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Sorrio ao ver a grande Ybirá, cada vez mais tenho que subir mais alto para o alojamento do meu ano específico, o que claro, eu não estou reclamando. Prefiro subir cada vez mais do que ter de ficar no mesmo andar por mais de um ano seguido, imagina só a vista lá do alto que eu estaria perdendo? Com o auxílio de Ybirá usando cipós e galhos, consegui chegar mais rápido ao 6º andar onde abri a porta do alojamento me preparando para um novo ano.
A primeira coisa que fiz foi ir até a janela onde pude colocar Aquiles de volta à presença da luz do sol, tadinho durante a vigem toda ele ficou dentro de uma caixinha no escuro. O cacto parecia feliz em estar de volta ao contato com o ar puro, e eu também. Coloquei minhas malas do lado de uma das camas e deixei olhando para o teto. - Er... Castelobruxo... O que você irá nos ensinar esse ano?
Otherwise nothing would ever get started.
Quando se é um estudante de Castelobruxo, você vê todas as lendas contadas às crianças não mágicas se tornando realidade ao seu redor. Do início do sexto ano até agora, Vicente tinha encontrado sacis, caiporas, se tornado amigo de uma mãe d'oro (ou, ao menos, tentado), escutado relatos afetados sobre Matinta Pereira (aqui cabem os créditos à Emília Martinez), enfrentado chupa-cabra. Mas, desde que entrou para a escola, no primeiro ano, duvidara da lenda dos veteranos. Naquela época, o menino de onze anos não podia imaginar como é que alguém escolheria passar toda a vida na biblioteca. Ele mesmo não podia imaginar castigo maior.
Não é que não gostasse dos livros, conhecia seu valor e até entendia que alguns dos colegas encontrassem nas folhas de papel façanhas tão robustas e divertidas, capazes de entretê-los por horas. Sua casa era cheia deles, os livros. Aurélia os empilhava por todo canto, formando pequenos labirintos entre os cômodos apertados da cabana. Não tinham muito espaço, e Vicente sempre se perguntou porque a mãe não se livrava de alguns daqueles exemplares que ela, certamente, já tinha lido. Mas Aurélia diziam que eram parte da família e, considerando que aquela família só tinha dois humanos, Vicente deixava pra lá.
Aprendera a gostar dos livros com a mãe, mas gostava muito mais de estar em movimento, vendo as coisas de perto, aprendendo com as mãos na massa. Daí a visão de que passar a vida na biblioteca seria castigo.
Mas agora estava começando seu último ano na escola de magia e começava a perceber que, talvez, a lenda dos veteranos não fosse só uma lenda. Ora, nunca foi segredo para ninguém que Vicente Ventura era um garoto sensível. Por trás do riso burlesco e de toda sua corpulência, havia um coração impetuoso, que se deixava fascinar pela vida e pelas boas amizades. Apercebendo-se de que aquele era seu último ano sob a proteção e abrigo de Ybirá, o carcará não queria perder um segundo sequer com banalidades. Queria aproveitar cada canto daquela escola, viver todas as experiências que ainda não tinha vivido e, quem sabe, até passar mais tempo na biblioteca.
Ele entendia os veteranos agora. Pensar em deixar tudo aquilo para trás era penoso, quase excruciante. Como fazia com a maioria das coisas difíceis de tragar, Vicente espantou o pensamento. Talvez, em algum momento, todas as coisas que deixara para trás viessem a pesar. Mas isso era um problema do Vicente do futuro. O Vicente de agora encarava a bagunça do dormitório masculino dos carcarás com um sorriso debochado nos lábios.
Ele que não arrumaria aquilo hoje. Nos poucos dias que estava ali, mal havia parado no quarto e, a cada momento que precisava de algo das malas, fazia tudo ir aos ares até achar o que procurava. Não era o que podia se chamar de organizado, e o dormitório masculino dos carcarás voltara a ser só dele. Que a mãe o perdoasse, mas arrumaria a bagunça noutra hora. Qualquer coisa, colocaria a culpa no braço ainda dolorido.
Saiu do dormitório a tempo de ver Thiago subindo até o dormitório do sexto ano através dos cipós, e não conteve um riso. Ele mesmo adorava subir daquele jeito, mas preferira não arriscar a recuperação do braço daquela vez, então subira pelos meios tradicionais. Decidiu ir até o dormitório pouco abaixo do seu e rever Thiago. Desde que voltara para o Brasil, ainda não tinha tido a chance de encontrar o garoto que se intitulava “aventureiro” quando toda a escola sabia muito bem que a melhor palavra para o descrever era “travesso”. E, é claro, “espirituoso”.
