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JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
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1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Narradora
TLC » Administradores
Narradora
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Contar Histórias
Sex 17 Jan 2020 - 16:43
Prova de Fogo
The Last Castle RPG

O domingo referente ao início da segunda semana do ano letivo, aquela em que as aulas começariam oficialmente, era sem dúvidas o mais aguardado pelos alunos, especialmente para os quintanistas, que deixavam de ser escoteiros e se tornavam estudantes seniores. Eis que também era a data de confirmação ou renovação dos Caciques de Ybirá, isto é, presidente e vice-presidente do C.A. bem como os capitães dos times de quadribol. Contudo, o ano letivo havia começado com o desfalque, nos times de quadribol e não só isso, a morte recente de Bendita Dourado e o fechamento da escola deixaram o corpo acadêmico levemente despreparado e portanto a data da grande comemoração havia sido adiada para a noite do dia oito de fevereiro, sábado, sendo assim todos os preparativos poderiam ocorrer em conformidade.

Aquela era uma noite de festa, muita farra e bebida, as luzes que emanavam dos frutos da árvore mãe perdiam uma pouco de seu brilho, para que a luz calorosa e faiscante da fogueira, no centro da copa, fosse o alvo dos olhares. As chamas subiam em espirais e formavam figuras, imagens de estudantes notáveis em poses guerreiras. Ao longe, na mata, era possível ver pequenos pontos dourados e luminosos, vigiando toda a situação, as caiporas, que não podiam adentrar no solo de Ybirá.

Em um pequeno palco havia quatro tronos feitos com amarrações de bambu, os dois do centro ocupados por rostos familiares:  Maria Luisa Vargas e Alice Bissoli Pegoretti, esta última, por sua vez, estava tendo um grande privilégio, já que raramente uma quintanista era convidada para fazer parte da liderança do Centro Acadêmico. Ambas as garotas, assim como os demais alunos, vestiam roupas tribais, tecidos de pele, plumas (todos sintéticos, apenas como simbologia a história) e tintas de diversas cores que marcavam rosto, braço e tronco, contudo as presidentes tinham sobre o topo da cabeça grande cocares coloridos, que distinguiam elas. Os dois tronos da ponta estavam vazios, aparentemente os times de Castelobruxo estavam sem líderes até então.

O runfar dos tambores conduzia os quintanistas que marchavam em fila indiana e se acomodavam ao redor da fogueira, os escoteiros se sentavam em arquibancadas e provavelmente aquele era o único momento em que um primeiranista era convidado a copa de Ybirá durante todo o ano letivo. Alunos do sexto e sétimo ano, veteranos, iam aleatoriamente até um dos aspirantes a sênior e marcavam-lhe o rosto com tinta vermelho sangue, em seguida lhe entregavam sua prova, ou melhor dizendo, trote, em um pequeno pergaminho enrolado como um canudinho. A partir de então, os quintanistas, sem ler, jogavam o papel no fogo dizendo a seguinte frase: “Eu, nome completo, me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeiro filho de Ybirá”, aquilo que outrora estava escrito no pergaminho é transcrito mágicamente para o antebraço do bruxo, ficando ali até o desafio ser concluído, ou término do ano letivo. Apenas o aspirante pode ler seu próprio desafio, os demais enxergam apenas um borrão de tinta no braço alheio.

Uma vez que o ritual era completo, a presidente do C.A. dava as devidas boas-vindas aos alunos, além de um breve discurso em homenagem a falecida diretora, e então iniciando a festa, com toda jovialidade. Aquela era uma noite sem regras, os estudantes podiam fazer de tudo, contanto que respeitassem a Grande Árvore. Uma poderosa magia fazia com que todos os aparelhos eletrônicos fossem desligados, com exceção do som para a festa, bem como uma barreira mágica era criada ao redor do espaço, impedindo que os mais bêbados caíssem e mergulhassem no pântano cheio de cava-charcos.

OBS¹.: Sempre que um aluno do quinto ano postar aqui, ele receberá a sua prova do narrador. Os que não postarem terão automaticaente falhado com o trote e terão que lavar os banheiros do quinto, sexto e sétimo ano, até o final do ano letivo.

OBS².: À partir do dia que receberem a prova de fogo do Narrador, terão duas semanas para concluir o teste, tanto em on como em off. Todos que não postarem cumprindo a prova de fogo, terão falhado e lavarão banheiros.

OBS³.: Apenas alunos veteranos podem participar da execução do ritual, os demais assistem nas arquibancada.

Nota: Alice Bissoli Pegoretti, por ser vice-presidente do C.A. você escolhe se participará ou não do trote, lembrando que ele se faz como uma tradição de Catelobruxo, não participar do mesmo poderá lhe agregar olhares tortos e desagradáveis.

Nota²: RP aberta para postagens em 28/02, os alunos terão até dia 14/02 para participarem. Divirtam-se!

Nota³: Os participantes ganham 20PPH.

Sistema de Sorte ou Revés ativado
TLC.RPG
XIII


Última edição por Narradora em Sáb 6 Fev 2021 - 22:44, editado 1 vez(es)
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Qua 5 Fev 2020 - 0:21

"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice.
" Você não pode evitar isso", replicou o gato.
"Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco, você é louca".
"Como você sabe que eu sou louca?" indagou Alice.
"Deve ser", disse o gato, "Ou não estaria aqui".


...

Sentada naquele bendito trono feito de bambu – do qual as possíveis piadinhas já se agrupavam na mente desordenada da menina –, a Pegoretti encarava discretamente todos que iam chegando na copa de Ybirá. Estava acostumada a ter uma altura mediana e olhar para os outros de igual altura e por vezes até mais baixa que seus amigos, mas naquele momento, era obrigada a encarar todos de cima, naquele palco vindo do nada, e aquilo estava lhe dando nos nervos.

A cada segundo que passava ficava mais óbvio que não estava à vontade com aquilo, e seus cabelos – para aqueles que a conheciam o suficiente – entregava aquilo sem muitas delongas, fazendo os cachos volumosos assumirem mechas lilás, por mais que Alice tentasse segurar as transformações para que assim chamasse menos atenção – se é que era possível. Aquela roupa específica para a ocasião não a permitia se sentir menos desconfortável, e mesmo que o fizesse, ainda havia o glamoroso cocar em sua cabeça, nas cores branco, azul laranja avermelhado feito telha – a última cor adicionada por ela mesma, que apesar de não ser uma cor muito agradável aos olhos da morena, passaria alguma mensagem aos seus jogadores favoritos. Tal adereço certamente não era nada discreto, e ainda contrastava com os cabelos coloridos da garota fazendo suas bochechas ficarem tão avermelhadas quanto os uniformes dos Carcará.

Encarou sua amiga de lado, observando toda sua plenitude e ar de superioridade e não pôde deixar a brincadeira passar. – Ainda dá tempo de desistir de ser sua vice? – sussurrou para Malu, que quase desenvolveu uma visão de laser capaz de torrar a Bissoli naquele momento. Ainda com o sorriso no rosto virou-se mais uma vez para o aglomerado de alunos que se juntava na copa da árvore, vários com olhares voltados para si, uns em expectativa, outros em descrença e julgamento. Definitivamente, aquilo não era para ela, o que exatamente estava fazendo ali?

Felizmente, avistou alguns amigos e colegas mais chegados e teve até que lançar um sorriso a eles, o olhar se revirando em resposta aos gestos e piadinhas para logo em seguida se perder a procura de um e outro que já deviam estar presentes. ”Não é que eu goste de complicar as coisas, elas é que gostam de ser complicadas comigo.”, lembrou-se de mais uma passagem do livro de Carroll, perguntando-se como havia parado naquela situação mesmo depois do trauma que havia sofrido um ano atrás. ”Eu devo estar com probleminhas mentais, só pode.”, afligiu-se e em seguida captou o olhar de julgamento de Malu, única que sabia da história de cabo à rabo e que, Alice imaginava, esfregaria sua cara no asfalto caso não se resolvesse e falasse logo com um dos dois. Sim, meninos. Infelizmente Gorete havia se metido em mais dilemas amorosos. ”Merda.”

Seus pensamentos foram interrompidos ao ouvir o som dos tambores e ver os quintanistas circularem a fogueira. O olhar de julgamento de seus veteranos e a frase da Vargas atingiram a aluna do quinto ano e nova Vice-Presidente do Centro Acadêmico como um choque elétrico, gerando uma energia que a fez ficar de pé de prontidão, um sorriso de lado moldando os lábios marrons carnudos enquanto tirava aquele cocar da cabeça e o deixava sobre o trono, finalmente vendo uma oportunidade de ficar livre daquilo, e então caminhou rumo ao círculo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Se colocou entre Andes e Luca na roda, encarando Nox de frente por cima do fogaréu. Até parece que não acetaria o desafio... encarar os olhos à sua frente só revelava que ela realmente precisava de alguma missão impossível para ocupar sua mente o máximo de tempo. Sentindo o calor da fogueira, Alice esperou pelo sextanista que lhe aplicaria seu trote.
we’re
all mad
here

COM
todos que quiserem
ONDE
Ybirá
OBS
Não me mata, Narra
››MONTY‹‹



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Andes Baiocchi Santiago
O GLOBO DE CRISTAL » Designer fotográfico
Andes Baiocchi Santiago
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OGDC: Designer Fotográfico
Sex 7 Fev 2020 - 0:03
O menino urbano de hoje, será o homem desconstruído de amanhã (mesmo com frio)
A brisa gélida que açoitava minhas pernas e eriçava-me os pelos, intensificava aquele sentimento inquietante presente em meu cerne. As meias coloridas de naves espaciais que me cobriam até as panturrilhas não eram de todo o mal e, meus pés cobertos pelo conjunto de borracha, pano e algodão do Vans que usava não pretendiam reclamar demais. Mesmo que o conjunto das vestimentas não fosse da melhor combinação, admito sentir-me de beleza única àquela noite. O peito exposto e pálido, coberto pelas pinturas tribais características da festa; assim como os braços e rosto, juntamente com a saia de folhas de bananeira presas por um barbante grosso em minha cintura. Gostaria que Peixoto e Ventura pudessem ver, mas veriam assim que nos posicionássemos perante a fogueira, assim como Alice que acharia uma graça meu novo visual.

Diante dos outros quintanistas, procurei pelos conhecidos, mas Luca parecia estar longe. Ao bradar da percussão, marchei em sequência; desviando-me ligeiramente da rota e caminhando após em passos largos, encontrando-me no Coelho ao dar-lhe um “soquinho” no ombro. – Foi-se o tempo de arquibancada, não acha, Fofu? – Esbocei um sorriso arteiro ao proferir tal alcunha, embora esperasse que Luca não levasse ao lado pessoal ou se magoasse pela brincadeira. Estávamos, enfim, em face do fogaréu imperial de crepitava ruidoso ao centro. Já não sentia mais o mesmo nervosismo de outrora; ainda nervoso, sim, mas diferente. Junto a Luca, pensei em pergunta-lo se este saberia quem passaria os trotes, pois – mesmo que fosse uma escolha aleatória de sextanista ou veterano – as chances de amigos entre turmas combinarem desafios não seria nula. Não passou de pensamento. Alice interpor-se entre nós sem muito dizer.

“Vontade minha, não; obrigação.”, tive comigo este pensamento ao esperar pelo pergaminho e o carrasco que me entregasse. Recolhi-me os olhos com as pupilas vagas, nem amando ou detestando o que passava na festa. Cumpriria o desafio de todo o jeito e era o que mais importava no momento. Qualquer castigo que adviesse da desistência, eu estaria o mais longe possível. Agora, mudando completamente o rumo que meus pensamentos vinham tomando, retornamos ao que deva importar. Retornei à Alice, que antes usava um cocar ao trono que ocupava. – Ei, flor. – Sussurrei a ela, inclinando-me ligeiramente em sua direção. – Você estava um pãozinho lá em cima, mesmo que pareça combinar aqui, com os outros sofridos quintanistas.

