Não importava o que eu falava para os outros, no fundo, eu estava assustada com o duelo. Era a primeira vez que eu faria algo do tipo, mesmo que com supervisão e sendo contra um amigo meu. Eu tentava me mostrar confiante, demonstrar que eu sabia o que estava fazendo, mas na verdade eu sentia minhas mãos tremerem mais à medida que o horário marcado se aproximava. Mas eu estava mais do que disposta a passar por esta experiência, visto que eu sabia que iria me acrescentar conhecimentos importantes para o futuro. Portanto, mesmo nervosa, eu respirei fundo e ignorei meu âmago, que pedia que eu corresse. Eu não iria dar as costas, e independente do resultado, iria até o final.

Portanto, naquela manhã, enquanto tomava café com meu oponente, tentei parecer o mais tranquila e centrada o possível. Depois que terminamos, contei com Astrid para estudar alguns feitiços, principalmente de anos anteriores que eu já havia esquecido.  Isso ajudou um pouco a minha autoconfiança, mas me fez perceber que o horário marcado se aproximava. Com isso, decidi espairecer um pouco antes da batalha, e fui desenhar nos dormitórios, onde não haviam muitas pessoas durante essa hora do dia. Passei um tempo rabiscando, até que um alarme no meu celular me avisou que estava se aproximando o momento. Guardei minhas coisas e segui para a sala de Arte de Defesa e Combate.

Quando finalmente cheguei ao meu destino, respirando fundo para que minhas mãos não tremessem, percebi que tudo estava diferente. Havia um pequeno palco no centro da sala e as carteiras haviam sido substituídas por almofadas que pareciam confortáveis. Bianca já estava lá, no aguardo, e dormindo confortável em um canto estava Thiago. E ri, e me aproximei de meu colega, dando-lhe um cutucão com o pé. – Bom dia, princesa! Está na hora de perder! – Brinquei, sorrindo, e o ajudei a ficar de pé. Olhei para a professora e sorri. – Estamos prontos! –

Fomos direcionados a nos posicionar em lados opostos do pódio, e eu pude dar um último suspiro longo para me concentrar. Tudo daria certo, independente de quem saísse vitorioso dali. Com isso, esperei que Bianca nos desse a permissão e, segura, pronunciei. – Silencio! –

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Lancei meu feitiço com a maior concentração possível, mas não obtive o resultado desejado. Pequenas faíscas saíram da ponta de minha varinha, não silenciando a Thiago. Frustrada com a falha de meu primeiro feitiço, me distraí por um segundo olhando para minha varinha incrédula. As chances não estavam ao meu favor neste duelo. Ouvi, então, meu oponente lançar um feitiço com o efeito semelhante ao que eu havia lançado, mas com resultados levemente diferentes. Travalíngua, aquele feitiço manteria minha língua presa no céu da boca até que fosse desfeito, e eu não poderia deixar aquilo acontecer.

Com medo de ficar incapacitada pelo resto da partida, lancei o primeiro feitiço de proteção que me veio à mente. – Protego! – Proferi, sentindo minha voz falhar levemente. Torcendo que isso não interferisse na qualidade de meu feitiço, inspirei uma boa quantidade de ar e, esperando que esta não fosse minha última ação com controle de minha língua, pronunciei – Expelliarmus! – Mirando especificamente para o punho de meu companheiro.

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