_ A não se meter em encrenca seria um bom começo. – Respondeu à pergunta feita pelo garoto a ninguém em específico. - E aí, Tarzan. – Cumprimentou-o, entrando no alojamento. Fazia muito tempo que não ocupava os dormitórios comuns, graças aos Carcarás. Estava no time desde o final do segundo ano e desde então ocupava o mesmo dormitório que agora. Estendeu a mão, que logo foi aceita pelo menino. – Bom te ver de novo, Thi! Como é que foram as férias? Desbravou muitas coisas por aí?
Sentou-se na borda de uma cama bem-feita- não sabia de quem era, mas certamente era alguém muito mais organizado que ele próprio- e se perguntou onde é que estavam todos os outros alunos.
Falando em família, Vicente tinha acabado de entrar no alojamento me cumprimentando. - Vou sentir falta desses cipós... Onde eu moro eu preciso caminhar muito pra encontrar uma área verde assim. - Sorrio ao pensar em o quão privilegiados somos de ter todo esse contato com a natureza em Castelobruxo. - Eu desbravei todas as aventuras virtuais dos jogos de computador apenas, não tinha muito o que fazer no meu apartamento. - Dito isso eu começo a rir, me lembro da vez de quando era criança e subi na cobertura do prédio dizendo ser o homem aranha. - Sabe? Quando eu era mais novo eu já botei uma máscara de homem aranha e subi no telhado, o meu sentido aranha não funcionou contra o chinelo que minha mãe jogou pra me tirar de lá.
Vicente já estava em seu último ano, era engraçado pensar que ano que vem todas as loucuras de Castelobruxo seriam sem ele. Uma sensação nostálgica do presente começou a se apoderar de mim, não sei se isso faz sentido mas muitas vezes eu sinto isso, me sinto grato pelo que tenho no presente e percebo que daqui a um tempo não poderei mais aproveitar o que tenho. Então eu me sinto pensativo e gosto de observar e aproveitar ao máximo enquanto ainda posso, dessa forma no futuro não vou sentir arrependimento de ter deixado as coisas passarem.
- O que acha de dar uma volta pela escola voluntariamente antes de ser obrigatório ir para as aulas? - Disse sorrindo, sei que esse sentimento de aproveitar a escola ao máximo vai ser trocado por poder dormir ao máximo de manhã quando as aulas começarem, se bem que esse ano a dona matinta pereira não me escapa. Mas enfim, por enquanto o sentimento era de saudade da grandiosa Castelobruxo e por essa razão queria caminhar por seus terrenos. Vicente também não ficaria aqui para sempre, e sinto que não aproveitei sua presença como deveria, ele é um garoto muito legal e me pergunto porque não temos tantos momentos juntos no passado.
Otherwise nothing would ever get started.
Ele mal podia se imaginar trancado dentro de um apartamento, muito menos passar tanto tempo jogando vídeo-game enquanto o verão brasileiro acontece do lado de fora. Durante muito tempo, quisera ter um daqueles aparelhos modernos, mas eram caros demais para o bolso de Aurélia e ele nem se atrevia a pedir. A mãe já fazia demais por ele e, é claro, de menos por ela. Ele se divertia o suficiente com a vassoura de segunda mão e o quintal de casa à sua disposição.
—Nas próximas férias, você vai lá pra casa. — Convidou o menino, lembrando-se com carinho da cabana pequena e humilde à beira-mar. —Não é grande coisa, mas é melhor que ficar preso na cidade. Emília foi lá pra casa outro dia, pergunte a ela, minha mãe é a melhor cozinheira que você vai conhecer.
O mais novo pôs-se a contar histórias de quando era mais novo e o riso de Vicente reverberou pelo peito ouvindo Thiago
—Mães tem um ótimo senso de direção, ou os chinelos são enfeitiçados. — Pontuou, pensando em todas as vezes que aprontara a ponto de tirar a mãe do sério e ter que apelar para a cara de bom menino para se livrar das chineladas. Havia funcionado, ao menos na maioria das vezes, exceto por uma ou outra. — Na verdade, acho que elas recebem algum treinamento ou algo assim.
O convite de Thiago soou como música aos seus ouvidos, e se levantou a cama bem arrumada num pulo. Esticou o tecido macio que a cobria— ele não arrumaria o próprio quarto, mas também não bagunçaria o quarto alheio.
—Eu fecho, quem sabe a gente acha mais alguém por aí. — Concordou, pro fim, tateando o bolso do jeans para confirmar que a boa e velha varinha estava ali. Era pra ser só um passeio descontraído para rever o castelo e os amigos, mas alguns fatores tinham que ser levados em conta: 1- Estavam em Castelobruxo, 2- Ele estava com Thiago Vinícius e 3- Ele estava com Thiago Vinícius.
Caminharam juntos até a saída do dormitório, quando Vicente parou de sopetão e encarou o sextanista.
—Sem Matinta Pereira hoje. - Pediu, com a voz firme fazendo as palavras soarem quase como uma súplica ou uma ordem, a depender de quem as ouviria. E logo já não estavam mais ali, no dormitório silencioso.
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