Como de costume, eu acordei em um horário ideal e me arrumei em tempo recorde. Acho que eu poderia até dizer que me tornei alguém melhor, mais organizado e bem mais responsável depois que conheci Vitória, ela realmente sabia como "concertar" um homem, meus pais sempre diziam que eu não tinha concerto, porém, agora aqui estou eu, mais responsável que nunca, com uma noiva incrível e um trabalho excelente.

Depois de deixar meus deveres prontos em casa, aparatei para o Santa Maria, qual estava cheio, que também não era novidade, a sala de emergência estava sempre cheia, não havia um momento para deixar de atender alguém, e hoje, estava cheia e agitada, um correndo pra um lado e outro pra outro, como é que posso ficar só no meu setor? Não dava, todo canto que eu olhava, tinha alguém implorando por ajuda, parecia um vírus.

Seja qual fosse o motivo de uma garota ali, eu não hesitei - Deixe-me ajudá-la, por favor - . Segurei o braço de uma gestante apoiando seu peso em meu corpo para que a enfermeira pudesse enfim terminar de ajustar as vestes da jovem. Sorri em resposta ao sorriso que elas me deram em agradecimento, pelo tamanho de sua barriga pude deduzir que não restava muito tempo para mais uma criança conhecer a divindade chamada mãe. Olhar para ela naqueles minutos, fez com que surgisse uma pequena vontade de ter um filho. Mas antes que pudesse terminar de ouvir meus pensamentos, escutei alguém me chamar de forma emergencial, não era estranho naquela ala, quando levantei meu rosto fazendo as mechas loiras do meu cabelo cair para trás consegui ver o motivo de tanta agitação, as pessoas acabavam sendo influenciadas pelos estado de espírito das outras e aquele homem não parecia nada bem quanto a isso. - Com licença. - Me afastei da gestante e fui ao encontro do novo paciente com calma a passos semi-largos para encurtar a distância rapidamente, o homem tinha o anel do COMASUL em um dos dedos agitados que agarravam a roupa do enfermeiro que tentou deitá-lo na maca.

- Quadro? - Procurei me informar da situação antes de me envolver por completo, ele não parecia machucado, transfigurado ou alucinando, seus olhos arregalados demostrava que estava consciente da situação a sua volta, descartei o envenenado ou enfeitiçado. O enfermeiro disse que homem tinha sido levado até ali por colegas do trabalho e que eles somente relataram um surto repentino, era o suficiente para mim. - Senhor, por favor se acalme ou vou ter que imobilizá-lo. - Eu falei de maneira clara olhando em seus olhos alertas, ele parecia em pânico como se quisesse quiser algo que não conseguia. - Foi amaldiçoado? Balance a cabeça se sim. -  O homem não me respondia e só ficava mais agitado a ponto de eu ter que usar um feitiço para mantê-lo parado, outras pessoas poderiam se machucar se ele continuasse sendo agressivo.

Por estar sem conseguir se mexer conseguimos cuidar dele, verificar sua pressão entre outros exames simples. - Fique calmo. Vamos te colocar para dormir um pouco para que possa se acalmar e assim nos contar o que deseja com tranquilidade. Não tentaremos nada por agora antes de abaixar seu nível de ansiedade. - O enfermeiro virou a dosagem que recomendei da poção do sono dentro da boca do paciente, em pouco mais de um minuto ele caiu no sono e eu desfiz o feitiço. Com ele mais calmo eu pude ver alguns machucados, a pergunta seria, ele se machucou sozinho ou alguém fez aquilo? Era impossível saber - Pegue uma Poção limpa-ferida, por favor - Pedi ao enfermeiro e passei nos cortes do rapaz, para que aquilo se cicatrizasse - - O coloque em observação, peça os exames de sangue e neurais. O mantenha preso se necessário e me chame assim que ele acordar ou que os exames chegarem.. Fique de olho nas feridas também, obrigado - Disse me afastando dos mesmos.