1. Introdução

Desde 2020 tem-se notado, na América do Sul, principalmente na Floresta Amazônica, o aumento da população de criaturas mágicas nativas de outras regiões do mundo. Esse recente comportamento migratório de espécies endêmicas tem sido estudado nos últimos anos e concluiu-se que, diferente dos bruxos comuns, animais mágicos conseguem sentir a presença de "lugares de poder".

É um fato que com o movimento de emancipação da magia, com cada vez mais países se declarando não-majs, bruxos e outros seres que ainda possuem interesse em viver com o usufruto da magia que lhes corre nas veias estão migrando para os países sob jurisdição da Confederação da Magia Sul Americana, o que tem aumentado a concentração mágica na área e atraído cada vez mais novas espécies de animais mágicos já conhecidas, mas com endemia em outras regiões do mundo.


2. Desenvolvimento

Esse evento tem causado grandes preocupações para o governo, pois o número de incidentes com animais mágicos aparecendo em cidades não-maj, e até entrando em embate com os bruxos residentes aumentou em 56% de 2022 para 2025. Tal fato tem sobrecarregado não apenas a seção 6 da COMASUL, mas também os setores de ferimentos induzidos por criaturas, e de contaminações mágicas no Hospital Maria da Conceição.

Gráfico 1: Relação entre Estudos publicados, Ataques de Animais Mágicos e Quantidade de Espécies.

O estabelecimento das reservas naturais em 2022, e a reforma na seção de manutenção ecossistêmica dentro da confederação foi necessária e muito bem-vinda. Com o aumento do interesse do governo e população na proteção das espécies nativas e imigrantes, houve também a diminuição das estatísticas de incidentes envolvendo animais mágicos em proporção a espécies descritas.

Em 2020 a América do Sul possuía 70 espécies de criaturas estudadas e descritas, não existentes em qualquer outro continente. Agora, em 2025, temos o expressivo aumento dessa quantidade para 98, considerando as espécies que antes eram nativas dos demais continentes, mas imigraram para a nossa região devido ao fenômeno chamado "Migração por Concentração Mágica".

Analisando o gráfico acima, pode ser observado que a incidência de ataques se manteve do ano de 2022 para 2023, mesmo que a quantidade de espécies tenha aumentado. Isso pode ser explicado pelo investimento em estudo e descrições dessas novas espécies por parte dos magizoologistas da confederação, pois 2023 foi o ano com maior desenvolvimento de pesquisas nesse aspecto. Nos anos seguintes, a migração por concentração mágica continuou no mesmo ritmo, entretanto a quantidade de estudos de espécies diminuiu, o que pode explicar as altas taxas de acidentes resultantes de criaturas mágicas.

Desde então o HMC tem tentado melhorar seus protocolos de tratamento para envenenamentos, e ferimentos causados por animais, além de investir tempo de mão de obra em pesquisadores e poçologistas a fim de melhorar sua resposta a este tipo de incidente. A sociedade bruxa tem observado respostas positivas nesses novos protocolos em âmbito hospitalar, mas a progressão em que estamos nos oferece um péssimo prognóstico para os próximos anos talvez apenas a melhora nos tratamentos não seja o suficiente para suprir o desfalque de estudos para melhor descrição de espécies em magizoologia.


3. Relatório de observação e conclusão

Dados indicam que entre os casos de ferimentos registrados envolvendo criaturas não endêmicas da América Latina cerca de 30% vêm de encontros acidentais em ambiente doméstico, 55% dentre pesquisadores e magizoologistas em exercício da função e em pelo menos 15% das ocorrências atendidas entre 2020 e 2025 envolviam a coleta ilegal de matéria prima proveniente de criaturas mágicas para comércio e consumo. Conforme classificação de risco, cerca de 67% indicavam casos não urgentes ou pouco urgentes, 29% urgentes, muito urgentes e casos emergencias e 4% indicam óbito do paciente - seja antes do atendimento médico ou depois.  

Os dados do setor de ferimentos induzidos por criaturas apontam também as lesões e quadros clínicos mais comuns, sendo estas: mordeduras, variando entre ferimentos superficiais e graves a ponto de levar a amputação, danos permanentes ou terapia de recuperação intensiva; escoriações superficiais (arranhões leves na pele), escoriações profundas (cortes, arranhões profundos vindos de garras), alergias oriundas de contato com pelagem ou secreções como saliva ou mucosa; queimaduras físicas (vindas de contato com fogo) ou biológicas (resultante de contato com secreções, pele, etc) variando entre grau 1, 2 e 3;  fraturas oriundas de trauma físico - sendo concussões, torções e fraturas expostas as mais comuns; uma porção ínfima representa afogamentos causados por criaturas diretamente, sendo a maioria dos casos relacionadas a atividades ilegais de bruxos ou invasão acidental de território.

Os tratamentos aplicados variam da criatura, exposição e lesão resultante do encontro.