The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Castelobruxo
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
>Quests Interativas<
ADMAGO
ATUALIZAÇÕES - ADM - OFF
28/05. Lançamento: Sistema de Atributos
7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipiscing elit bibendum
Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
DESTAQUES
DOMINIQUE
MALU
POLLUX
MAGAH
DONINHA
CASSIE
Quem está conectado?
5 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 5 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

[ Ver toda a lista ]


O recorde de usuários online foi de 290 em Seg 8 Mar 2021 - 22:16

Adrian Polaris D'Angelo
TLC » Artista
Adrian Polaris D'Angelo
Mensagens :
25
Ocupação :
Docente
Dom 29 Mar 2020 - 22:35

QUÍMICA LOUCA - 1° AULA!

Turma: Alunos do 4º 5º e 6º Ano
Dia: 8 de Abril, Quarta-feira. Levemente Ensolarado.

Dinâmica da Aula:
Esta é uma aula guiada; após o post inicial, cada aluno receberá uma resposta individual em relação a sua performance na aula. Fique atento ao seu inventário temporário, pois ao fim desta aula os alunos que tiveram um desempenho acima da média  são autorizados a levar sua poção para fora da sala de aula. Atenção para os prazos de validade. Os Spoilers marcados como -Ambientação- possuem detalhes visuais sobre o que está sendo explicado, recomendado sempre abrir para uma melhor imersão na narrativa.


Primeira Aula: Química Louca

Os alunos não conseguiriam reconhecer a nova sala ou professor de poções deste ano, depois de sua completa demolição e reconstrução, cortesia do seu novo professor, a sala de poções tinha corredores iluminados por lâmpadas rosa, com prateleiras de várias espécies de ervas vivas em um tipo de horta particular. As bancadas pareciam um laboratório moderno de ciência trouxa, frascos eram colocados em um expositor que parecia um armário de vidro rosê, com diversos ingredientes, alguns raros e outros abundantes por todo país.

Ambientação:

Ler Mensagem Hycube1
Ler Mensagem Hycube-cropped


Ao lado de um quadro de vidro com anotações em tinta néon, que brilhava em tons de violeta, estava um trono acolchoado de cor rosa com detalhes dourados.

Sentado de pernas cruzadas, estava Adrian Polaris D'Angelo, usando sapatos de salto brancos e um vestido solto branco que tinha movimentos leves ao vento. Muito inspirado pelo icônico vestido da atriz trouxa Marilyn Monroe. O jovem professor esperava pela chegada de sua classe com um pouco de nervosismo, mas também com um toque de curiosidade.

Sua aula havia sido preparada na noite anterior, assim como os pergaminhos à serem entregues para os alunos. A partir daquele ponto tudo podia acontecer, mas esta era melhor parte de ser um professor.

Uma leve luz rosa envolvia a sala, não o suficiente para cobrir as outras cores, mas o suficiente para causar um efeito de "Dark Light" em todo o ambiente. Estava na hora, naquela tarde ensolarada, durante o terceiro período, era a aula de poções do 5º ano, onde eles conheceriam seu novo professor, o empresário, modelo, ícone do Witchgram e dono da Polaris Cosmeticos, Adrian Polaris D'Angelo.

Ambientação:






Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
Mensagens :
458
Ocupação :
COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Ter 31 Mar 2020 - 16:47
A aula em que todos passaram por uma experiência psicodélica sem o uso de drogas
Primeira aula de poções

Cabelos desgrenhados, pose suspeita e cara de quem aprontara. Emília Martinez já estivera melhor ou, talvez, não. Mas, ela não podia negar que aquela situação era nova. Se Emília fosse pega por qualquer um dos seus amigos seria submetida a um extenso interrogatório — julgamento — sobre suas ações dentro de um armário de vassouras justamente antes das aulas.  

Em defesa da Boneca de Pano, como popularizou Alice, não é tão absurdo assim a goleira dos Carcará ser vista saindo de um armário de vassouras ou serasse? Ok, não era dia de treino, nem estava em um horário próximo dos horários que o seu time costuma treinar e só complica  mais quando, depois de olhar de um lado ao outro — como as crianças fazem ao atravessar uma rua — sinalizara de forma positiva e apressada para alguém que estava lá dentro.

Dois passarinhos dentro do armário. Na melhor das hipóteses, claro, dependendo do ponto de vista, estavam fazendo experiências científicas para transformar o armário das vassouras em um armário Sumidouro ou estavam fazendo aquilo que os adolescentes fazem ajudados por seus hormônios à flor da pele. Ainda mais depois de um treino — rápido e escondido — de quadribol, coisa que a goleira fizera todos os dias, graças ao seu presente pós-trote. Passar por aquela assombração servira para algo na vida, haja vista que Emms tinha em suas mãos, agora, a chave-mestra do Castelo.

E ao que tudo indica, seu companheiro de armários, Ulisses, descobriu os treinos às escondidas. Emília não sabia mesmo ser discreta!

O susto que Emília levou ao ouvir o sinal para primeira aula foi tamanho que teve tempo apenas de trancar o armário e correr com Ulisses para aula, que estava acontecendo em algum lugar daquele castelo.


§



Quando finalmente encontrou a sala, Emília tentou fingir costume, mas só tentou. Impossível disfarçar o espanto. O espanto duplo. Pois, esperara mais uma aula clássica de poções — como acontecia todos os anos em CasteloBruxo —, mas para a surpresa de Emília dera de cara com um professor e uma sala psicodélica e para completar, aos olhos de Emília, todos os alunos de CB estavam ali.

— Por Dios… — Seu queixo caiu, mais pelo segundo espanto que o primeiro. Na verdade, aos olhos da Martinez aquela aula prometia muitas coisas. — Bom… Dia, professor! — Gaguejou; adentrando o espaço, um tanto admirada.  

Encarou Ulisses por alguns instantes, mas devido a situação secreta que se encontravam, achou melhor sentar distante dele. Essa aula exigiria muita atenção.
Sendo assim, o mais longe que conseguiu foi uma cadeira e uma mesa ao lado de Luca, o influencer da escola.

Largou a mochila de lado — que às vezes nem lembra que carrega — e pegou material suficiente para escrever. Como o professor era novato em CB, todos passariam por uma rodada de apresentações.

Enquanto Emília aguardava sua vez um incômodo deixou a menina inquieta em sua cadeira e nenhuma posição parecia ser boa o bastante.  

— Tá difícil sentar, aff. — dissera a goleira mais alto que gostaria de admitir, o que atraiu, de pronto, à atenção de Luca.

Entre os remelexos Luca viu aquilo que ela própria havia esquecido, a marca em seu pescoço.

— Emília, que chupão é esse no seu pescoço, menina? — perguntou, pasmado e alto demais.

“Pela Aia, Luca”, era apenas o que a menina pensara.


 
(OFF: Desafio cumprido, Mofado.)
 



Martinez + Adrian e todos alunos de CB   
by emme


Última edição por Emília Martinez em Sáb 4 Abr 2020 - 12:19, editado 1 vez(es)
Andes Baiocchi Santiago
O GLOBO DE CRISTAL » Designer fotográfico
Andes Baiocchi Santiago
Mensagens :
121
Ocupação :
OGDC: Designer Fotográfico
Ter 31 Mar 2020 - 18:11
Isso é uma rave ou uma aula? Se for rave, eu fico
Estive triste ou talvez um pouco desanimado durante a madrugada ao descobrir que perdera o jogo de verdade ou desafio para ficar no alojamento dormindo. Apagara cedo, por volta das 8h40 e dormira com o celular na mão. Acordei assustado quando já amanhecia pelo barulho que o aparelho fez ao se estatelar no chão. Pensei nas diferentes possibilidades de trincos na tela e respirei fundo ao virá-lo em minha direção. Nada. Nenhum risco se formou e a película continuava intacta. Tinha saído da garantia há menos de duas semanas.

Me arrumei para a aula um pouco mais cedo que o de costume e por obra do destino, coloquei o celular no bolso. Quiçá pelo vislumbre de mais um dia tedioso, ou por acreditar que chegaria cedo desta vez à aula de poções, mesmo não sendo uma de minhas favoritas. “Vamos, você pode faltar”, barganhava comigo em busca dos motivos certos para matar mais um período.

“Que se dane, vou para a aula de qualquer jeito. Melhor que virar algum bicho”. Caminhei à passos largos até a... sala? — Mas que porra é essa? — Não digo que estive feia, muito pelo contrário. Aquela sala estava perfeita. Bem, parecia uma rave, mas definitivamente era a melhor das salas. As luzes, as prateleiras, tudo me fazia querer aprender sobre poções. Lembrava um pouco as estufas utilizadas na plantação sem luz solar. “Calma, será que existem poções psicodélicas ou será que ainda estou dormindo?”

Não cheguei tão cedo quanto imaginava, mas alguns figurantes já se faziam presente. Escolhi uma cadeira próxima ao meio da sala, Luca estava à uma ou duas cadeiras de distância e havia um local vago ao seu lado. Pensei até em ocupa-lo embora tenha me contido ao perceber que meu acento era mais propício à esconder o celular durante a aula e assim poderia matar o tempo caso o ambiente todo não fosse o suficiente para me entreter.

O professor era tão novo quanto seu ambiente de trabalho reformado e pediu que nos apresentássemos. Faltava pouco para que fosse minha vez quando Emily chegou e logo depois Ulisses. Pelo menos não fui o único a me espantar com as luzes. A Martinez ficou na cadeira que pensei em ocupar e se sentou estranho, por assim dizer.

— Tá difícil sentar, aff. — Levei a mão à boca na tentativa de esconder um risinho. “Será que ela usou o armário de vassouras? É armário de vassouras ou fazemos referência à alguma outra coisa?", dei de ombros, embora ainda me encucasse sobre o que lhe fazia ter dificuldade em sentar. Até que finalmente veio aos meus pensamentos algo que lhe traria incômodo e, "meu Deus, podem fazer isso na escola?", pensei ligeiramente chocado.

— Emília, Emília, comeu o que no café? — Deixei que escapulisse à pergunta antes que pudesse me impedir. Olhava-a com uma expressão brincalhona e depois para Luca, que conseguiria ser ainda mais escandaloso que eu. "Será que era coisa do verdade ou desafio? Ou eu sou o único do CB que nunca usou o armário de vassouras mesmo?".

Espero que essa aula renda, e que renda de verdade. Agradeço imensamente por ter dormido cedo e por ter vindo à essa aula de poções.

└ Narração ☼ PensamentosFalas  ☼Emília

.jup


andes

I'm just a poor, wayfaring stranger
Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
Mensagens :
305
Ocupação :
ARTISTA: Rosto da Mídia
Qua 1 Abr 2020 - 1:22

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Fofocas, ou melhor dizendo, informações... o que seria da minha vida sem elas?! Fato incontestável, as pessoas prezam pela fofoca, por mais que soe “não politicamente correto”. Veja bem, na Grécia Clássica a fofoca era uma qualidade, as pessoas se reuniam nas ágoras para debater a vida dos sujeitos que cercavam as grandes acrópoles; na Era da Informação, sai na frente quem tem tudo em primeira mão e no meu caso tudo está na palma da minha mão, literalmente. E toda essa conversa fiada serviu para contextualizar a singela mensagem anônima que recebi mais cedo: “vejo com meu olhinho uma carcará saindo discretamente do armário de vassouras”.

Naquela manhã, caminhei ansioso para o laboratório, por inúmeros motivos, em que o primeiro e mais importante era o icônico fashionista, Adrian Polaris D'Angelo, ocupando o cargo de docente em poções e nem preciso dizer que estava quase infartando de amores por tal informação. Um dos outros motivos era descobrir quem era passarinha que andou fazendo ninho em um armário suspeito. Abri a porta da sala para assim tomar o meu primeiro choque de realidade; um assobio longo escapou pelos meus lábios, enquanto meus olhos frenéticos analisavam cada cantinho da sala, para finalmente pousarem na Diva mais que perfeita, Polaris, contive um gritinho agudo e provavelmente uma série de pulinhos. Eu também era uma figura importante, né?! Só que não! Aquele deuso tinha uma marca pessoal de make, estava no topo do império da moda, quem era o Luca Coelho na fila do pão?

Tentei me conter ao máximo, para não parecer um fã alucinado. Pus o celular sobre a mesa, sem muito me importar com as regras de não uso dos aparelhos eletrônicos, não é que eu fosse um rebelde sem causa que gostava de provocar sem motivos, mas aquela lei já estava mais que  ultrapassada, as pessoas a burlavam sem ao menos saberem que estavam violando uma das normas de Castelobruxo. Sentei-me e logo minha perna direita começou a se agitar debaixo da cadeira, na expectativa de ser notado, ao menos pelo meu lookinho, uma vez que eu havia customizado por completo meu uniforme.

Não tardou para que a Martinez entrasse em sala de aula, completamente desconcertada, mas não a julgava, afinal quem não tomaria um espanto diante àquela perfeição?! A garota estranhamente encarou um dos amigos da Alice e somando aquilo ao fato de que ela era uma Carcará... será que?! “Ai ai ai, dona Emília, que jogo é esse que a senhora ta aquendando?!”. Não parei de analisá-la nenhum só momento, seguindo-a com o olhar até o assento ao lado do meu, quando a coisa mais hilária e inesperada ocorreu. Emília Martinez com dor no Sul?! MENTIRA QUE ELA PERDEU A VIRGINDADE NO ARMÁRIO DE VASSOURAS?! PUTA QUE PARIU!

Quer dizer, até onde eu sabia a goleira tinha dado seu primeiro porre no trote do quinto ano, ela devia ser virgem, né?! Ou eu estaria estereotipando? Foi aí que tudo pareceu se encaixar ainda mais. – Garota que chupão foi essa, hein? Parece que alguém andou se divertindo por aí, né?! Fez teu nome, viu?!– abri um sorriso enorme e quando percebi a quantidade de olhares invasivos, tratei de diminuir o tom de voz. – Te ofereceria um corretivo, mas o tom da minha pele é bem mais claro que o teu. – Tomei algumas mechas de seu cabelo escondendo a região roxa e abri um sorrisinho escondido, em outra situação eu teria postado sem dó no Witchgram, mas a Emmy além de ser minha amiga, parecia estar bem consternada.

Tentando mudar de assunto, tratei de ficar de pé e me levantar. – Pois muito bem, já que a língua comeu o gato desse povo, digo, digo, o gato que comeu... enfim. – Afrouxei o colarinho um tanto nervoso. – Eu começo me apresentando. Sou o Luca Coelho e é um prazer i-men-so recebê-lo em nossa escola e por tudo que é mais sagrado! Posso tirar uma foto contigo? Teu lookinho ta simplesmente perfeito, arrasador como sempre, né?! – cocei a nuca um tanto constrangido sem saber se estava usando as palavras corretas. – Ah! E essa aqui é a Emmy a goleira dos Carcará e esse é o Andes, artilheiro dos Jaguar. – apontei os amigos dando-lhes a deixa para se apresentarem.




It's the texture of your skinI wannawrap my arms around you, baby
Never let you go, ohAnd I say, oh, there's nothing like your touch
bettyleg
Ulisses H. Bragança
CASTELOBRUXO » Aluno
Ulisses H. Bragança
Mensagens :
104
Qua 1 Abr 2020 - 12:39
Tenha um dia incrível
Em meus olhos é notável a malícia exacerbada e o sorriso de travessura em meu rosto quando em contato visual com Emília, e ao deixarmos o armário de vassoura onde passamos os últimos minutos, fomos recebidos não somente pela lufada de ar fresco mas também abraçados pela luz do dia que invade os corredores, só então me dou conta do estado da minha companhia – Caiu da minha cama, foi? – Porem cesso os risos ao notar algo suspeito no pescoço da goleira, quase oculto por seu cabelo. – Tem... tem algo no seu... ér, deixa pra lá, acho melhor irmos logo pra aula, assim não vamos chamar tanto a atenção- Firmei com um sorriso tranquilo pois é notável que Emília estava um tanto aflita – Só mais uma coisa, vem cá - Dou-lhe um selinho ao segurar sua mão e impedir que ela prossiga por um breve instante. – Tenha um dia incrível, grande goleira –
Me acomodei na sala de aula ficando o mais próximo de rostos familiares.
– Bom dia, professor, bom dia a todos –

Emília entrou em seguida e se postou distante de mim, foi uma bela sacada, entretanto o sucesso de despistar qualquer suspeita de que passamos a manhã ocupados e que agora nós estávamos juntos começou a ruir. Antes do comentário de Luca ela murmurou algo sobre dificuldade para se sentar na cadeira. Em minha cabeça eu só pude lamentar por tamanha frustração, mas evitei continuar olhando para Martínez. Em uma sala com tantos alunos alguém poderia notar o sangue subindo meu rosto, por isso abri o livro de poções para tentar me distrair enquanto toda a atenção se voltava àquele ponto específico no cômodo.

“Ela não deveria passar por isto sozinha, afinal eu sou cúmplice... O que devo fazer?”
Os pensamentos se formavam em minha cabeça na proporção em que a pressão por este fato me deixava incomodado. Eu não sou assim, não posso permitir que isso continue, mesmo que para isso eu compartilhe da sua vergonha, não é mais que justo.

– Ah, me desculpe por tê-la derrubado da vassoura mais cedo, Emi! Como minhas habilidades de voo são medíocres, pedi à goleira do Carcará que me desse uma força, não consigo pensar em alguém melhor pra isso. Quando já estávamos suspensos no ar eu acabei acertando-a com minha vassoura aos rodopios, acredito que tenha te causado algum hematoma na área do impacto. Bem... foi uma queda perigosa, fico feliz por te ver em pé e aparentemente bem, mas insisto que após a aula me acompanhe até a enfermaria, quem sabe que danos eu posso ter te causado? – Disse em voz alta e só então dei-me conta de ter levantado da cadeira. – Me desculpe pelo transtorno –

Deixar a Emília passar por essa vergonha diante dos colegas por algo que nós fizemos juntos tornaria-se um fantasma a me assombrar o dia todo, um capaz de me tirar o sono, nessas circunstâncias eu não me importo por ter que mentir e acabar por violar alguns valores de meu estimo. Mentir para essas pessoas certamente fere meu orgulho, eu não tenho duvidas disso, mas abandonar alguém importante para mim nessas condições faz com que eu me sinta pior que um lixo.

– Eu sou Ulisses Hunter, patético sobre uma vassoura, porém um ávido aspirante à Medibruxo... – Toquei meu peito com o polegar direito como forma de indicar a mim mesmo. Sim, ao menos agora posso sentir parte do meu orgulho ser reconstituído. – É um prazer conhecê-los! –
honor // Alunos do CB // uniforme escolar // local: sala de aula de poções


Houston, temos um problema...
? 17 years, leader of the 100, A's ?
Adrian Polaris D'Angelo
TLC » Artista
Adrian Polaris D'Angelo
Mensagens :
25
Ocupação :
Docente
Qua 1 Abr 2020 - 15:43

Primeiras Impressões

O som de passos, misturados com suspiros de surpresa e pequenos comentários que sussurravam pela sala enquanto os alunos começavam a chegar. O primeiro era um individuo que dificilmente Adrian esqueceria. Suas roupas estavam claramente customizadas, o professor se perguntava se ele mesmo tinha feito as alterações ou pagou alguém para fazê-lo. Claro que o fato dele ser @mr.coelho não tinha passado despercebido.