Não mais deslocado, procurei pelos rostos conhecidos de tempos passados. Rostos estes me alegravam de maneira singela. Onde estariam meus dois grandes amores, superiores na hierarquia escolar? Os dois pilares, obviamente, por duas finalidades distintas. Vicente, que venha por mim e me passe este trote sem abusar da sua autoridade; já João Carlos, que venha tirar Alice dessa queda infinita e não correspondida que ela tem por você. “Dê só um beijinho nela, por favor, sei que você que também, seu lerdo!”, proferia comigo mesmo na esperança que as energias do Castelobruxo nesta noite pudessem interferir positivamente em minhas súplicas mais fidedignas."Ah! Tupã, faça que peguem leve comigo. Meu corpo anêmico, fraco e pequeno não suporta muito."

06 posts • Quintanistas e sêniors • Roupas tribais • Copa da Ybirá.


andes

I'm just a poor, wayfaring stranger
Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Sáb 8 Fev 2020 - 11:53

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Meu corpo cambaleou e tombou na cama abruptamente, senti o baque fofinho contra as minhas costas e um sonoro “poing” das molas.... Se meus colegas de quarto me perguntassem o porquê do riso frouxo escancarado em meu rosto, eu provavelmente não iria ter cognição suficiente para explicar que: eu, Luca Pereira Coelho, beijei o amor da minha vida, crush dos meus sonhos, razão da minha libido!!! Ok. Basta! Contudo, não havia ninguém naquela cabana. A noite já tinha caído há um tempinho e àquela altura meus colegas provavelmente já tinham se reunido na comunal, para aguardarem o grande momento que todo quintanista teme, o trote.

Lembro piamente que no ano passado, um moleque teve que beijar um cava-charco, nem preciso dizer que ele passou uma semana inteirinha na enfermaria por causa de infecção, né?! Enfim, mas dentre uma semana com o gostosão do Angelus e um ano inteiro lavando privada pingando com vômito de PT, eu prefiro a primeira opção.

Com o banheiro exclusivo meu, tratei de pôr a trilha sonora que acompanharia o meu banho. – You know the world can see us, in a way that's different than who we are... – Claro que nada ilustraria meu momento melhor que High School Musical. – WE'RE BREAKIN' FREE! We're soarin' Flyin'... puta merda, puta merda! – Levei uma mão ao coração e a outra ao registro de água, para me equilibrar do quase tombo. Nota mental: não fazer performance coreográfica no boxe do banheiro, alto risco de escorregar e conseguir um traumatismo craniano.

Com o banho tomado e perfuminho de lavanda passado, o meu desafio agora era vestir a roupa, ou melhor o resquício da fantasia. – Tão de sacanagem comigo, não é possível?! – Ergui o saiote de folhas e bem, só o saiote mesmo, era tudo que tinha ali e nem fudendo que eu iria exibir meu físico mixuruca pra uma plateia de carniceiros. Juntei algumas contas, miçangas e penas, multipliquei elas com um feitiço e fiz um conjunto de colares que cobriam metade do meu tronco e iam de ombro a ombro, infelizmente minha barriga ainda ficava a mostra. Inferno! Odiava tanto meu corpo.

Nervoso e sem ter muito o que fazer sobre "A" veste, apenas saí do alojamento adentrando em uma fila indiana cheia de alunos do quinto ano, que subiam para a copa de Ybirá. Depois de uma caminhada um tanto exaustiva, nos posicionamos ao redor da fogueira e em um movimento, ilegal(?), tanto da minha parte quanto do Briochinho, saímos de nossas posições e nos colocamos um ao lado do outro. Retaliei o “fofu” do garoto com uma palmada em sua bunda, só pra depois cair a ficha que ele, assim como eu e a maioria dos meninos, tinham apenas um shortinho cor-de-pele embaixo da saia de folhas e aquilo era no mínimo broxante. Contive o riso pela apalpada, mantendo os olhos na fogueira que aquecia minha pele, talvez mais do que eu gostaria, estava muito calor. – Olha, eu preferia passar minha inteirinha naquela arquibancada do que vir até aqui pelado. – Abracei meu abdômen, eu estava incomodado e aquilo não era segredo algum.

Meus pensamentos só ancoraram na realidade quando presenciei a princesa indígena deixando seu trono e se unindo a nós, meros curumins. Trinquei os dentes ao ouvir alguns burburinhos, uns eram de alunos mais velhos, que caçoavam por ela ser a vice do C.A. outros eram de machos, comentando a pouca roupa da garota. Quando ela finalmente se posicionou entre mim e o Andes, segurei a mão dela e sibilei baixinho. – Diga o nome e eu o destruo. – Abri um sorrisinho levemente maléfico para morena e pisquei, sem encara-la, meu olhar ainda estava indeciso entre encarar as espirais de fumaça e os alunos a nossa volta, tentando buscar se eles estavam encarando meu físico e me julgavam de alguma forma, a boa e velha autossabotagem.



It's the texture of your skinI wannawrap my arms around you, baby
Never let you go, ohAnd I say, oh, there's nothing like your touch
bettyleg
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Narradora
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Sáb 8 Fev 2020 - 15:10
O Trote
The Last Castle RPG

Os nomes listados aqui referem-se as escrituras que aparecem no antebraço dos alunos após lançarem seu pergaminho na fogueira:


Alice Bissoli Pegoretti: MU-MU o desafio da vaca chefe.

Andes Baiocchi Santiago: Amigos ou Time, pra quem você veste a camisa?

Luca Coelho: Desafio da Nega do Leite.



Nota¹: Terão até o dia 14/03 para concluirem o desafio, boa sorte!
Nota²: Caso não concluam o trote até a data estipulada, deverão postar uma vez ao mês lavando um banheiro do quinto, sexto ou sétimo ano. Até concluirem o trote.
Nota³: As instruções do trote (que foram enviadas por MP) não devem ser mencionadas durante a festa, uma vez que vocês não sabem delas. Narre as instruções apenas na RP destinada ao seu trote.

TLC.RPG
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Maria Fernanda Rayleigh
TLC » Adulta
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Sáb 8 Fev 2020 - 17:45



CastelobruxoMariaCopaNoite




Le trot de l'école


Era cansativo estar em um lugar que entendia pouco do idioma, mas eu tentei me enturmar o melhor que pude, adaptando-me ao que podia. Felizmente, havia achado uma língua que conseguia falar com alguns dos meus colegas: o Espanhol. Não é como se não tivesse tentado aprender o português, claro que tentara, mas havia pouco tempo que começara os estudos autossuficientes na língua, entre os treinos e o trabalho do meu pai, ele não tivera tempo para me ensinar, embora a gente tentasse conversar na língua em algum momento — geralmente no jantar — mas eu sempre recorria ao alemão, dando-me por vencida pelo Português.

Com a ajuda das meninas, e alguns meninos, do dormitório do quinto ano, coloquei as vestes e passei a tinta nas meninas, e senti as digitais delas em minha pele, passando o líquido suavemente pegajoso no meu colo, rosto e braços. Demoramos, mais ou menos, desde a hora em que começamos a nos arrumar, até a hora de sairmos do dormitório para subirmos todo o caminho até a Copa da Ybirá.

O caminho não era tão longo, ou difícil, e foi divertido subir com as meninas. Elas tentavam falar comigo e eu balbuciava alguma coisa em um português misturado com Espanhol — Portunhol, elas falaram — algumas meninas que falavam espanhol ajudaram-me com algumas outras pessoas, e isso tornava as coisas um pouco mais dinâmicas, e um tanto mais divertidas quando eu errava algumas palavras ou colocações verbais.

O ambiente plano estava lindo, a brisa suave soprava e arrepiava minha pele — o que era algo diferente, dado o clima quente e abafado que era a escola — e, em contra partida, uma fogueira nos esquentava, a medida que ficávamos em volta da mesma, com as chamas altas e laranjas. Os tambores tocavam em um ritmo constante e cheio de vida, as luzes davam ao ambiente uma atmosfera confortável e o burburinho dos outros alunos a nossa volta deixava tudo mais animado, a pesar do nervosismo que me acometeu.

Os quintanistas marchavam e ficávamos em volta da fogueira, esperando... O que?

Aos poucos fui vendo os mais velhos se aproximarem, entregando pequenos pergaminhos enrolados em canudos aos quintanistas, que jogavam os pergaminhos na fogueira, depois de proferirem uma frase. Suspirei e olhei para a menina ao meu lado, uma das meninas que haviam me ajudado com o português durante aquela semana — Emília.

— ¿Qué están diciendo?¹ — perguntei, com o corpo levemente direcionado aos outros, observando enquanto os outros quintanistas o faziam.

Um frio começou a subir em minha barriga. Eu sabia o que era aquele papelzinho, haviam me explicado que haveria um trote e que haveriam desafios a serem completados, mas ninguém sabia me dizer que tipo de trote ou desafio seria. E isso me deixava ainda mais nervosa.


Traduções


¹O que estão dizendo?


NC




Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
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Estudante/Artilheira
Sáb 8 Fev 2020 - 18:39
Oh, I should be runnin'
tonight.
AND WE WILL BURN.
A aura animosa pelo grande dia da cerimônia inicial do ano letivo contagiava a todos os quintanistas, e as adolescentes que dividiam o alojamento do quinto ano mal podiam se conter entre a expectativa e o medo do que as aguardava nas próximas horas, afinal, era de conhecimento da maioria ali presente que os veteranos não costumavam pegar leve no trote anual àqueles que optaram por permanecer na escola por mais três anos.

Helena, entre elas, tentava manter-se o habitual poço de calma e frieza que sempre conseguia manter em situações de pressão, bem, quase. Ela estava ansiosa e nervosa, e não permitiu que os sentimentos fossem expostos às demais; ninguém viu que as palmas das mãos estavam suadas, nem que ela mal conseguia se manter enquanto ajustava as vestes tradicionais sobre o top tomara que caia bem justo e o short de algodão preto que usava.

— Espero que possamos transformar essas roupas em algo mais confortável depois do ritual. — disse para Emília, que ajudava a prender o saiote feito de couro sintético e fibra de buriti, adornado com penas e contas coloridas, o top — uma tira do mesmo material, larga o suficiente para não ser tão revelador e amarrado com laços na parte de trás — exibia padrões geométricos e Lena o ajustava para não transparecer nada do tecido preto por baixo.

Nos pés, Helena usava os velhos all stars pretos. Ela não se arriscaria a ir para a enfermaria por culpa de uma farpa, de novo, prendeu a varinha no elástico do shorts, por garantia e ajudou a amiga a se arrumar, rindo conforme a ajudava a desenhar os padrões geométricos festivos ¬— uma das meninas do dormitório mais familiarizada com a cultura indígena as havia ensinado e ajudado com a tarefa —, típicos nos braços, torso e pernas antes de, finalmente, se organizarem em fila e seguirem para a subida para a copa de Ybirá. A companhia das colegas ajudou a dissipar um pouco a ansiedade da Alcaide.

O nervoso voltou, no entanto, conforme caminhava para o ambiente amplamente iluminado por uma fogueira, o calor dissipando o frescor da noite conforme a fila se aproximava e os quintanistas ocupavam seus lugares ao redor das chamas, a melodia forte do rufar dos tambores apenas tornando tudo mais.... Oficial. Assistir era, definitivamente, uma coisa; ser parte daquilo era outra totalmente diferente.  Seu estômago parecia conter um bando inteiro de caiporas agitadas, céus.

Ocupou seu lugar e trocou um olhar ansioso com os colegas. Odiava não saber de antemão o que lhe aguardava, a faceta zombeteira de alguns dos veteranos, somados a piadinhas nada agradáveis direcionados à turma, também não ajudava em nada. Suspirou fundo e focalizou as chamas, ora alaranjadas, ora amareladas conforme consumiam a lenha empilhada no centro da copa.

Respirou fundo, e aguardou que algum dos veteranos lhe entregasse o desafio que deveria cumprir.
VULPVELOX ⛛


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
João Carlos G. Peixoto
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Dom 9 Fev 2020 - 16:24

It's a blacked out blur, But I'm pretty sure it ruled, damn. Last Friday night, Yeah we danced on tabletops And we took too many shots, Think we kissed but I forgot. Last Friday night

Mordendo o interior da bochecha, Jão arrastou os pés atrás dos outros colegas, adentrando devagar na área aberta localizada no topo da árvore-alojamento. Suspirando, o moreno olhou ao redor e coçou o braço desnudo, se sentindo levemente estranho por falta de palavra melhor. Tal estranheza não era, entretanto, da nudez que as roupas típicas lhe causavam. “Roupa típica nada, isso aqui é mais uma fantasia de carnaval.” Dando de ombros o garoto continuou sua caminhada entre a massa de alunos, ele realmente não se incomodava tanto assim com usar apenas a tanguinha de couro sintético de onça sobre aquele shortinho bege e justo. Ele até achava engraçado os padrões que a tinta neon de suas pinturas corporais faziam na semi-penumbra do local de cerimônias. Ainda assim, era como se algo tivesse roubando sua vontade de rir daquilo.

