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A primeira aula de voo dos recém-ingressos em Castelobruxo e, coincidentemente, a primeira aula lecionada por Nero. No começo da tarde, os alunos se encontravam com o professor no campo de quadribol, para que pudessem ter seu primeiro contato com as vassouras e suas peculiaridades. Euforia ou Pânico?
05 de Abril de 2021, Campo de Quadribol, Catelobruxo
Uma carreira interrompida pela violência descabída de um fanático, uma pausa inesperada, um momento de repensar a vida ou o fomento de uma ira sem precedentes? Uma pergunta complexa, tão complicada que sinto que não posso respondê-la no momento. Todavia, é certo que Nery não esqueceu sua história, e ela própria não o deixou se esquecer. Hoje é professor de Castelobruxo, impossibilitado de competir, lhe restou instruir. Esse é o mais próximo que ele pode se aproximar de sua antiga profissão.
A tarde já se iniciava quando o Nery chegou ao campo de quadribol, vestido com seu terno azul, parecia não sentir o calor escaldante que assolava aquele gramado. Seu semblante neutro era deturpado pelo óculos escuro que escondia seus olhos. As vassouras espalhadas pelo campo aguardavam apenas a chegada dos alunos. Até mesmo parece uma piada sarcástica colocar o ex-treinador, banido por sua agressividade incontrolável, para dar sua primeira aula como professor, para a turma recém-ingressa em Castelobruxo, o primeiro ano formado apenas por crianças de no máximo seus onze anos de idade. Dois opostos colocados frente a frente, um homem longe de sua juventude e os pequenos mancebos.
Um a um os alunos foram chegando, era nítida a euforia dos pequenos que conversavam uns com os outros em um tom um tanto alto e agudo. Para alguns aquela seria sua primeira experiência com uma vassoura, outros se diziam mais familiarizados com o meio de transporte bruxo. Nery, parado com os braços cruzados, apenas observava toda aquela algazarra, mas o estremecer dos lábios demonstrava seu descontentamento com aquela baderna que se instaurou em sua frente. — QUIETOS! — o grito daquela voz grave se fez ouvir em meio ao falatório dos alunos. Nem mesmo um murmúrio se ouviu, muitos atônitos e assustados com a atitude do professor. — Boa tarde. — agora já não mais gritava. Colocou o óculos para repousar sob sua cabeça, os olhos azuis encaravam os alunos. — Sejam bem-vindos à aula de voo. Antes de começarmos gostaria de deixar claro alguns pontos. — conforme ia falando, Nery perambulava em direção aos jovens. — Primeiro, eu não sou teus pais, então saibam que eu não me importo com seus problemas. Guardem para vocês. — afirmou enquanto parava em meio aos alunos. — Segundo, eu detesto piadas e brincadeiras que não sejam interessantes para aula, a não ser que algum de vocês seja um palhaço, não as façam, certo?! — A última palavra dita por Nery foi amplamente destacada. — Terceiro, vocês estão em uma escola, não em um parque de diversões. Estão aqui para ter aulas, então prestem atenção em tudo que estiverem fazendo, não quero ter problemas com alunos perdidos. — pigarreou para que pudesse continuar sua fala. — Eu esqueci de me apresentar, sou Marco Antônio Nery, mas me chamem de Nero. — terminou de se apresentar indo em direção às vassouras espalhadas. — Acredito que vocês saibam bem o que é uma vassoura. Ela é composta por basicamente dois componentes: O cabo e suas cerdas. Todas elas são encantadas para que os bruxos possam voar. Quero que cada um de vocês vá para o lado de uma vassoura. Lembrando, uma vassoura e um aluno, não quero ver dois alunos na mesma vassoura. — Esperou mesmo que impacientemente que os alunos se arranjassem com suas vassouras. — Todo bruxo deve ser capaz de pegar sua vassoura. Mas é claro, vocês são bruxos, então não toquem nelas, atraiam-nas com sua magia. Vocês tem 10 minutos. Contando! Vamos! — esbravejou enquanto olhava para o relógio em seu pulso.
- Observações Gerais:
- Essa aula tem como prazo máximo dia, 02/03/2021 (Data OFF)
- Relembrando a regra, só serão aceitas postagem subsequentes do mesmo aluno caso ele interaja com o dado ou tenha alguma postagem nesse meio tempo.