Adrian sempre procurava modelos para suas campanhas de divulgação usando o Witchgram, pois usar um rosto conhecido aumenta o alcance do seu produto em lançamento. Em uma dessas buscas ele viu o rosto de @mr.coelho, mas acabou descartando-o por ser muito novo, afinal um estudante não teria tempo o suficiente para dedicar-se a longos ensaios fotográficos, filmagens de vídeos promocionais para o Globo de Cristal entre outros aspectos da vida pública.

Adrian Continuava pensando em seu aluno como @mr.coelho, pois não fazia ideia de qual era o nome dele. Um bom professor dedicaria parte do seu tempo em ler a ficha escolar de seus alunos, para conhece-los e interagir melhor com eles. Mas em seu primeiro dia na escola; logo após receber a ficha de seus alunos. Adrian jogou ela fora, no lixeiro ao lado da sala da diretora.

Obviamente, @mr.coelho sabia quem o professor era, o que acabou deixando Adrian um pouco nervoso. Se havia uma coisa que ele detestava, era decepcionar expectativas; afinal ele passou sua carreira inteira sempre superando-as.

Alguns segundos se passaram, o que para ele pareceram horas; afinal o @mr.coelho mexia nervosamente sua perna direita, o que dava pra notar. Ele havia largado o celular sobre a mesa, provavelmente esperando ser convidado para uma foto? Adrian não sabia o que fazer, mas tinha que agir rápido para salvar sua imagem.

Depois de muito ponderar sobre o que falar, o professor abre um leve sorriso e se prepara para lançar um comentário sarcástico sobre como as borboletas destacam-se no meio das mariposas, referindo-se a como ele e o seu aluno estavam claramente em um nível diferente quando comparados aos outros alunos que usavam o uniforme padrão.

Mas então, entra uma garota na sala. Uma marca no pescoço, o andar dela foi o suficiente para denuncia-la para o fashionista experiente que se encontrava sentado em seu trono. Ele ja viu modelos com o andar desajustado o suficiente para perceber quando alguem havia exagerado demais em suas aventuras nos países baixos.

O que se seguiu foi uma interação levemente descontraída, depois de sentar ela ouviu um comentário sobre o que comeu no café da manhã. Por reflexo o professor deixa escapar.

–  Provavelmente um Salsichão.

Enquanto mais alguns comentários eram jogados sobre a garota, Adrian levantou de seu trono e foi até um de seus armários. Pegando um frasco vazio, Adrian começa a pegar algumas ervas, assim como um extrato de Aloe Vera colhido na lua cheia, raiz de vitória-régia, água de lago de Iara, folha hortelã, calêndula e mel natural. Ao colocar no frasco, Adrian selou o composto com uma tampa e começou a mexer o frasco rapidamente na mão.

Parecia estranho no início, mas depois de um tempo a mistura tomou uma forma que parecia um hidratante de cor branca. Aquela mistura era muito bem conhecida pelo professor, mesmo sem usar uma balança ele conseguia fazer um composto perfeito, provavelmente conseguiria fazer de olhos fechados, afinal ele mesmo já utilizou muitas vezes.

Adrian aproximava-se de seus alunos quando um deles tomou a iniciativa de apresentar-se.

– Eu começo me apresentando. Sou o Luca Coelho e é um prazer i-men-so recebê-lo em nossa escola e por tudo que é mais sagrado! Posso tirar uma foto contigo? Teu lookinho ta simplesmente perfeito, arrasador como sempre, né?!

Luca continua as apresentações dos outros alunos e assim ele consegue descobrir o nome da goleira que abusou de suas áreas pessoais. Curiosamente um dos alunos tenta acobertar a situação da garota; Adrian não comprou essa, afinal ele tinha um bom conhecimento sobre tipos de hematomas, uma pancada causaria inchaço, a cor do hematoma também indicava apenas a presença anormal de sangue e irritação na pele, uma pancada não teria um efeito como esse. Mas com um sorriso no rosto agora que tinha descoberto o responsável e provável namorado secreto.

O cheiro da fofoca o deixava louco de curiosidade. Contendo-se um pouco, Adrian aproxima-se dos alunos com seu novo composto pronto em mãos.

Girando levemente em seus saltos, o vestido branco vintage que estava em seu corpo, levanta com o vento causado pelo movimento, logo Adrian colocou a parte frontal para baixo usando suas mãos em uma das poses mais conhecidas da Marilyn Monroe.

– Um prazer conhece-los, eu acredito que você precisará disto aqui; Senhorita Martinez.


Entregando o frasco com seu recém-preparado composto, ele inclina-se levemente para a jovem e fala apenas o suficiente para ela e seu cúmplice ouvirem.

– Acredite, isso aí faz milagres para esse tipo de problema; só precisa de 20 minutos, livre de assadura, estanca sangramento, cicatrização e até da uma refrescada; depois disso você ta pronta pro segundo round.

Vendo o rosto confuso e levemente constrangido da garota, Adrian coloca uma mão sobre a boca e fala para ela.

– Digo por experiência, você não sabe o que eu já passei.

O que era verdade, a vida noturna dele era uma loucura durante sua estadia na capital. Boa parte dos alunos ficaria chocado com as coisas que ele fazia em sua juventude, bons tempos.

Virando-se para o Ulisses, aspirante à Medibruxo, o que deixou o professor com um breve sorriso no rosto. Afinal ele mesmo tinha um bom conhecimento neste campo.

Colocando uma mão sobre a bancada na frente do aluno, Adrian abre em seu celular uma agenda com horários. E logo se dirige ao garoto.

– Quinta-feira, das 16h às 18h, estou livre em minha agenda; se quiser aprender a fazer compostos como aquele da Senorita Martinez... Sabe onde me encontrar.

Em um movimento com o celular em mãos, Adrian abre sua câmera e posiciona-se ao lado de Luca em uma pose para foto em dupla. Aquela definitivamente seria postada no Witchgram o mais breve possível, depois de ajustar as poses com ele por um momento, os dois logo acharam a posição perfeita acentuando o uniforme personalizado do garoto e a roupa vintage Adrian.

– Essa vai direto pro meu Witchgram, Hashtag Fabulosos; pelo jeito a moda não morreu em CasteloBruxo.

Com dois estalos de dedo, um na esquerda e outra na direita, em um movimento rápido. Adrian coloca seu celular de volta entre os seios falsos de seu vestido e da uma leve piscada para o seu aluno com um leve aceno antes de voltar a sentar-se.



Última edição por Adrian Polaris D'Angelo em Qua 1 Abr 2020 - 15:50, editado 2 vez(es)
Morpheu Lutwidgev Byrne
avatar
Mensagens :
94
Qua 1 Abr 2020 - 15:44
rang potions
Aula de poções das Vittarlovers

Os saltos sujos de terra denunciavam o caminho que fizera desde Ybirá, manchando boa parte do piso enquanto se aproximavam da sala de poções. Parecia ter já perdido as contas de quantas vezes tinha quase torcido o tornozelo com aquela merda e, por isso, apoiava-se em Alice e Helena mutuamente, ficando entre as duas com uma mão em cada ombro. Os olhos estavam fixos no chão, analisando o piso tentando descobrir onde poderia dar um passo mais seguro... Então só finalmente deu uma boa olhada para a classe após um arfar das meninas, erguendo o olhar e praguejando baixo. A porra da sala era simplesmente toda transparente e já podiam ver boa parte dos estudantes.

— Accio Guarda-Chuva! — A reação foi automática, tirando a varinha do bolso e apontando-na para o lado do alojamento, esperando apenas alguns segundos antes de o objeto aparecer voando em sua direção. Guardou novamente a varinha nas vestes e tomou o novo objeto com a canhota, precisando soltar o ombro de Helena para isso. Era hora do show... E não aceitaria nada menos do que um resultado exuberante. Respirou fundo tentando ganhar confiança com os saltos e se afastou alguns passos vacilantes do restante do trio. Bom, teria que dançar com aquela porra, então era melhor se acostumar. — Eu vou entrar primeiro, mas pelo amor de deus, entrem depois.

Sequer olhou para as garotas, tendo a plena confiança - ou quase isso - de que o seguiriam depois de todo aquele LONGUÍSSIMO caminho atravessando o castelo lado a lado e toda a produção de look no dormitório jaguar. Em silêncio, ainda a alguns metros da sala, abriu a sombrinha preta de bolinhas brancas, colocando-a ao lado do corpo de modo que apenas seus saltos, calcanhares e um pouco da barra do hobby negro fossem vistos. Era claramente a personificação de uma madame de filmes, se aproximando da sala sem deixar-se ser visto pela parede transparente que o ladeava, chamando atenção dos alunos e do professor enquanto o salto ecoava no piso a cada passo.

Deu graças aos céus pela maquiagem de Helena encobrir boa parte do rubor de suas bochechas quando finalmente entrou na sala. Ainda oculto, colocou sobre uma das bancadas o pequeno aparelho de som, ligando-o na música Paraíso dos artistas que ele e Helena performavam. Com um suspiro baixo, montou o melhor sorriso antes de jogar sua proteção para o lado. Precisou de muita concentração para não rir do espanto dos colegas diante de si, mordiscando o lábio inferior para auxiliar no processo enquanto, ao mesmo tempo, tentava o fazer do modo mais sedutor possível. "Merda. Merda. Merda. Merda. Devíamos ter entrado juntos."

Sem saber o que fazer enquanto as duas prolongavam sua tortura constrangedora, andou com passos tranquilos para a carteira imediatamente a sua frente. O pobre Gael teria a infelicidade de ser sua cobaia. Apoiou o tronco na mesa deixando a bunda bem empinada. Amaldiçoou-se pela ideia no segundo em que percebeu que o fio dental daria uma visão pouco agradável ao novo professor. Anotou mentalmente que precisaria se desculpar com ele mais tarde. Para Gael, porém, a desculpa veio de imediato. Era seu capitão e precisava mesmo de um motivo para... Bom, para o que estava preses a fazer.

— Ta isento do alongamento por uma semana. — Segredou em voz baixa para que só ele ouvisse. Uma pequena recompensa para o ato seguinte: sem avisar, puxou-o pela nuca, beijando-lhe a bochecha tão perto dos lábios que alguns teriam pensado que estavam em um longo selinho. As palavras do desafio eram exatamente "um beijo", sem especifidade nenhum. Agradeceu aos céus por não lhe terem sido assim tão maldosos. Não teria cara para olhar Helena depois de beijar um companheiro de time no meio de uma sala lotada. Tinha certeza que as notícias correriam pelo Witchgram.

Reergueu-se, dando as costas para a turma. Seu rosto estava tão quente que tinha certeza que até suas orelhas estavam vermelhas. Respirou fundo, desfazendo o coque para o choque de muitos. Os cabelos caiam em madeixas cor de sol por toda a extensão das costas. Fechou os olhos por alguns poucos segundos para tomar coragem e, enquanto Lena e Alice entravam na sala, desamarrou o hobby preto, deixando-o deslisar pelo corpo esguio lentamente e cair no chão. Suas costas eram só cordas finas e um pequeno triangulo que tinha sua base pouco acima do cóccix masculino, com a ponta... Bom, com a ponta sumindo entre as nádegas do Byrne.

Simulou um andar sensual, apesar de seu olhar voltado para Adrian demonstrar um misto divertido de pavor, timidez e determinação. Estava em um êxtase tão intenso quanto a própria negação. Respirou fundo, finalmente virando-se de frente para a turma. Alice se posicionava a frente do trio, Helena e Morpheu pouco atrás, lado a lado mas com um bom espaço entre eles. A música deixava de ser introdução e agora realmente preenchia o ambiente com a letra. Lutwidgev fingia canta-la junto aos artistas, ainda que não tivesse muita certeza da letra, e agora também se empenhava na coreografia que tinham combinado.

Entre rebolados, poses extravagantes e gesticulações, tomava coragem ao decorrer da canção. Parecia mais fácil ser Pabllo Vittar ao lado de uma Lucas Lucco e uma vaca com sino e tudo... Ainda que, do trio, apenas ele tivesse um volume considerável no maiô absurdamente justo, pulando de um lado para o outro no meio de seu pequeno show. Tinha vontade de rir alto, o espanto agora domado pela adrenalina divertida na ideia irracional de que se vestia como uma drag, ao lado da menina que gostava, para performar uma apresentação no meio da aula de poções. Era-lhe tão insano que teve certeza que nunca mais esqueceria daquilo. Não conseguiria, para o bem ou para o mal.

Sendo assim seu pequeno momento de glória, esperou que o refrão final tomasse a sala, vendo a Bissoli se afastar e abandonar a dança para... Bom, seu desafio pessoal... E, no momento seguinte, Morpheu fez a única coisa que passou pela cabeça. Entre assobios e risadas, se aproximou de Helena com passos demorados e sensuais. Deslizou os dedos pela pele alheia, indo do braço desnudo até o pescoço, subindo delicadamente para a face. Com um sorriso, virou-se de costas para ela por alguns instantes, inclinando-se para frente até conseguir quase tocar a palma no chão, deixando a bunda esfregar generosamente contra a menor.

Voltou-se a posição original com um riso baixo, empurrando-a até a parede de vidro e subindo uma das pernas pela lateral de seu corpo, o olhar fixo no dela com um 'quê' de travessura. Ambas as mãos passavam pela barriga da menina, com o cuidado de manter-se apenas na linha do umbigo, e tombou o rosto de modo a encaixar-se no pescoço alheio. Não a tocava de verdade... Sequer deixou que os lábios encostassem na pele. Uma provocação que se mesclava na performance, o sorriso domando a face com uma diversão meio maliciosa. Quando a música terminou ainda estava naquela exata posição.

Deixou na curca do pescoço alheio um beijinho rápido, erguendo os olhos para o dela com um riso tímido. A adrenalina da apresentação começava a esfriar em seu sangue, a timidez tomando-lhe aos poucos a face. Retornou a perna para o chão, mordiscando o próprio lábio inferior. Entre os aplausos e gargalhadas, aproveitando o caos coletivo, deixou um beijo demorado na bochecha da loira. — Eu te amo por ter feito isso comigo. — Comentou antes que conseguisse barrar as palavras, percebendo alguns segundos tarde demais, com o olhar estatelado.

Afastou-se rapidamente, tentando voltar a postura inicial. Mandou beijos exagerados para a turma e prendeu novamente o cabelo em coque desleixado. Pegou o hobby do chão, fechando-o ao redor de si, com o cuidado de não colocar os braços. Nem por um caralho que ficaria de fio dental a aula inteira! Aquilo já começava a incomodar suas partes. Desamarrou o maiô e o retirou por dentro da proteção do cetim, mantendo-se apenas com aquela última peça. Jugou o traje de banho na carteira de Andes com um riso alto e estrondoso e buscou o som agora desligado antes de buscar uma cadeira para se sentar.

Com o riso ainda frouxo, acabou sentando-se ao lado de Ulisses, ajeitando o hobby para não meter a bunda desnuda na cadeira fria. Aproveitou para tirar a box do bolso e vesti-la no fundo da sala, ajeitando-se na cadeira enquanto esperava a sala se acalmar. Trocou um olhar cúmplice com Helena e Alice, assim como lançou ao professor um olhar de desculpa envergonhado.

Off:
Com: Alice e Lena+ Por: Look Vittar


Morpheu Byrne
there is no sweeter innocence than our gentle sin in the madness and soil of that sad earthly scene only then I am human
Maria Luísa Vargas
TLC » Adulta
avatar
Mensagens :
52
Ocupação :
Presidente do Centro Acadêmico Livre de Castelo Bruxo
Qua 1 Abr 2020 - 16:30

chêga másh ishtimadínhus

Maria Luísa esticou o rosto na frente do espelho, as palmas cada uma grudadas na lateral imitando a madame Klimeck — O que? Madame Leonina de novo não! — Atuou para o espelho, o sotaque catarinense somado ao rosto repuxado de forma que os lábios formavam uma linha única era o suficiente para tornar a frase de difícil entendimento, pior ainda apenas para uma bruxa nascida e criada em meios mágicos. —  Como assim, Anaju? Nunca viu Zorra Total? — Questionou, largando o rosto e dramaticamente levando uma mão ao peito, como se apunhalada. —  É por isso que esse mundo bruxo anda perdido mesmo.

Não que a atual presidente do centro acadêmico fosse a maior fã daquele tipo de entretenimento, mas era impossível, algumas coisas infiltravam-se tanto na mente que via replicando as péssimas piadas nos momentos mais inusitados possíveis. Como naquele específico, enquanto tentava arrastar Ana Júlia largar da sua jacuzzi para poderem ir pra aula. — Eu tô falando que a gente vai chegar atrasada, olha a hora que tu decidiu vir me visitar sua tôla... Como assim tu não vai?

A bruxa ergueu as mãos para o alto e soltou um suspiro exasperado frente a tosse, na sua imaginação fake, da amiga. — Eu não sei como ainda insisto, menina, sinceramente. Sabe, recém começou o ano... — Reclamou, juntando suas coisas. — Pelo menos fecha bem meu quarto quando sair. — Acrescentou, correndo para fora da Ybirá na sequência. Não que Maria fosse sinônimo de melhor aluna de CasteloBruxo, até tirava boas notas, mas sua presença era mais facilmente reconhecida junto dos movimentos ou pendurando cartazes pelos corredores.

(...)


Que porra... — Esboçou, fechando a boca na sequência. Uma dúzia de alunos já estavam sentados interagindo com o professor naquela sala que definitivamente não soava como nada em Castelo Bruxo que ela já tinha conhecido até então. E ela estava ali no sexto ano, não era pouco tempo não. Isso que é uma aula conjunta até pro quarto ano, pensou, puxando suas bolsa para ir sentar próxima da parede sem notar o espetáculo que acontecia imediatamente atrás de si que atraiu a atenção do professor, tornando-a despercebida. O quanto aquela descontração seria benéfica para alunos que ainda podiam optar por permanecer mais tempo na instituição? Não precisava nem ir longe demais, no próprio quadro docente naquele ano tinha certo sobrenome que causava um mal estar na boca do seu estômago, um certo tipo que saia distribuindo socos em eventos governamentais, o que faria no isolamento de uma escola?

Voltou-se novamente para a sala, após sentar-se e aí sim seu queixo foi ao chão. Sua mão foi imediatamente para o bolso de fora da bolsa, retirando seu celular e abrindo a câmera. Mesmo se a rede não funcionasse durante as aulas, ela queria garantir que a encenação perfeita de dança do trio seria eternizada
Maria Fernanda Rayleigh
TLC » Adulta
avatar
Mensagens :
81
Qua 1 Abr 2020 - 18:51


Era uma quarta feira ensolarada, fazia exatamente... Sei lá quantos graus do lado de fora da cabana dos alojamentos, mas eu sabia que seria um pequeno inferno pessoal assim que pisasse do lado de fora, com essas botas de couro e cano longo, e as meias que ultrapassavam o cano do calçado, isso era quase garantido. Coloquei a capa longa e sem mangas, pendurei a mochila nas costas, com uma garrafinha de água no bolso lateral direito, e saí do alojamento, correndo, porque estava atrasada.