Tendo vindo sozinho à festa apenas fez o crossfiteiro se sentir um pouco mais inquieto que o normal. Era tosco e ele sabia muito bem disso, mas era praticamente a cereja no topo do milkshake depois de passar a semana sem praticamente ver os amigos. Algo que só piorava com a marcação do Bruno, que parecia ter tirado o ano pra brincar de stalker. “Deixa de ser egocêntrico, seu babacão, os outros tem uma vida além de você.” Carlos realmente se sentia muito escroto por se sentir mal assim, não é como se os outros tivessem o esquecido, eles estavam apenas ocupados, como o Vicente que estava se esforçando mais e mais para ser capitão dos Carcará. “Algo que ele vai conseguir sem dúvida”. Mas por mais que ele estivesse feliz pelo amigo, um sentimento como se de solidão remexia seu cerne, afinal, bem, aquele — seus amigos — fora um dos principais motivos que o garoto teimou com o pai de voltar pra CB, os amigos e a vontade de seguir os passos da mãe no mundo mágico, e ter concluído os sete anos no colégio.

Coçando a nuca, ele mordeu a língua para tentar se livrar desse sentimento, o rapaz não podia deixar os amigos o vissem assim, ele sabia que iria servir apenas para ele se culpar mais. Colocando, então, um sorriso no rosto, Joca seguiu o fluxo de sextanistas que iriam aplicar o trote nos mais novos, quer dizer, eles não iriam aplicar nada, apenas repassar um pergaminho com um trote desconhecido — e torcer para que não fosse nada pesado demais.

Ainda meio desligado, o Peixoto mal teve tempo de registrar quando lhe foi entregue o rolo de papiro de reflorestamento e ele foi empurrado em direção à linha de alunos do quinto, os olhos rapidamente rodando em busca de rostos familiares. Toda vez que as esferas castanhas se encontravam com algum amigo, o sorriso do rapaz se tornava mais genuíno e um calorzinho se espalhava em seu peito, afinal, era impossível para o Gonzalez imaginar uma vida sem a companhia daqueles que ele amava. O sentimento de pertencimento, entretanto, o envolveu mais forte quando suas orbes pousaram em uma certa garota, que se postava acima de todos e coroada por sua grandeza. “Que que tá havendo comigo?” O marombeiro se perguntou ao sentir sua garganta apertar e a boca ficar seca. João Carlos sempre foi lerdo, mas até mesmo ele sabia que tinha algo de diferente ali, algo que estava consumindo-o com mais força desde que soubera do ataque nas Galerias.

O menino ficara um pouco ensandecido, de acordo com o Daniel, ao saber que tão logo a amiga havia saído de perto deles — fugido? —, uma louca começara a explodir tudo antes de matar um bruxo em um âmbito cheio de fucking crianças! Só a lembrança do que ocorrido mexia com o Jaum e o fazia pensar em realmente seguir a carreira de Auror como lhe fora sugerido antes, ainda que em momentos como esse ele era consumido por uma vontade de apenas correr até a amiga e a puxar pra perto, abraçá-la e protegê-la, e… Sentindo as bochechas corarem, Carlos piscou com força e se forçou a olhar ao redor, se sentindo momentaneamente perdido. Procurando novamente a Pegoretti, o moreno percebeu que ela havia descido do palanque e se posicionava, reta demais, entre o Andinho e o Luca.

Os sobrolhos se franziram ao capturar os cabelos, agora livres do cocar, em um tom lilás, e por mais que fosse um pouco difícil manter o tracking do significado de todas as cores que a Lice poderia assumir, o crossfiteiro sabia que aquele não era um bom sinal. Sem nem mesmo pensar, o menino começou a marchar em direção a amiga, preocupação e um “comichãozinho” a mais moviam suas pernas sem o comando do cérebro, órgão esse que ora maquinava uma forma de demonstrar para a jovem que ele se importava com ela e estaria sempre aqui, ao lado dela, para o que fosse, ora desenhava paralelos de como ele se sentia com quando ele namorou a Emília. “Por que tudo tem que ser tão confuso?” A pergunta foi o último pensamento antes do Jão se estabilizar na frente da morena, os lábios repuxados em um sorriso meio tímido enquanto a mão coçava novamente a nuca. — Oi. — Ele falou e mordeu a ponta da língua, logo repassando o rolo de pergaminho para a Bissoli. Evitando se sentir ainda mais tapado pela forma estúpida qual se sentia, o aluno desviou seus olhos da quintanista e lançou um olhar apologético ao Santiago logo ao lado. Infelizmente ele ainda não sabia usar o Kage Bunshin no Jutsu para poder estar com todos os amigos ao mesmo tempo, e só esperava que eles não se sentissem tão mal quanto o Peixoto se sentia por não estar lá por eles.
 
last friday
night Alice e Outros + Copa da Ybirá + Conturbado
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Dom 9 Fev 2020 - 18:04
O Trote
The Last Castle RPG

Os nomes listados aqui referem-se as escrituras que aparecem no antebraço dos alunos após lançarem seu pergaminho na fogueira:


Helena M. Alcaide: Tranças não tão convencionais

Maria Fernanda Rayleigh: Fã de Netflix


Nota¹: Terão até o dia 14/03 para concluirem o desafio, boa sorte!
Nota²: Caso não concluam o trote até a data estipulada, deverão postar uma vez ao mês lavando um banheiro do quinto, sexto ou sétimo ano. Até concluirem o trote.
Nota³: As instruções do trote (que foram enviadas por MP) não devem ser mencionadas durante a festa, uma vez que vocês não sabem delas. Narre as instruções apenas na RP destinada ao seu trote.

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Benício Hidalgo
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Seg 10 Fev 2020 - 12:39
Benício Esguerra
local: Copa de Ybirá | objetivo: Trote | com: Colegas
Como diabos tinha terminado daquela forma? Se questionava, à medida que encarava — com o cenho franzido —, os curiosos e atípicos trajes que lhe encobriam o corpo. Ou melhor, quase nenhum. Já que se encontrava sob uma espécie de veste tribal, composta por algumas plumas, assim como também por inúmeras pinturas sobre a pele. Qual não entendia bem o significado, mas que terminou envolvido graças aos seus colegas. Inicialmente tentou escapar do evento festivo, escondendo-se sob os cantos mais sombrios do alojamento — abaixo das camas —, contudo, não por muito tempo, uma vez que seus colegas brasileiros o encontraram e o arrastaram para a Copa de Ybirá. Logo se viu imaginando o quão tolo tinha sido naquela ação, ninguém conseguia escapar de uma boa festa, especialmente acompanhado de brasileiros. Meneou a cabeça levemente e seguiu os colegas para o local, percebendo a movimentação de estudantes que se desenrolava sob o mesmo, cruzando os braços com uma expressão tímida, envergonhado sob o seu traje um tanto revelador. — Que há contigo, hermano? — Indagou um de seus colegas, tombando a cabeça para o lado e o encarando com uma expressão curiosa. — Nada! Solo estoy tratando de adaptarme a la situación... — Respondeu, tentando esboçar um pequeno sorriso, embora, falhando miseravelmente no processo.

Não era acostumado a festividades, tampouco afável a sorrisos. Nascido e criado sob as favelas de Buenos Aires, havia visto e presenciado um estilo de vida cheio de miséria e muito sofrimento, tornando-se um tanto rígido sob qualquer situação, além de recluso e em certas ocasiões antipático. Porém, como vinha tentando ser alguém normal e sociável com os seus colegas, terminava sempre envolvido em situações como àquelas. Claro, que isso vinha se estendendo desde o seu primeiro ano como aluno em Castelobruxo.

De certa forma, sua vivência sobre a escola e a companhia de seus colegas, mesmo que ainda limitada — por ele, óbvio —, vinha sendo um verdadeiro aprendizado, se não bálsamo para a sua vida infeliz. Uma vez que foi uma verdadeira surpresa, quando descobriu os seus dons mágicos e foi selecionado para Castelobruxo. No começo se mostrava tímido e perdido sob o ambiente, no entanto, atualmente não se sentia mais dessa forma, ainda que continuasse um pouco deslocado em eventos como aqueles.

Um suspiro pesaroso escapou de seus lábios e “Beni”, como era carinhosamente chamado por seus colegas, tentou relaxar e apreciar a festividade. Percebendo que os alunos do sexto e sétimo ano entregavam para os quintanistas pequenos pergaminhos, levando-o a esboçar mais um suspiro. Merda! Benício sabia o que significava aqueles pergaminhos, o famoso desafio para os aspirantes a sênior, como ele, ou melhor, o popular “trote”. O argentino meneou a cabeça novamente — movimento que vinha se tornando uma característica negativa sua —, e pôs os seus olhos sob as chamas crepitantes da fogueira a frente. Torcendo para não se meter numa enrascada, já que era impossível que alguém como ele, conseguisse concluir um desafio lançado pelos sêniores. Apenas um milagre poderia garantir-lhe tal proeza, ou poderia recorrer a famosa rivalidade entre argentinos e brasileiros. Só precisaria que algum brasileiro o provocasse, nesse caso nem mesmo ele se manteria alheia, afinal, tinha um grande orgulho a zelar. — Prepare-se Beni, você está prestes a navegar sob águas turvas e muito tempestuosas… — Comentou o seu colega, dando-lhe uma tapinha sobre o ombro e rompendo-se sob uma sonora gargalhada. Fazendo o argentino revirar os olhos e amaldiçoa-lo mentalmente, aquela terrível e futura provação era culpa dele.

— Gracias a ti, idiota! — Tentou se manter sério, entretanto, dessa vez terminou sorrindo e surpreendentemente de uma forma genuína. Benício cerrou os olhos, e adivinho só! Novamente meneou a cabeça de forma negativa.
Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Seg 10 Fev 2020 - 21:47
A iniciação... Ops, trote
Quinto ano + Trote + COPA DA YBIRÁ
O coração de Emília palpitava no peito a cada instante que a hora da cerimônia aproximava-se. Caso o alojamento estivesse vazio, certamente, o palpitar do seu coração seria ouvido por seus colegas.
Naquele momento, ansiedade e empolgação eram duas palavras que definiam a Martinez perfeitamente. A quintanista pensava diferente das demais colegas. As meninas reclamavam sobre tudo naquela cerimônia, mas, Emília sob influência materna da avó decidira aproveitar aquilo ao máximo.
Justina sempre frisara para ela que a cerimônia era um ritual de passagem, pois não eram todos os alunos de CasteloBruxo que chegavam até ali. Grande parte deles optavam por torna-se escoteiros.
Desde então, enquanto ficava sentada ali nas arquibancadas nos anos anteriores — às vezes escondida, para ver a cara desgostosa dos alunos —, sonhando quando chegaria a sua vez. Sorriu diante dos próprios pensamentos ao olhar no espelho. Estava engraçada com aquela roupa, definitivamente, ela não fazia parte das roupas casuais e confortáveis que povoam o guarda-roupa da boneca de pano.
O atual traje era composto por um saiote que cobria à altura das coxas, feito de penas de animais — sintéticas e coloridas —, folhas de plantas e entrecasca de buriti adornado com sementes e miçangas tingidas de diversas cores. O busto estava tampado por um tecido bege que Emília fez um excelente trabalho para esconder com os adornos que conseguiu, além de amarrá-lo com as tiras, de tamanho médio, de buriti que trançavam-se de forma firme entre a concha branca que cobria o top e os ombros. Nas orelhas, duas plumas brancas, que batiam á altura dos ombros, com leves detalhes alaranjados compunham o traje na parte de cima, mas, a estrela do look, certamente era longo cocar que ajudava a realçar seu rosto e os longos cabelos castanho escuro. O adorno, era uma mistura de penas vermelho-alaranjadas, pretas e brancas. Nos pés, um chinelo típico, de couro.
Após arrumar-se encontrou com a sua melhor amiga ajudando-a a prender o saiote. Helena era autêntica e mesmo em uma situação como aquela não se separava dos seus velhos tênis All-star.
O resto do corpo as amigas pintaram, tentando ao máximo abandonar a sensação de estarem desnudas naqueles trajes.
— Assim espero, Len. Pelos filhos da Caipora.  — A menina disse em resposta a fala da outra. Caso pudessem vestir algo mais confortável, Emília havia confeccionado o próprio traje, caso não pudesse usá-lo, com certeza, não faltariam ocasiões.
A goleira ainda ajudou outra menina — uma intercambista — que estava perdida no português, mas falava fluentemente o espanhol. Embora, Maria Fernanda não estivesse tão familiarizada com os costumes brasileiros estava tão nervosa quanto o restante das garotas do quinto ano.
As mãos de Emília começaram a soar quando chegou a Copa do Ybirá. Aquele lugar estava cheio. A adolescente olhou em volta, sua velha e conhecida arquibancada estava cheia de rostos novos, os tronos destinados aos capitães dos times estavam vazios, mas,  no centro reconheceu dois rostos familiares. Um deles estava abandonando o trono e tomando seu lugar na fila, quando Alice passou por Emília a goleira, sorriu, desejando a vice-presidente boa sorte. Emília, então posicionou-se alguns corpos atrás. Estava com a feição confiante e naquele momento esforçava-se para ignorar os comentários sem graças dos mais velhos enquanto procurava por outros rostos conhecidos.
Sentiu vontade de entrelaçar os braços aos de Helena e fazerem isso juntas, mas apenas engoliu em seco, esperando a sua vez. Maria Fernanda é quem interrompe os pensamentos assustados da Martinez ao perguntar o que os quintanistas estavam dizendo.
—Eles estão dizendo — fez uma pequena pausa para respirar, aquela frase era muito importante, dando um passo para frente disse. —Eu, diga teu nome,  me comprometo a mostrar minha força e meu valor, como verdadeira filha de Ybirá. Olhou para a menina, a incompreensão era visível em seu rosto e depois de um segundo, com um sorriso acolhedor, Emília explicou:  — Diga: Yo, su nombre,  me comprometo a mostrar mi fuerza y valor, como verdadera hija de Ybirá — Respondeu. —Tente dizer em português. — Sugeriu, repetindo a frase em português algumas vezes para a novata memorizar.
Logo, observou a menina fazê-lo. Em breve, graças a Caipora, seria sua vez.  

