é essa? — Perguntou para si, juntando as sobrancelhas e afastando o café da boca. Dizer que estava preparado para interceder em um caso daqueles era esperar demais de um homem que cumprira as aulas da licenciatura por mera cerimônia para obter a dupla titulação. — Aquilo é leite..? — Continuou chocado, enquanto um sorriso ameaçava desenhar contra sua face. Agora ele podia imaginar o que estava acontecendo, o trote. Ah, ele adorava aquilo!

Liberou a mão direita prendendo o pão de queijo entre os lábios e rapidamente alçou seu próprio celular, desbloqueando o witchgram na sequência. Discretamente, fez um vídeo curto, da última garrafa de leite empapando as calças arriadas do adolescente e deste fugindo do salão, salvou-o na memória do aparelho e escreveu sobre as imagens “e que as aulas comecem…” enviando o vídeo por mensagem privada para a irmã. Alheio aos sentimentos do desconhecido humilhado, Rodrigo guardou o aparelho de volta no bolso, deu uma boa mordida no pão de queijo e muito divertidamente prosseguiu seu café da manhã.


Vicente Ventura
COMASUL » Auror
Vicente Ventura
Mensagens :
263
Ocupação :
COMASUL: Auror (estagiário)
Qua 25 Mar 2020 - 19:06
Não adianta chorar...
Há algo de perverso na inocência que ronda o desconhecido. Os momentos antes de algo ruim acontecer são, geralmente, os que menos são notados e dificilmente são lembrados. Exceto por aqueles que- como Aurélia gostava de dizer- são os confidentes do universo, raros eram os que percebiam as sutilezas que antecediam o pandemônio.
O riso sonoro de Vicente Ventura ecoava na mesa dos Carcarás que, depois de se fartar de um prato repleto de tangerinas e tapiocas, divertia-se com as bobagens proferidas por seus colegas de time.
Divertia-se ainda mais ao ver os tons do cabelo de Alice Pegoretti mudando, tal qual um caleidoscópio ao mero olhar de João. O batedor não sabia, exatamente, em que pé estava a relação entre o Peixoto e a Vice-Presidente do centro acadêmico, mas definitivamente estavam em algum lugar. Ele estava em outra mesa, a metros de distância e, ainda que seu intelecto não fosse dos mais avançados, fora capaz de notar. Seu coração estava, graças a isso, aquecido e quase satisfeito.
Parte de si ainda sentia uma incômoda lâmina de frustração perfurando-o a cada respirar: Luca não havia mais dado as caras, enviado qualquer mensagem ou dado sinais de que o que acontecera na festa não fora fruto das bebidas coloridas apenas. O carcará, que muito embora possuísse sempre um sorriso farto nos lábios e o olhar travesso, vinha experimentando nos últimos dias de uma inquietação que não sabia muito bem classificar. A princípio, pensou estar apenas preocupado com o bem-estar do witchgramer, mas tomara o cuidado de levá-lo ao dormitório depois da festa e, ignorando seus brados irritadiços, permaneceu sentado no chão ao lado de sua cama até que ele adormecesse.
Talvez tivesse passado dos limites na festa e incomodado Coelho de alguma forma que, moroso como só, ainda não havia se atentado. Havia uma terceira possibilidade que, honestamente, lhe causava sudorese nas palmas das mãos: e se Luca não estivesse mais interessado? E se tudo o que o mais novo havia imaginado sobre Vicente ruíra no momento em que os lábios de ambos se tocaram? Quiçá, o beijo de Vicente Ventura fizesse o contrário dos beijos de contos de fada.
_Que cara é essa, Venturinha? – a voz de Emília o tirou de seus devaneios, e ele notou que o riso de antes havia se esmaecido e se transmutado em uma carranca. – Parece que viu a mula sem cabeça...
Vicente abriu os lábios procurando as palavras que lhe escapavam sem titubear. Emília sustentou o olhar do batedor tempo o bastante para que o rosto deste ganhasse um tom a mais de cor-de-rosa. Encolheu, por fim os ombros e agitou a cabeça em negação. Podia sentir os olhos da menina pairando sobre si e podia jurar que suas sobrancelhas estavam arqueadas em questionamento. Eram amigos há tempo suficiente para que as carrancas de Vicente fossem facilmente decifradas pela outra.
_Não é nada...- pronunciou, por fim, erguendo os olhos mas os olhos de sua amiga já não estavam sobre ele e sim sobre, bem, sobre Luca Coelho.
As sobrancelhas do Ventura uniram-se e toda a face do menino contraiu-se em dúvida, fazendo um esforço para entender o que estava acontecendo. Bastou que os olhares de ambos os meninos se cruzassem para que Vicente percebesse que o que quer que estivesse para acontecer, não seria boa coisa.