Por algum motivo, não encontrei as meninas na ida para a aula de poções, naquela manhã. Alguma coisa a ver com um desafio que tinha ocorrido entre os times de quadribol, mas que elas quiseram não me falar o que era — what a bithces — mas tudo bem. Encontraria-as na sala de aula, e tiraria essa história à limpo.

Só não sabia que, ao entrar na sala de poções — completamente reformulada e modernizada, com luzes cor de rosa nas estantes metálicas e em tantos outros lugares — encontraria o professor vestido com a roupa de uma atriz da década de 40 ou 50, sentado em um trono cor de rosa, com as pernas cruzadas.

Meu queixo caiu na medida em que ia entrando na sala. Uma luz leve e cor de rosa envolvia todo o ambiente, e alunos do quarto, quinto e sexto anos estavam presentes, sentados nas bancadas modernas de laboratório, o professor — ninguém mais, ninguém menos, que Adrian D’Angelo — estava próximo a Emília, que tinha o cabelo bagunçado e sentava-se, quase contorcida, na banqueta de laboratório.

Tudo parecia acontecer com muita rapidez para minha cabeça processar, mas Morpheu — ele estava morando comigo desde o início do ano, mas acabara entrando no Jaguar (em que situação me colocara?) e deixando-me sozinha no time dos Carcará — apareceu e disse que devíamos esperar ele entrar. Eu tombei a cabeça, observando com o cenho franzido o batedor dos Jaguar entrar e começar a apresentação, vestido com um maiô fio dental, dançou uma coreografia sensual na frente de toda a turma, chamando a atenção de todos, inclusive do professor.

Eu entrei discretamente, sentando-me mais ao fundo da sala, tirando a garrafinha da mochila e colocando-a sobre a bancada, deixei a mochila de lado e sentei-me à cadeira fria. A encenação estava engraçada, terminando em um lindo final, com uma declaração e risadas. Palmas foram ouvidas e sorri para meu amigo — que se aproximara bastante da artilheira dos Carcará.

Sorri de lado, olhando para o casal e voltei a minha atenção para o professor, colocando algumas coisas da minha mochila na bancada, ainda rindo baixa de toda a situação. Eu já não sabia mais o que era mais surpreendente: o professor, a sala, a aparência comprometedora de Emília, a dança e a roupa de Morpheu ou — pior ainda — a roupa tão pouco característica que Helena — a artilheira mais certinha que os Carcará já teve — vestia.
Classe trop
psychédélique

Que reste-t-il à arriver?
m e !


Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
Mensagens :
506
Ocupação :
Estudante/Artilheira
Qua 1 Abr 2020 - 21:01
NA AULA DE POÇÕES | COM TODO MUNDO
O dia em que fiz cosplay.
A ida até a sala de aula fora um desafio e tanto, desde a descida de Ybirá a percorrer as trilhas em direção ao grande castelo onde teriam a aula de poções. Morpheu precisara apoiar-se nas duas garotas por causa dos grandes saltos e ajuda-lo a não torcer o pé no trajeto. Lena considerou que não seria de todo ruim se apresentar para parte considerável da população “sênior” da escola, afinal, seria numa sala fechada, não é?

Doce engano. Seu queixo caiu ao ver as paredes transparente e a estilização chamativa da sala de aula. Percebeu também que se atrasara relativamente para a aula, e esperava dar o pequeno show quando menos pessoas estavam presentes, mas os deuses não pareceram ter ouvido seus pedidos, pois podia ver que parte da turma já se encontrava na sala e atenta. E o professor era, em si, um espetáculo à parte, o que a surpreendeu, ao mesmo tempo em que Lena o admirou pela caracterização como Marilyn Monroe. Era tão único, que ela se viu ansiosa pelas aulas.

Isso se não fosse expulsa por causa do pequeno desafio.

Chegaram na porta, e o Byrne foi o primeiro a entrar, com o guarda-chuva que convocara quando chegaram e as duas garotas permaneceram do lado de fora. Lena deu um breve aceno, apesar de sentir a tenção em cada membro do corpo, como se estivesse mergulhada em uma banheira de água extremamente frio; sentia as mãos tremer e sabia que o rosto devia estar um pouco pálido. É claro que sua parte era menos pesada do que a de Morpheu e Alice, mas para o pequeno mundinho doce e calmo de Helena, era exposição até demais para um ano.

Além disso, ela agradecia por não estar presente naquela primeira parte — e entrada baphonica —, do desafio de Mopheu. Ela sabia que não precisava ter ciúmes de seu crush beijando seu primo, não, não precisava; e sentiu o rosto esquentar ante aquilo. Ah, céus. Olhou para Alice, e o sorriso que compartilhou com a amiga era um tanto fraco. — Bem, é um jeito estranho de entrar pra história da escola, não? — brincou, uma tentativa incerta de relaxar a ambas.

O pouco tempo que passaram fora da sala pareceu uma eternidade, até a música começar a tocar e Helena precisar mexer os pés para dentro do recinto. Sentia que estava mais vermelha do que um pimentão e não ousou encarar nenhum dos amigos nos olhos conforme se posicionava ao lado de Morpheu, com Alice à frente da dupla, e iniciava a coreografia e a acompanhar a voz do cantor Lucas Lucco em um lip sync.

Tentava ser o menos desengonçada que conseguia ou mexer braços, pernas e quadril no ritmo da mússica. Claro que ela adorava dançar, mas fazia isso a seu modo, sem seguir uma coreografia certa e em um ambiente que se sentia confortável em fazê-lo. Apesar disso, conforme movia o corpo em certa sincronia com os outros dois, sentiu vontade de dar risada ao perceber a cara embasbacada dos colegas, amigos e parentes que assistiam à pequena loucura. E agradeceu por não ter precisado cantar, talvez ela nunca mais se recuperasse se precisasse fazer isso.

O refrão final se aproximava e Lena viu Alice se distanciar para o fundo da sala, para cumprir o próprio desafio e ela pararia para assistir — e dar apoio a amiga, caso necessário —, mas qual foi a surpresa ao sentir o toque de Morpheu em seu braço, o gesto singelo a fez encara-lo com os olhos arregalados. Ela mentiria se disse que não sentiu um arrepio com o toque alheio, e que aquilo não a desconcertara um tanto. Um tanto considerável. Tanto que quase teve que dar um passo para trás conforme o outro abaixou. Helena não teve outra reação a não ser rir e se afastar um pouco, como pode para o que o outro não caísse, mas duas mãos sobre a boca para abafar o riso, não tentaria esconder mais a vermelhidão na face pálida, era inútil naquele ponto.

Sentiu-se ser empurrada até que as costas estivessem contra a parede, as surpresas ainda não tinham acabado, e ela torcia para que todos estivessem prestando atenção em Alice e não, bem, neles naquele momento. A provocação estava clara ao sentir a proximidade do garoto, sem que esse a tocasse. Lena fixou os olhos nos orbes claros do rapaz, e ergueu uma das sobrancelhas quase em desafio. Quase. A música acabou, e nenhum dos dois se moveu, até que a realidade começou a recair.

Apesar disso, ela ainda tinha um sorriso na face, e ainda tentava não prestar atenção nos outros, mesmo quando o rapaz se inclinou e deu um rápido beijo em seu pescoço, ela ouvia aplausos e provocações, mas parecia longe. E tudo se distanciou ainda mais com a frase aparentemente impensada do rapaz.

O coração da Alcaide pareceu falhar uma batida com aquilo — de um jeito bom —, e Morpheu pareceu ter achado que falou alguma besteira, pois se afastou mais rápido do que Helena conseguia raciocinar o próprio reboliço que acontecia dentro de si. Se inclinou para a turma, como que finalizando o pequeno show e se apressou para ocupar um lugar na sala, especificamente atrás de Emília e Luca. Ela sentia os dedos tremerem, e as pernas pareciam um tanto mole no momento em que ocupou o assento. Lena não sabia nem processar direito se pela apresentação ou pelo grand finale.

Abaixou a cabeça e a apoiou nos braços cruzados sobre a mesa, meio se escondendo do resto das pessoas;  parte de sua família estava ali, seus colegas de time estavam ali — e ela podia apostar que a maioria deles não iria gostar nada da interação com o capitão do time dos Jaguar —, fora os outros amigos. Céus.

Respondeu ao olhar cumplice de Morpheu com um sorriso rápido, e procurou Alice, queria saber se a vice-presidente do CA fora bem em seu desafio.

OFF:
VULPVELOX ⛛


Última edição por Helena M. Alcaide em Qua 1 Abr 2020 - 23:19, editado 1 vez(es)


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
Mensagens :
645
Ocupação :
CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Qua 1 Abr 2020 - 23:07

”Todos somos oucos aqui.”

— Gato de Cheshire – Alice no país das maravilhas.
...

Os fios do cabelo levemente ondulado da Pegoretti eram repentinamente arrumados em um ato nervoso enquanto o trio caminhava rumo ao castelo, embora não houvesse nenhuma mecha fora do lugar. Não ainda. – O que que a gente tá fazendo, cara? – soltou a pergunta em meio a uma risada nervosa enquanto apressava os passos pelos corredores e escadas. Ah se a diretora visse aquilo... Mas calma, quem garantiria que ela não veria? Um calafrio percorreu a espinha da estudante e membro do Centro Acadêmico, imaginando que, se a má reputação evoluísse, ela passaria a ser apenas aluna mesmo. ”Puta que pariu...”, tentava respirar fundo e manter-se calma sempre que ouvia alguns passos e falatórios pelo castelo, mas felizmente o grupinho de estrelas não encontrou ninguém pelo caminho, talvez a paranoia estivesse fazendo a menina imaginar coisas, afinal.

Piscou de repente ao ver os colegas pararem e percebeu que haviam chegado à sala muito mais cedo do que imaginou, fazendo o nervoso apenas aumentar. Mais uma risada escapou da menina que daria de tudo para voltar no momento do jogo e não jogar, ou simplesmente não aceitar dois desafios. ”Tá pra nascer bicha mais burra.”, gritou sua mente, mas ela já estava ali mesmo, e era melhor que cumprisse os benditos desafios para não pegar fama de arregona. Infelizmente o orgulho da taurina falava muito alto em certos momentos, ou melhor, em momentos errados.

Morpheu entou primeiro, e Alice só conseguiu esconder riso e rosto com ambas as mãos, sentindo vergonha alheia, mas quem era ela para zoar alguém, uma vez que estaria junto em poucos instantes? – Totalmente, mas menos que isso acho que não seria válido pra gente. – voltou à postura normal ao ouvir o comentário da Alcaide, espiando para dentro da sala logo depois de responder a amiga, e teve que esconder a boca com as mãos mais uma vez para conter a gargalhada causada pelo show sedutor do Mofadinho. E então a música tocou, dando a deixa para que Helena entrasse, e ali fora, esperando por sua vez, a pressão foi a mil por hora de tão apressado e desconjuntado que batia seu coração.

O primeiro refrão da música chegava ao fim e era isso, era agora ou nunca. Puxou o pano de estampa parecida com sua calça de dentro de sua bolsinha magicamente estendida, abriu a faixa e a enfeitiçou para que flutuasse para dentro da sala, mostrando a todos a frase “ESSA É PARA VOCÊ, PEIXE BOI”. E então o pano caiu e Alice posicionou-se junto aos outros dois, puxando a coreografia ensaiada enquanto eles também fingiam cantar para acompanhar as vozes na música. Tentando não pirar por ter uma sala inteira – que inclusive parecia ter o triplo de alunos – olhando para eles, Lice concentrou-se em Joca, que estava ao fundo da sala.

Dançando passo a passo com certa graciosidade, a menina ousou dar uma piscadela e mostrar a língua em meio ao sorriso brincalhão para o crossfiteiro enquanto a música dizia “me chama, implora o meu amor.. me acende que eu quero sentir calor”. Ao mesmo tempo, a coreografia era realizada quase com maestria e o cabelo era finalmente bagunçado, jogado de uma lado para o outro quando se empolgou com a melodia. Apesar de toda a zoeira que poderia surgir a partir do ato da declaração “extravagante”, ninguém poderia dizer que a morena dançava mal, felizmente a paixão pela dança estava lhe salvando de um mico ainda maior. – Se me chama, eu vou. Se me chama, eu vou. – brincou, cantando alto por cima do som. Felizmente, ali estava outro dom que a salvava de micos maiores, pois ao menos conseguia controlar as cordas vocais para que sua voz saísse controla, alta e afinada – pena que o mesmo não se podia dizer dos cabelos, que mudavam de cor descontroladamente. Bendita metamorfomagia.

E então a última parte da música chegou, e lá estava a quintanista, tirando um leque azul royal de dentro de sua bolsa – que por algum milagre não havia caído durante a apresentação – e com um “vráaa” que ecoou pela sala, caminhou no ritmo rumo a João Carlos enquanto cantava a última frase. – E eu vou direto pro pa-ra-í-sooo. – e então sorriu, deixando o leque aberto bem em frente ao seu rosto para esconder as bochechas vermelhas enquanto encarava com ansiedade a reação do garoto, que era o único a ver no leque os dizeres “seja oficialmente o peixe boi dessa vaquinha que te ama”. O choque do garoto indicava que talvez a menina não devesse ter feito aquilo, mas agora não tinha mais volta, e apenas esperou por uma reação mais entendível enquanto engolia seco.
direto
pro
pa-ra-í-so

COM
Geral
ONDE
Sala de poções, ou o que restou dela.
OBS
IIIRRAAA
››MONTY‹‹

Off:



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Chiara Bragança Vivacqua
CASTELOBRUXO » Aluna
Chiara Bragança Vivacqua
Mensagens :
43
Ocupação :
Estudante
Qui 2 Abr 2020 - 17:28
alucinei?



Acordei mais tarde do que o habitual, principalmente se levar em consideração que aquele era o início das aulas. Levei meu olhar até a janela do meu quarto e observei o sol abusadamente brilhante e dourado. O calor aumentou assim que me cobri até acima da cabeça numa tentativa de diminuir a claridade, e um longo nnnnnãããããooooo ecoou em minha mente em discordância com as responsabilidades. Primeiro desejo do dia: processar o CB por danos morais ao meu sono.

Somente quando a água fria do chuveiro entrou em contato com a minha pele foi que despertei realmente. Tomei um banho rápido e em seguida escovei meus dentes, refletindo sobre qual das aulas do dia seria mais chata. Não que eu não goste de estudar ou que odeie as aulas, mas lidar com o final das férias nunca foi meu forte, e o primeiro estágio do luto é sempre a negação. Coloquei meu óculos escuro, e SIM, qualquer horário, temperatura e/ou local é correto para as boas lentes escuras; e só me restou caminhar lentamente à sala de poções.

Definitivamente não estava animada para ler métodos de preparação, além de ter que lidar com um novo professor (e bônus: professores de poções nunca são legais). Se me perguntassem quais eram as minhas expectativas para aquela aula eu certamente responderia que não esperava por nada muito especial. Castelobruxo dificilmente fugia do convencional e muito menos tinha métodos didáticos mirabolantes — o que é uma absoluta falta de bom uso da magia. Mas certamente não foi isso que presenciei.

"Mas que porra é essa?!" Eu cheguei no lugar certo? Não é possível que em cinco anos aqui eu ainda tenha a capacidade de errar minha sala. Os rostos conhecidos me fizeram ter certeza que era ali, ok, tudo de volta ao controle. Mas ainda sim: que porra é essa?! A sala completamente fora de seu habitual melhorou meu dia só em pensar que não teria que criticar a decoração horrorosa de sempre. Melhor do que isso, apenas a figura que roubava toda a atenção para si no centro da sala: o professor. Vestido nada mais e nada menos como Marilyn Monroe, estava do lado de Emília lhe dando algo. Cedi à necessidade de retirar o óculos e viver o "só acredito vendo" (e vendo não estava acreditando).

Entrei e me sentei na fileira ao lado da parede, e para minha surpresa Ulisses estava dando uma palestrinha em pé. Segundo desejo do dia: ensinar meu primo a mentir. "Olha só o priminho!" Inevitavelmente soltei um risinho ouvindo toda a babela que ninguém acreditaria, mas a tentativa é o que vale, não é mesmo? Mas voltando à minha normalidade como aluna exemplar, peguei meu celular para o tempo passar mais rápido.

"Mas que porra é essa?!" O SEGUNDO DO DIA. Um som ecoou no fundo da sala e todos se voltaram para olhar o que era. Sinceramente, eu devo estar alucinando. A sala, o professor, e agora uma belíssima performance. "E vamos de fofoca no witchgram." Helena, Morpheu e Alice incorporaram um corpo de baile no melhor estilo Daniel Saboya apresentando um espetáculo ao som de Pabllo Vittar. Aparentemente o dia vai ser bem mais longo do que o previsto.



@todos



  
Crystal Pearl Bruckner
CASTELOBRUXO » Aluna
Crystal Pearl Bruckner
Mensagens :
30
Dom 5 Abr 2020 - 17:57

Poções não é algo tedioso!  


O vestimento do CasteloBruxo tinha seus padrões, mas claro que eu não estava usando como parecia ser o certo. A blusa branca que continha o brasão da escola não era a mesma, suas mangas não existiam mais, pois tinha feito uma modificação na mesma transformando-a em uma regata, além que a mesma estava amarrada no meio de minha barriga com um nó. A saia esverdeada tinha perdido o cumprimento original, com a mão esquerda aberta da minha cintura até a perna e mais quatro dedinhos de Lya diminui o tamanho do tecido de baixo. Estava curto? Bom, não digo que é curto, mas sim mais refrescante. O All Star de coloração branca me deixava confortável para andar de um lado para o outro e só por ter que ir de uma aula para outra que não estava com minhas botas. Claro que para finalizar meu visual uma maquiagem não muito forte estava sobre minha face e meus cabelos estavam soltos como o de costume batendo quase no meio de minhas costas. — Eu ainda fico confusa com essa história de ter aulas conjuntas com alunos do quarto, quinto, sexto e sétimo ano. — Solto um longo suspiro enquanto caminho no meio de meu gêmeo e minha irmã caçula. — As coisas aqui são tão diferentes de Ilvermorny, daria tudo para voltar para lá.. — Digo baixo enquanto íamos em direção ao local destinado as aulas de poções, pelo menos o trio seguia o caminho que foi orientado por um aluno veterano daquela escola. — Apesar de ser estranho é até legal, porque aí ficamos junto da Lya também. — Empurro de leve a ruiva mais nova pelo ombro e então paro um pouco antes de invadir a sala. “Mais um professor que não conheço, mas que seja mais bonitinho que os que já vi.” Penso e dou um sorriso para Darlan que olha em minha direção, não sabia o porque minha vinha tendo sonhos estranhos a respeito do meu irmão, sonhos que somente uma namorada tem com seu companheiro. O pior era que eu não tinha coragem de compartilhar esses sonhos com ninguém, primeiro que ele era meu irmão, segundo que as únicas pessoas que tinha intimidade naquela escola até o momento eram os dois jovens que compartilhava os mesmos progenitores. — Estou indo, que pressa! — Rolo os olhos para o menino e então invadi a sala em passos calmos.

