Toda da américa do sul — principalmente o Brasil — é conhecida por sua ampla diversidade de fauna, com animais tanto inofensivos quanto perigosos. A Fantástica Fauna Sul-Americana é um bestiário que reúne vários profissionais magizoologistas e seus conhecimentos a respeito do trato dessas criaturas magníficas que fazem parte do nosso mundo. Neste primeiro livro, introduzirei a disciplina com algumas menos perigosas, com classificação XX, e que são vistas com frequência nos arredores de Castelobruxo.

O Tronquilho (XX) é um morador de árvores, preferem as que a madeira pode ser usada para a produção de varinhas. Animal pequeno, não ultrapassa o tamanho da mão nem quando adultos. Sua dieta é baseada em insetos pequenos — principalmente joaninhas que tem a casca mais mole —, mas tem um apreço por ovos de fadas.

Possuem dedos longos e afiados (dois em cada mão), olhos castanhos e uma aparência geral de uma figura de face plana feita de casca e galhos, que serve bem como camuflagem seu habitat natural. O nível de camuflagem chega à quase invisibilidade, sendo quase impossível detecta-los quando não querem ser vistos.

A Fada Campestre (XXX) faz parte da mesma família mágica que os Tronquilhos, entretanto são mais agressivas que seus primos, que evitam embate e são presas fáceis.

Não ultrapassam os quinze centímetros de cumprimento e possuem o corpo frágil, mas as cores chamativas de seu corpo em conjuto com as lâminas em suas mãos lhes conferem a classe de predadoras. Não possuem uma única aparência, sendo diferentes de acordo com a região em que nasce (genotípica) e cresce (fenotípica), mas tem aparência de flores. Deste modo, existem tantas formas de fadas campestres no mundo, quanto existe flores mágicas ou não; e elas não se prendem a uma única forma. Uma Fada Campestre que nasce em um campo de rosas, por exemplo, consegue se adaptar em um campo de margaridas dentro de uma semana, mudando suas características corporais e cor.

Traço 1: Ambas as espécies são muito habilidosas com as mãos e conseguem abrir qualquer fechadura, desde que não sejam encantada.
Traço 2: As Fadas Campestres, apesar de serem sensíveis como pétalas de flor, conseguem cortar até mesmo pedras com as lâminas em suas mãos.
Traço 3: As lâminas de Fada Campestre podem ser utilizadas como ingrediente extra em poções para proporcionar sabor doce, sem afetar seus efeitos.
Traço 4: Tronquilhos conseguem habitar árvores mortas por Chupa-Cabras, devolvendo a vida a elas em cerca de um mês.

Classificação de Periculosidade: XX e XXX

Medindo aproximadamente 2cm, essa criaturinha rosada com asas minúsculas, possui habilidade de voo ligeiramente mais lento que dos outros insetos mágicos graças ao seu peso excedente. Possui características que lembra os anfíbios, embora seja um invertebrado de corpo molenga.

A mosca-da-cera projeta sua língua alongada para coletar o pólen de flores e se alimentar. Assim como as abelhas, desenvolvem colmeias escondidas nas raízes de árvores lenhosas, com seu próprio mel cor de cereja, contudo, ela não distingue sua matéria prima, sendo atraída por cera de ouvido de outros seres, inclusive humana.

Vive em comunidades, onde a maior mosca-da-cera é eleita a rainha e não sai da colmeia.

Traço 1: A saliva da mosca possui propriedades dilatantes e isso irrita os ouvidos humanos que infeccionam.
Traço 2: Seu mel é bastante adocicado e possui cheiro forte, mas não deve ser comido já que não se sabe sua real procedência.

Classificação de Periculosidade: XX

Essas criaturas aladas habitantes da Ilha de Marajó no Pará, mas costumam migrar para os terrenos de Castelobruxo durante os meses de outubro e novembro, retornando ao seu habitat em dezembro. Seu faro é extremamente aguçado e seu dente único dente pontiagudo serve para raspar as seringueiras, já que se alimentam de sua seiva.

Possuem pelagem laranja claro e estão na lista dos menores mamíferos mágicos existentes, não ultrapassando a margem dos 15 centímetros de cumprimento.