- Alunos que perderem alguma etapa, sofrerão alguma penalidade em suas avaliações ao final da aula.
- Essa aula tem como prazo máximo dia, 02/03/2021 (Data OFF)
- 1ª Etapa:
- Nesta primeira etapa vocês devem lançar seus dados respectivos a sua IM, seja ela qual for. Para conseguirem atrair suas vassouras vocês devem tirar ao menos 5.
- Cada aluno terá duas tentativas, ao final das suas chances, espere minha próxima postagem.
- Dia 21/02/2021 (Data OFF), irei realizar minha postagem interagindo com os alunos que tiverem postado. Aos que não postarem nessa primeira etapa e ingressarem apenas na segunda, terão suas ações da primeira etapa tidas como falhas.
- Em caso de dúvidas, entrem em contato comigo via MP.
- Nesta primeira etapa vocês devem lançar seus dados respectivos a sua IM, seja ela qual for. Para conseguirem atrair suas vassouras vocês devem tirar ao menos 5.
Eu já não gostava
Mas agora piorou demais.
Eu adoro dormir depois de almoçar, pois assim que acordo já está na hora em que podemos ir brincar no quintal, então já é hora do lanche da tarde. Mas desde que vim para escola eu não pude mais fazer isso. Sempre tem alguma aula para ir e a de hoje, voo. Nunca cheguei perto de uma vassoura, quer dizer, já ajudei mamãe a varrer a casa, mas não é dessas que estou falando. Digo aquelas que usam para jogar quadribol, um esporte interessante — de assistir — mas que particularmente não pretendo praticar. Malu adora, tem até mesmo um bastão, disse que vai jogar quando puder.
Não ia comentar nada com vocês, mas eu não me sinto bem aqui na escola, é como se tudo fosse assustador, às vezes parece que estou sendo vigiado, mas não vejo ninguém. Então prefiro guardar isso para mim, não vou contar para Malu ou Nick, eles parecem estar amando a escola, não quero que eles comecem a se preocupar com as coisas.
Era hora de ir para o campo de quadribol, mas eu já estava decidido em não ir, ficaria sentado no refeitório lendo meu livro de astronomia, pelo menos esse era o meu plano. Não contava com a voz conhecida e os cabelos de fogo vindo saltitando em minha direção. Tentei me esconder atrás do livro, mas era tarde demais, Malu já tinha me visto, e pelo visto eu era realmente o alvo. — Você está indo para a aula de voo? — Isso era certo, toda aquela animação não era por ter acabado de comer. Antes que eu pudesse dizer que ia ficar por ali mesmo, já estava sendo arrastado pela ruivinha saltitante. — Queria estar animado desse jeito. Voo é perda de tempo, hoje em dia existe aparatação e tem a rede de fluxo, sabia? — Tentava atestar minha falta de vontade pelo fato da disciplina ser teoricamente ultrapassada. Mas nisso tem um pouco do meu medo de cair da vassoura.
Acho que sou o único desapontado da minha turma com o fato de estar ali, todo mundo conversava alto e brincava, animados para montar nas vassouras. — Ei, olha o professor, ele parece ser bravo. — comentei baixinho no ouvido de Malu. E que susto, o homem gritou do nada. Eu estava certo, aquela carranca e cara feia não mentia. — A gente devia ter ficado lá no refeitório, estrelas e planetas não gritam. — disse sussurrando olhando para Malu, não queria que aquele chatonildo ouvisse. Cadê a mãe dele, ela precisa passar pimenta na boca suja dele. Mal educado.
Quando o professor ordenou para irmos até as vassouras, não pensei duas vezes, fui logo na do lado da Malu. Qualquer coisa ela me ajuda com essa coisa desengonçada. Tínhamos de pegar a vassoura, mas quando fui abaixar o professor disse que não podia usar as mãos, mas não sei para que usar magia sendo que é só pegar ela. — Vai, vem na minha mão. — quase implorava enquanto focava para fazer a vassoura vir até minha mão.
Castelo Bruxo Aula Guiada de Voo 5 de Abril Atrair a Vassoura
— 5 de abril de 2020 — Campo de Quadribol de CB —
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Sabe, eu queria ter vindo para Castelobruxo antes, mas não deixaram. Não sei bem quem não deixou, mas acho que foi o papai. Ele implicou bastante com a ideia de virmos os três para a escola de magia, mas no fim, acho que ele está saturado de ter três pestinhas em casa. É, somo três, quer dizer, trigêmeos, mas também tem o Predo, mas ele já tá cuidando da vida dele sozinho e não atormenta tanto o papai e a mamãe. Eu também não queria, sabe? Mas eles seguraram a gente em casa, então mereceram nossas bagunças. Falaram que era por causa da idade, que a gente precisava completar onze ano antes de vir para CB, mas por que então tinha gente do primeiro ano com apenas 10 anos de idade? Era por que a gente só completava onze em novembro e então éramos crianças demais para aprender magia? BOBAGEM!
Veja só... Nick é metamorfomago, faz magia o tempo todo com seu corpo todo, e o Tutu vê gente morta o tempo todo, e não, ele não mora em um cemitério e nem frequenta velórios. E aí sobra eu, que dos três, não tem nada de especial. Tudo que eu mais queria era vir para a escola logo, aprender usar uma varinha logo, aprender feitiços, ver bichos mágicos e, principalmente, aprender a voar. Quem precisa de asas quando se pode ter uma vassoura maneira? Seria tudo de bom poder me mostrar capaz de usar magia de um jeito legal igual os meus irmãos — apesar de eles serem bem estranhos e assustadores às vezes. Eu não pretendia ser estranha, apenas aproveitar o tempo longe das regras do papai um pouco.
Naquela tarde, ir para a aula de voo era minha maior alegria, eu estava feliz do coração bater forte, sabe? Mamãe fala que eu sou ansiosa demais para as coisas, mas eu prefiro dizer que sou empolgada e dedicada. Papai diz que minha dedicação é teimosia. Ai ai, outra bobagem. Eu não teimo em nada, na-di-ca! A não ser quando eu estou certa, o que é quase sempre, já que meus irmão vivem aprontando com os poderes mágicos deles, mas o que eu posso fazer?
Depois do almoço, fui até a mesa de Arthur, e eu tenho certezinha que ele tentou se esconder, de certo ia fugir da aula, mas isso só fez eu me agitar mais enquanto saltitava a seu encontro, era ÓBVIO que eu ia carregar ele. E onde estava o Nick? Bem, a gente teria que se encontrar já na aula para não chegarmos atrasados. — Aparatação, rede de fluxo, chave de portal, trilha de trem encantado, animais mágicos que cortam caminho... e daí? Imagina você subir numa vassoura e sair voando por aí? Deve ser bem melhor. Pena que nunca pude experimentar uma, mas tomara que isso mude hoje. — dei de ombros enquanto andávamos para o campo de quadribol, não tão próximo do castelo quanto a quadra de esportes lá do bairro da vovó era perto da casa dela. Logo depois do almoço com aquela preguiça de sempre? Se eu já tivesse uma vassoura e soubesse voar, já poupava tempo de caminhada, aff!
— Ele parece ser um chatão mesmo. Cadê a pessoa legal pra me ensinar a voar livremente por aí? Hello? Ele fala que a gente 'tá em uma escola, mas parece mais um reformatório, tipo aquele da série que a gente assistiu escondido do papai. — cochichei de volta, mas sem tirar o olho do barbudo com cara de fedido. Será que ele toma banho? Será que tem um shampoo praquela barba ou esconde ali farelos de comida para mais tarde? — Olha, o Nick tá lá! — mostrei meu irmão para o meu outro irmão ao avistar o trigêmeo de cabelos maiores, do outro lado. Acenei brevemente o chamando para perto, mas logo tive que me concentrar na missão que o instrutor nos deu.
"Beleza, Maluzita, você consegue. Vai ser sua primeira vez pegando em uma vassoura mágica, mas o que pode dar errado?"
Desculpe, às vezes preciso conversar sozinha para ter coragem de fazer as coisas. Olhar aquela vassoura no chão parecia um enorme convite para subir e sair voando, mas... eu conseguiria pegá-la sem encostar? Se conseguisse, teria controle para sair voando? Ah, mas teria que ter. Minha mão tremia um pouquinho quando a estiquei, mas nem era medo de errar, tá? Era só... hmm, alegria demais. É, é isso. — Sobe, vai... — falei baixo para que o professor nem meus irmão ouvissem o nervosismo presente em minha voz. Quer dizer, a alegria grande demais por estar ali!