“Caramba, esse lugar nem parece um ambiente onde tem aulas monótonas de poções.” Já tinha tido diversas aulas de poções ao longo de meus anos escolares e nunca tinha entrado numa sala como a que estava naquele dia. “Lâmpadas roxas seriam bem mais legais.” Claro que eu sempre iria optar pela minha cor favorita, sabe como é. Meu olhar caiu em cima do docente que era um tanto avançado se fosse comparado aos demais da instituição por suas vestes, porém era único e isso muito me agradava, mas o que mais me chamou atenção foi no trono disposto para o mais velho.  “Ele tem personalidade e não usa uma moda lançada, ele faz a sua moda.” Penso e levo a mão até a alça da minha mochila que estava começando a escorregar de meu ombro esquerdo. Desvio o olhar do mais velho quando escuto meu nome ser chamado. — No fundo não, meio. — Digo para Darlan e caminho em passos tranquilos em direção a ele tranquilamente, mas de uma coisa eu estava certa,m as aulas daquele cara seriam interessantes só pelo estado em que a sala se encontrava. Me acomodo cruzando a perna esquerda sobre a direita e pousou a mochila sobre um espaço na bancada com cuidado para não derrubar nada que esteja sobre ela. “Que tipo de vegetal deve ser aque?” Mordo levemente o lábio inferior encarando um pote específico onde uma erva se mexia como se estivesse em uma dança lenta e que desejava liberdade.  

Movo a cabeça deixando a plantinha de lado quando escuto a voz de um garoto, meus olhos castanhos caíram sobre os ombros dele, seu cabelo era negro e batiam, não dava muito para reparar enel já que só via seus ombros já que o mesmo estava acomodado em minha frente. “Ele tem atitude, gostei.” Sorrio de cantinho e deixo que meu cotovelo esquerdo seja apoiado sobre a bancada em minha frente para só então deixar meu queixo descansar sobre a palma de minha mão. “Pelo jeito que ele fala o professor é novo aqui e esse menino é veterano.” Assinto com a cabeça em concordância pelo que penso em relação ao que escuto do menino. Olho em direção a Emmy que tinha o título de goleira dos Carcará e depois para Andes, o artilheiro dos Jaguar. “ótimo, tem time de quadribol.” Eu amava voar e adorava quadribol, daria um jeito de entrar em um time, pois adrenalina era uma coisa que tinha que ser vivida por mim todos os dias se possível. — Não creio nisso.. — Murmuro ao escutar o som sair de uma caixinha de som. — Os alunos daqui são fodas. — Digo rindo baixo e assisto o show, afinal, era de graça! — O trio ali manda muito bem, espero que tenha mais show assim. — Comento e mordo meu lábio inferior de leve, mas assim que a diversão acabar meu sorriso divertido some, as vezes irmãos são um saco. — Cala a boca, não enche. — Digo rolando meus olhos quando Darlan questiona sobre minha cabeça estar pesada por conta da posição que eu estava acomodada. Me afasto da bancada e levo a mão direita até uma mecha que estava me incomodando, jeito-a atrás da minha orelha esquerda. Aguardo um tempo e ao perceber que ninguém mais se pronuncia para se apresentar deduzo que não têm problema em fazer isso, mas também se teria descobriria em instantes. — Sou Crystal Bruckner, estudava em IIvermony e esse ano acabei vindo para cá. Esse aqui é o Darlan. — Digo apontando para o garoto ao meu lado de cabelos ruivos e com um brinco em sua orelha direita. — E essa é minha irmã Lyanna. — Apresento as duas pessoas mais importantes em minha vida e volto meu olhar ao docente.  — Ah, ao julgar por esse ambiente original creio que suas aulas não serão tediosas e isso de muito me agrada. — Finalizo minha apresentação apoiando meu braço sobre a bancada e tamborilo meus dedos levemente sobre ela sem causar barulho que incomoda-se as pessoas a minha volta.

❄


❄️
Crystal Bruckner
Na natureza não existem recompensas nem castigos. Existem conseqüências.
❄️
Adrian Polaris D'Angelo
TLC » Artista
Adrian Polaris D'Angelo
Mensagens :
25
Ocupação :
Docente
Dom 5 Abr 2020 - 23:24

Apresentações? Encerradas.
Os alunos começavam a chegar rapidamente, o que deixava o professor (claramente inexperiente) um pouco apreensivo. A tensão poderia ser cortada no ar com uma faca; mas não durou muito, pois uma figura entra na sala. Segurando uma sombrinha de bolinhas.

A princípio Adrian ficou um pouco; intrigado. Mas logo uma música muito familiar começa à tocar; foi assim que uma apresentação que não poderia ser descrita com outra palavra além de "Icônica" começou.

Jogando a sombrinha de lado, a figura revelou-se. Era um dos alunos;  vestido de Pabllo VIttar e fazendo uma apresentação dígna de aplausos.
Levantando-se de seu trono, Adrian começa a bater levemente em seus vidros nas prateleiras, agitando levemente seus conteúdos que brilharam em um show de cores que apimentaram a apresentação.

—Vai Drag! Vai Drag! Arrasa no Lip Sync QUEEN!

Gritava Adrian enquanto descia até o chão ao som da música. Digamos que os próximos momentos foram o que chamamos de "Efeito boate" as pessoas estavam tão envolvidas na dança e no show de luzes. As próximas garotas entraram para acrescentar sua própria apresentações, uma delas puxou um cartás que dizia "ESSA É PRA VOCÊ, PEIXE-BOI" que arrancou algumas risadas da sala. Outra vestida de vaca

Uma das alunas envolvidas no Lip Sync teve seu próprio momento com outro dos garotos na sala, o que só adicionava ao caos que estava acontecendo. A musica chega ao fim, mas toda a euforia permanecia na sala na forma de breves sorrisos entre os alunos.

Batendo palmas, Adrian aproximava-se do seu quadro de vidro, puxando-o para o meio da sala. Já estava na hora de ensinar alguma coisa para essas crianças. Jogando os cabelos para trás, ele se posiciona.

— Foi muito divertido conhecer todos vocês; alguns mais do que outros, mas vamos deixar isso de lado.

Tomando um pouco de fôlego para espantar seu nervosismo, Adrian se foca no seu plano de aula, afinal ele tinha que demonstrar confiança; embora estivesse tremendo por dentro.

Os alunos tomam seus lugares; o professor percebe que alguns imediatamente tiram seus livros de poções e colocam sobre a bancada. Com um sorriso no rosto, Adrian fala para sua turma enquanto escreve em seu quadro de vidro.



— Alunos que trouxeram seu "Livro Avançado do Preparo de Poções"...

Adrian podia ver os alunos mexerem-se para pegar seus livros, outros que já estava com ele na bancada abriram no índice esperando o professor.

— Tem uma lixeira debaixo de sua bancada, é lá que ele deveria estar.

Enquanto terminava de escrever em seu quadro de vidro usando uma canela especial que brilha quando exposta a luz de seu laboratório.

— Durante meu período como professor, vamos estudar a teoria de alquimia original, ou como eu gosto de falar... Química Louca.

Voltando em direção ao seu quadro de vidro, em alguns passos que ecoaram levemente os sons de seus saltos, pois os alunos estavam silenciosos olhando para seus livros.

— Os quatro ingredientes listados no quadro são o necessário para criar uma de minhas invenções, uma poção do sono para ser exato, utilizando recursos naturais abundantes em nosso país; entretanto cabe a vocês, decidirem e adicionarem um quinto ingrediente.

Escrevendo no quadro com a ponta de sua varinha, o Professor Adrian detalhava o modo de preparo da poção do sono e sua teoria por trás da relação entre os ingredientes e seus efeitos finais.

O Quadro de Vidro:
 Poção Boa-Noite: Uma poção que causa sonolência, criada originalmente para tratar a insônia do seu inventor.
Criador: Adrian Polaris D'Angelo


Ingredientes:

[Aula Guiada] Aula Conjunta de Poções 4º 5º e 6º Ano U2wVcRj

Preparo:


1 - Prepare seu caldeirão com os 200ml de Aguamenti e coloque para ferver os 3 Fios de Ahó Ahó. A temperatura ideal é de 120º.
2 - Triture as flores de Camomila e Maracujá até uma pasta uniforme, geralmente de cor esverdeada.
3 - Adicione a  Erva-de-São-João ao seu caldeirão e mexa em sentido horário por 3 minutos.
4 - Coloque sua mistura de Camomilla e Maracujá em seu caldeirão e apague o fogo de seu caldeirão.
5 - Ao chegar em temperatura ambiente, comece o processo de destilação.

Conclusão: O produto final deve ser um líquido de cor Amarelo-Milho.


Notas Finais: A poção deve ser misturada na proporção (1 Colher de Chá para 1 Copo de 300ml)  para causar sonolência. Caso seja consumida sem diluir, os efeitos podem causar desmaio imediato.


Terminando de escrever seu teorema . O professor vira-se novamente para seus alunos e conclui sua explicação.

— Os alunos que conseguirem uma poção estável, serão bonificados; boa sorte  e tentem não perder uma mão.

Com um bater de palmas ele deu início ao seu desafio. As prateleiras por todo o seu laboratório estavam cheia de ingredientes que poderiam ser utilizados, alguns com reação explosiva, outros que não teriam efeito algum, seria interessante ver as escolhas de seus alunos.

Os Ingredientes:

Ingredientes Herbais


Gengibre: Pode ser retirado a raiz ou o ingrediente inteiro.
Roseiras de cor: Vermelha, Amarela, Branca, Rosa e Azul
Hortelã
Eucalipto
Aloe Vera
Guaco
Boldo
Alamanda
Copo-de-Leite
Cinamomo
Coroa-de-Cristo

Componentes Animais


Escama de Boitatá
Dente de Boto
Cabelo de Iara
Unha de Cuca
Plasma de Bradador
Pelo de Capelobo
Dedo de Corpo-seco
Cabelo de Curacanga
Unha de Labatut
Pêlo de Mapinguari
Unha do pé de Pisadeira
Dente de Papa-Figo

Prática: Faça um post descrevendo seu processo de criar uma poção do sono utilizando 1 ingrediente extra, além dos que já fazem parte da poção original. Você será avaliado  em um post oficial do Professor.


Maria Fernanda Rayleigh
TLC » Adulta
avatar
Mensagens :
81
Seg 6 Abr 2020 - 4:28


Sentada do meu lugar, ao fundo da sala, tomei um gole da água enquanto Alice se declarava à João ― com um leque ― vestida com uma roupa de vaca, completely iconic, o que gerou ainda mais risadas e palmas. A atmosfera do início da aula se tornara cada vez mais leve e tranquila, e o professor chamou todas as atenções novamente para si e começou a aula ― o que não era muito difícil, dado seu vestido com a saia rodada e solta.

Tirei o caderno da minha mochila e coloquei-o sobre o tampo da bancada ― junto com o estojo de canetas ― lado a lado com o celular, e apoiei meus braços sobre a superfície, olhando para o professor, que escrevia no quadro de vidro com uma tinta neon.

― …Tem uma lixeira debaixo de sua bancada, é lá que ele deveria estar. ― meus olhos se arregalaram com a surpresa, e um riso baixo escapou entre meus lábios.

Percebi muitas reações diferentes à fala do professor, desde surpresa até uma descrença. Até podia entender o motivo: Livro Avançado do Preparo de Poções era um livro famoso entre os professores de poção ― quem poderia adivinhar que o professor de Castelobruxo seria tão alternativo? Tinha que admitir que aquilo estava sendo maravilhoso, considerando o contraste com as aulas sempre centradas e disciplinadas de Beauxbatons.

Com certa relutância, os alunos colocaram os livros no lixo, e se voltaram silenciosamente para o professor, que terminava de escrever em seu quadro de vidro com o seu pincel de tinta brilhante. Teoria da alquimia original. Anotei no topo das linhas do meu caderno, como um título, junto com a data do dia ― 8 de abril de 2020 ― e, então, anotei o que o professor escrevera no quadro, com uma caligrafia graciosa.

Uma poção do sono… Intéressant… Trata insônia, pode causar desmaio instantâneo se não diluída… Isso poderia trazer problemas… Talvez.

Espera, nós tínhamos que escolher um ingrediente extra, que não interferisse no resultado da poção? What the hell…?

Puxei o ar, prendendo-o em meus pulmões por alguns instantes, para, só então, soltá-lo. Talvez eu tivesse um pouco de medo de fazer poções e causar alguma explosão ems sala de aula. Só então comecei a preparer tudo o que eu precisava para fazer a poção.

Comecei pela regra número um da cozinha, quando fazemos uma receita que não conhecemos: ingredientes e quantidades. Deveria pega-los e coloca-los em minha bancada, para que não houvesse imprevistos ― se na cozinha corria o risco de causar um incêndio, na preparação de uma poção, corria o risco de exploder toda uma sala.

Com o caderno e a varinha nas mãos, aproximei-me do armário com vidro rosê, onde ficavam os frascos e os ingredientes que precisaríamos.

A sala se tornou um frenesi. Alunos andavam e corriam para prepararem suas poções em tempo record. Ingredientes voavam de um lado a outro, fumaça começava a borbulhar e outras pessoas começavam a ficar preocupadas com suas poções passando do ponto e causando explosões.

Mordi o lábio e, seguindo o exemplo dos meus colegas, ergui a varinha e com movimentos suaves e muitos accios todos os ingredientes estavam na minha estação de trabalho. Um, em especial, me chamou um pouco mais de atenção.

Os fios de Ahó Ahó era um ingrediente peculiar, provavelmente uma criatura brasileira, mas o que era? Com uma caneta marca-texto cor de rosa, marquei essa parte da receita, para pesquisar depois.

Coloquei o caldeirão sobre o pequeno fogareiro, e o acendi com um incendio controlado para não ficar muito alto. Em um becker, usei o Aquamenti para encher até a marca de 200ml, como estava escrito na receita do professor. Coloquei a água no caldeirão junto com exatos três fios de Ahó Ahó e um termômetro, para que eu pudesse checar a temperatura enquanto fazia outras coisas.

Enquanto os fios de Ahó Ahó fervia dentro do caldeirão, em um pequeno pilão, triturei as flores de camomila e maracujá até que se tornassem a pasta esverdeada que indicava na receita e dei uma nova checada na temperature do caldo. Mordi o lábio, vendo o indicador do termômetro mostrar 120°C, então adicionei a erva-de-São-João no caldeirão e, com uma colher metálica, mexi em sentido horário ― era da esquerda para a direita, certo? ― por demorados 3 minutos ― contados no cronômetro do celular ― e, só então, adicionei a pasta de flores na mistura fervente.

Após apagar o fogo, voltei aos armários com portas de vidro em coloração rosê, tombando a cabeça levemente para o lado.

Tinha um ingrediente que eu conhecia e usava na cozinha, quando fazia comida na Cabana, e havia o visto ali em algum lugar. Okay. Pensei comigo mesma, enquanto finalmente achava o gengibre em uma das prateleiras, voltando para minha estação de trabalho.

Lá, cortei um pedaço do ingrediente, ralando boa parte dele na mistura, esfriando dentro do caldeirão sobre o fogareiro apagado. E, aos meus olhos a cor aos poucos se transformava, e alguma coisa parecia prestes a acontecer.
CLASSE TROP
PSYCHÉDÉLIQUE

Potion de sommeil
m e !


Maria Fernanda Rayleigh
save your loving, you can just lay it on the line and pour it up
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
Mensagens :
506
Ocupação :
Estudante/Artilheira
Ter 7 Abr 2020 - 3:45
With things that I wanna say, But your a million miles away
  • AULA DE POÇÕES
I guess I'm stuck in this mad world
Helena esperou a bronca, e suspirou com nítido alívio quando esta não veio, enquanto a aula não começava, se ocupou em tirar do cabelo os grampos e tentou baixar os fios e deixa-los o mais decentes possível, para isso, pegou um elástico em um dos bolsos e o prendeu em um rabo de cavalo baixo. Por fim, retirou de um dos bolsos da jaqueta — encantado com um feitiço expansão mais cedo —, o caderno e a caneta tinteiro de bambu, estava tateando a procura do livro de poções, mas quando o professor disse que poderiam jogar os livros no lixo, as sobrancelhas da Alcaide subiram em surpresa (se é que aquele dia poderia surpreende-la ainda mais). Deixou o livro no bolso, e procurou a parcela do caderno reservada para a disciplina de poções.

Anotou o que o professor explicou sobre seu método de ensino, circulando o termo “química louca”, e passou a limpo todas as informações e instruções sobre o preparo da poção. Em cor diferente, anotou as medidas dos ingredientes, para destaca-las entre o texto escrito com a letra caprichosa da adolescente. Ao olhar para a lista de ingredientes adicionais que poderiam ser usados, franziu o cenho. Certamente aquela seria uma aula interessante. Isso se alguém não explodisse todo o laboratório ou intoxicasse a todos com algum vapor venenoso — o que poderia acontecer considerando alguns dos ingredientes.

Ela tirou o kit de preparo do bolso enfeitiçado, já montando o tripé e posicionando o caldeirão em cima da estrutura metálica. Pegou um medidor de vidro, e colocou-o em frente ao rosto, visando à medida que queria. Apontou a fronte da varinha para o fundo, usando a borda como apoio e murmurou: — Aguamenti! — em tom firme, até a água atingir a marca dos 200ml de água. Despejou o líquido no outro recipiente, murmurando um “incêndio” para acender o fogo baixo. Enquanto a água esquentava, levantou e caminhou até a estante de vidro rosé onde estavam os ingredientes.

Agradeceu pela experiência na loja dos pais — e na ajuda de sua mãe quando o assunto era herbologia — ao escolher as flores de camomila e maracujá, e colher o talo de erva de São João. Para o quinto ingrediente, Lena olhou bem para a lista. Alguns ingredientes ali poderiam transformar uma poção do sono em um veneno potente, e outros tinham efeitos medicinais interessantes, como o gengibre. Mas ela lembrou de uma planta que a mãe sempre usava para fazer chá e ajudar nas crises de ansiedade de seu irmão quando mais novo. Sorriu e procurou dentre as ervas a planta de folhas arredondadas e de um verde intenso.... Não estava muito longe. Colheu quatro folhas — seria mais do que o suficiente para o que pretendia.

Voltou a passos rápidos para sua bancada e sorriu ao perceber que a água começara a criar bolhas no fundo; colocou no caldeirão os fios de ahó ahó e, junto, um termômetro culinário anal[ógico para indicar a temperatura ideal especificada pela receita — esperou que o ponteiro indicasse os 120 graus para ajustar o fogo de forma a manter a fervura naquela temperatura.

Pegou o pilão de cerâmica, colocou a flor de maracujá e as quatro flores de camomila no recipiente e usou o amassador para, com rapidez, começar a triturar as flores. Helena torcia e batia o amassador contra as flores e talos, até começar a deforma-las e estas começarem a se desfazer em uma pasta. Era um processo um tanto chato de se fazer e pausou tempo o suficiente para se espreguiçar um pouco e tirar a jaqueta — o calor estava começando a incomoda-la. Voltou para a pasta, que já estava quase pronta, então, pegou as três das quatro folhas de hortelã que pegara mais cedo, junto aos ingredientes.

Era uma planta bastante presente na culinária, especialmente em doces, e conferia um toque de frescor ao que quer que fosse acrescentada. Mas essa não era a única utilidade da hortelã; enjoo, vômito e problemas estomacais e intestinais poderiam ser tratados com a erva. Mas não fora esse o motivo da Alcaide escolher a plantinha em específico, não. Hortelã também tinha efeitos tranquilizantes — não tão fortes quanto a camomila e o maracujá, mas, o chã e óleo essencial da planta poderia ser usado para combater sintomas de estresse e ansiedade. Por tal, achou prudente acrescentar à receita.