Traço 1: São bastante amigáveis e gostam de contato com humanos, mas evite alimenta-los pois consideram isso uma ameaça e atacam nessas circunstâncias.
Traço 2: Os diabretes do seringal conseguem ficar invisíveis para olhos não-mágicos.
Traço 3: A bolinha em seu rabo, que imita dentes de leão, é sua principal forma de comunicação. Ela incha quando estão felizes e fica pontiaguda quando se sentem ameaçados.
Traço 4: Engolir um par de asas cruas de um diabrete do seringal confere invisibilidade pelo período de 20 minutos.

Classificação de Periculosidade: XX

Uma fada é uma pequena criatura parecida com um humano com grandes asas parecidas com insetos, que são transparentes ou multicoloridas. Eles possuem inteligência pequena e vivem principalmente em florestas ou clareiras.

A fada é uma criatura vaidosa e, muitas vezes, permite ser usada como decoração pelos bruxos apenas pelo glamour de aparecer em eventos junto a bruxos bonitos. Devido à sua vaidade, as fadas estão quase sempre se cuidando.

Eles possuem uma marca fraca de magia que permite escapar de seus predadores, como o Agoureiro. A fada não pode falar; em vez disso, ele faz um zumbido agudo para se comunicar com suas colegas fadas, mas elas são capazes de rir.

Vivem em comunidade dentro de árvores ocas, onde constroem seus ninhos e seus piores inimigos são os Tronquilhos que costumam se alimentar com seus ovos transparentes.

Possuem alimentação baseada em frutas verdes e apesar de terem asas, não voam muito rápido ou alto.

Traço 1: Asas e ovos de fadas costumam ser utilizados em poções contra venenos fracos.

Classificação de Periculosidade: XX

Vivem a maior parte de sua vida embaixo da terra, afofando os solos com seu emaranhado de túneis intricados que acabam por deixara terra mais fértil.

Alimentam-se de tubérculos, e essa é uma forma de atraí-los, sendo seu alimento preferido são as batatas. São considerados pragas por muitos, pois sempre surgem nos jardins alheios atraídos pelo cheiro dos vegetais plantados e se reproduzem muito rápido. Um casal de toupeira unicórnio consegue gerar até quinze filhotes em dois meses.

Possuem pelagem branca, olhos globulosos e pretos, um único chifre cuneiforme — que os ajuda a cavar — no centro da cabeça e garras minúsculas que usam para limpar a terra dos vegetais antes de comer.

São muito dóceis e, com o adestramento e controle correto, geralmente ajudam bruxos botânicos a encontrar espécies de pesquisa devido ao seu faro extremamente aguçado.

Traço 1: Sua fezes possuem nutrientes que enriquecem a terra.
Traço 2: O chifre em sua cabeça pode ser utilizado em poções para adubar a terra e crescimento de ossos.
Traço 3: Possui visão infravermelho, que os ajudam a se orientar dentro dos túneis escuros.
Traço 4: São animais sensíveis e costumam escolher um único parceiro por toda a vida.

Classificação de Periculosidade: XX

Habitam toda a américa do sul, mas preferem viver em centros urbanos não-maj, onde encontra mais alumento.

São lobos do tamanho de cavalos que se alimentam de angústia e dor; assim, quando pessoas sofrendo ficam próximas deste animal, acabam se sentindo perfeitamente bem. Contra violência, não causam mal aos humanos, a menos que se sintam ameaçados.

São extremamente dóceis e costumam andar em matilhas de no máximo dez. Seus olhos vermelhos e aparência gigantesca causam certo medo nos leigos, por isso, quando fareja esse sentimento de quem quer que seja, torna-se invisível.

Castelobruxo os mantém vivendo na floresta dentro de seus limites e eles, normalmente, protegem os alunos contra ataques de outras criaturas. Também são usados para puxar as carruagens da estação florestal até o castelo quando os alunos chegam à escola no início dos anos letivos.

Traço 1: Podem ficar invisíveis.
Traço 2: Sua saliva possui propriedades curativas e antimicrobiana.
Traço 3: Permitem a montaria de humanos desde que estes apresentem como um prato cheio (almas doloridas); os residentes dos terrenos de Castelobruxo foram adestrados para permitem montaria de docentes e alunos sob supervisão sempre que necessário.
Traço 4: São silenciosos e comunicam-se entre si telepaticamente. Ouvir o uivo de um Lobo da Meia Noite é um agouro de morte. Uivam apenas para indicar que alguém morreu nas proximidades, ou que irá morrer em breve.

Classificação de Periculosidade: XX