Martinez + muita gente  
by emme


Última edição por Emília Martinez em Seg 17 Fev 2020 - 11:53, editado 2 vez(es)
João Miguel Portugal
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João Miguel Portugal
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Seg 10 Fev 2020 - 22:21
O Trote

Fora uma semana bem agitada para todos os quintanistas. Ninguém sabia exatamente o que esperar do trote que os veteranos mandariam para nós. Eu tentara convencer Lúcifer a me dizer o que me esperava, mas ele se recusava a dizer, fazendo um suspense e um mistério que estava quase me matando de curiosidade. Tentei perguntar para nossos primos mais velhos, para os amigos de Lúcifer, mas ninguém ousava me dizer o que iria acontecer.

Uma semana sem aulas, em que podíamos fazer o que bem entendêssemos durante os dias, e Becca havia tomado meu celular — como fazia todos os anos — então sobrou-me colocar a minha lista de leitura em dia. Li um ou dois livros que havia posto em minha mochila, dancei em algumas salas vazias — já que não estava tendo aula — e na roda de capoeira, no castelo: colocava os fones de ouvido e treinava os passos de balé da última dança do filme High Strung — era a peça que estava ensaiando com Nana em casa.

E, mesmo assim, não foi o suficiente para esquecer-me do bendito trote.

No domingo, dia do mesmo, as meninas me levaram para o quarto e eu me troquei. Coloquei a saia de couro, quase colada em meu corpo, de não fosse pelas sutis pregas largas no tecido sintético; plumas vermelhas, colocadas como se fosse um cinto em volta da minha cintura davam um senso de volume e algum movimento; duas faixas de couro sintético cruzadas faziam papel de top, amarradas na nuca e nas costas, também com plumas presas ao longo do couro negro. Vesti as meias brancas ¾ e as botas de couro da escola e fiz desenhos em minha pele com as tintas coloridas, além da maquiagem e tudo o mais, e, finalmente, estava pronta para a noite de festa na Copa da Ybirá.

Eu e as meninas subimos juntas por todo o caminho até a parte plana da copa, em que o ambiente estava iluminado — os frutos da árvore cintilavam com um brilho fraco — e os escoteiros estavam nas arquibancadas, extremamente animados com o que estava por vir, e eu sabia exatamente o que estava em sua mente: qual seria o trote de cada um ali?

Eu estava nervosa. Um frio se instalara na minha barriga, crescendo e subindo pelo meu corpo, deixando-me arrepiada.

Olhei para Lúcifer — meu namorado, sextanista e batedor do time Jaguar de Castelobruxo — sorriu para mim, um sorriso enigmático e misterioso. O suspense que ele fizera a semana inteira estava por acabar, e, em pouco tempo, alguém iria me entregar o desafio que deveria completar. Fiz uma careta para ele — mostrando-lhe a língua e rolando os olhos — enquanto cruzava os braços e cobria parte do meu corpo exposto.

Não tinha problemas com isso, claramente, mas uma brisa fria começara a soprar, deixando-me com mais frio do que estava.

Ouviu-se o rufar dos tambores, e os alunos do quinto ano fizeram uma fila indiana, circulando a fogueira que aquecia minha pele, espantando o frio e deixando todos ainda mais nervosos, a pesar da atmosfera festiva e acolhedora. Eu acompanhei meus colegas, respirando fundo e sentindo meu coração acelerar à medida que os veteranos se aproximavam com seus respectivos pergaminhos, aleatoriamente entregando-os aos calouros. Estes, após receber seus pergaminhos e uma marca de tinta vermelha na face, falavam: Eu, [nome do aluno], me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeiro filho de Ybirá.

Eu suspirei, enquanto via meu namorado se aproximar de mim, meu coração acelerado e apertado, olhos semicerrados e mordendo o canto do lábio inferior, onde residia  um sorriso pequeno e nervoso.
Everyone in trouble in the CB|Copa da Ybirá Castelobruxo


Lúcifer B. Farias
Lúcifer B. Farias
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Seg 10 Fev 2020 - 22:54
Iniciando a ruiva
The truest wisdom is a resolute determination


''Pela milionésima vez, amor. Só porque é minha namorada não quer dizer que eu vou te contar o que vai acontecer, entendeu? A surpresa que é o legal, se você se comportar vou te dar aqueles teus doces favoritos.''

Foi a última frase dita para Ayla antes do trote que seria aplicado aos nossos colegas ''afilhados''. Com isso me arrumei, vestido de roupas tribais e finalmente me encontrava pronto para a cerimônia, mas na verdade tudo que mais queria era um tempo a sós com Ayla, estava com saudade de nossas horas de conversa e animes, até mesmo do perfume dela.

(...)

Ao adentrar ao evento, alguns minutos se passaram até que todos estavam concentrados naquele lugar, não podia negar que a aura de nervosismo espalhada pelos mais novos tomava conta do salão, será que eles pensavam que iria rolar uma Battle Royale ali? Os tambores runfaram enquanto eu me perdia em pensamentos, logo voltando a linha correta de raciocínio, tinha alguns pergaminhos a entregar então assim comecei logo que eles se prepararam.

Troquei olhares com Ayla, e lhe dei um sorriso ladino, antes de iniciar a minha participação, com certeza toda aquela semana em que me recusei a falar sobre o trote fora providencial para ela gerar uma grande expectativa, eu recompensaria ela muito bem após ele, ela sabia disso, pelo menos eu achava que sabia.

Um a um eu realizava o ''ritual'' até que finalmente chegou a vez de Ayla, que me olhava de maneira ansiosa, mordendo os lábios como sempre fazia quando se encontrava nessas posições. Aproximei-me dela e pintei seu rosto, com cuidado e também demonstrando carinho a ela, não poderia dar tratamento especial, mas também me mostrava presente.

O meu olhar de ''Tudo vai dar certo, confia em mim.'' foi revelado, o sorriso ladino que outrora ocupava meu rosto agora era um sorriso gentil, na verdade tinha vontade de apertar-lhe as bochechas e deixar a ruiva totalmente vermelha, mas não era a hora nem a situação, minha seriedade em funções sempre era levada ao máximo.






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Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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Ter 11 Fev 2020 - 9:54

”Não é que eu goste de complicar as coisas, elas é que gostam de ser complicadas comigo.”

— Carroll.
...

Olhando para Andes após ouvir seu comentário, Alice sentia-se até agradecida ao amigo por fazê-la ter algo a mais para focar além de seus próprios pensamentos idiotas, mas limitou-se a revirar os olhos em uma resposta divertida ao Santiago. — Um pãozinho, eu? Vou fingir que isso foi uma tentativa de elogio, ok? E devolvo dizendo que você está um brioche muito suculento, pena que não me deixaria provar. — sorriu ao encarar o amigo de cima a baixo, perguntando-se como era possível que nunca tivesse se interessado pelo amigo além da amizade, mas não era necessário muito tempo para que a resposta viesse em formas de pensamentos e lembranças como um belo tapa na cara. Desde que o conhecera, no segundo ano, havia achado no garoto um porto seguro, seu parceiro para as aulas legais e sua animação para as aulas chatas, e desde que Lice começou a se interessar pelas pessoas, sempre houveram dois rostinhos específicos dominando sua mente, não permitindo que ela pensasse no amigo daquele jeito — pelo menos não até agora.

Desviou o olhar de provocação do Andarilho e concentrou-se em Luca, que segurava sua mão. — Seriam muito nomes, hein? Mas assim que eu tiver arquitetado meu plano de explodir todos, te passo plano e lista de nomes. Isso se seu nome não estiver nela, Fufu. — sorriu enquanto sacolejava a mão do menino, implicante. Era engraçado pensar em como ela e o Coelho, tão rápido quanto começaram a se implicar sabe Cuca por que motivo, tão amigos se tornaram de repente. Mesmo que as implicâncias continuassem, a presença do cacheadinho era muito importante para Lice, principalmente ali, naquela roda. Estar na companhia de Andes e Luca deixaria tudo mais simples, certo?

Errado. Nada conseguia ser simples na cabeça de Alice quando João Carlos se fazia presente. Assim que se virou junto aos demais de costas para o fogo, observou Joca se aproximar do trio, e sua mente de imediato pensava em mil coisas sem focar em nada, enquanto o coração dava mil e uma cambalhotas. Lembrava-se do confusão interna que lhe acometeu na presença do Peixoto nas Galerias, e depois que havia dado um jeito de fugir da situação, lembrava-se com ainda mais clareza do desespero após o ataque da Japa Louca, quando não conseguiu achar mais ninguém. Não conseguiu achar Joca. "Droga.", apertou as pontas das unhas nas palmas de sua mão a fim de conseguir focar em algo que não fosse o turbilhão de pensamentos e sentimentos que envolviam o sextanista que provavelmente estaria ali por Andes, um de seus melhores amigos.

Falar com Andes e Luca deveria ajudá-la a manter-se sã, por isso acabou voltando-se mais uma vez para o primeiro mencionado, o jogador dos Jaguar, e lhe desejou uma boa sorte, crente de que o crossfiteiro o entregaria o papel com o desafio secreto, mas o sorrisinho de canto do Santiago a fez se perguntar se ela estaria errada de novo. E estava. Joca estava parado à sua frente? Lhe entregando o trote? ”O que rolou?”, sua mente se perdeu novamente. — Hey.. — respondeu simplesmente ao observar o não tão a vontade Gonzales. Ou será que era apenas impressão da Pegoretti? ”Ele veio por vontade própria, né?”, tentava entender o que estava acontecendo sem demonstrar muita coisa, mas infelizmente seus cabelos rosados não lhe deixavam ser muito discreta.

Acompanhando o olhar desconfortado do Carlos, encarou o jogador dos Jaguar novamente, com clara expressão de confusão, mas logo voltou a olhar para o sextanista. — Hmm.. não está esquecendo nada? — chamou a atenção do menino ao indicar a tinta vermelha. — Se entendi bem.. preciso da tinta para completar o ritual e a mensagem aparecer no meu braço, Joca. Não lembrava que você tinha fugido do seu trote.. — forçou-se a sorrir de forma implicante, brincando com o fato tosco de João lhe entregar o trote, sendo o primeiro dos sextanistas, e ainda esquecer aquele detalhe.