Poderia ter se ariscado mais? Sim. Pelo que ouvia dos colegas ao redor — e de umas poucas explosões e gritos mal contidos —, poderia obter resultados interessantes se arriscasse. A apresentação, no entanto, já preenchera sua cota de riscos anual. Então, iria por um caminho relativamente seguro.

Acrescentou as três folhas de hortelã à pasta quase pronta e pressionou o amassador contra estas, o bastante para poder extrair um pouco do sumo, torcendo para que a mistura desse certo.   Deixou a pasta em um canto próximo e olhou a água que fervia; abriu novamente o kit e pegou um bastão de vidro e, quase no automático, recolheu o talo de erva-de-São-João na bancada e a jogou na água fervente. Pegou no bolso um relógio e olhou-o para contabilizar os três minutos pedidos, Lena começou a mexer a mistura para auxiliar no processo de infusão da erva.

Três minutos era pouca coisa, o tempo de uma música. Mas quando se faz movimentos repetitivos, como mexer uma panela ou fazer um exercício, os cento e oitenta segundos poderiam parecer eternos — e exaustivos.  Por isso, sem perder o foco no tempo do relógio, e nem diminuir o movimento circular feito pelo pulso, começou a cantarolar uma música, tão baixa que mal poderia ser ouvida pelos outros ao redor — So wouldn't you like to come with me — a música Star Girl da banda britânica McFly era uma de suas favoritas, e quis muito pegar os fones e colocar para tocar, mas estava em aula. E com certeza iria se distrair se o fizesse. — Surfin' the sun as it starts to rise... — ainda baixinho, quase um sussurro, enquanto mais um minuto passava.

Quanto atingiu o tempo pedido, tirou do caldeirão o bastão de vidro e pegou o recipiente com a pasta pré-preparada, usando o amassador para reunir a pasta sem desperdiçar e coloca-la no caldeirão, enquanto a água e os outros ingredientes ainda giravam lá dentro. Usou um finite para apagar o fogo. Colocou o pilão de lado e observou a mistura, a pasta parecia diluir na água e mudar a coloração da mistura

Mordeu o lábio inferior, o nervosismo tomando conta de si — Será que fiz certo?
VULPVELOX ⛛


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Lyanna Pearl Bruckner
CASTELOBRUXO » Aluna
Lyanna Pearl Bruckner
Mensagens :
11
Qui 9 Abr 2020 - 11:36

Pink is the new black

Uma poção para todos adormecer… Ou quase



Okay, eu sentia falta de Ilvermorny também. Principalmente de poder ficar no meu cantinho com meus livros e claro, meus amigos de tantos anos. Mas em nome das mudanças e em nome de manter os ares mais leves, lá estava eu, no calor desgranhento do país latino americano de onde minha mãe fugiu e com o uniforme mais verde do que espinafre. E olha que eu gosto de espinafre! Fui obrigatoriamente inclusa na conversa de Crys e sorri para ela - relaxa que ainda acho estranho passar mais tempo com você também… - eu sentia falta de ter meu canto, meu espaço. Claro, eu amo meus irmãos, mas eles eram mais velhos, tinha outra vibe e bem, tempo demais junto gerava bem mais discussões do que antes. Isso porque, Crystal é totalmente diferente de mim. Por exemplo, eu achava bizarro a forma como ela e Darlan se comunicavam e tentava participar o menos possível da vida deles.

Mas enquanto entrava na sala que já tinha diversos alunos, meus olhos foram pegos pelas cores. E QUANTAS CORES! O lugar era lindo, parecendo um daqueles contos de princesas cheio de rosa, roxo e muito neon, com luzes que tinham o efeito químico de brilhar tons claros e mais, um professX mais que diferente. Já tinha ouvido pelos corredores que as aulas dele seriam as mais interessantes e agora entendia bem o porque. Adentrei antes deles e ouvi uma conversa dos dois que ignorei mais que prontamente ao babar na sala, no armário de ervas e em tudo ao redor. Vou para uma das fileiras do meio junto com os outros dois, mas deixo uma carteira entre mim e eles, observando as bancadas que mais pareciam laboratórios.

Meus olhos então foram pegos pela interação do professor com a garota, não sem antes acompanhar com que habilidade as ervas foram misturadas em um frasco e então preparadas, assim, num estalar de dedos. mas o que odiei, foi minha irmã me apresentando. Foi quando ouvi a voz de Crystal, talvez eu não me importasse no passado, mas agora, essa mania me irritou, como outras coisas vinham irritando e eu não fazia ideia do porque, mas me ouvi dizendo - Eu sei falar mana, obrigada. Sou Lyanna, e bem, espero aprender o máximo por aqui - talvez eu possa ter magoado ela pela forma que falei, então não lhe dirigi o olhar, peguei minhas coisas e mudei para a primeira fileira.

O professor Adrian então moveu o tópico para a aula em si e me abaixei para pegar o livro quando ouvi suas palavras diretas sobre o exemplar, travei na metade e puxei meu corpo de volta, observando e absorvendo seu jeito e como tudo era dito por ele. O quadro tinha quatro ingredientes escritos e puxei o bloco e uma caneta preta, escrevendo rapidamente, as folhas ficavam curiosas com a iluminação ambiente. ”4 flores de camomila, 1 flor de maracujá, 1 talo de Erva de São João, 3 fios de Ahó Ahó” de tudo que era listado, eu só conhecia o maracujá e a camomila. Fiz uma anotação especial do modo de preparo, colocando algumas notas de canto com dúvidas, sobre: como diabos era um ahó ahó? Observei bem tudo pensando no que caberia como um quinto elemento ali. Minha mente já havia abandonado a ideia do que acontecera com minha irmã, principalmente quando o professor falou sobre preparamos nós mesmos a poção.

-Okay… vamos lá. - me ergui e fui aos armários, não encontrando os olhos de Crystal, ela provavelmente não queria falar comigo também. Peguei primeiro os utensílios, Caldeirão, pilão, faca, colher e deixe na bancada. Voltei agora para os ingredientes, pegando em um pequeno vidrinho as 4 flores de camomila e uma de maracujá, em outro coloquei os três fios de Ahó, ahó e peguei então 1 talo de Erva-de-São-João. Olhei então tudo em busca do que seria um bom 5º ingrediente - o que pegar… já sei - peguei um ramo de hortelã e voltei a bancada.

Vi Crystal pegando seus ingredientes e balancei a cabeça, olhava o quadro e minhas anotações, então primeiro coloquei o caldeirão no que era uma boca de fogão e acendi o mesmo no ponteiro que marcava 120º, apontei a varinha para dentro do backer numerado e pronunciei o feitiço - Agumenti! - me concentrei no fluxo de água, parando o encantamento ao atingir os 200ml e despejando no caldeirão, junto com os 3 Fios de Ahó Ahó. Deixei no fogo e peguei as flores de camomila e maracujá, despejando no pilão de mesa e triturando as mesmas. Era um processo certo e calmo, logo a pasta estava pronta e esverdeada. Não demorou para o caldeirão ferver, então coloquei a Erva-de-São-João para dentro e com a colher, comecei a mexer no sentido horário, contando mentalmente os três minutos. Meu estado natural quando tinha uma tarefa era desligar tudo ao redor, então a sala poderia estar caindo, eu só veria quando eu estivesse em chamas, ou nem assim. ”177… 178… 179… 180…”, coloquei então a pasta de camomila e maracujá, fiquei olhando em busca de onde usar o último ingrediente e então arrisquei, colocando apenas uma folha de hortelã no caldeirão e deixando esfriar, antes de continuar para os passos finais e aproveitando para limpar a bancada.

Crystal Pearl Bruckner
CASTELOBRUXO » Aluna
Crystal Pearl Bruckner
Mensagens :
30
Sex 10 Abr 2020 - 13:52

Poções não é algo tedioso!  


Acabo arqueando a sobrancelha esquerda quando lyanna se pronuncia e seu olhar mostrava o quanto estava desgostosa por eu tê-la apresentado. Mordo meu lábio inferior com certa força e sinto o gosto metálico tocar minha língua. “Parabéns Crystal, sendo a irmã bosta e pelo visto humilhando a mais esperta do trio. Merece o óscar.” Penso soltando um longo suspiro e encaro as coisas sobre a bancada com um olhar cabisbaixo, afinal nunca faria algo para deixar Lya desconfortável a frente dos colegas dela. Outros alunos também se apresentaram, porém não dei muita atenção a eles e nem mesmo me importei com os comentários que vieram de Darlan, na verdade minha vontade era de sair da sala. Com as apresentações encerradas Adrian fez com que o quadro de vidro fosse parar no meio da sala o barulho fez com que a ruiva levantasse o olhar em direção ao objeto. “Alguns mais que outros… Espero não estar na lista dos que ele gostou menos, minhas notas precisam ser boas.”  Ao perceber que alguns alunos tiravam seus exemplares de poções de suas mochilas resolveu fazer o mesmo, com um movimento rápido a mochila estava sobre seu colo. — De novo não… — Minha mochila tinha tudo menos livros das aulas era normal eu esquecer de colocá-los. Já estava pensando no que dizer caso fosse obrigatório o uso do mesmo, mas um suspiro escapou por meus lábios ao escutar o mais velho mandar a galera jogar os livros fora. — Ainda bem que não carreguei peso à toa.. — Dou de ombros e ajeitei minha postura sobre o banquinho onde estava sentada.

Pelo canto do olho vejo a reação de alguns alunos, mas logo volto a olhar para frente e então encaro as informações colocadas do no quadro de vidro por Adrian. — Será que vamos sair vivos desse laboratório? Pelo que sei muitas químicas geram explosões.. — Murmuro para Darlan ao escutar sobre o que iria estudar naquele ano e até escrevo no caderno em minha frente: Adrina, dono da Química Louca. “Espero que se ele ver isso algum dia não ache que estou lhe chamando de louco.” Realizo movimento com a cabeça de forma positiva em concordância com o que penso e torno a olhar para o docente. “O pedido dele vai contra o que aprendi desde meu primeiro ano quando o professor informa que um ingrediente que não esteja listado no preparo de uma poção pode fazê-la sair ruim.” Ok, eu teria que me adaptar com os novos métodos de ensino daquele lugar e pelo visto os de Adrian era bem diferentes dos demais mestres de poções que já me deram aula. Com calma leio o passo a passo do preparo da poção criada pelo mais velho da sala e também os ingredientes necessários para fazê-la. Memorizo cada um deles para só então sair de meu lugar para recrutar o que achava necessário. “Será que o ingrediente extra tem que ser algo presente aqui na sala ou pode ser algo que tenho nas minhas coisas?” A dúvida estava estampada na minha testa franzida, porém foi deixado claro que cada discente decidiram o quinto ingrediente a ser colocado em sua poção.

Volto para a bancada com todos os ingrediente necessários para o preparo da poção, menos a água é claro. Dou uma rápida olhada para o quadro, mas em especial no modo de preparo já que era o meu próximo passo a ser dado. Puxo a varinha com calma de trás da minha orelha e então aponto a mesma para o copo graduado. — Aguamenti. — Pronuncio toda concentrada e aguardo a risca de 250ml ser atingida para então cesso o feitiço. Com calma despejo o líquido transparente para o caldeirão e olho para Darlan pelo canto do olho, porém não digo nada. “O que será que passa na cabeça dele?” Me questiono e nego levemente com a cabeça, não era hora para ficar com tais pensamentos. “Lyanna está estranha ou eu que sou a idiota aqui mesmo?” Meu olhar vai em direção a primeira fileira onde minha irmã tinha se acomodado depois de se apresentar. “Foco, preciso de foco ou vou explodir esse caldeirão isso sim!” Brigo comigo mesma e então pego as três fios de AhóAhó, junto elas com a água e então encaro a bancada pensando em como ligar a mesma. Só depois de ver uma menina ligar a sua é que fiz os mesmos movimentos que ela para conseguir acender o fogo. Reduzo a temperatura apertando os botões digitais até deixar em 120ºc. “Pelo menos até agora está tudo sobre controle, eu acho.” — Os utensílios daqui são bem diferentes do que eu usava nas antigas aulas de poções. — Realmente estava tentando me adaptar e esquecer minha antiga escola, mas muita coisa no CasteloBruxo estava sendo diferente e com isso não tinha como não comparar ou recordar de IIvermorny.

Encaro um objeto que tinha igualzinho na casa da minha tia e a mesma usou para triturar uma fruta para fazer suco quando cheguei em sua casa com meus irmãos. “Eu vi ela usando, então vai ser fácil.” Dou um passo para o lado depois de pegar apenas uma folha de maracujá e as quatro folhas de camomila e as coloco no triturador após abri-lo. — Tomada… — Olho a bancada e respiro fundo. “Está sendo mais complicado com esses utensílios do que preparar os ingredientes manualmente.” Bufo e então finalmente acho a tomada. “Agora sim vou estar na lista de quem ele gostou menos de conhecer.” Sabe quando a gente acha que o dia não pode piorar, mas o universo mostra que estamos enganados? Pois bem, primeiro foi Lyanna que ficou brava comigo e agora o docente Adrian tinha seu vestido solto branco com pedaços de flores de camomila e maracujá além de uma gosminha que respingou já que quando se tritura algo eles soltam o seu caldo que é como se fosse o sangue presente no corpo humano. Já estava pensando em como sumir da sala, talvez meter a cara no primeiro buraco que achasse? Ou talvez sair correndo? Ok, nenhuma das opções era boa. Um grande suspiro escapou por meus lábios ao vê-lo rir e limpar o rosto, graças às criaturas mágicas ele tinha levado numa boa! — Desculpa mesmo, professor Adrian. — Peço a ele e então saio de novo da minha bancada para pegar mais quatro flores de Camomila e uma de maracujá, ainda bem que o estoque das flores era grande, pois não queria ser a aluna que não consegui preparar sua poção porque não sabia mexer em utensílio para o preparo do ingrediente.

Minha segunda tentativa de usar o triturador foi tranquila e as flores se tornaram uma pasta de coloração esverdeada. Respiro fundo sem olhar em volta e sigo o passo a passo descrito no quadro de vidro, pego a colher de pau e então o Talo de Erva de São João. Com cuidado acrescente o talo no caldeirão para que a solução a borbulhar não espirre em meu corpo e só depois do contato do último ingrediente descrito no quadro é que deixo a colher de pau fazer contato com a poção. Realizo movimento leves no sentido horário por cerca de três minutos acompanhando o tempo no relógio de pulso presente em meu braço direito. Quando os minutos são atingidos para de mover a colher e pego a pasta criada através das flores de Camomila e Maracujá para então juntá-las a solução do caldeirão que ainda estava no fogo. Com um movimentos delicados começo a misturar a pasta com o restante das coisas no interior do utensílio circula em minha frente e depois de ver que a pasta estava bem misturada apago o fogo como mandava a poção. — Agora o quinto ingrediente. — Digo em voz alta por estar pensando algo e começo a mexer em minha mochila atrás de uma coisinha que nunca faltava no meu dia-a-dia, pois eu era uma formiguinha em relação a doces. Um sorriso largo brota em meus lábios ao retirar a barra de  Hershey's de ovomaltine da minha mochila. — Quer chocolate, Darlan? — Pergunto ao meu irmão deixando que se servia e também pego um pedacinho para mim. “Eu amo isso.” Enquanto minha boca movimenta para acabar com o doce dentro dela, eu pego quatro pedaços da barra de chocolate e com a ajuda da faca corto eles em pedacinhos bem pequenos de modo que a quentura da solução dentro do caldeirão seja capaz de derretê-los. — Espero que não mude muito a cor da poção.. — Comento enquanto acrescentar os pedacinhos de chocolate no líquido que tinha sua coloração amarelada, um amarelo da cor de milho. O objetivo de ela colocar o chocolate era para deixar a poção com um gosto adocicado, além que a cafeína presente no cacau pode estimular a memória.— Agora é aguardar e esperar que dê tudo certo. — Dou de ombro e limpo as coisas que usei durante o preparo enquanto esperava a poção esfriar um pouco.

❄


❄️
Crystal Bruckner
Na natureza não existem recompensas nem castigos. Existem conseqüências.
❄️
Mikael Batista Morais
CASTELOBRUXO » Aluno
Mikael Batista Morais
Mensagens :
23
Sex 10 Abr 2020 - 15:29
O primeiro atraso em poções.
Até aquele dia o menino não tinha chego a nenhuma aula atrasado, porém na noite anterior Mikaela acabou ficando até tarde acordado realizando mais um de seus desenhos e com isso acabou perdendo a hora de acordar. O menino corria pelos caminhos da escola em direção a sala de poções e foi por conta dessa correria que acabou trombando em uma pessoa mais baixa que sim. O choque de seus corpos foram forte suficiente para que ambos se desequilibrassem e fossem em direção ao chão. O menino levou a mão até a testa e esfregou a mesma com força, por sorte era uma menina. “Pelo menos não é nenhum garoto.” Ele não queria arrumar inimizades e sabia como certos garotos podiam ser implicantes. — Desculpe, foi sem querer, não lhe vi. — Se desculpou enquanto ajudava a outra se a levantar. Ao perceber que era uma menina que ele tinha conhecido e vinha conversando faz um tempo ficou mais tranquilo. — Você também acordou atrasada? — Perguntou rindo de leve e então seguiu para a sala de aula na companhia da morena, pelo visto não era o único que perdia a hora para ir para as aulas. “Não esperava uma sala tão cheia.” Pensou enquanto tentava achar um lugar  com o olhar assim que entrou na sala, afinal todos já estavam acomodados. Seu olhar foi de encontro para a figura que vestia um vestido branco, pois era o único que estava em pé batendo palmas. — Desculpe o atraso, não vai acontecer de novo. — Pediu e só então caminhou pela sala procurando um lugar para se acomodar.

Mikael do que tinha acontecido desde o início da aula, mas se dedicaria o máximo para não ficar para trás por conta do tempo que ele tinha perdido. Deixo a mochila no chão ao lado do banco em que sentou e olhou para Talita que se acomodava ao seu lado no fundo onde tinham localizado um espacinho livre. Por sorte chegou a tempo de ver o mais velho realizar algumas anotações no quadro. — Jogar fora? Meu pai pagou caro nele… — Mesmo que a ordem fosse de jogar fora o livro didático o menino não fez isso, apesar de seus pais terem dinheiro ele dava muito valor para as coisas que ganhava e por isso resolveu deixar  o Livro Avançado de Preparo de Poções na mochila. — Química louca? Matéria de nome diferente, não acha? — Perguntou para Talita e voltou seus olhos em direção ao quadro. — Estou com um leve receio de caldeirões explodirem.. — Murmurou assim que escutou sobre cada discente ser responsável pelo quinto ingrediente que faria parte de sua poção. — Quanto antes acabar, quantos antes liderado, pelo menos eu acho que vai ser assim. — Comentou para a morena ao seu lado e então deixou o local para pegar os quatro ingredientes escritos no quadro de vidro. “Espero que ele não faça a gente beber isso, porque nem preciso de poção para dormir com o sono que estou.” Pensou enquanto pegava as flores de maracujá e camomila, o fio ahóahó e o talo de Erva de São João solicitados. — Acho que não estou esquecendo de nada... — Conferiu se realmente tinha pego tudo que era preciso e então decidiu qual seria seu quinto ingrediente conforme seu gosto. Pegou três folhas de hortelã para só então voltar para a bancada onde sua mochila estava perto do banco.