Eu já não gostava
Mas agora piorou demais.
Eu já não queria estar ali, e aquele homem fazia eu querer menos ainda. Mas ao julgar pela cara dos outros, não sou só eu que quero ir embora correndo. O que pode dar errado se todos nós sairmos correndo para o dormitório? Ele não consegue ir atrás de todo mundo ao mesmo tempo, então as chances dele vir especificamente atrás de mim seriam muito baixas. Mas é melhor não arriscar. Me lembrem por favor de anotar a seguinte frase: Não ir NUNCA mais nas aulas de voo. Eu vou saber o motivo.
Quando Malu apontou para longe fiquei mais tranquilo, Nick também havia vindo, tadinho, vai ter que sofrer junto com a gente. Bom, pelo menos estamos os três no mesmo barco, não que isso me alegre ou tire o meu medo do professor, mas sei que pelo menos poderei contar com eles se acaso eu precisar. — Nick! — Cumprimentei dando um aceno.
Me esforcei e a vassoura nem tremeu, e ver aquele velho chato olhando para o relógio não ajudava em nada. Meu desespero só aumentava, aquilo não estava funcionando, a vassoura não se mexia. Muitos alunos já estavam com a vassoura na mão, tudo que eu menos quero é que ele venha perto de mim, se o professor já está irritado sem alguém ter falhado, imagine depois. Assim como minhas mãos, as pernas também tremiam, eu tinha vontade de chorar, mas não podia. — Vamos lá, vamos lá, vamos lá. — Minha voz falhava e ia sumindo conforme eu repetia a frase tentando ganhar ânimo.
Castelo Bruxo Aula Guiada de Voo 5 de Abril Atrair a Vassoura
i believe i can fly
Que a mente de Tessa era uma dessas mentes curiosas, inventivas, e capazes de criar faz-de-contas surpreendentes, nunca havia sido um segredo. Era, sem sombra de dúvidas, a mente mais aguçada dentre as três meninas Meireles, embora sempre tenha se considerado a mais estranha das irmãs. E, em partes, era. Mas não um estranho ruim, como coisas que as pessoas tendem a franzir o nariz quando encontram. Estranho no sentido extraordinário.
Agora, enquanto corria atrasada para o campo de quadribol, matutava a respeito de suas invenções. Gostava de olhar pela janela do carro nos domingos de sol, enquanto iam para a praia. Olhando as paisagens que varriam as janelas, suas ideias costumavam viajar longe, embaladas pelo chacoalhar do carro. Vez ou outra tinha uma daquelas visões estranhas, mas tão rápido quanto vinham, iam embora, deixando para trás apenas uma mente confusa e assustada. Mas, nem nessas esquisitices que lhe acometiam, nunca, nem em um milhão de anos havia pensado que estaria atrasada para uma aula onde aprenderia a voar em vassouras! Se contasse às irmãs mais velhas, certamente elas não acreditariam. Elas nunca acreditavam, de toda forma.
A mochila batia nas costas com os passos apressados e as franjas se agitavam com o vento no rosto. Tinha ficado até mais tarde no dormitório dos escoteiros, lendo e relendo as páginas do livro de feitiços. Tudo era tão novo, e parecia tão normal aos outros alunos. Será que não percebiam como tudo aquilo era esplêndido?
Bem, ela sim. E por isso chegou ao campo afoita e com as bochechas coradas pela caminhada— quase corrida— já que não queria perder um minuto da aula. Não sabia bem o que esperar, mas definitivamente não era aquilo. A começar por seu professor, um homem corpulento de voz estrondosa e palavras ríspidas. Além disso, achava que conhecia vassouras. Tinha ajudado os pais nas tarefas domésticas inúmeras vezes e, honestamente, esperava encontrar um amontoado de vassouras noviça no meio do campo, mas não foi bem assim. As vassouras espalhadas pelo campo em nada se pareciam com as que tinham em casa. Não tinham os cabos retos, cobertos por plástico listrado colorido, muito menos cerdas cor-de-rosa e verde-limão. Eram completamente diferentes.
Assim como os outros alunos, caminhou até uma vassoura. Acabou por parar ao lado de dois alunos de cabelo cor de fogo e lançou a eles um olhar comedido, temendo ser pega pelo professor que parecia querer manter as crianças em rédeas curtas, mas ansiosa por algum contato amistoso.
Quando o fato de que era uma bruxa viera à tona, seus sentimentos entraram em rebuliço, mas uma coisa a acalentava todo o tempo: ir para uma nova escola, uma escola de magia, certamente a ajudaria a entender os aspectos curiosos de sua natureza, é verdade, mas, sobretudo, não pode conter a empolgação de conhecer gente como ela e fazer amigos. É claro, tinha as irmãs, e não é que não gostasse delas, as amava! Até a mais velha, Catarina, que mais mascava chicletes e resmungava pelos cantos do que falava propriamente. Mas nunca tivera amigos de verdade, amigos que a convidassem para festas de aniversário e noites do pijama. Ninguém na rua 3 queria brincar com ela, muito menos correr o risco de ir parar no telhado da igreja, com o pobre do Robertinho.
—Oi! — Cochichou, então, observando o garoto tentar um movimento com a mão para fazer a vassoura subir. Ele parecia estar enfrentando problemas pra fazer aquilo funcionar, mas ela... Bem, ela nem sequer sabia o que é que tinha que fazer.— Vocês sabem como é que faz?
Concentrou seu olhar no garoto, e também na menina que se parecia com ele. Notou a posição das mãos e tentou replicar, além de tentar imitar o que eles diziam, para que o objeto encantado subisse até ela. Então o fez. A palma da mão para baixo e os olhos azuis fixos no objeto.
—Sobe! — Pediu, sua voz se perdendo no mar de vozes dos outros alunos.
i believe i can fly
E foi assim que os infortúnios retornaram para a vida da pequena Meireles. A vassoura sequer se agitou no chão. Parecia sem vida, sem vontade de colaborar, sem mágica. As sobrancelhas espessas da menina se uniram, não em frustração, mas em confusão. O que é que havia feito de errado?
Observou os colegas ao seu redor por mais alguns instantes. A esta altura, o coração palpitava tão forte que ela achou que todos ali poderiam ouvi-lo bater, e a ideia apenas fez o rosto claro ganhar nuances róseas mais rápido. Fitou o professor, com medo de ser repreendida. Ele não parecia fazer o tipo gentil que afagava os alunos quando algo saia do eixo.
Tentou deixar de lado a algazarra que vinha de todos os lados, os risos, os burburinhos. Alguns alunos já tinham a vassoura em mãos, e por falar em mãos, as de Teresa começavam a suar. A carta convite da escola não havia sido um engano, havia? E se fosse para outra Teresa, de outra rua número 3 e outra casa 257? Engoliu em seco, concentrando-se apenas na vassoura.
Estendeu o braço sobre o objeto mais uma vez. Abriu e fechou as mãos, como se aquilo fosse ajudá-la. Mas o que ajudaria, afinal?
—Suba! Suba já! — Desta vez, a voz estava carregada com urgência, a pressa acelerando o coração.
O que acontece quando você junta um grupo de crianças que está conhecendo a imensidão daquele campo? Na verdade, estávamos conhecendo tudo! A escola era tão grande que eu desconfiava ter “novidades” até o meu terceiro ano ali. Inclusive, era exatamente sobre isso que conversava com Mel quando ele interrompeu todos os sons ali somente com um grito. O sr. Quietos se apresentou e deu uma boa palestrinha do que não esperava em suas aulas, sendo mais grosseiro do que propriamente sincero. E se eu pudesse apostar, diria que ele não estava nem tentando parecer simpático, afinal, não precisava. Bastava que ao final do ano letivo ele encerrasse os diários de classe e voltasse para sua casa vazia o suficiente de parentes para que coubesse todo o seu ego. Ok, talvez eu estivesse sendo maldosa, mas qual é? Somos crianças aprendendo algo novo como VOAR! Não é pedir demais que ele seja ao menos educado. O que eu decidi naquele instante é que eu me esforçaria o máximo naquela cadeira, não para me provar para aquele homem velho e chato – até mesmo porque eu duvidava que qualquer coisa bem feita o surpreendesse, mas para me provar que eu não preciso de homens, nem que seja para me guiarem em uma porcaria de aula. Com uma expressão de pouquíssimos amigos, me aproximei da vassoura escolhida e parei ao lado dela. Fingi que ela estava me encarando e fiz a mesma coisa: notei desde a ponta espigada até a grossura da madeira, e então estiquei a mão para tentar fazê-la vir até mim.
No dia cinco de abril seria a primeira vez em que ele subiria numa vassoura e poderia voar de verdade, se tudo desse certo, então foi um dos primeiros a chegar no campo de quadribol e se sentou na grama pra esperar o professor e os outros alunos. Que ideia infantil... Não adiantou de nada chegar muito cedo, pfff, essa foi a primeira vez que o balão da expectativa do garoto murchou naquele dia. A segunda foi quando viu que o professor era um velho grosso e sem noção. — Que cara mais chato... — o comentário foi baixo, com Ana Alice, a garota de cabelos cheios ao seu lado. O cara mal se apresentou e já começou as reclamações, francamente, quem contratou isso pra ser professor do primeiro ano? Vai acabar assustando as crianças.
Do outro lado, Malu e Tutu acenaram para o irmão que respondeu com um sorriso enquanto esperava o auto intitulado Nero terminar de falar. Não tinha como ir para a outra fileira de vassouras sem ser percebido pelo mais velho e se o fizesse, certamente receberia uma detenção, ou punição maior, conhecendo Nero. Sua única opção foi ficar ali, lado a lado com Ana Alice e Alana, duas garotas de sua sala às quais nunca havia parado pra conversar direito. — Por que é que vocês tão aí? — perguntou aos irmãos, baixo, gesticulando para ser entendido, mas parou com a movimentação quando o professor virou-se para ele. Desde o início das aulas, aquele era o primeiro professor que ele desgostou. — Suba! — Disse, firme, com o braço estendido para a vassoura, havia sinais claros de irritação em sua voz.
— 5 de abril de 2020 — Campo de Quadribol de CB —
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Era só o que me faltava ter sorteado logo uma vassoura igual a do cara lá do bairro para minha primeira aula de voo. É, a esposa dele, Dona Rosa, que é um pouco mais velha que mamãe, vive chorando lá em casa dizendo que a vassoura do homem não sobe mais. Mamãe manda a gente ir brincar no quarto toda vez que ela está chegando, mas a mulher é escandalosa e fala alto demais — fora que às vezes a gente bem fica atrás da porta para ouvir melhor. E também tem Geraldo, que conta tudo pro Arthur e ele conta pra gente. Eu nem sabia que marido de Dona Rosa era jogador, nunca vi ele nem tentar praticar nada, mas deve ser justamente pela vassoura que não sobe mais, só não entendo bem por que ela acha isso ruim, ela devia é gostar, pois ele é velho e poderia se machucar fácil.
Bem, se machucar com um vassoura parecia algo que não ia acontecer comigo. Na verdade, parecia que nada ia acontecer. Por que ela não vinha até mim? "Se eu que gosto de vassouras não estou conseguindo, imagina os chatonildos..." — e minha mente faladeira tomou um tapa de repente, assim que levantei o olhar para procurar os dois. Arthur, ao meu lado, lutou um pouquinho, mas logo conseguiu. Dominique, por sua vez, não fez esforço algum, parecia mais que a vassoura estava louca para ser segurada por ele. E a minha vassoura: continuava no chão. No máximo sofrendo uma tremidinha aqui e outra ali, mas nem sinal de querer voar, uma completa preguiçosa. Talvez se eu trocasse de vassoura sem o professor ver...
O olhar frio do homem velho fez meu coração palpitar fortão. Olhei pro Tutu. Olhei pro Nick. Espiei de canto o professor que examinava o tempo passando em seu relógio, mas sem deixar de vigiar os alunos. "Por favorzinho... eu preciso disso. Meus irmãos nem queriam e já conseguiram, por que eu não?", certeza que se eu estivesse falando em voz alta, ia começar a ficar com a vista embaçada, sabe? Por isso que eu falo sozinha essas coisas, evita vergonhas alheias.
Uma das meninas da sala ainda estava encarando eu e o Arthur, e pareceu que ela estava só tentando entender como fazer, mas pelo visto eu não era o melhor exemplo naquela aula, então tudo que eu consegui sentir foi raiva quando percebi os olhos claros sobre mim. Balancei a cabeça, indicando que não estava sabendo bem o que fazer, ou melhor, como fazer, mas logo me arrependi de sentir algo ruim por ela, a situação dela era igual — se não pior que — a minha. — Vamos tentar de novo, a gente consegue. — falei para Teresa, acho que era esse mesmo o nome dela, ainda não a havia conhecido direito, mas lembro de ouvir em sala de aula. Respirei fundo e contei até três, como vovó ensinava pra gente se acalmar em alguma situação maluca, e firmei mais minha mãe em sua posição acima da vassoura, a palma esticada para baixo mostrando minhas unhas coloridas em tons pastéis — arte da vovó e do Nick — e desejei fortão que aquela vassoura acordasse para a vida e viesse para minha mão.
Suas novas amiguinhas lado a lado também sofriam, mas nada de suas vassouras subirem. Quem diria que algo tão simples poderia ser assim tão difícil? Até executar feitiços, para ele, era mais fácil do que fazer aquela bendita vassoura subir. — Eu preciso que você suba, não me faz passar vergonha aqui, for favor... — pediu em um sussurro, quase sem mexer os lábios quando o professor passava próximo de si. — Suba! — ordenou confiante, pela segunda vez.
05 de Abril de 2021, Campo de Quadribol, Catelobruxo
O olhar severo do professor perambulava entre os ponteiros impacientes do relógio e os pequenos alunos desesperados. Coitados, provavelmente estavam muito nervosos e aquela que deveria ser uma simples tarefa, acabou se tornando um pesadelo ao vivo e em cores. A decepção ficava cada vez mais nítida no rosto de Nero, que vez ou outra massageava sua têmpora, talvez tentasse se controlar para não explodir com a "ineficiência" dos alunos. Pobrezinhos, não tinham culpa, isso sem contar que o professor não ajudava nem um pouco a amenizar a situação.
Ao findar dos dez minutos, o homem passou a mão sobre seu rosto, encarava toda a turma, alguns já tinham suas vassouras em mãos, outros ainda tentavam trazê-la mas sem sucesso algum. — Meus parabéns. — afirmou com sua voz rouca em tom de deboche. — Minhas expectativas já eram baixíssimas, mas vocês conseguiram superá-las, e quem me dera que tivesse sido para melhor. Achei que aqui em Castelo Bruxo, somente admitissem alunos com o mínimo de magia, mas pelo visto eu estava completamente enganado, os não-maj também podem. — comentou enquanto passava a mão na barba. Estava claro que ele não estava contente com o desempenho dos recém-ingressos, a minoria havia conseguido pegar a vassoura da forma como tinha sido proposto no início da aula. — Em dez minutos vocês deveriam estar em pleno voo com essas vassouras. Como conseguem?! Abaixo da mediocridade. — Nero sacudiu a cabeça em negação, não conseguia aceitar aquela situação. — Não me façam perder tempo, peguem logo essas drogas de vassoura, já que não sabem usar o mínimo da magia, agachem, peguem como bem entender. — Então o professor voltou o olhar para os alunos que haviam conseguido. — Quanto a vocês, estou enojado pela falta de cooperação com os demais, sequer tentaram ajudar os seus colegas. Vergonhoso. E não me venham com desculpas esfarrapadas, erraram feio. — terminou sua frase voltando a colocar os óculos escuros.
— Esta foi a parte fácil da aula, e vocês falharam com louvor. Estou ansioso para ver o acúmulo de fracasso no decorrer dessa aula. — a risada rouca e o riso amarelo podiam facilmente estragar o almoço de qualquer um. — Chegou a hora de começarmos a aula de verdade. As vassouras são excelentes meios de transporte para curtas e médias distâncias, seu manuseio é simples, afinal elas praticamente fazem tudo sozinhas, vocês devem apenas guiá-las. — Os alunos não conseguiam ver, mas Nero estava com os olhos semicerrados, buscava um aluno para demonstrar ao resto da turma. — Ei você. — o professor apontava para um garoto que se encontrava quase na borda do gramado. — Venha aqui. Corra! — apressou-o. — Você irá demonstrar para todos como se voa. Ande, coloque essa vassoura entre as pernas, ajuste suas mãos ao cabo e voe. — As instruções eram sucintas, não havia muitos detalhes. O garoto estava trêmulo em frente a turma, mas tomou coragem e conseguiu alçar voo, pena que não demorou nada até que ele caísse no chão, o tombo não foi muito grande, ele não estava a mais do que um metro e meio de altura. — Excelente, agora vocês tem um perfeito exemplo do que não fazer. Andem logo, quero ver todos planando com suas vassouras. — voltou-se para o restante da turma ignorando o jovem que ainda se levantava.
- Observações Gerais:
- Essa aula tem como prazo máximo dia, 02/03/2021 (Data OFF)
- Relembrando a regra, só serão aceitas postagem subsequentes do mesmo aluno caso ele interaja com o dado ou tenha alguma postagem nesse meio tempo.
- Alunos que perderem alguma etapa, sofrerão alguma penalidade em suas avaliações ao final da aula.
- Essa aula tem como prazo máximo dia, 02/03/2021 (Data OFF)
- 2ª Etapa:
- Nesta segunda etapa vocês devem narrar suas tentativas de voo e lançar seus dados respectivos a sua IM, seja ela qual for. Para conseguirem planar com as vassouras o dado mínimo é 6, abaixo disso vocês chegarão a levantar voo mas cairão prontamente.
- Cada aluno terá até 03 (três) tentativas, ao final das suas chances, espere minha próxima postagem.
- Caso consigam o dado necessário, postem interagindo com sua primeira experiência com uma vassoura, caso não seja a primeira, descreva o que sente. Lembrando que vocês devem apenas planar, ao sair voando por aí, sofrerão punições.
- Alunos podem postar até o dia 25/02/2021 às 23:59. Postagens para além desse dia e horário serão desconsideradas. Esta também é a data limite para a chegada de outros alunos, não serão aceitas postagens na terceira etapa, caso não tenha postam em uma das anteriores (1ª e 2ª)
- Dia 26/02/2021 (Data OFF), irei realizar minha postagem interagindo com os alunos que tiverem postado.
- Em caso de dúvidas, entrem em contato comigo via MP.
- Nesta segunda etapa vocês devem narrar suas tentativas de voo e lançar seus dados respectivos a sua IM, seja ela qual for. Para conseguirem planar com as vassouras o dado mínimo é 6, abaixo disso vocês chegarão a levantar voo mas cairão prontamente.
Não sei muitos adjetivos para que meus relatos não soem repetitivos. A cara azeda era tão ranzinza quanto a voz nos parabenizando com tanto deboche que eu quis jogar minha vassoura nele. Mamãe não me educou para ser travessa, então eu me privei da detenção por agressão a um docente. Aliás, se estávamos sendo uma vergonha, parte da culpa era dele. O homem chega aqui com aquela aparência de papai noel estragado e ainda tem a cara de insinuar que somos não-maj! Se gastasse mais tempo tentando ser didático, talvez aquilo não tivesse sido tão difícil para meus colegas. Nossas falhas eram as falhas dele enquanto professor, embora parecesse não se lembrar. E é claro que o sr. Quietos não ficaria feliz pelos poucos que haviam conseguido seguir sua ordem, e sobrou sermão até pra nós. Para piorar, escolheu um colega que ficou tão nervoso em ser usado de cobaia que até conseguiu sair do chão, mas voltou para ele rapidamente. Me aproximei de Tessa para tentar tranquilizá-la. — Finge que a vassoura faz parte do teu corpo e tenta mentalizar ela voltando pra você. Funcionou comigo. — Falei baixinho, tentando não atrair atenção indesejada - do azedo, claro, e então montei na vassoura. Ok, não era exatamente confortável ficar com um pedaço de madeira no meio das pernas, mas acho que é questão de se acostumar. Deixei a vassoura reta, mas fiquei tão confusa quanto bambu em temporal. Inclino pra frente para alçar voo e subir, ou isso acabaria com meu lindo rostinho no chão? Deixei o cabelo da vassoura encostar no chão e impulsionei os pés contra o chão na tentativa de alçar voo.
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