Ver a inquietude de Coelho, conforme o garoto franzino e pálido se despia quase que completamente, ganhando tons rosados em toda a extensão de seu rosto e colo, arrancou Vicente Ventura da cadeira.  Cruzou os braços ante o peito, e cada vez mais sua postura assumia natureza defensiva e, de acordo com a sensação de que seu sangue começava a aquecer, protetora.
Não sabia identificar o que era aquele líquido no qual Luca se banhava, mas por seu aspecto esbranquiçado, Vicente assumiu ser leite.
Flashs começaram a pipocar por todo o salão e o riso cruel dos alunos tomou o lugar das conversas amistosas. O carcará espalmou o tampo da mesa de madeira e lançou aos colegas de time um olhar feroz.
_Acho melhor nenhum de vocês tirar o celular do bolso. –cuspiu por entre os dentes que mal se abriam, enquanto ele se retirava da mesa rumo ao aglomerado de imbecis que agia feito bárbaros.
Sem muitos critérios, o batedor segurou um garoto pelo colarinho, arqueou as sobrancelhas e bradou:
_Ti spacco la faccia se non metti via quel telefono adesso!¹
O riso do garoto esmaeceu, dando lugar à dúvida e surpresa.
_O que foi que você disse? – questionou, para a profunda irritação de Ventura, que o deu um chacoalhão e tomou o aparelho celular de suas mãos, jogando-o ao chão com um estalido.
Seu olhar encontrou um jogador do time rival, que segurava o celular bem no alto da cabeça, buscando uma vista perfeitamente limpa da situação. Vicente avançou sem pestanejar para cima do garoto, esquecendo-se que era capaz de usar a magia, e desejando acertar belos socos naquela face Jaguar.
Braços o pararam no meio do caminho com certa dificuldade, e o Ventura tentou se livrar deles a todo custo.
_Je vais te finir, fils de ...²- foi interrompido por uma Alice de cabelos completamente coloridos e olhos faiscantes. A mão da garota segurou seu braço com firmeza, não o bastante para pará-lo. No entanto, suas palavras fizeram a mente confusa do garoto clarear, admitindo que ela tinha razão.
Deu três passos antes de voltar a olhar para o Jaguar e, apontando um dedo em sua direção, resmungou:
_Je vais te détruire sur le terrain, misérable.³
Antes de sair do refeitório, arrancou o celular da mão de uma garota que costumava postar tudo no witchgram e atirou-o dentro de uma jarra de suco de laranja.
Honestamente, Vicente esperava não ser punido por aquilo.

Não sabe bem como foi parar no banheiro do primeiro andar. A verdade, é que se sentia tão quente e irritadiço, que apenas marchou ao lado de Alice Pegoretti sem questioná-la. Ela sempre sabia o que estava fazendo, de toda forma.
Passou as mãos nos cabelos, bagunçando os fios escuros. Achava, no fundo de sua alma, que Luca faria de tudo para não vê-lo naquele momento, embora desejasse que sua presença fosse bem quista.
Pegou a varinha das mãos de Alice, mordiscando o canto dos lábios e entrou com a garota no banheiro. Andes estava sentado ao lado de uma cabine, onde Luca se escondia.
O Ventura trocou um olhar sutil com Andes, cujos olhos azuis intensos estavam levemente arregalados. Sentou-se diante da porta da cabine e permaneceu em silêncio sem saber, exatamente, o que dizer.
O que se diz nessas situações? A tendência de Vicente era fazer brincadeiras mas, que tipo de brincadeira cabia ali?
_Hey, Luquinha... – deslizou a varinha por baixo da porta da cabine, até sentir a madeira tocar no corpo do garoto. – Acho que você é melhor com isso do que eu. – assumiu, lembrando-se da conversa que tiveram no campo de quadribol sobre feitiços e as não-habilidades de Vicente.
Deslizou pelo chão até suas costas se encostarem na superfície fria. Esticou o braço para dentro da cabine e estendeu os dedos, esperando que Luca os segurasse.
_Você não está sozinho nessa, Coelho, a gente está com você. – falou baixinho, quase num sussurro, mas tinha certeza de que Luca o ouvira. - Eu to aqui com você e não vou sair daqui.
Ouvia atentamente as palavras das meninas, pensando em como cada uma delas era sensata a seu modo. Todavia, foi pego desprevenido por Helena, que prometia socar cada um daqueles que fizessem mal a Luca.
Uma gargalhada irrompeu o peito de Vicente, fazendo-o tremer levemente.
_Eu vou com você, Lena. Levou meu bastão. – complementou. - Nos dê nomes, Coelho, e nós resolvemos para você.

Traduções
1- Eu vou quebrar a sua cara se não guardar o celular agora!
2-Eu vou acabar com você, filho de uma...
3- Eu vou te destruir no campo, seu miserável!
Morpheu Lutwidgev Byrne
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Qua 25 Mar 2020 - 23:10
bainne doirte
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O sorriso transpassava os lábios finos, o olhar satisfeito diante à própria imagem no espelho. Estava voltando ao corpo que tanto prezava... O que significava que finalmente poderia retomar os treinos e entrar em um time de quadribol. Não era exatamente um esportista fissurado, de certo, contudo se apoiava no fato de que o esporte era uma das poucas coisas absolutamente imutáveis, mesmo entre continentes. Era o gancho que o aproximava do que um dia foi sua casa, juntamente com Gus e Mika.