— Aguamenti. — Realizou o feitiço no copo graduado até ter 400ml de água, pelo que sabia Talita ainda estava com problemas para realizar feitiços graças ao plano de ir ver uma caipora então decidiu produzir água suficiente para ser usada pelos dois. No caldeirão perto de se despejou 200ml e entregou o copo graduado para a jovem. — Aqui, para você… — Falou enquanto dava o utensílio para  a mais baixa e sentiu o coração disparar ao sentir o toque dos dedos dela em contato com o seu quando ela aceitou o líquido. — Por.. Nada… — Respondeu enquanto desviava o olhar e então ligou o fogo e deixou a temperatura em 120º como pedia as instruções deixadas no quadro de vidro na frente da turma. No triturador junto às quatro folhas de camomila, a flor de maracujá e for fim as três folhas de hortelã, o quinto ingrediente que tinha escolhido para fazer parte de sua poção. Após tapar o triturador o ligou e aguardou o tempo necessário para os ingredientes dentro dele se tornarem a pasta. — Acho que o meu ficou bem verde por conta das folhas de hortelã. — Falou enquanto desligava e encarava o que tinha sido triturado. —  Adoro esses cheiro. — Sorriu de canto e então pego o talo de Erva-de-São-João, adicionou o mesmo dentro de seu caldeirão e com moveu o ingrediente com o auxílio da colher por três minutos no sentido horário. “Tinha me esquecido como fazer poção lembra sobre cozinhar.” Pensou enquanto aguardava os minutos serem atingidos para então pegar a pasta formada com as flores de camomila, maracujá e as folhas de hortelã. “Só acho que isso precisava de algo doce.” Sem dúvida alguma ele não beberia a poção por boa vontade só de pensar o gosto nada doce que ela podia ter. Desligou o fogo assim que terminou de colocar a pasta. — Que coincidência, terminamos juntos! — Riu encarando Talita e ficou esperando a poção esfriar para então iniciar a destilação.

Interagindo com a Talita



❄


Mikael Batista Morais
É contra o coven de sua família | 14 anos | Ariano || Esportista | Divertido
❄️
Talita Castro Bedoya
TLC » Adulto
avatar
Mensagens :
80
Sex 10 Abr 2020 - 17:42
Aula de poções —
atrasada porém plena

Mesmo sabendo de meu atraso não deixo de me arrumar decentemente para o dia que estava começando, meio que já julgando a aula de poções como algo teórico e parado demais para o meu gosto. Não tinha nada a ver com a matéria e o que esta envolvia, mas o clima daquela sala não me agradava em nada, e faço questão de demorar um pouco mais pra fora destas, escapando dos olhares de funcionários e alunos mais responsáveis para não receber nenhuma bronca em plena manhã de quarta. Tinha feito ainda uma breve pausa para o café no refeitório, e só quando estava bem alimentada sigo para a sala correta meio distraída e pensativa, tanto que só me dou conta que deveria prestar mais atenção no caminho quando acabo trombando com outra pessoa, que pelos barulhos de passos anteriores ao pequeno incidente estava bem apressado - Ai! - O impacto causado é suficiente para que eu caia, e após os segundos de atordoamento levo uma das mãos a testa, para tentar aliviar a sensação de dor causada ali. Tão logo isso acontece, a outra pessoa oferece ajuda para que eu me levante e gentilmente aceito, só então vendo que se tratava de um colega de turma - Que isso, acontece. - Dou um sorriso sem graça para Mikael, e em resposta o outro lança uma pergunta que estava bem clara ali - Pois é, sim... E olha que eu queria taaanto chegar a tempo da introdução desta aula.- Fica explícito no tom de voz que estava sendo sarcástica, e o garoto aparentemente concordava com minha opinião.

Sem enrolar (mais ainda) seguimos juntos com passos rápidos para o local de aula, e meu primeiro choque é chegar lá e ver que no lugar do ambiente sem graça de sempre, luzes neon e tons rosas decoravam o local, além de que o professor era diferente dos professores convencionais da escola, que sempre seguiam um padrão de vestimenta para lecionar. Algo grande também deveria estar acontecendo por ali, pois alguns alunos riam e comentavam entre si alguma coisa que estava fora de meu alcance, e bem... Depois veria melhor aquilo. Sigo na onda de Mikael quando o rapaz se pronuncia devido ao atraso, e como estávamos juntos resolvo permanecer em silêncio enquanto o mesmo fazia papel de porta voz da dupla. Não restando muitos lugares disponíveis, sentamos juntos no fundo da sala, e assim a aula realmente tem seu início. O docente então dá uma ordem um tanto quanto inusitada sobre jogar o livro no lixo, no que fico bem tentada a fazer aquilo de fato e apenas concordo com a opinião do garoto ao meu lado - Bem... De qualquer forma, parece que nem vamos usar o livro esse ano. - Nem me dou o trabalho de abrir a mochila, e faço um lembrete mental para que nem a carregasse no próximo encontro daquela matéria, o que já era mais um ponto positivo para poções, superando mais uma vez minhas expectativas.

O professor segue a explicação, transformando as palavras "alquimia original" por "química louca", fazendo bem mais sentido a nova formulação - Bem melhor. - Respondo ao comentário do moreno, e só então abro minha mochila, retirando de lá um pequeno caderno fino e uma caneta. Faço anotações simples de cópia do quadro, não deixando de prestar atenção no que acontecia ao meu redor, sejam as palavras do professor ou de Mikael - Há! Essa é a graça da matéria. - Sorrio enquanto finalizo a anotação, e assim guardo novamente os materiais, deixando a bancada livre para realizar a atividade prática proposta. Assim que somos liberados ouço a teoria do garoto ao lado sobre terminar logo para sair antes, e concordo com a cabeça - É, acho que não tem porque ele nos trancar aqui por mais tempo, a atividade é simples. - Sigo logo atrás dele em busca dos ingredientes, pegando primeiro os quatro obrigatórios para só então ver o que poderia usar como quinta especiaria. Foi impossível não lembrar da bisavó neste momento, e unindo isso a lógica logo penso em usar raiz de valeriana - muito usada por Marilza para chás noturnos. Tive que conferir duas vezes antes de chegar a conclusão de que não tinha aquilo ali nas prateleiras, e vasculhando de novo em minha mente chego a uma possível substituição da raiz por algo calmante, no que desta vez não tive dificuldades em encontrar num pequeno pote etiquetado sob o nome de Aloe Vera - A tal da babosa. - Pelo menos era assim a forma que a bisa chamava a planta longa e de conteúdo interno gelatinoso, que deveria bastar para uma porção de poção.

Volto para minha bancada confiante e com as mãos cheias, deixo tudo na superfície da mesma e aproveito o momento para prender meu longo cabelo num coque frouxo. No quadro leio o passo a passo, e quando já começava a me preocupar com o fato de que teria que fazer um feitiço para obter água, Mikael surge com um copo de água recém-obtido e me entrega, o que me deixa até feliz - Ah, muito obrigada! - Felizmente o jovem havia se lembrado que eu tinha sido amaldiçoada temporariamente pelas caiporas, o que fazia com que minha cabeça ficasse quente como se estivesse em fogo toda vez que fazia algum feitiço, por mais simples que este fosse. Era muita gentileza por parte do outro e recebo o copo graduado de suas mãos de bom grado, nossos dedos se tocando por breves milésimos de segundos, suficientes para que eu sentisse uma pontinha de eletricidade partir daquele ponto e passar por meu corpo. Não sabia se o rapaz havia sentido o mesmo, mas no instantes que nossos olhares se encontram momentaneamente, vejo que aquilo também o desconcertava. Enfim seguimos o baile como se nada houvesse acontecido (pois na verdade não acontecer mesmo, afinal, que diabos era aquilo que acabara de acontecer?) e despejo 200ml da água recebida no caldeirão disposto a minha frente, colocando também três fios de Ahó Ahó, deixando o fogo na temperatura certa exigida.

Utilizo um pequeno pilão na tarefa de triturar as quatro flores de camomila e a única flor de maracujá, só parando com a tarefa no momento em que se forma uma pasta uniforme e esverdeada. Separo o talo da Erva-de-São-João e coloco-o cuidadosamente no caldeirão ainda fervente, e tinha quase me esquecido do quinto ingrediente pois ele não aparecia no quadro, e como não haviam mais passos a serem seguidos além de mexer e esperar, resolvo adicionar duas colheres bem cheias de Aloe Vera no caldeirão fervente, vendo o líquido quase transparente uniformizar-se com o resto da mistura conforme eu os uno com a grande colher de maneira, já incluindo nisso o passo final de não parar de mexer a solução durante três minutos, tendo o controle do tempo graças ao meu relógio simples de pulso. Ao fim descanso a colher e desligo o fogo, ouvindo novamente a voz de Mikael que também havia encerrado a sua poção, no que rio para o outro de volta - Nenhuma das duas explodiu até agora, então acho que tá tudo certo. - Completo, dando uma breve olhada no conteúdo meio esverdeado do meu recipiente. Segundo o quadro aquela não era a coloração ideal, mas tinha esperanças de que tal tonalidade se alterasse conforme a mistura chegasse na sua temperatura ambiente, ponto ideal para dar início ao processo de destilação.
interagindo com o Mikael
by: @mila
Morpheu Lutwidgev Byrne
avatar
Mensagens :
94
Sex 10 Abr 2020 - 18:33
rang potions
Aula de poções das Vittarlovers

Depois que todos tomaram os devidos lugares e a aula finalmente começar, Morph relaxou um pouco mais em relação ao pequeno showzinho. A turma estava até menos barulhenta do que esperava, apesar dos aplausos terem se delongado bastante. As coisas seriam diferentes no WG pelo final do dia, sabia bem... Mas naquele momento não era exatamente algo com que se preocupar. Precisava de bons rendimentos, agora que pretendia mesmo impressionar uma certa pessoa.

Atentou-se, assim, às palavras e desenhos que tomavam o quadro. A tinta neon era chamativa, o que facilitava no processo, e a tarefa também não era assim tão ruim. O Byrne sempre tivera um apresso especial por poções e escolher um ingrediente para modificar uma poção do sono seria uma uma atividade minimamente prazerosa para si. Mordiscou o lábio inferior, deixando que os pensamentos partissem autônomos para cada ingrediente com propriedades ansiolíticas ou que pudessem causar sonolência. Sorriu de canto, consideravelmente empolgado com o processo todo. Não era mais só por Helena.

Em poucos segundos, enquanto as prateleiras se enxiam de ingredientes sob as palmas do professor, o rapaz atravessou a sala em alguns passos rápidos. Fitou novamente o quadro, verificando as quantidades. Pegou de tudo o dobro! Voltou para o próprio balcão com as mãos cheias e retornou pelo mesmo caminho, pronto para escolher seu quinto ingrediente. Já sabia bem o que queria! Pegou quatro rosas vermelhas, demorando-se no processo: não as escolhia por acaso. Contou com cuidado as pétalas de cada uma delas, de modo a ter certeza de que todas teriam 20 pétalas exatamente. Seria um processo delicado.

Voltou novamente para o próprio espaço, satisfeito com sua busca. Em silêncio, teve o trabalho de cortar na diagonal o caule de duas das rosas, tal qual os espinhos e ramificações. Das outras duas apenas 'limpou' o caule, de modo a deixa-lo o mais liso possível. Só então, deixando-as de lado, colocou o caldeirão em foco, acendendo as chamas e puxando a varinha. Como poções era uma ciência exata, buscou entre os inúmeros vidros e recipientes algum com medidor de 400ml. Aguamenti. — Exigiu da varinha, sempre conferindo a quantidade que colocava antes de cancelar o feitiço.

Despejou a água no caldeirão e deixou que esquentasse. Cortou os fios seis fios de Ahó Ahó para garantir que todos fervessem de forma igual, assim como também compensariam a quantidade extra através do catalisador de aumento de área de contato, não deixando o rapaz assim tão atrás dos colegas. Colocou-os no caldeirão sem mexer. Quando a água começasse a borbulhar, os pequenos fios seriam automaticamente movimentados, sem a necessidade de muito esforço. Isso também faria com que as propriedades não fossem liberadas antes da hora e se fossem junto com o vapor da água.

Em sequência, enquanto a água ainda era preparada com os fios, colocou as flores de camomila e maracujá no pilão de mármore branco, usando o socador de mesmo material para esmaga-las e tritura-las. Era essencial que fosse da pedra, visto que o vidro quebraria com facilidade e a madeira poderia absorver parte da umidade ou deixar resíduos nos ingredientes: considerando os riscos de seu quinto ingrediente, Morpheu precisava que todos os outros passos saíssem de forma invariada, assegurando os efeitos de sua pequena criação. Tinha batidas ritmadas ao esmagas as plantas, usando a consistência do movimento no lugar da força, de tempos em tempos colocando um termômetro de vidro e mercúrio para verificar a temperatura.

Por ter o dobro de água, demorou um pouco mais para chegar no ponto do que a maioria dos alunos... Mas isso também garantiu que, após conseguir uma pasta uniforme e esverdeada, pudesse lavar suas rosas com água gelada corrente sem muita pressa. Tinha o cuidado e a delicadeza de não ferir, de nenhuma forma, as flores, deixando-as secar ainda inteiras no canto da bancada. Só então adicionou ao caldeirão os dois talos de Erva-de-São-João, mexendo em sentido horário. Novamente, presou pela consistência de movimento no lugar da velocidade: durante longos minutos deixou-se mover o líquido com uma paciência ímpar.

Para medir o tempo, colocou-se a cantar mentalmente uma música de Tommy Torres, um porto-riquenho com uma uma música intitulada "3 minutos" que tinha... Bom, exatamente 3 minutos. Deixou alguns poucos segundos a mais para compensar a quantidade, apesar de usar do catalisador de área de contato, e finalmente acrescentou sua pasta meio esverdeada. Desligou o fogo como mandava nas instruções do quadro e aguardou paciente enquanto assistia ao vapor subir pelos ares. Era um aroma divertido entre o maracujá, camomila e um leve toque floral pelas rosas que descansavam agora já quase novamente secas sob sua mesa.

Suspirou baixo, tombando a cabeça para o lado. De pouco mais de 100°C para temperatura ambiente pareceu levar uma vida inteira! Felizmente, não tinha assim tanta pressa. Quer dizer... Estar de cueca e roupão no meio de uma aula de poções não era exatamente a coisa mais desagradável do mundo, não? Um sorriso discreto ainda brincava pelos lábios quando, pela milésima vez, colocou o termômetro na mistura, finalmente obtendo os tão esperados 26°C. Satisfeito, retirou o caldeirão do lugar. Colocando-o de canto.

Sobre a chama novamente funcionando, montou uma tela simples de amianto. Sobre ela, colocou o balão de destilação. Despejou, com muito cuidado, a poção para dentro do novo utensílio, tampando o fresco com uma espécie de rolha, também de vidro, acoplada com um termômetro. Com o condensador já moldado sob a peça, deixou na outra ponta um frasco arredondado para servir de coletor da poção. O princípio era bem simples: A poção era aquecida e o líquido evaporava. Não tendo outra saída possível, passava pelo condensador, magicamente resfriado, de modo a voltar do estado gasoso para o líquido, e caía no frasco do outro lado. O sólido, que não conseguia fazer a passagem, permanecia no balção de destilação.

Sendo assim, em alguns minutos longos a poção finalmente estava no recipiente escolhido. Era um líquido amarelo-milho, que após ter sido evaporado, misturado, esfriado e finalmente destilado, rendia agora mais ou menos a metade. Sorriu satisfeito, finalmente pronto para o trabalho com sua pequena adaptação: cada uma das rosas com um preparo completamente diferente, de modo a fracionar o líquido tendo resultados completamente diferentes entre elas. Sendo assim, o primeiro passo foi separar a poção em quatro recipientes diferentes, para só então prosseguir com os processos.

Primeira Rosa: o desmaio

Para uma das rosas, tirou cada uma de suas vinte pétalas delicadamente. Com uma pequena espátula de vidro fez ao longo de cada pétals ranhuras superficiais. Tendo recebido alguma espécie de agressão, as plantas tendiam a absorver mais rapidamente a água, tentando suprir aumentar a quantidade de nutrientes e curar a si. Era assim com as plantas inteiras, então torceu para que fosse assim mesmo quando estavam meio dilaceradas. Caso não fosse, de toda forma, ao menos permitiria que uma maior quantidade de água entrasse pelos veios. Em seguida, mergulhou as pétalas na poção, deixando que descansassem sobre os 50 mililitros dispostos em uma bandeja rasa, bem espalhados.

Isso garantia que todas tivessem contato de igual maneira em igual parte, de modo a não criar pétalas mais ou menos concentradas segundo sua localização. Essa era a versão concentrada da poção do sono, capaz de causar desmaios instantâneos. Bastava mastigar uma das pétalas para receber um dia inteiro de folga na enfermaria, matando qualquer aula. Uma vertente gratificante dos doce-pegadinhas vendidos em algumas lojas. Para ter certeza de seus efeitos, Morpheu deixou-as ali enquanto passava para a próxima versão, virando-as de tempos em tempos para que ambos os lados absorvessem em iguais partes.

Segunda Rosa: potente ansiolítico e antidepressivo

Para seu segundo experimento, enquanto a maior parte dos alunos já terminava o trabalho, triturou a rosa como fizera antes com as flores de camomila e maracujá, criando uma pasta de aroma suave, na cor de vermelho intenso. Ferveu-a com água limpa, pouco mais de um copo, mexendo sempre em sentido anti-horário, durante cinco minutos. Formara uma espécie de pasta cozida, sob a qual despejou o 1/4 da poção previamente separada e continuou mexendo, agora em sentido horário. A pasta resultante, não muito úmida após a evaporação de parte da poção e do líquido, foi colocada em pequenas formas como as de gelo.

Novamente, puxou a varinha, não tendo o tempo devido para esperar que o produto resfriasse por conta própria. — Glacius — Exigiu, mirando a ponta não na pasta gelatinosa, mas na forma em si. Segurava-a com uma distância de vários centímetros para garantir que apenas resfriasse consideravelmente e não realmente congelasse tudo de uma vez. Era apenas uma medida para que, em seguida, pudesse desenformar os cubinhos cor de sol. Mais tarde eles seriam passados no açúcar, servido como balinhas de ansiolítico, capazes de amenizar o estado de tensão e deixar qualquer um com uma calmaria tranquila.

Terceira rosa: o uso ideal



Em seguida, limpou ou pouco a bancada. Diluiu os 50ml de poção em 2L de água. Era pouco menos do que a proporção ideal de 300ml para 5ml (colher de chá) de uso sugerido. Colocou o líquido em um jarro e a rosa dentro dele, com apenas a flor para fora. Demoraria mais do que as outras (cerca de 2h) para que todo o líquido presente na rosa naquele momento fosse substituído pela poção em doses perfeitas... Mas era o jeito mais correto de realizar a poção: quando as pétalas se tornassem mescladas, com as pontas mantendo a coloração vermelha e a extremidade oposta em um amarelo pendendo ao laranja, estariam prontas para o consumo devido, feito poção do sono. Pretendia afaná-la do laboratório assim que possível.