Por mais que julgasse — talvez erroneamente — que seria melhor se desviasse o olhar do Peixinho, não conseguia, principalmente quando quando o menino começou a lhe marcar o rosto com tinta. O formigamento que se espalhou em seu corpo a fez apertar as pontas das unhas na palma da mão mais uma vez, ainda mais forte que antes, e tinha certeza que se mesmo que não houvesse tinta em seu rosto, estaria vermelho igual. Apressada, virou-se novamente para o fogo, onde jogou o papel e disse em alto e bom som para que todos ouvissem e entendessem: Eu, Alice Bissoli Pegoretti, me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeira filha de Ybirá! — e naquele momento até que sentiu-se agradecida por Jão ter lhe entregado o papel como a primeira do círculo, assim todos os outros lembrariam o que falar, e de quebra a menina deixaria logo de estar no centro das atenções, mas olhar para ele novamente e ver a confusão que perturbava os olhos que lhe encaravam atiçou sua raiva acima de qualquer outra coisa.

”Será que ele não queria estar aqui? Não quiseram me entregar o trote e ele veio por dó? Mas que droga! Onde ele se meteu essa semana que eu mal o vi pelo castelo?”, sua mente já construía um monte de respostas, na defensiva, perdendo-se em mais pensamentos sobre o que estava acontecendo ali. — Se não queria me entregar o trote, era só não vir. Uma hora alguém traria, sem desafio é que não iriam me deixar. — falou entre dentes enquanto se aproximava um passo mais, o olhar triste assumindo um tom azul tempestade, e marchou pesadamente para longe dali sem falar com qualquer um dos três à sua volta enquanto mais um pergaminho era entregue ao mais velho, para entregar a mais um do quinto ano.

”Eu sou uma idiota! Ele também é um idiota!”, piscava com força, segurando o choro, e nessa de sequer reparar por onde passava, sentiu seu ombro empurrar alguém com força. ”Cacete!”, era o que sua mente berrava. — Perdão! — era o que sua boca dizia após respirar fundo e encarar o garoto em quem havia esbarrado, pelo menos as meditações para segurar o palavreado na frente dos outros estava adiantando de algo. Foi nesse momento, porém, que Alice percebeu à frase em vermelho escrita em seu braço. ”MU-MU o desafio da vaca chefe? MAS O QUE?” Seu olhar agora não sabia se focava nos dizeres em seu braço — que para outros não passaria de um borrão de tinta ilegível — ou se focava no menino à sua frente, que claramente não estava entendendo a confusão estampada na face da Bissoli.
trote
vaquinha
mumu

COM
Aluninhos
ONDE
Copa de Ybirá
OBS
Trote! MUUUU
››MONTY‹‹



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
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Ter 11 Fev 2020 - 13:42
O Trote
The Last Castle RPG

Os nomes listados aqui referem-se as escrituras que aparecem no antebraço dos alunos após lançarem seu pergaminho na fogueira:


Benício Esguerra: Toc Toc esse porquinho bateu na porta.

Emília Martínez: Oinc Oinc esse porquinho girou a maçaneta.

Ayla Ferreira Dias: Carnaval! Mascarado festival.


Nota¹: Terão até o dia 14/03 para concluirem o desafio, boa sorte!
Nota²: Caso não concluam o trote até a data estipulada, deverão postar uma vez ao mês lavando um banheiro do quinto, sexto ou sétimo ano. Até concluirem o trote.
Nota³: As instruções do trote (que foram enviadas por MP) não devem ser mencionadas durante a festa, uma vez que vocês não sabem delas. Narre as instruções apenas na RP destinada ao seu trote.

TLC.RPG
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Vicente Ventura
COMASUL » Auror
Vicente Ventura
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COMASUL: Auror (estagiário)
Ter 11 Fev 2020 - 17:06
You better rock your body now

O dormitório estava estranhamente silencioso, mas há pouco tempo havia estado imerso em caos e desordem. Os jogadores do Carcará se arrumaram para a festa de recepção sob gritos e cantorias e, mesmo aqueles que levariam o tradicional trote, pareciam sentir um misto de apreensão e empolgação.
Vicente se lembrava muito bem da sensação que sentira no ano anterior, ao ser exposto ao desafio e, mais ainda, ao ser exposto às consequências possíveis da não conclusão do desafio.
As sobrancelhas espessas estavam unidas em dúvida e indecisão enquanto Vicente fitava o próprio reflexo no espelho. Penas coloridas adornavam seu pescoço e pendiam em seu peitoral, agitando-se com os movimentos e fazendo a pele se arrepiar em cócegas. Suas maçãs do rosto estavam tingidas com as cores do time de quadribol que Vicente tanto amava, em dois riscos grossos de tinta alaranjada. Mas era o saiote tradicional que o incomodava a ponto de seu desconforto se transcrever em sua expressão. Feito de penas, tiras de couro e outros adornos que o batedor não saberia- nem pretendia- descrever, ele parecia exposto demais.
A bermuda por baixo do saiote impedia que Vicente se expusesse mais que o devido e ele não tinha com que se preocupar. Mas, para garantir, deu uma conferida na parte de traz e tudo que pode ver foram as coxas torneadas por horas de corrida ao redor do campo de quadribol.
Deu de ombros e concentrou toda a sua atenção numa vã tentativa de arrumar o cabelo, que por fim permaneceu da mesma forma que estava no começo desalinhado e arrepiado.
Uma última borrifada do perfume e ele deixou o dormitório dos Carcará a passos apressados, rumando aos aposentos dos alunos do sexto ano, onde pensava que encontraria um João Carlos de braços cruzados e olhar emburrado. Mas ele não estava mais lá, o dormitório já estava vazio.
Ocorreu ao batedor que não havia passado muito tempo com seu melhor amigo naquela semana. Passara a maior parte do tempo no campo de quadribol e tentando se acostumar com a nova rotina de estudos que pretendia manter. Aquilo havia soado como uma desculpa em sua mente durante todos os dias, mas diante das camas vazias e sem sinal do marombeiro, Vicente se sentiu desdenhável.
De que adiantaria se esforçar para conquistar o posto de capitão se não tivesse com quem comemorar? Estava decidido- desculpar-se-ia com João ainda naquela noite.

***

Com um sorriso brincando nos lábios, Vicente apreciou a visão de todos aqueles alunos vestidos com trajes típicos e que mal podiam se conter, ora de empolgação ora de apreensão.
Ele mesmo se sentia assim, vivaz. A festa havia sido um dos mais comentados assuntos durante toda a semana, e acabou por instigar o lado mais espirituoso do Ventura a cada burburinho que ele ouvia pelos corredores.
O olhar de Vicente cruzou com o trono vazio que deveria ser ocupado pelo capitao do time e foi atingido, em cheio, por uma sensação de ansiedade e desconforto.
Havia jurado para si mesmo, ainda antes do breve encontro que tivera com o time no campo de quadribol, que não pensaria naquilo. Bem, ele não estava pensando muito e agora tinha uma nova missão.
Percorreu o espaço iluminado pelas chamas da fogueira, procurando por rostos conhecidos e familiares.
Nas mãos, dois rolos de pergaminho se esbarravam com um pequeno ruído de papel contra papel. Vicente molhou os lábios com a ponta da língua, sentindo-se quase um traidor. Compreendia a importância do rito pelo qual boa parte de seus amigos passariam, mas lhe incomodava o fato de que a maioria deles não estava confortável com a situação.
Com o canto dos olhos escuros, viu João Carlos que conversava com a Vice-presidente do Centro Acadêmico. Os lábios curvaram-se num sorriso e a cabeça agitou-se em aprovação. O melhor amigo não dava o braço a torcer, mas Vicente bem sabia que o que ele sentia pela Pegoretti era mais que pura amizade e, bem, o Ventura torcia para que estivesse certo.
Ao desviar o olhar, se deparou com Emília. Sua goleira favorita não parecia nada confortável á beira da fogueira. Vicente sorriu caloroso para a garota e piscou o olho direito, como se quisesse confortá-la. Ela sorriu em resposta e ele continuou seu percurso até se aproximar do único Jaguar capaz de possuir sua afeição.
Colocou uma mão no ombro esquerdo de Andes e a outra sobre o queixo do amigo, levantando seu rosto, e em um tom sério e profundo, Vicente exprimiu seus sentimentos em forma de palavra:
_Você nunca vai encontrar o arco-íris se ficar olhando para baixo, Santiago...- mal terminou a frase e caiu no riso. Puxou o amigo para si, num abraço sincero. – Boa sorte, Jaguar.
Por cima do ombro de Andes, os olhos de Vicente encontraram Luca Coelho abraçando o próprio corpo. Ainda mais pálido sob a luz alaranjada do fogo, o witchgramer parecia destoar do ambiente. Por uma fração de segundos, Vicente repassou a tarde no campo de quadribol. O perfume de lavanda, a textura do cabelo úmido em seus dedos, o leve mordiscar em seu ombro.
O riso se transformou em um sorriso, apenas. Afastou-se de Andes e entregou-lhe um dos pergaminhos.
_Você tá lindo nessa roupinha, Santiago. - brincou, por fim, caminhando a passos lentos para longe do amigo e para perto de Luca.
Girando o último pergaminho entre os dedos da mão, arqueou as sobrancelhas ao fitar os olhos esverdeados.
_Parece que você pagaria para não estar aqui, Coelho. - Estendeu o pergaminho, pairando a mão no meio do caminho entre os dois corpos. – Toma, boa sorte. - esperou o garoto segurar a outra ponta do papel e recolheu o braço alguns centímetros, puxando a mão de Luca junto no processo. - Você vai tirar de letra.
Soltou o rolo de pergaminho, vendo o braço de Luca retornar ao lugar e deixou seu próprio braço pender ao lado do corpo.  Olhou para os próprios pés, e então para a fogueira. Viu ao longe Alice de cabelos azuis se afastar de João Carlos e decidiu que seria sua brecha para falar com o amigo.
_Vou deixar você ler seu trote...- sorriu para Luca e deu-lhe as costas, caminhando alguns passos até parar subitamente. Voltou a fitar os olhos verdes e, depois de hesitar poucos segundos com o lábio inferior preso entre os dentes, continuou.- Seu look tá ótimo, a propósito. Você tá ótimo. Vai bombar no Witchgram.
Ofereceu a ele uma piscadela e caminhou entre os corpos de alunos fantasiados até atingir o marombeiro.
De imediato, passou um braço por seus ombros e curvou os lábios num sorriso largo.
_Deus me ajude hoje à noite, com você andando por aí nesses trajes. -zombou, dando uma bela olhada nos músculos do melhor amigo. – E aí, que horas já podemos dançar?



Matheus F. Barbosa
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Matheus F. Barbosa
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Qua 12 Fev 2020 - 21:03




Uma diretora recém-morta e um clima fúnebre marcavam a festa de início de ano, embora todos fingissem que nada havia acontecido. A cerimônia desta noite seria bem distinta para mim, pois agora sou um estudante sênior e tenho que passar por algum tipo de trote. Mais uma das bizarras tradições bruxas as quais ainda não estou devidamente adaptado. Havia um palco montado no centro do local onde era possível ver quatro tronos feitos de bambu. Alice, uma menina do meu ano, estava ali sentada pois entrara há pouco para o centro acadêmico.

Tambores rufaram indicando que os alunos quintanistas deveriam formar uma fila indiana para receber o trote. Enquanto espero na fila, reflito sobre como as tradições indígenas presentes no mundo bruxo ainda me soam um tanto quanto esquisitas. Talvez por eu ser do Rio de Janeiro, ou talvez por ser um cara bastante fechado que não gosta muito de "novas experiências".


Enfim chega a minha vez de jogar o pergaminho no papel e receber meu trote. Hesito a fazer isso mas percebo a expectativa dos demais alunos da escola que parecem se divertir muito com esta tradição tribal. Por fim, jogo o pergaminho e digo:

- Eu, Matheus Fernandes Barbosa, me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeiro filho de Ybirá!


Completando assim, minha participação no ritual.




Álvaro F. N. Brandão
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Qui 13 Fev 2020 - 2:05

CAÇADORA
HOJE FOI DECLARADA TEMPORADA DE CAÇA


"Vermelho na roupa, pimenta na boca. Tô de rédea solta, eu tô." - Caçadora (Lucy Alves)


Uma coisa importante sobre o luto: não importa quanto tempo ele dure, uma hora ele precisa acabar. Após mais de um ano sofrendo pela perda de sua avó, Álvaro soube que era hora de deixar aquele sentimento partir, mesmo que tardiamente. Havia tido uma viagem calma até CasteloBruxo, exceto pelo fato do furdunço criado pelos caiporas, o que resultou em muitos alunos desgostosos. O rapaz tivera de se livrar de uns dois, algo que não era fácil para ele. Nucci respeitava a natureza e todas as forças provenientes da mesma, até mesmo as criaturas irritantes que reinavam naquele mundo. Ou seja, ele não gostava de ter de lutar contra qualquer ser, encantado ou não. Tirando isto, podia -se dizer que a calmaria reinou a maior parte do tempo. O menino abrigou suas coisas em seus aposentos, sabia que a festa e o trote para os alunos do quinto ano não tardararia para iniciar-se. Enquanto um sertanista, Álvaro já não se preocupava com o trote, agora estava retratado no outro lado da moeda estudantil.

Vestiu-se à caráter para a ocasião, sempre dando um jeito de colocar sua marca na produção das vestimentas. Colocou suas contas coloridas no pescoço, os braceletes de palha nos braços. Aquela era mais uma oportunidade para que sua fé se fizesse presente em sua vida. Enquanto caminhava para o local dos festejos, o rapaz cumprimentava alguns conhecidos de longa data em seus muitos anos de escola. O jeito extravagante de Álvaro era um refresco para os outros, foi o que o facilitou ter tantos laços afetivos. Encontrou também alguns colegas veteranos. Como ainda estava um pouco por fora da festa daquele ano, encontrar os colegas de anos superiores o ajudou a colocar -se a par da cerimônia. Estava disposto a ajudar na execução do trote, não por maldade ou qualquer coisa parecida, mas pelo fato de ele próprio ter passado pela experiência. Havia encarado seu trote com leveza, uma memória que guardaria para sempre. Vasculhou entre os presentes ao redor da fogueira, procurava por Helena, uma de suas conhecidas que passaria pelo ritual. Avistou os cabelos loiros dela, eles eram inconfundíveis. O rapaz juntou -se com os veteranos e pegou alguns dos pergaminhos, bem como, um potinho de tinta vermelha. Já sabia quem seria sua primeira pessoa a visitar.

Os tambores prosseguiram em sua música alta e forte, um dos traços mais marcantes de eventos como aquele. Deslizou sinuosamente pelas fileiras de alunos, o olhar focado na moça próxima da fogueira. Estava tão distraído que não notou a pessoa que vinha caminhando depressa ao seu encontro. Álvaro tentou desviar de Alice, porém, acabaram dando um encontrão. O rapaz segurou as coisas em suas mãos para que não caíssem: - Cuidado! E aí, bichinha? Parece que tás fugindo da Cruz. - O sorriso de Álvaro brilhava como o sol, o que era bem diferente das expressões que ele exibia desde a morte avó. Alice era uma colega, havia conversado com ela algumas vezes. Ele sabia que não podia parar para conversar, no entanto, enfatizou: - Eu tenho que entregar estes pergaminhos e fazer pinturas, mas se tu quiser conversar, eu te encontro depois, visse? Tu claramente não tá cem por cento. - Espontâneo como sempre era, Álvaro piscou para a garota, os pés voltando a caminhar na direção da outra conhecida. Aproximou-se sorrateiramente de Helena: - Diretamente do clube das Winx, surge sua prova!

O menino entregou o pergaminho destinado à Helena. Álvaro colocou os dedos na tinta vermelha e disse: - Juro que serão só alguns tracinhos. - Era importante deixar claro que, mesmo que fosse um trote, ainda poderia haver algo divertido nele. A ação, em sua essência, era sobre crescer e iniciar outros ciclos. Dando um breve sorriso para a loira, o rapaz passou a desenhar alguns traços no rosto da mesma: - A veterana que aplicou meu trote era muito na dela, ela me ensinou a não ser invasivo, sabe? Queremos que vocês se abram e sejam melhores versões de si mesmos nessa fase. - Tendo dito aquilo, Nucci terminou a pintura no rosto de Helena e ergueu o pergaminho com o trote em sua direção. Vendo a loira pegar, acrescentou: - Sei que tu vai trazer muito orgulho. - Deram mais algumas breves palavras e Álvaro continuou entregando pergaminhos e pintando calouros. Alguns reclamavam, outros preferiam levar na esportiva e rir, o que havia sido o mesmo do rapaz que agora era sênior. Restava apenas um pergaminho em sua mão, procurou alguém ao redor da fogueira que não tivesse recebido seu trote.

E lá estava ele, cabelos claros e expressão de que estava perdido diante daquilo tudo. Em sua vida, Álvaro vira poucas pessoas que fossem tão bonitas. Cortou as pessoas com seus passos furtivos, permitindo aproximar-se do outro menino. A idade de ambos não deveria ser tão distante uma da outra, apesar de o outro estar ao redor da fogueira e aguardando o trote. Nucci parou diante dele e molhou o dedo indicador na tinta: - Tu ainda não pegou o trote. Hora da pintura e da prova. - Um sorriso travesso surgiu no olhar de Álvaro.




CASTELOBRUXO » AMIGOS » ROUPA USADA » made by secret from tpo



ÁLVARO NUCCI


「R」
Andes Baiocchi Santiago
O GLOBO DE CRISTAL » Designer fotográfico
Andes Baiocchi Santiago
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Qui 13 Fev 2020 - 3:22

E como quem não quer nada, Alice parecia querer algo naquele instante, com aquele comentário. Mas vá! Deixe disso que não há motivos fundados para suspeitar da amiga agora, ainda mais com seus atuais problemas com outros relacionamentos. "Pena que não me deixaria provar" , Pegoretti rebobinava em minha mente; o modo de falar, a entonação, até sua tranquilidade ou despojo ao proferir. Besteira, paranóia sem motivos pensar em algo tão banal quanto isso depois de tantos anos de convivência; mera desorientação de sentimentos causados pelo ambiente inédito e a excitação púbere pelo evento. — Deixe disso, sorri sem que transparecesse determinada exitação e de perfil brincalhão, coloco minha mão sobre o peito desnudo, curvando ligeiramente ao cobrir-me, valoriza-me os atributos físicos agora que me percebe de poucas roupas. — Declaradas audíveis, confirmaram a inveracidade dos temores passados. Bissoli era amiga e nada mais.


Aproveitei a deixa de João Carlos e seu inegável desconforto para focar em outras coisas, como Ventura, que avistara ao longe na fileira de sextanistas, aproximando-se alegre dos amigos e, um pouco mais alegre, de Luca. Me mantive sério aos conselhos do futuro capitão do Carcará, que já esbanjava as características fundamentais de um líder. Demonstrava determinação no que dizia, mesmo nas brincadeiras. Ventura até conseguiria minha confiança, e a tinha na verdade, mas aquela frase de efeito não escaparia de uma bela risada. Aos abraços, sorri sincero. — Encontrarei o arco-íris por você. — A brincadeira não durou muito, ao sinal de "boa sorte" este me entregara o exímio pergaminho misterioso e perverso, não lhe dei ouvidos após, - enquanto este riscava minha testa com a tinta vermelha - mas era um elogio, disso sei. Já sobre o papiro, seu destino era o fogo. O ritual estaria completo e minha marca também. Foi-se o papel e os escritos nele contidos individuais a cada um, consumidos pelas chamas. — Eu, Andes Baiocchi Santiago, me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeiro filho de Ybirá! — Em meu braço, a marca surgia indolor. Procurava em outros pelo borrão ilegível e suas expressões. Só o meu parecia não fazer sentido? Algo em meu coração dizia que fazia mais sentido do que o sentido ao qual atribuía. A escolha entre amigos e time? Bem... você já sabe a minha escolha, não precisarei dizê-la, mas não há problema pois não devo. Independente do que seja, minha escolha foi tomada.


Penso que possamos pular para a parte divertida de qualquer festa, esta seria aquela que envolve bebidas alcoólicas e brincadeiras adolescentes de roda. Tempo tenho e de sobra para descobrir meu trote e preocupar-me com ele, mas a diversão não espera. Busquei por Alice que segundos antes conversava com João Carlos, mas parecia ter evaporado sem vestígios; e por Vicente que se encontrava com o Coelho. Novamente deslocado, procurei por rostos familiares com quem interagir. Do outro lado das chamas estavam Emília e Helena, além de uma outra jovem próxima à primeira. Burlando regras claras, ziguezagueei entre colegas, contornando a fogueira e aproximando-me das mesmas. Com seus borrões nos antebraços e as tintas em suas testas, assim como eu, estávamos prontos para a vida de sêniors. — Acho que logo nos deixam aproveitar o evento, já pensaram em que brincadeiras faremos hoje? — Indaguei àquelas que sabiam fazer festas, sorrindo de maneira simpática e sincera, mas de certa forma dizendo: meus amigos estão todos enrolados em relacionamentos, me adotem, por favor!

[ Amigos ou time... Lá vem história. ]
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andes

I'm just a poor, wayfaring stranger
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Qui 13 Fev 2020 - 12:45
O Trote
The Last Castle RPG

Os nomes listados aqui referem-se as escrituras que aparecem no antebraço dos alunos após lançarem seu pergaminho na fogueira:


Matheus F. Barbosa: Alô galera de cowboy!


Nota¹: Terão até o dia 14/03 para concluirem o desafio, boa sorte!
Nota²: Caso não concluam o trote até a data estipulada, deverão postar uma vez ao mês lavando um banheiro do quinto, sexto ou sétimo ano. Até concluirem o trote.
Nota³: As instruções do trote (que foram enviadas por MP) não devem ser mencionadas durante a festa, uma vez que vocês não sabem delas. Narre as instruções apenas na RP destinada ao seu trote.

TLC.RPG
XIII
João Carlos G. Peixoto
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Qui 13 Fev 2020 - 13:19

It's a blacked out blur, But I'm pretty sure it ruled, damn. Last Friday night, Yeah we danced on tabletops And we took too many shots, Think we kissed but I forgot. Last Friday night

Mordendo o interior da bochecha o rapaz encolheu os ombros como se pudesse se livrar daquela sensação estranha que ele não sabia explicar. Quer dizer, ele tinha suas suspeitas. A garota a sua frente lhe olhava de uma maneira suspiciosa, e após pegar o pergaminho ficou o encarando como se algo mais devesse ocorrer. “Eu deveria falar algo? Ou entregar algo a mais pra ela?” A confusão do marombeiro logo foi respondida de forma brincalhona pela Alice. Sentindo seu rosto corar o rapaz apenas resmungou um “Ah, ok” antes de se virar em busca de uma cumbuca com o líquido vermelho para afundar seus dedos. Enquanto ele iniciava o processo um trem de xingamentos para si atravessou sua mente soltando fumaça, com toda aquela situação logo antes nos últimos dias de férias, e o estresse que parecia persegui-lo na semana de aula que passou… e a Alice, e esse sentimento forte que ele não sabia o que fazer.

“Que merda Peixoto, seu terceiro ano foi pior que isso, deixa de ser dramático e supera logo.” Mordendo o maxilar o sextanista buscou algo diferente para focar sua atenção, ele detestava se sentir assim principalmente pois ele achava que aquela pessoa não era ele, e ele apenas terminava machucando os outros, algo que preferia morrer a fazer conscientemente. Desviar o foco de dentro de sua cabeça para a maciez da pele da Bissoli sob seus dedos não ajudou muito. O toque entre os dois, mesmo que leve, lançava fagulhas pelo seu corpo e o fazia se sentir um ímã de pólo sul. A definição meio estranha daquilo que ele sentia quase o fez rir, ele lembrava que o Gus soltara essa pérola um dia após propor o noivado com a Vanessa… “Noivado? Cérebro, amigo?” Prendendo a respiração, o Jão afastou a mão da bela face da Lice, tendo terminado de traçar as retas vermelhas sobre a pele morena. Tentando organizar o turbilhão que era sua mente, o garoto apenas encarou a quintanista quando ela lhe deu as costas e foi jogar o pergaminho na fogueira.

O que se passou a seguir foi muito rápido para a mente lesada do Gonzalez, e apenas o fez se odiar ainda mais por ser lerdo. Após se virar Alice encarnou uma carranca de raiva como se o crossfiteiro tivesse lhe estapeado e tão pouco deu tempo dele perguntar o que houve antes dela acusá-lo de estar ali forçadamente ou algo do tipo, e sair correndo da roda. — Espera! Alice! — As palavras saíram altas de sua boca, e ele estava pronto para sair correndo atrás dela quando um braço agarrou-lhe os ombros. Olhando para o lado, o Joca viu o sorriso brilhante de Vicente e um pouco de si aqueceu.

Mesmo que o marombeiro tivesse algumas pessoas pra chamar de melhores amigos, o Ventura era mais que isso, era mais do que um irmão também, e mesmo que eles mal tivessem se falado durante a semana toda, só a presença do jogador ali o fazia se sentir melhor… mesmo que isso não apaziguasse o turmoil de sua mente — e coração. — Err, brigado Dora, tu também tá gato. — O Peixoto encolheu os ombros, ele sabia que o tom jocoso, que usualmente era presente nas interações dos dois amigos, havia passado longe de sua voz naquele momento, mas veja bem, mesmo o marombeiro amando com força o batedor, não era ele a pessoa com quem ele queria estar naquele momento, a pessoa que ele queria não o queria por perto.

Enrolando a língua sem saber o que falar com o outro, Carlos foi poupado das perguntas — que ele não sabia responder — provenientes do melhor amigo, por algo batendo em seu ombro. Se virando para ver o que era, João deslizou para fora do abraço amigo e encarou o Borges esticando um pergaminho em sua direção, uma cena que relembrava muito seu trote no ano passado. — São dois, cê esqueceu? — A voz grave, que ele antes gostava de ouvir rindo, apenas causou um calafrio a percorrer seu corpo e uma ânsia a se alocar no fundo de seu estômago. — Eu tenho que ir. — Jão murmurou para o amigo, ignorando completamente o Bruno, e se afastando logo após pegar seu segundo pergaminho. Rolando as esferas castanhas pela roda de quintanistas, o rapaz viu a face ainda não pintada de Emília do outro lado da fogueira, e foi até ela de prontidão. Melando novamente os dedos na tinta carmesim, o crossfiteiro se aproximou. — Lena, olá. — Ele falou para a loira ao lado, se virando então para a morena. — Oi guria. Relaxa tá, vai dar bom. — As palavras saíram gentis ao perceber a aflição nos olhos da amiga, ele não gostava de vê-la assim, nunca gostou.

Beijando de leve a testa da Martinez, Joca começou a desenhar os padrões vermelhos no rosto dela. Ele gostava muito da menina, tanto que até namoraram no ano passado, e por mais que ele ainda a amasse, agora era algo mais fraternal, era aquele instinto de proteção e carinho que ele tinha pelos amigos. “Aquela outra forma de carinho… será que é isso? É isso né? Só pode ser isso. Mesmo sendo a mesma reação eu sou tão lerdo que nem percebi… mas eu-eu nem sei se devo, eu não queria machucá-la.” Mordendo o interior da bochecha com força, o rapaz se afastou da outra após terminar de desenhar os símbolos, e seus olhos confusos penetravam para além da menina e da fogueira a sua frente, um pergunta que ele já sabia a resposta pendia em sua mente e o fazia titubear sobre o que fazer a seguir. Mas talvez até mesmo para isso ele já soubesse a resposta, pois ao encarar o caminho por qual a Pegoretti fugira e imaginar outro atentado como o das Galerias, ou algo pior como ela com outra pessoa, o marombeiro malmente piscou antes de se pôr em movimento, indo atrás da Vice do CA para o bem ou para o mal.

Abrir caminho entre os alunos não foi problema, principalmente pois ele estava “full bull mode” como descreveria Sr. Arthur o estado que seu filho assumia ao esquecer a educação e sair derrubando — literalmente — qualquer um em seu caminho, sem nem mesmo pedir desculpas. Galgando pelo espaço, agora lotado, da copa do Ybirá, Jaum procurava pela garota fujona, pois se ela não ia falar nada, pois bem, ele iria. Ser teimoso e chato era algo intrínseco ao rapaz musculoso, e tal característica cabeça-dura e determinada só era amenizada pela óbvia lerdeza do garoto, se não fosse por isso era bem provável que ele não tivesse nenhum amigo. “E talvez seja isso que me faça perde-la. Mas bem, não é como se eu a tivesse em algum momento.”

Cerrando o maxilar o Gonzalez fez uma careta, tentando evitar pensar nas consequências que falar com a garota poderia causar. Ele gostava dela, não só como amiga, e mesmo que ele tivesse demorado pra entender, isso não diminuía como ele se sentia. Mas falar isso pra ela poderia terminar muito mal, com prováveis tapas e xingamentos, e talvez ele a perdesse de vez, perdesse o porto seguro da amizade. “Eu não posso pensar nisso. Não posso.” Balançando a cabeça, João Carlos fez uma curva, as orbes percorrendo todos os centímetros da copa. Ele precisava falar, sabia que precisava ou explodiria, e por mais que o doesse pensar na possível rejeição, era um risco que ele precisava tomar, um risco que ele não aguentaria levar para o túmulo sem tentar.

Parando e rotacionando em seu próprio eixo, o menino finalmente a viu, em um canto mais afastado dos outros como se quisesse se esconder, e um aperto forte fez doer seu coração. “Jah, me diga que isso não é culpa minha. Eu a machuquei e não percebi? Ou foi outro alguém? Será que ela tá interessada em outra pessoa já? Oh céus!” Mastigando o lábio inferior, Carlos ficou ali parado por mais alguns minutos, a dúvida se alojando novamente em si. Porém ele piscou e sentiu os olhos dela em si, olhos furta cor que o atraiam e repulsavam, e o moçoilo sentiu suas pernas se verem sozinhas, logo os colocando frente a frente novamente. Ele suspirou e coçou a nuca, sem saber como proceder agora, e por mais que ele tivesse muitas coisas pra falar para a outra sua garganta havia ficado seca. Sua boca também. Sentindo o incômodo da situação crescer e a pressão sobre agir antes dela fugir novamente, JC percebeu que não tinha palavras que ele poderia dizer, não naquele momento, então ele fez o que faz de melhor, apenas agiu.

Se aproximando da outra ainda mais, Peixoto colou seus lábios no dela, uma mão deslizando pelo pescoço e rosto de forma a ajudar o aprofundamento do beijo enquanto a outra se posicionou nas costas da mesma, a puxando para mais perto. A carícia enviava arrepios de prazer para sua nuca, o gosto dos lábios da outra nos seus era pura amortentia e misturado à fragrância da Bissoli, o induzia a um local de pertencimento muito forte, como se só ali ele pudesse se encontrar, só ali ele teria morada. O beijo teria demorado mais em outras situações, porém, mesmo sendo boa a sensação, o medo da rejeição o fez romper-lhes as bocas. — Eu sou sul e você é meu norte. — O crossfiteiro sussurrou, sem saber mais o que dizer, e apenas mergulhou nos olhos da Alice, torcendo para não levar uma bofetada.
 
last friday
night Alice e Outros + Copa da Ybirá + Conturbado
Maria Fernanda Rayleigh
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Qui 13 Fev 2020 - 16:07



CastelobruxoMaria +Copa da YbiráDe noite




Trot à l'école


Emília fora muito gentil, traduzindo o que estavam dizendo para o espanhol e ensinando-me a falar em português, para que eu pudesse completar o ritual do jeito certo, como estavam todos fazendo. Quando eu finalmente acertei a fala, gravando os dizeres em minha cabeça — arrependendo-me, por alguns instantes, de não ter levado uma caneta para anota-los em meu braço — um garoto mais velho — um veterano — se aproximou de mim e mais um pouco de tinta — dessa vez vermelha — foi passada em meu rosto, em um padrão que eu não sabia exatamente qual era.

Mordi o lábio e olhei para o veterano, mordendo o lábio enquanto ele falava alguma coisa para mim, que eu tentei entender, mas o barulho de outras pessoas conversando confundiram minha mente, deixando-me ainda mais confusa. Sorri para ele, enquanto pegava o pergaminho enrolado de sua mão. Respirei fundo, tomando coragem e me aproximei da fogueira, jogando o papiro para o fogo, observando-o queimar.

— Eu, Maria Fernanda Rayleigh, — engoli o seco e continuei, falando o que Emília havia me ensinado — me comprometo a mostrar minha força e valor, — ergui uma sobrancelha, tentando me lembrar as palavras exatas, até conseguir dizê-las — como verdadeira filha de Ybirá

Pisquei algumas vezes vendo a tinta aparecer magicamente em meu antebraço: Fã de Netflix consegui traduzir, depois de algum tempo. Franzi o cenho e dei de ombros, voltando a me aproximar das duas meninas que estavam junto comigo — Helena e Emília.

— Es este nuestro...1 mordi o canto do lábio e olhei para Emília, procurando socorro, procurando a palavra certa, que usaram a semana inteira, mexendo a mão, como se virasse a página de um dicionário. — Trote! — exclamei, animada em achar novamente a palavra. — Eso. Es eso nuestro trote?2 indiquei o braço, onde estava escrito as palavras.

Emília me olhou e respondeu, junto com a loira, mas, a pesar de saber que havia algo escrito em seus braços, não conseguia le-los. Tudo o que conseguia ver era um borrão em cada braço. Mordi o lábio: era isso que viam em meu braço também? Será que não podíamos saber qual era o trote de cada um?

Suspirei. Großartig.3 Pensei, comigo mesma, seriam duas semanas maravilhosas.

Eu estava no meio de uma crise, quando um garoto de aproximou de nós. Tombei a cabeça para o lado, tentando traduzir o que ele havia dito. Me virei para Emília e ergui uma sobrancelha.

— ¿Vas a tener juegos hoy?4 perguntei, em um tom mais baixo a Emília.


Traduções


1Esse é nosso...
2Isso é nosso trote?
3Ótimo
4 Vai ter brincadeiras hoje?


NC




Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Juliana B. Paezante
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Juliana B. Paezante
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Qui 13 Fev 2020 - 19:04
Chiclete, jujuba e pirulito


Se tinha algo que Juliana mais gostava de presenciar eram essas cerimônias da escola. Lembrava da sua como se fosse ontem, não pera, fora ano passado. Lembrava-se do mico colossal que tivera de pagar, mas pagara com a cabeça erguida, uma coisa bem sem noção por sinal... No inicio até tinha pensado em desistir, mas uma Paezante nunca foge do que lhe é pedido/mandado.

A roupa tribal deixava a pele pálida ainda mais sem cor, penas em tons quentes deixavam contrastavam com a pele branca como uma folha de papel, a pintura pelo corpo sempre fascinara a ruiva, sentia-se uma tela viva. Riu consigo mesma balançando a cabeça, mordiscava a parte interna da bochecha nervosamente. Não encontrava nenhum rosto conhecido, ninguém mandava ela ser tão quieta e arredia, por um pequeno segundo desejou ter em sua posse um livro ou algo que pudesse tira-la dessa sensação de ser engolfada pela multidão.

Cansada de mastigar a própria boca,  lembrou de seu pequeno estoque de doces e puxou a pequena bolsa de mão que carregava para todos os cantos pegando um pirulito, Juliana e sua velha mania de contrabalancear  a ansiedade e insegurança com doces, um dia ainda passaria muito mal com isso, mas quem liga... Deu de ombros levando o doce aos lábios enquanto observava curiosa o inicio de alguns alunos, sorriu deixando seus pensamentos vagarem entre o agora e poucos meses atrás, como o tempo passava rápido, pensava consigo mesma, mastigando o pirulito de framboesa que deixava sua língua num tom de azul escuro.

A ruiva ergueu o olhar suspirando, seria um longo ano pela frente se não fizesse algo, mas primeiro jurou a si mesma que esse ano não derrubaria nada em ninguém. Uma promessa difícil de se cumprir uma vez que a garota já provara para si mesma que era um desastre ambulante, seu corpo estremeceu com um pensamento e observou em volta: Será que teria pintar a cara de alguém igual fizeram com a sua um dia. O pensamento fez as bochechas pálidas da garota corarem. Estava tão feliz distraída com seus doces e pensamentos que a simples ideia de encarar os quintanistas a faziam querer cavar um buraco e se enfiar nele. Droga Juliana porque tem que ser tão tímida! A vozinha em sua mente a repreendia e seus ombros caíram. Porque mesmo a ruiva tinha de ser tão tímida...
K a y







I'm sour candy...
Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Qui 13 Fev 2020 - 19:52

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Ah pronto! Era só o que me faltava... Posso te garantir que ver o Vicente entregando o rolinho de papel nas mãos do Andes, que estava quase ao meu lado, fez com que um calafrio percorresse a minha espinha. No entanto a sensação de azia e medo atingiram seu ápice ao perceber a caminhada, em câmera lenta, do batedor do carcará em minha direção. Meus músculos se contraíram em ansiedade e vergonha, senti um suor frio percorrendo minha nuca e então apertei ainda mais meu tórax, tentando ocultar o máximo possível da minha pele pálida, ela era branca demais para alguém que morava a poucos metros da praia.

A voz grave e meio rouca do mais velho ressoou em meus ouvidos, me forçando a encarar com mais afinco o chão. Era engraçado olhar em direção aos pés dos alunos, eram poucos que levavam a fantasia à rigor, isto é, vindo descalços, na verdade ali tinha uma variedade de calçados, desde alpargatas a coturnos que contrastavam com os saiotes de cores e texturas variados. Encarei meu vans preto e tratei de relaxar um pouco, imaginando está vestido de forma típica.

Elevei um pouco a visão e a contragosto ergui meu braço para alcançar o pergaminho, uma brisa incomum e gélida resfriou meu umbigo, outrora coberto. Foi quando minha ação travou. Segurando o papel, fui puxado para perto do mais alto e ainda cabisbaixo fitei suas coxas torneadas, realmente em forma, que fizeram minhas bochechas arderem. Por tupã! Por que aquele garoto tinha que ser tão sexy e fofo ao mesmo tempo? E por que as vezes eu tinha a impressão de que ele estava apenas jogando comigo?! Inferno!Valeu... – foi tudo que saiu da minha boca e nem parecia que há algumas horas havíamos nos beijado, era estranho, eu estava desconfortável e na minha cabeça todos pareciam me julgar, incluindo o Vicente.

Não tardou para o sextoanista sair dali o que me permitia finalmente elevar a visão. A luz cobre das chamas banhavam os ombros largos do garoto, o brilho e a penumbra percorriam sua pele bronzeada e involuntariamente mordi meu lábio inferior pensando nas videocassetadas do Faustão, não podia ficar animado, não ali, não com aquela roupa, tampouco na frente de todo mundo. Maldita seja a puberdade! Ainda com a visão ereta, notei a cabeça do Ventura tornando a olhar para seu trajeto e foi quando nossos olhares se cruzaram. Nem preciso dizer que por dentro eu estava tendo um leve AVC, mas juro que me mantive firme e forte após o comentário do jogador. Puta que pariu! Será que ele flertava assim com todo mundo?! Ta certo que a gente se beijou, mas o que aquilo significava pra ele? Ele me pediu para ir à festa, mas até há alguns dias ele andava com um gringo dinamarquês. Ok. Isso foi ano passado, mas mesmo assim....

Trinquei os dentes e apertei o pergaminho jogando-o com força dentro da fogueira. - Eu, Luca Pereira Coelho, me comprometo a mostrar minha força e valor, como verdadeiro filho de Ybirá. Blá, blá, blá. – O tom da minha voz era de sarcasmo e má-vontade, dei meia volta saindo do círculo, não sabia se aquilo era sequer permitido. Foi quando um tracejado começou a percorrer meu braço, como se fossem brasas. – Puta que pariu, puta que pariu, ai, ai, ai! – reclamei baixinho procurando me sentar em um galho que aproveitasse a menor incidência de luz possível. Provavelmente “quebrar o protocolo” tinha suas consequências, a minha foi sentir uma puta dor enquanto as palavras Desafio da Nega do Leite eram escritas em meu antebraço. – Mas que porra?! Foda-se... – discretamente levantei e roubei a primeira bebida gelada sobre a mesa, uma garrafa de chicletinho (pinga mix) de um litro. Violei seu lacre e entornei o gargalo em minha boca. Voltando aos maus hábitos, Luca Pereira? Estaria me tornando uma versão mais nova e ilegal da Dona Theresa, bebendo como forma de aliviar a dor e desconforto?! Já dizia o ditado, tal pai tal filho e como meu pai é irrelevante nessa equação, adaptamos para mãe.

A bebida se esvaia a medida que Vargas proferia seu discurso, foram em média quinze minutos alternando entre goladas e alguns arrotos, até só sobrar quatro dedos do líquido rosa. Eu definitivamente não estava bem, quem bebe tudo aquilo em um tempo tão curto de tempo? Pelo visto eu! Meu olhar zonzo pairou sobre os demais alunos, a música começou a tocar e me levantei cambaleando um pouco, não era possível, não tinha dado tempo do álcool bater? Ou tinha?

Como de costume as primeiras músicas sempre eram algum pop ou indie internacional, apenas para quebrar o gelo da pista de dança, mas àquela altura o iceberg inteiro já havia se triturado para mim. Reconheci o remix de Vintage da música de Imagine Dragons, meu corpo começou a sentir o ritmo, meus braços sepertearam no ar quando o refrão começou a tocar. – I'm waking up, I feel it in my bones Enough to make my systems blow Welcome to the new age, to the new age Welcome to the new age, to the new age! – eu não estava apenas cantando, eu gritava, o álcool adormecia a minha garganta e minha voz ecoava na área aberta. – Whoa, oh, oh, oh, oh, whoa, oh, oh, oh, I'm radioactive, radioactive! – berrei atraindo atenção de alguns alunos que empolgados tomavam a pista para dançar, enquanto outros apenas encaravam.




Música:


It's the texture of your skinI wannawrap my arms around you, baby
Never let you go, ohAnd I say, oh, there's nothing like your touch
bettyleg
Vicente Ventura
COMASUL » Auror
Vicente Ventura
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COMASUL: Auror (estagiário)
Sex 14 Fev 2020 - 17:00
You better rock your body now

“[...]
As delicias de um verão
As lembranças de uma tarde
O quê vai determinar, o quê a mente guarda ou descarta?
A minha não larga você

Não sei de onde você vem
Muito menos o seu nome
Se eu te vi só uma vez
Como posso estar insone?
Como eu fui ficar assim
Por alguém que é só uma ideia?
Isso eu pergunto a você”

Vinícius Calderoni


Os lábios franziram-se numa carranca tristonha. Em nada lhe apetecia estar só e, embora compreendesse o motivo de seu repentino abandono, ficara desgostoso em meio aos demais alunos. O tom lamentoso de Peixoto fizera com que suas sobrancelhas se unissem, questionadoras. Podia jurar que um dos motivos da existência daquele sentimentalismo todo era a teimosia e cabeça dura do próprio João. Já o segundo motivo, de acordo com as recém fundadas teorias de Vicente, tinha nome, sobrenome e cabelos que mudavam de cor.
Juntou-se a um pequeno grupo de alunos sextanistas para ouvir o discurso de Malu Vargas, que fora breve o bastante para prender a atenção da maioria dos discentes durante todo o tempo em que falara.
Bastou que ela se calasse para que a música, enfim, irrompesse a Copa de Ybirá alvoroçando os adolescentes que compreenderam bem a mensagem: a festa, em si, havia começado. O sorriso ganhou espaço no rosto de Vicente, divertindo-se com a imagem do festim diante de seus olhos.
Guardou a inquietação causada pelo esmorecimento de João Carlos num canto quieto da mente. Tocaria neste assunto depois, quando o amigo lhe desse abertura. Por hora, pretendia se juntar aos demais amigos e aproveitar a confraternização.
Procurou dentre os alunos por aqueles que considerava os mais próximos de seus amigos. Ainda que a maioria deles estivesse no quinto-ano e não compartilhassem tantas experiências acadêmicas, os momentos fora de sala de aula foram o bastante para que os vínculos fossem criados e firmados.
Avistou as faces pintadas de Emília, Helena e Andes, que provavelmente debatiam seus recém recebidos trotes. Decidiu que se juntaria a eles, mas que pararia na mesa de bebidas e quitutes para agraciar seu paladar.
Enquanto se esquivava de corpos, na iminência de uma colisão, a mente o traía e viajava por lugares onde ele não planejava ir. Sentia o sangue fluir por seu corpo em ondas que acompanhavam o ritmo da música e preferia acreditar que era o som que reverberava por seu peito o fazendo vibrar, e não qualquer outra coisa. Sua mente vacilava na ideia, mas ele se recusava a renunciar. Os pés o levaram até a mesa de bebida, e ele tomou para si um copo transparente de conteúdo discutível.  O líquido queimou sua garganta quando desceu. O que era aquilo? Não sabia ao certo, não estava acostumado a beber e havia entornado a primeira bebida que os olhos puderam distinguir.  Embora o odor fosse doce e suave, sentiu a garganta arder e, em seguida, ser tomada por uma estranha dormência.
Franziu o cenho enquanto a sensação se amenizava e olhos buscaram entre os inúmeros alunos fantasiados por aquele que ele, no fundo, sabia ser o dono do olhar que o estava instigando.
Ferinos e elétricos, os olhos verdes de Luca Coelho brincavam com a sua mente de uma maneira que o garoto mais novo não parecia entender ou sequer notar. Porque, pelo curupira, Vicente estava assim tão afetado? A companhia de Luca havia sido agradável e, Vicente bem sabia que se não fosse por sua afobação, aquele beijo não teria acontecido.
Arrependido? Nem um pouco. O simples ato de pensar no toque macio dos caracóis do cabelo, ou na forma como a mandíbula de Luca tinha as linhas esculpidas o fazia vacilar.
Pegou outro copo da mesma bebida e pairou-o diante dos lábios, hesitante.
É certo, ele estava no auge de sua adolescência e compreendia que boa parte da intensidade do que sentia se devia aos hormônios.  Mas, ainda que relutante, admitia para si mesmo que a outra parte vinha da vontade crescente que sentia de repetir o beijo daquela tarde.
Vicente não pensou que o beijo dado no campo de quadribol ensolarado seria mais que um beijo jovem e despretensioso, compartilhado num momento púbere. O fez num ímpeto, sem raciocinar.  Simplesmente o fez porque quis, porque os lábios do garoto mais novo lhe pareceram deleitosos e suaves, porque a intensidade dos olhos emoldurada pelos cílios o interessou, porque o abraço em pleno voo enviou ondas elétricas por seu corpo, porque o perfume de lavanda era inebriante.
Em meio a uma confusão de penas, plumas, e tiras de couro, Vicente enxergou Coelho. Não era muito difícil distingui-lo, visto que a cantava empolgado e dançava tentando acompanhar o ritmo da música.
O ar escapou pelos lábios do Ventura na forma de um riso frouxo, natural. Levou uma fração de segundos para listar para si mesmo uma série de possibilidades e as suas consequências e, ainda menos tempo para ignorar todas as ideias que não envolvessem se aproximar do quintanista.
Virou a outra dose, ainda parado ao lado da mesa, e pousou o copo com um estalido sobre a superfície de madeira. Com o ardor da bebida ainda em sua garganta, marchou decidido na direção do menino que já tinha as faces, outrora pálidas, coradas graças à bebida e à intensidade com que dançava e cantava.
O caminho não era longo o bastante para o pouco álcool ingerido surtir efeito, fazendo com que ele prontamente sentisse o ritmo do coração aumentar. Não era a primeira vez que fazia aquilo, não tinha porque estar temeroso. Certo?
_Você vai ter que me fazer companhia hoje, Coelho. - anunciou no pé do ouvido de Luca, que dançava virado para o lado oposto de onde Vicente viera. O garoto mais novo girou num sobressalto, ficando de frente para o Carcará com os olhos espantados. - Desculpa, não queria te assustar. Meus amigos parecem muito ocupados e você não vai me negar sua companhia, vai?
Era mentira. Seus amigos não o estavam abandonando e ele não era nenhum moribundo que não poderia ficar sozinho. Ele queria a companhia de Luca.
_Por que parou de dançar? - questionou, sorrindo travesso e começando a balançar o corpo no ritmo da música de maneira desajeitada. – Vem, eu sei que você dança melhor que eu, vem me ensinar.



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