— Parece bom, não? — Perguntou para Ozzy que ainda dormia. Sabia que não obteria respostas, mas o costume de conversar com o pequeno perdurava mesmo em dias assim: um sábado ainda muito cedo, com quase nenhum barulho pelos dormitórios. — Juro que qualquer dia vou te acordar com água gelada. — Completou em um sussurro, ainda que a mentira fosse absurda até para si. Estava animado. Depois das festas de início do ano tinha conseguido um projeto de propósito pouco maior do que ser apenas um moleque chamando atenção.

Deu-se por satisfeito, abandonando o quarto por e descendo pela grande árvore. Tinha, ao menos naqueles breves momentos, a certeza de um dia positivo. 24h traçadas na ponta da caneta: tomar um café reforçado, passar nas estufas para verificar o crescimento de sua pequena horta ao norte - plantara malte, arroz vermelho, arroz e um pouco de aveia - e regá-la adequadamente, treinar no campo de quadribol enquanto os times não usavam o espaço...

— Ei, Luca! — Berrou antes que pudesse se conter, notando a pequena sensação do mundo digital pouco a frente de si. — Tá indo pro café? — Emendou em seguida, sem qualquer resposta. Aliás, para além de um witchgramer, Luca também era primo de Helena e, para completar, muito amigo de João. João, aliás, que fora o primeiro amigo de Morpheu durante seu início de intercâmbio... E que agora era um pé de guerra constante, sempre encaixando discretas ofensas quando o moreno se aproximava do ex-grupo de amigos.

Não o culpava, claro! Morph tinha tido a ideia brilhante de trocar flertes com Emília, a ex de João, enquanto eles ainda namoravam... E depois também com Alice assim que descobriu que o menino sentia algo pela jovem nerdzinha. Em verdade, raros eram os estudantes com quem Morpheu não havia flertado... O que incluía, finalmente, o pequeno Coelho. O menino franzino e famoso que fazia o Byrne lembrar tanto de Matt que às vezes doía. O mesmo olhar esperto e delicado, o mesmo ar alegre e cheio de amigos.

Bufou em uma raiva repentina ao lembrar do ex-namorado que deixara para trás. Terminara com o ele sem muitas explicações, de um jeito seco e pouco compreensivo. Preferia que o rapaz pensasse que Morpheu não o amava do que permitir que ele não amasse a si mesmo por todas as mudanças que causara na vida do moreno. No final, Matt havia sido um dos motivos pelo qual o jovem adoecera com tanta velocidade nos primeiros seis meses no Brasil... E ali estava Luca, uma lembrança sutil de seu primeiro relacionamento, dando-lhe às costas sem oferecer sequer uma palavra.

Odiava-os. Aos dois. Diminuiu o passo de modo a evitar andar lado a lado com o menino, mantendo a cabeça baixa para não fuzilá-lo perceptivelmente com os olhos. O caminho até a área comum pareceu demorar o dobro do tempo, se não mais! Foi por isso que, quando chegou, Luca já estava de pé sobre a mesa. Era como se o destino insistisse para que o Lutwidgev o visse... E, então, Morpheu o viu. Viu de verdade, o olhar deslizando pelo corpo pálido que agora se despia lentamente. Na frente de toda aquela gente.

Retirou a blusa e abaixou as calças, fazendo os estudantes se dividirem entre abismados e completamente agitados. Isso até mesmo antes de a barbaridade começar: o menino, já corado e de olhos marejados, tirou da mochila três garrafas transparentes, cheias de um líquido branco. Parecia consternado e congelado nos poucos segundos que separaram aquela ação da seguinte: destampou-as, uma por uma, despejando tudo sobre a própria cabeça, acompanhado de assovios e gritos. E então, Luca não era mais Matt, era apenas Luca.

Ambos tinham a aparência frágil e indefesa... Tinham aquele mesmo ar de quem vivia em uma área rarefeita por tempo suficiente para viver entre sonhos. Contudo, Luca era aquele que agia por demais e talvez pensava por de menos. Matt provavelmente conseguiria alguma forma de escapar daqueles trotes ridículos, executando-os pela madrugada ou qualquer coisa do tipo... Mas Luca o fazia ali, como as regras pressionavam de maneira implícita. O fazia conforme as regras do jogo, ainda que aquilo o destruísse por dentro. Era mais corajoso e mais homem do que metade daquela platéia jamais seria.

Sorriu de canto, com uma pontada de orgulho rugindo no peito. O mundo talvez precisasse de mais Luca's. Castelobruxo, talvez, precisasse de mais Luca's. E, quando o menino desceu da mesa em um movimento rápido, se espremendo para passar entre aqueles que pareciam ter gostado do pequeno show, Morpheu finalmente sentiu o baque de também não ter um terço da coragem do rapaz. Qualquer um ali poderia ter parado aquele absurdo. Qualquer um ali poderia ter pego uma das garrafas para jogar em si próprio e acabar com o sofrimento do rapaz. Ainda assim, absolutamente ninguém o fez.

Brigavam, os mais próximos do menino, com aqueles que filmavam e fotografavam. Bem-feitores copiosos de muitas ameaças, mas poucas ações: a coragem suficiente para socos e ponta-pés, mas nunca para levar a si mesmo ao ridículo daquele trote idiota. Em um movimento rápido, recuperou a varinha do bolso traseiro, direcionando-a para o dormitório de onde acabara de sair. — Accio Gude Peido-Vitrificado. — Exigiu de sua varinha, esperando alguns poucos instantes antes de avistar os dois pequenos objetos voando em sua direção.

Tomou-os ainda no ar com a canhota livre, analisando rapidamente o cenário. Alguns professores comiam em um canto, conversando sobre o ocorrido, e um centro massivo de alunos munidos com aparelhos eletrônicos parecia trocar informações. Era mais com eles que precisava se preocupar naquele momento... Então fez a única coisa prudente a se fazer: Sem pensar duas vezes, jogou com força um dos gudes na direção dos professores, fazendo o pequeno brinquedo quicar duas vezes antes de rachar e estourar em um cheiro insuportável de feijoada. Sua pequena distração.

Com as reclamações, vários pares de olhos tinha voltado para o centro docente que começava a se dispersar. Fez, então, o mesmo movimento, agora direcionado para os alunos que se aglomeravam. Em meio ao caos de acusações, Morpheu retomou a atenção para a destra onde ainda sustentava seu apetrecho mágico. — Pepperi Halitus! — Pronunciou o novo feitiço, dessa vez com um alvo na ponta da mira. Um encantamento de efeito certeiro, fazendo uma das meninas do amontoado, que falava coisas que Morpheu sequer ouvia, começar a disparar chamas insistentes entre os colegas.

Com o pequeno caos generalizado, a passagem se tornava mais livre e os flashs eram novamente acionados. Não era exatamente a melhor solução... Mas era a única coisa útil da qual o sonserino se munia: Tornar os assuntos os mais espalhados possíveis, de modo a desviar o foco daquela manhã insana. Não se importaria, e disso estava muito convicto, de que mais tarde fosse chamado na diretoria. Assumiria, com cada letra, seu pequeno e desafiador feitio. Naquele momento, porém, disparava entre os poucos que corriam em busca de Luca, acompanhando apenas o eco de Alice e Vicente.

Tinha a impressão de chegava em um corredor quando eles já o contornavam por completo, tornando o caminho infinito e agoniante. O que não esperava, claro, é que alcançar o destino fosse ainda pior do que se encaminhar para ele: no banheiro alguns poucos alunos aguardavam na porta de um box, conversando no vazio. Tinha certeza que Luca chorava copiosamente ali dentro... E mesmo se sentindo pouco confortável com a quantidade de estudantes, percebeu o instante exato em que seu coração amoleceu.

Luca não era exatamente seu melhor amigo, mas ainda era uma pessoa. Um menino tímido e pouco convicto de si mesmo, um rapaz que se julgava mais do que qualquer pessoa do mundo seria capaz de julgar. Suspirou baixo, passando os dedos pelos fios escuros, e finalmente se aproximou dos outros. Trocou um olhar cúmplice e um sorriso amarelado, o olhar baixo como se duvidasse do próprio direito de estar ali. Rapidamente, em um silêncio absoluto, se encostou em uma das paredes enquanto tomava o celular em mãos. Um comentário rápido na rede social movimentada do Coelho antes de uma mensagem direta para o rapaz.

Podia ouvir o barulho da notificação do outro lado do banheiro, de modo que podia entender que, se o rapaz não visse sua mensagem, era simplesmente por não querer ver. Em um suspiro fundo, tombou a cabeça para o alto, observando o teto acima de si em um misto de sensações que não sabia exatamente distinguir. No fundo, a única certeza é que esperava demais que o mais novo ficasse bem. Em especial por Morpheu também saber mapear exatamente os sentimentos absurdos de não gostar de si mesmo e, acima de tudo, de considerar-se sempre julgado e observado por todos.
Com: Helena Alcaide + Por: Estudos


Morpheu Byrne
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Luca Coelho
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Luca Coelho
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Qui 26 Mar 2020 - 2:20

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Luca Pereira Coelho, se acalme! Já passou, o circo já aconteceu, certo?! E veja bem, mesmo que tenham gravado, ninguém gosta de ficar vendo reprise, né? Ninguém zoa a seção da tarde e a eterna lagoa azul à toa” - Falar consigo mesmo, na tentativa de se autoconsolar é uma das tarefas mais difíceis que existe na vida e pra você que leu isso bonitinho entre aspas apenas lamento, pergunte ao Andes e ele te dirá que no momento em que chegou ao banheiro, só conseguiu ouvir vários fungados, soluços e berros inconsistentes. Meu rosto se encontrava vermelho, meu nariz escorria e se eu usasse lápis de olho, bem, ele já não estaria mais contornando meus olhos, mas sim melecando minhas bochechas e até mesmo o queixo.

E por falar no Briochinho, lá estava ele na porta da cabine, em pleno sábado, tentando me consolar, mais zen que senhorinhas em um show de reage, me chamando de amor. E eu juro que não queria ter sido um filho da puta, mas tudo que consegui responder por puro instinto foi – Vai embora, me deixe em paz! – uma resposta abafada por fungados e soluços, eu sei estava me comportando feito uma criança, mas veja bem, se você se auto humilhasse publicamente provavelmente estaria igual ou pior que eu. Por sorte o garoto era insistente e um verdadeiro amigo e tratou de passar meus pertences por baixo da porta. Constrangido, apenas me calei.

Não demorou para mais vozes de timbres distintos romperem o silêncio. “Você escolheu logo um dia de celulares liberados para fazer isso?”. Puta merda Gorete, é sério isso?! Desculpa se eu pensei que no fim de semana as pessoas acordariam mais tarde, ou comeriam mais cedo pra sei lá, tomar banho no lago?! Ou simplesmente não pensei! Se eu tivesse que limpar mais um banheiro no final daquela tarde eu teria uma síncope, seja lá o que isso significasse. Mas pelo visto foi puro reflexo da metamorfomaga, ela deveria estar tão aflita quanto os outros, pois o pedido de desculpas veio logo em seguida, assim como o choro frouxo que ecoava da minha garganta mais uma vez e era involuntário, como uma represa que estourava e não conseguia ser simplesmente contida.

O pior de tudo é que eu começava a me sentir envergonhado por demonstrar tanta vulnerabilidade. Qual é?! Eu sou o Luca Coelho, o carinha que fala pelos cotovelos sem medo das consequências, que invade quartos alheios sem pudor pra sanar as curiosidades, que nada pelado no... pera chega né, too much, too... much! De qualquer forma, estar naquela situação, além de demonstrar o quanto meu corpo era um problema para mim, eu me via fraco perante os demais. Foi quando uma aura irritada chegou segundos depois no ambiente, invadindo-o e ocultando a presença de todos os outros, em resposta meu cenho franziu de raiva. Eu ainda não entendia muito bem como aquilo funcionava, as emoções afloravam em mim como se eu tragasse o humor das outras pessoas, sem mais nem menos e o mais curioso foi identificar o dono ou melhor a dona de tamanha ira, Helena! Quem diria que minha prima tinha todo aquele fogo em seu âmago, nota mental para nunca a contrariar.

De qualquer forma, quando ela se acalmou, a tristeza tomou conta novamente, respirei fundo segurando o choro quando suas palavras encucaram em minha cabeça, me fazendo repetir baixinho. - Pessoas não esquecem até o próximo grande escândalo... gran-de escândalo. – Mordi o interior da bochecha, esfregando meus olhos para enxugar as lágrimas, o silêncio voltou a tomar conta do cômodo e eu ainda não havia me pronunciado, quando a voz grave e rouca percorreu meus ouvidos indo direto para meu coração, derreti. Como eu não havia notado ele ali? Como não?! Meus pulmões se encheram e esvaziaram de ar com tamanha velocidade, em consonância com as lagrimas que voltavam a rolar, escorreguei do vazo me sentando no chão para alcançar as mãos do batedor dos carcará, entrelacei meus dedos aos dele na ânsia de um abraço, queria tanto dizer que o amava e que sentia saudades. Mais um misto de sentimentos, que porra! Eu tinha que ser um viadinho emocionado e por que eu tava pensando e dizer um “eu te amo” no momento em que um vídeo escroto meu provavelmente estava ganhando likes por aí, likes hm?! Tavez...

De repente meu celular tocou da bolsa, uma notificação, provavelmente me marcando no maldito vídeo, sorte a minha que dona Theresa não era fã das redes sociais, menos ainda da rede social bruxa, Witchgram. Felizmente fui pego de surpresa, claro que havia um mar de comentários caçoando, porem dentre eles um em especial que me roubou um sorrisinho, sem saber como reagir apenas curti, mas estava longe de ser a maior surpresa. Abrindo as mensagens do direct, notei um textão, um textão que fez meu coração acelerar.

À medida que lia a mensagem, as lágrimas voltavam a se reunir nos cantos de minhas pálpebras, lágrimas essas que já não representavam tristeza. “[...] assim como o achei lindo em cada segundo dessa extensa e inexplicável manhã. Não era por estar despido... Nem pra te tranquilizar ou coisa assim. Só... Me encanta o jeito corajoso como enfrenta as coisas[...]”. Eu fui notado de uma forma positiva em meio a todo aquele caos, por alguma razão eu inspirei alguém, e isso fazia com que eu me sentisse amado, um imenso sorriso se formou em meus lábios.

[...]O Vicente tem sorte de ter um menino que aos quinze anos é mais homem do que a maioria dos adolescentes e adultos dessa escola. M.”. Foi nesse momento que me dei conta que os dedos outrora atados aos do Ventura, haviam se afrouxado por alguns instantes; voltei a apertá-los com força e uma dose de coragem me arrebatou. Com um toque da minha varinha sequei minhas roupas e troquei a camisa e com ajuda de uma loção, voltei ao meu cheirinho de costume, perfume de lavanda que era bem diferente do fedor azedo do leite.

Respirei fundo e saí do banheiro confiante com o celular na mão. – Bom dia, Lucalovers! Provavelmente vocês como os melhores detetives de plantão, por dentro de tooooodos os babados dessa escola, já devem ter visto o fiasco que foi o meu café da manhã, né?! Eu o autointitulo como o Trote da Nega do Leite, por que é exatamente o que foi!

Mordi a pontinha da língua enquanto sorria para a câmera do celular que estava em live.

Eu gostaria de dizer, que sim! Me senti péssimo fazendo ele e foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida, não por tomar banho de leite. Isso faz bem a pele, okay bêdinas! Mas por ter que mostrar meu corpo de uma maneira tão explícita, eu particularmente tenho um bloqueio ENOOOOORME com ele, mas também com um colégio lotado de gostosões como o Joca. A Licinha sabe bem disso, né?! – Pisquei para cam, abraçando a amiga colocando-a em foco. – É normal a gente se sentir desconfortável e um tanto fora do padrão.

Às vezes a vida coloca em xeque nossos piores ângulos, ou características. Comigo, hoje, foi o trote, mas quem sabe amanhã?! E caso seu trote venha a te constranger, não se preocupa MIIIIIGA, estamos juntos! Estamos juntos pra qualquer situação. Essa turminha aqui. – Virei a câmera mostrando todos os presentes no banheiro. – Foram meu porto seguro de hoje, recebi inclusive mensagens inusitadas, que foram uma boa surpresa para mim e me deram muita força!

- Então foda-se esses haters merdinhas que estão por aí querendo tirar sarro da gente, já dizia a sábia contemporânea Taylor Swift, haters gonna hate! – fiz uma careta e abracei a Helena e o Andes, tentando enquadrar o máximo de pessoas na tela. – Você sempre estará cercado por pessoas que prezam o seu sorriso e como a merda do vídeo já foi lançada na internet, eu que não vou ser trouxa e desperdiçar essa oportunidade de mershan, quem quiser ver meu trote delicioso é só acessar meu perfil e clicar no post com a hashtag mais clichê, cafona e verdadeira de todos os tempos! Por hoje é só meus Lucalovers e fiquem atentos para novas publicações, amo vocês. – Soltei um beijo estalado para câmera encerrando a live.

Corri em direção ao Ventura abraçando-o com força e selando seus lábios com um beijo. – Obrigado, obrigado e obrigado, eu te amo! – pousei meu queixo em seu ombro ainda no abraço apertado e então meus olhos pousaram em direção ao Morpheu e sem som, apenas meus lábios gesticularam um obrigado sincero.




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Vicente Ventura
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Vicente Ventura
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COMASUL: Auror (estagiário)
Seg 30 Mar 2020 - 20:38
Não adianta chorar...
Vicente nunca gostou de surpresas. Eram, em sua maioria, de péssimo gosto e de interesses controversos. Além disso, a possibilidade de desagradar os envolvidos na surpresa com uma de suas caretas sinceras causava-lhe calafrios e um estranho incômodo no peito, que parecia expulsar o ar afora.
Mas aquela surpresa havia sido boa. Muito boa. Tão boa que ele nem mesmo sentira os efeitos de ser uma surpresa.
Observava Luca com carinho, um sorriso no rosto e as mãos no bolso da calça desgastada enquanto os olhos verdes do witchgramer voltavam a brilhar para a câmera do celular. Não esperava que, ao desligar a câmera, o garoto se atirasse em seus braços. Aquela surpresa lhe causou um verdadeiro rebuliço e uma pontada atingiu-lhe em cheio ao ouvir aquelas três palavras.
Pela santa Iara das águas claras. Ele havia mesmo dito aquilo?  
Uma de suas mãos segurava firmemente a cintura esguia, os dedos imóveis como se temessem se mover milímetros e, num sobressalto, ele acordasse de mais um de seus devaneios. Se se mexesse, talvez Luca desaparecesse numa nuvem de fumaça e ele acordasse abraçado ao travesseiro, balbuciando incoerência sob o olhar zombeteiro dos colegas. A outra mão acariciava levianamente a nuca do influencer, ora brincando com os caracóis que despontavam ora traçando formas irregulares na pele clara.
Aquilo estava mesmo acontecendo?
Num dia, mal podia se conter quieto na cama do dormitório, revirando-se entre os lençóis até que estes estivessem emaranhados em suas pernas e sua cabeça mais cheia que nunca. Noutro, estava abraçando o garoto pálido de olhos atordoantes no banheiro, na frente de seus amigos, ouvindo palavras que não imaginou ouvir tão cedo, muito embora as tivesse devaneado.
Não via o rosto de Luca e tampouco imaginava o que os olhos do menino refletiam enquanto estavam atados no abraço. Espantou da mente todas as suposições derrotistas mergulhando o rosto na curva do ombro daquele que tinha nos braços, permitindo que o perfume de lavanda o embriagasse segundo a segundo.
Seu peito ainda se encontrava num sobe-desce febril graças às palavras que não sairiam de sua mente tão fácil e ver o corpo de Luca Coelho mover-se junto ao seu, o punha em estado de torpor.
Afastou-se apenas o suficiente para entrar em seu campo de visão, atraindo os olhos verdes para si. A face ganhou os traços de seu sorriso, cujo motivo tinha nome, sobrenome e estava bem à sua frente.
Então beijou-o, não um beijo sutil como fora o de Luca. Beijou-o como queria fazer desde a noite da festa, com tudo de si e ainda mais. Tudo que queria ser e tudo que queria dar a Luca.
Ouviu, abafado pelos batimentos que pulsavam em seus ouvidos, um assovio. Um riso irrompeu de dentro de si, imaginando de quem havia vindo aquela manifestação. Levando em conta os ânimos de todos ali e depois de ouvir Helena ameaçar distribuir socos, aquilo poderia ter vindo de qualquer um.
_É claro que ama. - concluiu nervoso, arqueando as sobrancelhas para disfarçar sua surpresa e ganhando um revirar de olhos seguido de um puxão nos pelos rebeldes de seu braço. – Ai!- resmunga, franzindo o cenho e encolhendo o braço a fim de acaricia-lo. – Ainda nem começamos a namorar e você já me maltrata.
Então, num súbito lapso de consciência, fechou os olhos com força percebendo o que havia acabado de dizer. Gotículas de suor brotaram de imediato na palma de sua mão, mesclando-se com a sensação de euforia que tomava conta de seu corpo e bem, de suas bochechas coradas.
_Quiero decir... Si quieres, por supuesto, porque creo que eres un buen tipo y eres inteligente ... Demasiado inteligente para mí, yo no soy muy inteligente, pero tú sí.- as mãos agitavam-se no ar, gesticulando tão rápido quanto os lábios se moviam.-  Y es fuerte. ¿Sabes lo fuerte que es? ¿Viste lo que acabas de hacer? Y puede ser mi egoísmo, pero quiero tenerte a mi lado. Tal vez tu no lo quieras, tal vez tengas algo mejor que hacer. ¿Tienes algo mejor que hacer?
As palavras escapavam pelos lábios de Vicente numa velocidade que nem ele mesmo sabia ser capaz. Não havia se dado conta de que, em seu nervosismo, não pudera controlar a língua e já não falava sua língua nativa, fato este que o deixava ainda mais nervoso. E se Luca não tivesse entendido nada? Os dedos entrelaçaram-se no fios escuros e bagunçados de seu próprio cabelo, despenteando-os ainda mais.
_Por que eu quero, Luca Coelho, eu quero ser seu namorado. –Admitiu, por fim, respirando profundamente pelo menos três vezes seguidas. – E se você não quiser, tudo bem. Eu lido com isso. Eu vou entender.
Os olhos escuros de Vicente finalmente encontraram os verdes bem a sua frente, olhando-o como se fosse um estranho alienígena, mas mesmo assim o nó que o atava por dentro pareceu se afrouxar. Os dedos foram direto para o rosto do garoto mais novo, numa carícia tímida.
_Eu acho que eu também amo você.

Morpheu Lutwidgev Byrne
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Ter 31 Mar 2020 - 15:57
bainne doirte
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O riso baixo encheu o banheiro pela sequência de ações. Pode receber a notificação de leitura da mensagem alguns segundos antes do moreno se levantar e, em seguida, sair do banheiro com o celular já erguido. Tinha o mesmo brilho confiante de sempre, a voz animada ecoando pelos azulejos. Era uma pessoa tão... Fantástica! Luca, com toda certeza, não era Matt. Ninguém seria, em verdade. Haveriam novos amores e novas pessoas... Mas cada uma seria... Bom, uma pessoa completamente nova.

O riso rouco se moldou em um sorriso de canto, o orgulho novamente dando-lhe pontadas doloridas. Estava tudo bem sentir saudade. Estava tudo bem ter acabado. Estava tudo bem, sobretudo, não se sentir mais anêmico e anônimo em Castelobruxo. Houve um tempo em que se sentia culpado sempre que se percebia feliz ou pensava ter atração por alguém. Em especial por sua mania de flertes constantes, ao fim do dia imaginava-se um lixo com perninhas humanas... E, bom... agora estava mesmo, tudo realmente bem.

Sorriu mais abertamente para a câmera assim que ela passou por si, acenando alegremente enquanto passava pelo vídeo. Luca tinha muitos seguidores e, de certo, Morph não queria parecer um babaca na frente de tanta gente. Ainda assim, tomado por uma nostalgia, esperou apenas o celular ser desligado para se aproximar do moreno. Não se importava que estivesse nos braços do Carcará... Ou que todos estivessem olhando. Precisava tirar o dia de folga para reorganizar os pensamentos e não tinha muito tempo para esperar pelas melosidades.

Às costas do moreno, tocou-lhe a cintura poucos centímetro acima do aperto de Vicente, chamando-lhe rapidamente a atenção. Em um movimento rápido, esticou-se para depositar um beijo inocente na nuca do rapaz. O olhar foi dirigido diretamente para o Ventura, sem malícia, sem guerra. Pela primeira vez não tentava uma provocação ao rival. Tinham um amigo em comum... E isso bastava. Estava inerte demais para dar explicações e conhecia bem o que estava por vir.

— Fique bem, borboletinha. — As palavras lhe saíram doces e carinhosas, mas sem qualquer tom de flerte. Era como se tivesse apenas feito um comentário qualquer sobre o clima do dia. Afastou-se tão rápido quanto se aproximou, dando às costas para a cena e deixando um sorriso cúmplice tomar os lábios. Piscou para Helena no caminho, se esforçando ligeiramente para não perder a pose, e abandonou o banheiro em passos calmos e arrastados. Em sua mente, as divagações tomavam forma e cor, deslizando pelos devaneios enquanto se dirigia ao alojamento.

Deixava ali a pequena borboleta, a comadre da flor. Deixava a prova de que o tempo exprime o melhor de cada um, mas não sem paciência. Deixava um velho flerte e um novo amigo, a quem o ensinara a confiar na vida e nos planos que ela traçava. Quiça, a vida sempre tinha planos para quem acreditava mesmo em voar. Sua pequena pétala viva, delicada e resiliente, um misto dramático de pomposidade e coragem surpreendentes.
Com: Helena Alcaide + Por: Estudos


Morpheu Byrne
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Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Seg 20 Abr 2020 - 20:47

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Sentir os dedos leves do batedor engalfinhados em meus cachinhos, juntamente com o seu beijo lascivo e voraz, me causou uma estranha sensação, gostosa, que beirava o calafrio e um algo a mais bem ao sul. Ai ai, acho que o maior desafio de qualquer adolescente é lidar com aquela sopa de hormônios em ebulição. Com o separar de nossos lábios, cocei a nuca um tanto desajeitado e o encarei projetando um biquinho pidão, como se estivesse a esperar uma declaração de amor à altura, assim como acontece nos livros de romance em que o herói tece um véu de poemas e juras de amor a princesa, eu queria ouvir o quanto o capitão dos carcará me amava e estaria disposto a passar a vida inteira ao meu lado. Bem... talvez eu estivesse indo longe demais no quesito expectativa, já que tudo que ressoou da boca do Vicente foi um broxante “claro que ama” e foi aí que eu ri, ri de nervoso, frustração e até mesmo por ter sido a cena mais cômica que já havia passado. Puxei os pelos de seu braço em retaliação as suas meias palavras, para ouvir um “ainda nem começamos a namorar...” e foi nesse momento que a minha mente vagou mais uma vez, então ele tinha interesse?!

Minhas bochechas, outrora pálidas, tomavam um rubor que se intensificava a cada palavra dita pelo linguista. Eu não fazia ideia de que caralhos ele estava falando, sou péssimo com qualquer outro idioma que não seja inglês ou português, mas ver o garoto tentando expressar seus sentimentos, com nossos amigos ali em volta e um esguio fio de suor descendo por sua testa, retratando o aparente nervosismo, foi a coisa mais fofa e romântica que eu poderia pedir. Foda-se os heróis dos livros, o menino que eu gosto estava ali estatelado na minha frente se declarando, pelo menos era o que eu queria acreditar, em um outro idioma para mim.

Mordi o lábio inferior em um ar de riso, tinha meus olhos pousados sobre os dele. Recebendo a gentil carícia em meu rosto o puxei em um abraço apertado e na pontinha dos pés alcancei seu ouvido para assim sussurrar – Mas é claro que ama. – Beijei sua bochecha e então separei nossos corpos mais uma vez e de forma espontânea meus dedos laçaram-se aos dele. – Acho que foi muita emoção para uma manhã, comecei com um banho de leite e terminei com um namorado... – falei encarando o Ventura de soslaio com um sorriso brincalhão nos lábios. – Pois bem, pelo visto tenho muito o que atualizar no meu Witchgram. Obrigado a todos vocês, de verdade, amo vocês! – encarei cada um ali presente com um sorriso, antes de sair do banheiro puxando o meu mais novo namorado pelo braço.




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bettyleg
Jaci
TLC » Moderadores
Jaci
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Qua 22 Abr 2020 - 22:28
encerrada
seu desejo é uma ordem!

sz


Foram descontados 02 Gude Peido-Vitrificado do inventário de Morpheu Lutwidgev Byrne, devido ao uso dos itens em postagem.
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