Quarta Rosa: um estado de calmaria


Para a última apenas diluiu os 50ml de poção com um pouco de água, colocando em um recipiente quadrado e fundo. Ali afundou a flor em si, deixando que as pétalas se encharcassem na mistura. Tirava-as da solução após algum tempo, deixando-as secar e absorver antes de repetir o processo. Quando finalmente o líquido tinha acabado e a rosa já se parecia mais alaranjada do que vermelha, usou da varinha para criar uma leve corrente de ar, secando sua planta da maneira mais suave possível. Era a maneira mais simples de fazer, mas que não absorvia tão bem quanto das outras formas. A poção estavam em partes respingada pelo balcão e escorrida pelo caule... Porém ainda era quase pura!

Ainda assim, serviria como um calmante intenso, deixando aquele que a comesse em um estado inerte por algumas horas. Serviria tanto para auxiliar na insônia, fazendo o usuários relaxar completamente e dormir por conta própria pela forma como se encontrava, como para uma espécie de calmante anestésico para casos de trauma, acidente ou crise de ansiedade. De toda forma, era igualmente funcional, ainda que dormir fosse uma consequência mais da condição de calma do que de um sonífero em si.

O uso da rosa


Finalmente pronto, levantou a mão para indicar ao professor que tinha terminado seus processos. Esperou paciente para que Adrian terminasse de verificar os outros alunos e se aproximar de si antes de finalmente tê-lo próximo de sua bancada. Nesse meio tempo, retirou as pétalas de seu primeiro uso, colocando-as na bancada e deixando-as para secar enquanto retornava os excedentes de poção para o primeiro frasco coletor, decidido a não desperdiçar nada.

— Além de ser uma boa fonte de vitaminas A, C e E, e também ter propriedades que combatem a depressão, a rosa é um ótimo calmante natural. Ela pode ser consumida sem nenhum problema, tendo sido plantada pelos gregos há muito para enfeitar pratos e refeições. Com ela e a poção indicada, tentei o protótipo de quatro usos distintos, apesar de usar os mesmos ingredientes. — Explicou paciente quando sob a atenção do maior.

— Pétalas de desmaio, que podem ser usadas como naqueles kits mata-aula; Balinhas anti-depressivas e ansiolíticas, que podem ser envoltas em açúcar ou não; uma flor sonífera, que vai ficar pronta em umas duas horas absorvendo a poção; e essa flor calmante, que é praticamente uma anestesia comestível. — Satisfeito com a própria explicação, esticou a última rosa de sua explicação para Adrian, presenteando-o com um sorriso doce. Era uma flor bonita de aspecto único, com propriedades até que bem úteis para um docente de poções, caso funcionasse.

Presentin pro prof.:
Com: Todos Por: O uso da Rosa


Morpheu Byrne
there is no sweeter innocence than our gentle sin in the madness and soil of that sad earthly scene only then I am human
João Carlos G. Peixoto
avatar
Mensagens :
246
Qua 15 Abr 2020 - 0:38

In my dreams you're with me, We'll be everything I want us to be. And from there, who knows, maybe this will be the night that we kiss for the first time, Or is that just me and my imagination

Como sempre eu estava um pouco atrasado para a aula, e esbaforido devido a um treininho rápido que fiz, e como quarta-feira era dia de perna, bem, cada passo era uma vibração diferente pelo corpo. Meus amigos adoram brincar e implicar com o fato de eu gostar de malhar, mas eu não ligo. Não mais. Quer dizer, não sei se em algum momento realmente me importei, mas admito que no início — quando aqueles filhotinhos perdidos da Aia me apelidaram de Crossfiteiro — eu perdi um pouco — mas só um pouco pois eles mereceram — a razão e respondi com meus punhos a algumas das provocações. “Rs.” Mas bem, não sei se alguém entende que isso não é apenas pela saúde ou pelo corpo, é que sempre foi uma atividade em família, uma das poucas coisas que me liga aos Peixoto ainda.

Suspirei, tentando esquecer o rumo de onde meus pensamentos me levaram. Limpando a garganta no corredor vazio do primeiro andar de CB, olhei finalmente para a porta da sala de poções e quase duvidei que estava no lugar certo. Ao redor da tábua de madeira maciça duas paredes de vidro se estendiam, algo que eu TINHA certeza que não estavam ali ano passado. E muito menos aquelas luzes de boate rosa-gritante que piscavam lá dentro. “Oh Tupã, não sei que brincadeira é essa mas só não me faça passar por mais um mico, por favorzinho.” Eu devia ter esperado que Tupãzinho não me ouviria.

Adentrando na sala, eu não consegui deixar de me sentir deslocado, as paredes completamente de vidro da sala o fazia se sentir em um aquário, um aquário iluminado por luzes rosa-chiclete-big-big-neon e estantes de plantas como os jardins suspensos da babilônia, mas um aquário ainda. “Quer dizer, essas prateleiras de plantas organizadas dessa forma e essa luz me faz lembrar mais de uma estufa digna daquele clipe da Ludmilla. Eu com certeza já me sinto meio tripado só de entrar aqui.” E antes que tu me olhe de cara feia… bem, nunca disse que o filme que passa na minha mente era livre para todas as audiências, tá ligado?!

Dentro da baciazinha de vidro algumas bancadas se estendiam pelos cantos, e algumas das cadeiras e banquinhos que se escondiam embaixo do tampo já estavam ocupadas. Eu conseguia ver a Bonequinha, o Cordilheira e o Caçador — meus amigos topadíssimos —, e o Luca também. Além deles tinha uns outros figurantes que eu não sabia o nome. “Mintira, todos somos estrelas de nossos próprios filmes — o meu é uma série besteirol, aposto —, mas os guris deviam ser os quartenaristazinhos, com quem não tenho muito contato.”

Indo me me sentar mais ao fundo da sala, pois fundão rules, na tranquilidade de Jah, eu me mantive quieto por ter achado que a sala tava num clima estranho — nublado e com risco de chuvas de notas baixas, rs. Podia ser loucura minha? Podia! Mas ainda assim, a minha bonequinha de pano espanhola parecia mais vermelha que o tom de telha-de-casa-de-praia do uniforme dos Carcará, e ainda mais, aquele comentário que consegui ouvir do professor... não sei bem se tenho idade pra ouvir essas coisas. E, aliás, falando em professor, ele era um espetáculo a parte. Usando um vestido branco e sapatos de salto também brancos pois monocromática, e uma peruca — ou cabelo, sei lá — loira arrumada em um penteado bem ‘chiquita bacana’, o professor, que possivelmente era um novato visto que não lembro dele ano passado por aqui, estava dizendo nome, sobrenome, cep e número da casa com aquela apresentação em estilo cosplay pop. “Não, pera, chiquita bacana é outra, essa é a garota do daddy, a Monroe.”

O bom é que sendo Castelobruxo, aquela situação incomum ainda podia melhorar de formas inimagináveis, ou piorar, depende de qual lado do cercado você está. Eu sempre tô do lado que as vacas mugem — entenda como quiser — então eu deveria ter percebido que aquilo era o segundo sinal que algo estranho aconteceria. Pois afinal, ser um bruxo é a mesma coisa que ter um alvo pintado na testa que gritava: “Destino, venha tirar sarro de mim!” Suspirei novamente e peguei o livro de poções avançadas e abri em uma página qualquer, afinal todas as páginas pareciam igual para mim, era tudo confuso e eu sabia que iria por terminar explodindo fosse lá o que preparassemos mesmo. Nota lateral… nahh. Side note: Side note fica mais bonito de falar, é isso. Mentira. Enfim, eu devo ter o maior recorde de explosões nas aulas de poções de CB na última centena de anos. As vezes tenho medo de tá fazendo meu café e ele explodir também! “Pelo menos diverte o povão então tá filé.”

Enfimmm, eu tava onde? Ah sim! Estava lá eu, sentado comportado, folheando meu livro como se eu tivesse dois neurônios para esfregar junto e entender o que estava escrito ali, quando a porta se abriu novamente. Eu levantei os olhos a primeira vez e vi apenas uma pessoa normal de salto e sombrinha preta de bolinhas brancas, e isso meramente me lembrou outra marchinha de carnaval qual comecei a murmurar enquanto voltava meus olhos para o livro. Até que parei, uma engrenagem finalmente se movendo no meu crânio, e rodei meu rosto novamente para cima, encarando a figura saída de um filme noir francês. E enquanto eu ainda estava espantado demais para entender o que uma aparição fazia na sala e se era alguma peça de alguma caipora, saci, curupira, cuca ou qualquer outra criatura que vivia nas matas ao redor do colégio, a querida Mrs. Lovett já estava colocando uma caixa de som sobre uma das bancadas e se ajeitando para, aparentemente, apresentar um espetáculo da Broadway. “Espero que seja o Fantasma da Ópera, adorei aquela peça.”

Infelizmente meu adorável pensamento estava errado — eu realmente teria gostado de rever o Fantasma da Ópera —, e a música que começou a escapar do equipamento era cantada em br hue hue. Ao som de “Hoje você vai embora só se eu deixar, hoje embaixo do lençol o bicho vai pegar”, o guarda-chuva da Mrs. Lovett foi lançado para o lado e uma figura que eu conhecia bem colocou sua cara para jogo, ainda que fosse incrível reconhecê-lo debaixo de toda aquela maquiagem e peruca e fantasia. — E vamos de micareta em CB. Tá linda linda! — Não consegui evitar a brincadeira quando o Mr. Lovett começou a dançar no embalo da música. Se eu soubesse que tinha mais eu teria ficado quieto, mas não, tive que abrir meu bocão.

A porta se abriu novamente e mais duas pessoas entraram, ambas eu reconheci logo de cara, ainda que uma das duas garotas atraiu mais minha atenção que a outra. A loira estava vestida como algum cantor famoso com direito a cabelo lambuzado de gel e jaqueta de couro bem padrãozinho — não é como se eu não tivesse uma também, mas todos sabem que eu sou padrão burro e biscoiteiro —, e do lado uma outra garota, morena, também estava fantasiada, mas não de cantora ou cantor nem nada do tipo, ela estava fazendo cosplay de... vaca! Isso mesmo, aquele animalzinho malhado que é de grande valia na mesa dos brasileiros e vários outros povos — isso se você não for vegano/vegetariano/linguista/híbrido-de-tamanduá/qualquer-outra-definição-aí.

Mas enfim, as duas entraram e se uniram ao amigo drag, Mr. Lovett, cantando e dançando uma coreografia que eu aposto ter sido tirada do canal de vídeos trouxa FitDance — a vaquinha adora esse canal —, e como era esperado, óbvio que o rebolado do trio atraiu a atenção da sala, principalmente a minha, que novamente se focou em apenas uma das figuras, ainda que dessa vez por motivos diferentes.

Então, veja bem, eu estou meio que gostando da louquinha vestida de vaca certo?! E tipo, nós já demos uns beijinhos — que foram ótimos por sinal — mas não sei, parecia que era isso, nunca conversamos sobre o que isso significava, até ai tudo bemmm. Mais ou menos. Admito que fiquei meio cabreiro pois eu tinha medo de ela não gostar de mim da mesma forma, ou ter vergonha de mim, não sei, mas enfim! O que me chamou a atenção foi que ela entrou com uma faixa que, bem, dizia várias coisas com uma simples frase.

Eu tenho que admitir aqui para você que, mesmo sendo incluído na micagem secular que o trio estava passando, eu estava gostando. Claro, meu rosto estava possivelmente mais vermelho que uma pimenta de areia-roz chilena, contudo, eu estava nas nuvens com as palavras na faixa e o fato que ela estava cada vez mais vindo em minha direção. “Calma, que que eu faço??? Socorro, Sr. Arthur não me preparou pra isso não. Eu levanto e danço com ela? NÃO! Esse mico eu não passo… Mas eu devo responder como?” A resposta não me veio enquanto a garota parava na minha frente, um leque em mãos com palavras rabiscadas que pareciam hieróglifos egípcios para os meus olhos que mandava imagens sem sentido ao meu tico e tico — sim, tico e tico, lide com isso.

Apenas depois de piscar os olhos várias vezes que percebi que eu era encarado pela face corada e apreensiva da Bissolinda. “Acho que passou muito tempo, tá na hora de responder, amado.” Fechando a boca, que nem percebi estar aberta, engoli em seco e voltei a separar os lábios para respondê-la, apenas para perceber que eu não tinha o que dizer — nem condição de falar algo. Então, a única coisa que se passou pela minha cabeça — na verdade nada passou pela minha cabeça, eu apenas agi mesmo — foi dar um beijinho na garota e a puxa-lá para sentar do seu lado na bancada. — Quem tá na chuva é pra se molhar né né, bisãozinha? Depois desse teatro todo, qual eu acho que me forçará a ficar na minha raíz pelo resto do ano letivo, um pouquinho de afeto público não vai matar né? — A frase mal saiu e eu já tava dando outro selinho na vaquinha. Depois disso eu não lembraria de mais nada.

Em algum momento eu devo ter parado de observar de canto de olho minha N A M O R A D A — só uma pausa pra eu dar uma leve surtada pois ainda não acredito — e, possivelmente por ela ter me lembrado, fui atrás de fazer a poção que foi passada pelo professor Marylin. “Essa aula eu não vou conseguir acertar nem meu nome se perguntarem, sei nem como vou fazer essa poção.” Ainda assim, recolhi os ingredientes na banca do professor e voltei para a minha estação, logo colocando o caldeirão no fogo e tratando de colocar os fios de AhóAhó dentro. — Aguamenti. — Com o murmuro evoquei um filete de água que usei para encher o pote de metal, e logo também aquece-lo. — Incendio.

Enquanto os fios de velha caduca eram marinados em água — não fez sentido mas marinado é uma palavra bonita então tá valendo —, eu peguei o mortar e amassei as flores até virar pastinha de bêbe. “Esse é o verde meleca que deveria ficar? Apois parece verde vômito, ou verde rio poluído, mas bem, que seja.” — Mozin, quem vem primeiro esse purezinho vegano ou a verdinha da Lud? — As palavras saíram leves e despreocupadas em direção da garota do seu lado, não só por querer a resposta, afinal a garota era melhor que le em poções — assim como todo o resto —, mas também para poder ter uma desculpa para olhar para ela e falar com ela e… “Parabéns, você é o mais novo integrante de Grease, Jão Peixe Morto.”

E então, de acordo com a resposta da menina, era a vez da ervinha pula-fogueira, qual coloquei inteira e comecei a misturar em sentido horário, pelo menos o braço de crossfit servia para fazer 300 rotações por minuto. Após fazer uma tempestade em um caldeirão de cobre, joguei o patêzinho de azeitona e o ingrediente secreto juntos no potão de metal. “Queima quengaral! Vamo ver se essa escama de Boitatá dá uma apimentada nessa poçãozinha.” — Isso que eu chamo de uma poção pra boi dormir. — Falei, sorrindo que nem besta para a Pegoretti, sem me preocupar muito com a poção, afinal assim que terminei de jogar os ingredientes, foi só necessário lançar um finite no fogo e esperar a poção esfriar.
 
imagi
nation Alice e Restinho + Sala de Poções, CB + En fuego
Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
Mensagens :
458
Ocupação :
COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Qua 15 Abr 2020 - 22:47
A aula em que todos passaram por uma experiência psicodélica sem o uso de drogas
Primeira aula de poções

As coisas aconteciam rápido demais para a pequena Martinez realmente processar, seus amigos, Andes e Luca, ouviram suas lamentações e para sua infelicidade elas saíram mais alto que a morena realmente gostaria e imediatamente sentira que tinha muitas coisas para explicar, ou melhor, Tupã e seus filhos rapidinho implorariam por uma explicação. Se tivesse um pouquinho de sorte nessa vida os interrogatórios e afins aconteceriam pós-aula (mas, algo no âmago de Emília lhe dizia que sua sorte acabara nas compras de artigos de quadribol alguns meses atrás). E, algo lhe dizia ainda que aquela aula de poções ainda renderia por toda história de CasteloBruxo.

Dessa forma Tupã cobraria as dívidas de Emília com o universo em uma única parcela; ali no meio da primeira aula de poções do ano, na presença de um novo professor que parecia um mago-Marilyn Monroe-das poções que a julgar pela reação animosa de Luca era um ser muito popular na internet. Às vezes, a menina se perguntava em que planeta estava vivendo, pois parecia ser a única que não sabia disso.

Mortificada, pensou “A lo hecho, pecho” e em seguida agradeceu pelos bons amigos que conquistara durante esses anos, pois apesar do olhar de curiosidade o sr. Coelho tratou logo de trocar de assunto chamando à atenção de geral para si. Também só conseguia olhar com carinho para Ulisses e seu jeito cortês de assumir a responsabilidade pelo estado desgrenhado da goleira dos Carcará.

Mas o professor era sagaz demais para se convencer disso, e certamente deveria estar pensando mil e uma coisas olhando para a aluna naquele estado, coisas essas que Emília nem saberia nomear sem ficar vermelha como um pimentão. Mas, se a Martinez estivesse em outra posição pensaria o mesmo. A situação era muito suspeita, mas não conseguia explicar porque aquilo ocorrera sem parecer uma grande invenção sofista.

Sem ter muito o que dizer apenas engoliu em seco, pegou o frasco oferecido pelo professor e voltou ao seu lugar. Seus olhos iam de Luca para Jão e Andes, como quem diz: posso explicar, mas na verdade ela não sabia se podia mesmo.
 
E, talvez, a sorte não a tivesse abandonado por completo, pois o jeito desarrumado da bonequinha de pano seria esquecido mais rápido que imaginara. Graças a atração tripla que tomaria conta da sala poucos instantes mais tarde.

No primeiro momento, só achou engraçado aquele menino desengonçado sobre os saltos num cosplay da Pablo Vittar saído diretamente daquele clip bapho PARAÍSO e não deu outra, os primeiros toques da música entregaram mais ou menos o que vinha pela frente. Mas nunca na vida breve de Emília ela imaginaria quem entraria a seguir.

HELENA! O berro interno durou bem um minuto inteiro.

O queixo da bonequinha caiu, seus neurônios só conseguiam gritar sobre o que ela perdera na vida para aquele tipo de apresentação ter Helena Alcaíde envolvida. Ahn, quê? Socorro. O queixo de Emília Martinez definitivamente estava caído. Caído é pouco estava NO CHÃO! Completando o show Alice no País das Maravilhas aparece junto com Helena, mas diferente da outra Alice estava vestida de vaca. Isso estava virando costumeiro. Mas, Emília não pode negar a empolgação ao ver a menina abrindo o leque com aqueles dizeres. A Martinez não escondia de ninguém o shipp que possuía por Jolice e ao olhos da menina parece que aquele evento demorou três anos, dois dias e doze horas para acontecer.
Emília Martinez alcançara o mais puro êxtase com essa cena, senhores!

Quando Helena senta logo atrás dela a única coisa que consegue pronunciar fora:
— Cara, o que acabou de acontecer aqui? —  Seu sotaque argentino acentuou-se nas palavras ditas em português tamanho espanto e incredulidade naquilo que seus olhos acabaram de ver.


*******************


Passadas as apresentações mui creativas Adrian adentrara a temática da aula, uma poção do sono que ele próprio criara. Todos vão abandonando o riso e as caras de espanto gradativamente para focar no conteúdo que o professor colocava no quadro de vidro.
Emília, com movimentos leves, guarda o frasco na mochila e abre espaço na mesa para o caderno e os materiais de escrever.

Logo, o sr. D’Angelo informara a todos os presentes que os atuais exemplares do livro de Libatius Borage pertenciam as lixeiras, aquele ano, teriam uma dinâmica nova de aula e seriam devidamente apresentados a Química Louca.

A cara de todos, inclusive, a de Emília conventera-se em uma mistura de espanto e admiração. As disciplinas favoritas da menina eram Magizoologia e Trato das Criaturas Mágicas, nunca teve muito apreço por poções, todavia, isso parecia estar prestes a mudar.  
“Ainda bem que não cheguei a folhear isso aqui, caso o contrário teria pena de jogá-lo fora”, pensou depositando o material direto na lata do lixo.

Dando prosseguimento ao planejado, Emília começara a tomar notas de tudo, às vezes usando canetas diferentes para sinalizar os pontos mais importantes. O nome Quimíca Louca via-se bem centralizado na primeira folha do caderno e abaixo as instruções e os ingredientes para realizar a falada poção.

Após as explicações do docente era hora da prática! Mas aquela prática não seria tão simples, além de tentar acertar o preparo de uma poção que seu criador estava a poucos metros de distância (o que já causa um rebuliço interno), Adrian queria que os alunos fossem capazes de incluir um ingrediente, sem alterar o efeito da poção. Emília escrevia e tentava assimilar tudo com leves balançadas de cabeça, mas por dentro pensara: “Essa aula é eita, atrás de eita, vai ser sempre assim? SOCORRO! Espero que eu não exploda a sala...” Mordeu o lábio, pela primeira vez no dia, enquanto montava o caldeirão e pegava os apetrechos ideais para o preparo da poção.

Com o caldeirão devidamente instalado, Emi reviu as anotações para o preparo da poção. A poção do professor D’Angelo era composta por quatro ingredientes principais: flores de Camomila, flores de Maracujá, talo de Erva de São João e fios de Ahó Ahó, três desses ingredientes considerados substâncias extremamente calmantes. Então… “O que posso usar que não causará na pessoa um coma induzido ou qualquer outra coisa do tipo?”, pensara.

Ela não sabia. Recorreu a lista de ingredientes disponibilizada pelo professor. Lembrou da mistura preparada pelo professor mais cedo, pelo cheiro tinha bastante Aloe Vera, mas pensou que não seria interessante usar isso.. Até onde sabia tinha propriedades mais curativas e hidratantes que calmantes… Sabia também que o Aloe Vera era muito utilizado em produtos de beleza para pele e cabelo. Alguns dos ingredientes animais, Emília ainda não tinha total conhecimento, portanto preferiu não arriscar. Viu que sua amiga, Helena utilizou Hortelã, uma boa escolha, mas não quis copiá-la… Seria interessante tentar uma reação diferente, contato que não explodisse nada.

Os na sala começavam a misturar-se, alguns eram agradáveis, outros nem tanto, porém Emília ainda não havia começado o preparo da sua poção. Foi aí que uma espécie de iluminação apareceu sobre os olhos da garota. Um ingrediente renegado, mas multi. Serve para várias ocasiões. É anti-inflamatório, o gengibre ainda é usado para aliviar dores decorrentes da artrite, dores musculares, infecções do trato respiratório, tosse, asma e bronquite, enjoos, auxilia na digestão e protege o fígado, então... Pela lógica, agregaria de forma positiva a poção.

Emms esperava que os seus estudos sobre Herbologia lhe servisse para algo. Ela rezou para todos os seres da floresta enquanto ligava o caldeirão. Engoliu em seco e olhou para o professor, considerou desistir daquilo, mas prosseguiu
.
Separou todos os ingredientes e organizou-os de maneira a ficar mais fácil manuseá-los. Pegou o Becker e utilizando o feitiço Aguamenti, aguardou que o feitiço atingisse a marca de 200ml de água e despejou-a no caldeirão. Em seguida jogou os três fios de Ahó Ahó, enquanto os eles atingiam o ponto de fervura recomendado no preparo de poções, a menina triturou com o auxilio do pilão a Camomila e o Maracujá. Tirou-os bem, até formar uma pasta mais ou menos de cor-esverdeada.

Após, reservou a mistura em um canto. Quando a fervura dos fios de Ahó Ahó atingiu o ponto, acrescentou a erva de São João. Observou um instante dentro do caldeirão enquanto mexia, com a colher de pau, no sentido horário. A menina estava completamente concentrada no processo do preparo da sua poção, nunca fora um gênio no preparo delas, mas esperava não ser um completo desastre hoje, a Carcará já chamara atenção demais.
 
Contou os três minutos de maneira, quase religiosa enquanto mexia e jogou a mistura de camomila e maracujá, antes disso, porém jogou as pequenas raspas de gengibre junto com a mistura homogênea de camomila e maracujá triturados, após desligou o fogo, com auxílio de um feitiço.

Estava feito. Uma gota de suor frio escorria do rosto de Emília. Agora, esperaria esfriar para dar início ao processo de destilação. Um processo antigo, utilizado pelos alquimistas desde a Idade Média.

Enquanto esperava a mistura esfriar pegou o balão de Erlenmeyer e realizou a montagem do equipamento de destilação com atenção redobrada, em algumas situações Emms era um tanto desastrada e essa parecia ser uma delas. Na real, a Martinez não queria perder todo trabalho realizado nos últimos vinte minutos por uma desatenção besta.

Ao terminar aguardou a visita do professor em sua mesa para conferir se estava tudo o.k. Ela aguardou, esperando em Deus que a poção estivesse certa e que não matasse ninguém.




Martinez + Adrian e todos alunos de CB   
by emme
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
Mensagens :
645
Ocupação :
CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Qua 15 Abr 2020 - 23:44

”Todos somos loucos aqui.”
— Gato de Cheshire – Alice no país das maravilhas.
...

Os poucos segundos que passei encarando Joca e esperando alguma resposta, qualquer reação que fosse mais significativa que a cara de cego perdido em tiroteio que indicava o piripaque interno que o menino estava tendo, pareceram uma eternidade. Eu não conseguia crer que eu não merecia alguma resposta, um comentário, uma atitude mínima depois do show gratuito que saíra muito caro com o mico parcelado no crédito, e essa eternidade dentro de poucos segundos foi suficiente para fazer eu quase me arrepender de tudo, para deixar minhas mãos suando e fazer com que minhas pernas se mexessem inquietas, como se tivessem vida própria e já não suportassem o peso da consciência trouxa que eu carregava. ”Puta que pariu!”, foi tudo que minha mente brilhantemente ansiosa conseguiu formular ao se dar conta pela segunda vez no dia do tanto de gente que tinha naquela sala (que era muuuito mais que o normal) e em como haviam celulares levantados gravando a cena ao redor, e que mesmo que não estivessem focados em mim, me deixavam ainda mais ansiosa e desconcertada com a situação toda.

”Nota mental: nunca mais aceitar desafio da Emília.” A ideia de que aceitar aquele desafio e levar um belo vácuo ao mostrar a frase do leque me deixava completamente possessa, e nem era com ele, era comigo mesma por me colocar em uma situação daquelas. Ainda encarando JC, fechei aquele leque que de repente pareceu grande e pesado demais, e tratei de jogá-lo de volta na minha bolsa, rezando à todas as divindades mágicas brasileiras para que ninguém mais tivesse visto as palavras escritas. Minhas bochechas queimavam tanto que deviam estar feito um tomate bem suculento (sim, suculento, pois apesar de eu não gostar de tomates, devo admitir que alguns são tão bonitos que me dão água na boca mesmo que eu não os coma), e não seria surpresa nenhuma ver que meus cabelos acompanhavam o mesmo sentimento envergonhando – embora vermelho não fosse a cor para expressar tal coisa, e sim o bendito lilás que me atormenta a vida. Juro juradinho que eu estava prestes a jogar todo meu orgulho taurino de lado, dar meia volta e me retirar da sala com minha vergonha na cara quando fi-nal-men-te o lerdo do Peixoto pareceu tomar um choque e voltar a vida.

Por falar em choque, literalmente parecia que alguma carga de eletricidade havia surgido ali, pois assim que os lábios de Jão se conectaram aos meus, uma energia nova pareceu dominar todo meu corpo. Ah, não sei bem descrever isso, mas acho que todo mundo que já gostou de alguém consegue imaginar o que eu ‘tô falando, e agora me pego aqui imaginando que se tivessem colocado um lâmpada enrolada nos fios coloridos do meu cabelo naquele momento, provavelmente teria produzido luz (o que seria um pouco cegante devido aos tantos vidros que aquela nova sala continha, então que bom que ninguém no mundo bruxo anda por aí com uma lâmpada para testar como é gerada a eletricidade, não é mesmo?).

Mas voltando ao momento da aula.. aliás, ao momento antes da aula oficial, quando o mico já havia acontecido assim como meu mini infarto e agora finalmente o sextanista reagia à loucura que eu havia feito, foi a minha vez de ficar parada encarando-o sem ter mais o que dizer ou fazer quando nossos lábios se separaram e os olhos se encontraram novamente. ”Puta que pariu outra vez.. Ele me beijou na frente de todo mundo mesmo?”, fiquei estática. Tá, a gente havia se beijado na frente de geral, lá na primeira festa do ano, mas depois não mais. Ficávamos meio que escondidos (apesar de todo mundo saber que acontecia, ninguém via nada) e então aquele ato de afeto público era uma novidade extrema – mesmo depois de eu ter me declarado espalhafatosamente na aula de poções. ”Isso foi um sim? Pera.. eu realmente o pedi em namoro e ele aceitou? Oh porra..” Desacreditada, deixei um sorriso abestalhado se desenhar em minha boca enquanto ele me puxava para sentar ao seu lado e encarei o restante da sala e o professor com uma cara de “oopss”.

”Existe maneira melhor de uma Vice-Presidente do C.A. se apresentar ao novo professor do castelo?!”, me peguei sorrindo ao virar de lado para ouvir com atenção as palavras de Joca, que só serviram para tirar um sorriso ainda maior de mim antes que eu retribuísse o novo beijo – que mais uma vez eu desejei que não tivesse gente olhando, pois não estou aqui para ser entretenimento de ninguém. Sorriso esse que durou antes, durante e depois do carinho trocado. Merda.. será que eu estava virando aquilo que eu mais temia? A apaixonadinha que fica sorrindo feito uma pateta o tempo todo? Na hora nem me toquei, a única coisa que me passou pela cabeça foi rebater sua piadinha a altura. – Matar não vai, mas também não se acostuma, viu? E quem ‘tá na inquisição não pode ser assim tão lerdo, Peixe Boi. Na próxima você toma um cascudo, no mínimo. E, bem, se eu puder ficar lá de companhia, pode ficar na tua toca o tempo que quiser. – sorri com a cara mais deslavada possível, sentindo minhas bochechas esquentarem mais uma vez, me fazendo virar para frente para prestar atenção nas palavras do professor. Falha acontecida com sucesso.

Saca só... eu havia acabado de dançar na frente da sala inteira, com uma calça de vaca, dedicando a apresentação ao garoto que estava ao meu lado e que agora não era mais simplesmente meu crush e amigo colorido.. era também meu namorado?!? Nunquinha que eu iria imaginar uma situação daquelas quando comecei a jogar verdade ou desafios com meus amigos, mas agora que estava acontecendo, minha mente não conseguia processar nenhuma outra informação. Felizmente (ou não) eu não era a única, pois toda hora flagrava Joquinha me encarando de lado e tinha que dar um peteleco para fazê-lo olhar para frente – como se olhar para o professor fosse suficiente para absorver as informações dadas.

Logo as explicações acabaram, bem sucintas e diretas, e eu, já com meus acessórios de vaquinha, dessa vez para cumprir o desafio criado pelo meu próprio boy, arrastei JC comigo para pegarmos os ingredientes necessários, e se tem algo que eu gostaria de poder voltar no tempo e me avisar seria: não se declare em uma aula de poções, você pode se lascar ou ferrar a outra pessoa – ou os dois. – Pela primeira vez, eu não faço a menor ideia do que estou fazendo aqui. Essa sala renovada cheia de vidros e reflexos está me deixando tonta, Cuca que me ajude. – virei para o quadro, forçando a vista adornada pelas lentes gastas, e sem conseguir entender todos os ingrediente da lista, encarei o Peixoto mais uma vez. –  Que pena, você vai ter que pegar aí os ingredientes necessários para mim, não pude vir de óculos pois você me fez usar essa tiara bendita.. aproveita e carrega eles pra bancada também, assim eu não quebro minhas unhas... – fiz beicinho enquanto o olha com olhinhos do gato de botas pidão. Ao perceber a face confusa do marombeiro, não consegui evitar a risada, e tive que tapar minha boca com as mãos pra não atrair ainda mais atenção e levar alguma bronca do professor (o que, pensando bem, provavelmente não aconteceria depois de tudo o que havia rolado e ainda se desenrolava naquela aula). – O que é? Tua prima pode te fazer de capacho, mas sua namorada não? Que injustiça. – serrei os olhos para o garoto, mas logo abri o sorriso brincalhão e balancei o bendito sininho pendurado em meu pescoço, deixando claro que era apenas zoeira.

Enquanto o sextanista se concentrava em pegar alguns ingredientes que estavam mais ao fundo do armário, vi Emília passar, e iria atrás para perguntar se o desafio havia sido pago com estilo, mas ao reparar na marca roxa no pescoço da outra, tudo que conseguiu fazer foi segurar o riso e desviar o olhar surpreso antes que a Martinez percebesse. ”Santo Ipupiara das águas sujas!” Fui segurando alguns dos ingredientes que ele pegava no armário (é, essa parte era verdade, eu não estava enxergando e claramente não havia prestado atenção em todos os principais) e equilibrando-os junto a meu corpo, fazendo pressão entre meu braço esquerdo e minha barriga, para assim ficar com a destra livre para escolher o ingrediente extra. Olhei, olhei e olhei entre as prateleiras, potes e frascos trocentas vezes, mas não fazia a menor ideia do que pegar. Que belo momento para estar com o coração aquecidinho e a mente nas nuvens, não? Agora eu corria o risco de, além de pateta apaixonada, ser uma pateta explodida se não acertasse na dose da poção.

”Era literalmente sobre esse tipo de sentimento que você me alertava, ‘né, dona Sônia?” Ironizei para mim mesma ao lembrar dos sermões e tantos conselhos da minha mãe de criação e, talvez Cuca tivesse atendido minhas preces, naquele mesmo momento avistei uma plantinha que Sônia costumava usar bastante para fazer chá para quando estava com.. ahn.. é, dor de barriga, não vou ficar procurando palavras chiques para dizer isso. Enfim.. ela dizia que a tal planta tinha efeito anestésico e calmante, e se estivesse correta (apesar de o chá nunca ter funcionado para mim) poderia ser o toque final da poção “gudi naiti” que o professor havia criado.

De volta a bancada para o preparo de poções, ajeitei os ingredientes e comecei a separar a quantidade de cada um enquanto olhava de rabo de olho se Joca também estava fazendo aquilo e se estava fazendo certo. Tá, talvez eu estivesse é querendo checar se eu estava fazendo certo, pois de tão avoada, acho que se alguém pegasse uma mariposa-de-fogo e jogasse dentro da poção, eu faria o mesmo achando que havia perdido tal parte da explicação (essa definitivamente não sou eu, mas para tudo se tem uma primeira vez e vida que segue).

Com uma flor de Maracujá, um Talo de erva de São João, três fios de Ahó Ahó e quatro flores de Camomila separadinhos no balcão, foquei em preparar o caldeirão e começar a poção. Com auxílio do Aguamenti e um copo medidor, adicionei 200ml de água ao caldeirão, logo acendendo o fogo com ajuda do feitiço Incendio, e ao pendurar o caldeirão acima do fogo, soltei os três fios na água para que... cozinhassem? ”Ainda bem que tem o processo de destilação. Poção já é uma coisa desgostosa, imagina com cabelo de um monstro horroroso que parece uma ovelha velha em fusão com algum crocodilo parente das Cucas... eca.”

Enquanto a água esquentava e hidratava os fios do bicho, aproveitei para triturar as cinco flores em um pilão, deixando-as com uma aparência gosmenta e esverdeada. Com auxílio do termômetro, chequei se a temperatura estava correta assim que começou a ferver, e tendo a confirmação, adicionei a erva de São João no liquido borbulhante e mexi em sentido horário por três minutos. Três minutos esses que vou te contar uma coisa... que demora absurda. Durante esse tempo consegui viajar em pensamentos nada relacionados com a aula, consegui espiar o que meus amigos estavam colocando na poção deles (e sentir certo medo pelos resultados que viriam) e ainda palpitar no preparo de poção dos outros, leia-se Joca, que mexia o conteúdo de seu caldeirão como se tivesse fazendo um brigadeiro branco e precisasse mexer rápido demais para que não queimasse o fundo. – Menino, acalma esse braço. Todo mundo sabe que você é marombeiro de plantão, mas é só misturar a poção, não triturar um feijão mal cozido! – meus olhos arregalados indicavam que eu estava completamente desacreditada do que via, mas na verdade, nem eu sabia exatamente o que eu estava fazendo, tanto que quando os três eternos minutos se passaram eu quase finalizei a poção sem colocar as folhinhas escolhidas de fora da lista.

A pasta verde pegajosa já estava quase sendo despejada quando ouvi a pergunta de Jão Carlos, e foi aí que me dei conta de algo e parei para analisar o que eu mesma estava fazendo antes de dar uma resposta (e cá entre nós, quem diria que JC acabaria me ajudando a – talvez – não destruir uma poção). Devolvi o pilão com a pasta nojentinha para a bancada e agarrei as duas folhinhas de boldo que eu havia selecionado, as colocando para ferver. Dei mais algumas mexidinhas para o mesmo lado e então despejei o conteúdo do pilão, apagando o fogo em seguida, deixando os últimos ingredientes se misturarem ao líquido quente enquanto esperava a temperatura abaixar para fazer a destilação. Aproveitei esse momento para preparar os equipamentos necessários enquanto espionava a face do professor para ver se descobria sinais de que alguém havia se saído bem naquele “teste”.
chá
de
boldo

COM
Geral
ONDE
Sala de poções, ou o que restou dela.
OBS
IIIRRAAA
››MONTY‹‹



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Adrian Polaris D'Angelo
TLC » Artista
Adrian Polaris D'Angelo
Mensagens :
25
Ocupação :
Docente
Qui 23 Abr 2020 - 17:02

Avaliações Parte 1
Poção Boa Noite Maria:

Poção Boa-Noite Helena:

Poção Boa-Noite Lyanna:

Poção Boa-Noite Crystal:

Poção Boa-Noite Mikael:

Poção Boa-Noite Talita:

Poção Boa-Noite Morpheu:


Poção Boa Noite Emília:


Poção Boa Noite Alice:


Conteúdo patrocinado
- Tópicos semelhantes
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos