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JAN2026
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1/08. estamos de volta
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00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Morpheu Lutwidgev Byrne
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Ter 24 Mar 2020 - 18:28
— don't you think i deserve a kiss?
RP FECHADA com Helena Alcaide. É início de manhã, um dia após a aula de Magizoo. Morpheu chama a loira com a desculpa de tirar algumas dúvidas, ainda que essa seja a última coisa em sua cabeça.


Morpheu Byrne
there is no sweeter innocence than our gentle sin in the madness and soil of that sad earthly scene only then I am human
Morpheu Lutwidgev Byrne
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Ter 24 Mar 2020 - 19:18
CEIST, LE DO THOIL?
a question, please?

— Você precisa ir. — Insistiu para Ozzy pelo que deveria ser a vigésima vez. O pequeno peludo ainda estava jogado sobre a cama do dormitório, absolutamente entretido com os insetos que voavam pelo quarto. Em Hogwarts, quando muito, tinham uma ou outra coruja passeando pelo castelo em dias normais... Mas, ali, no meio de tanto verde, era quase uma questão de controle de praga! — Eu falo sério, Ozzy! E se eu precisar de ajuda? — Resmungou já com sinais de impaciência, escorrendo os dedos ansiosos pelos fios negros e abundantes.

Não era como se o moreno se fizesse nervoso para todo e qualquer encontro que ele próprio marcasse, bem pelo contrário! A questão era apenas... Bom, o fato de estar novamente se interessando de verdade por alguém o assustava, de certa maneira. Era como estar preso em um enorme flashback! Com a diferença, claro, de que "Matt" de Castelobruxo tinha cabelos longos e brilhantes, os lábios delicados ornando o olhar que o...

"Ajuda? Você quer que eu lamba a humana no seu lugar??" Apesar do tom do pequeno ser de um nojo forçado, mesclado com repugnância, a convivência permitiu que Morph sentisse a ironia ácida em meio as palavras, fazendo-o ferver de raiva. Não era só pela resposta... Era por ver-se arrancado de devaneios que sequer deviam ser uma pauta. O Byrne flertava, era simples assim. Flerte gratuito por esporte. Não podia confundir as coisas.

Não respondeu, para evitar brigas com o animal, bufando alto e dando as costas para a criaturinha irritante. Passou pelo batente sem olhar para trás, batendo a porta assim que estava do lado de fora e se permitindo um pequeno segundo para respirar. "Você só quer curtir com uma aluna gostosa." Tranquilizou-se mentalmente em um tom autoritário e exigente. Cada célula de seu corpo dizia o contrário... Mas fingiu não ouvir as réplicas e tréplicas da própria mente.

Içou-se com passos firmes e determinados, aos poucos sentindo-se relaxar no caminho até o castelo. Era manhã, por volta das oito ou nove horas, e o clima fresco permitia-lhe o luxo de não suar feito um porco como acontecia em todas as tardes daquele clima infernal. Trajava uma camiseta de quadrinhos, uma calça jeans escura e um tênis branco padrão. Gostava do estilo dark, não podia mentir. Isso e o fato de ter canelas muito finas, o que o barravam ligeiramente em toda e qualquer hipótese de colocar um short.

Uma breve caminhada até o enorme portal de madeira e então um conjunto de lances de escada e corredores para alcançar o segundo andar. Seria mentira não dizer que a respiração se mostrava ligeiramente alterada quando alcançou o destino, enrolando por um minuto ou dois para retomar o fôlego antes de finalmente recuperar a postura em seu andar arrastado até os pátios de leitura. Era quase cômico observar o pequeno encrenqueiro em sua aura preguiçosa, sabendo que há pouco havia experimentado uma pequena pontada de crise existencial por estar indo até ali.

Infelizmente, a pose durou o exato tempo até seus olhos se fixarem em Helena. Absorveu-a com o olhar como se estivesse propício a guardá-la ali para sempre, o sorriso dançando sutilmente pelos lábios em uma forma involuntária de saudação. E então a pequena ruína: sua "crush" mais recente estava acompanhada de materiais. Se esforçou por apenas um milésimo para lembrar que a tinha convidado ao pátio para tomar dúvidas sobre as aulas de Magizoologia e Artes de Defesa e Combate.

O sorriso ficou instantaneamente amarelado e um rubor sutil tomou-lhe a face enquanto se largava no banco ao lado da menor. Esforçava-se em segundo plano para lembrar os detalhes dos caiaques ou seja la qual o nome da criatura infernal e replicou a si mesmo os feitiços paralisantes que aprendera em Hogwarts. O maior desafio, em verdade, era fazê-lo com concentração suficiente quando a Alcaide estava bem a seu lado. Decidiu, rapidamente, que não comentaria nada pelos próprios materiais, torcendo para que ela não percebesse.

— Ei... Obrigado de novo por aceitar me ajudar. Acho que são... Muitas criaturas novas por aqui. É difícil guardar o nome de todas elas. — Começou com uma calma que não era exatamente sua. Parecia muito mais tranquilo por fora do que por dentro, o que, com toda certeza, já era um cenário muito melhor do que o esperado. — Eu não tenho nem ideia de como estudar sobre essas coisas, Lena... Acho que você é que vai precisar me guiar.

Pela primeira vez naquela manhã, deixou que as íris claras se voltassem para o olhar alheio, encarando-a por alguns segundos com um brilho de satisfação. Não se importou que precisasse se virar no banco para isso... Pelo contrário! Voltou o corpo completamente para a jovem, cruzando as pernas sobre a pedra e apoiando os braços na coxa. Sorria de maneira mais confortável, quase meigo.

E então, por um único segundo a malícia atravessou sua expressão. — Aliás, pode me guiar no que quiser. — Emendou em um riso baixo. Sentindo-se mais consigo mesmo com as cantadas lamentáveis do que em conversas mais sérias. Era uma boa válvula de escape para si. Fazia-o parecer mais galante e menos como o menino assustado que pedira para o cachorro vir consigo.
Com: Helena Alcaide + Por: Estudos


Morpheu Byrne
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Helena M. Alcaide
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Qua 25 Mar 2020 - 0:03
Oh, I should be studying, right now.
Trouble, Touble, Trouble.
O dia estava atipicamente fresco, o que talvez fosse indicar que choveria em algum momento das próximas horas; Lena ainda estava se acostumando novamente à mudança brusca de São Paulo, onde ela sabia que poderia passar por três estações em um único dia, e o clima na Amazônia. E, apesar disso, ainda era uma temperatura que ela consideraria quente em sua cidade natal, portanto, estava com o short cáqui do uniforme e uma camiseta regata, o cabelo louro firmemente preso em um rabo de cavalo alto e, como a boa paulistana que era, tinha — junto aos livros e cadernos que pesavam em suas costas — a jaqueta nas cores de seu time favorito nas dependências daquela escola: Carcará.

Então, embora habituada à exercícios físicos, foi com certo esforço que subiu as escadarias — pensando seriamente que deveria haver uma maneira de fazer as escadarias transformarem-se em escadas rolantes com magia — em direção ao segundo andar da escola, onde se encontrava um de seus lugares favoritos dentro daquela escola: a biblioteca, e os pátios de leitura, um lugar ao qual estava tão habituada quanto seu dormitório. A única coisa realmente exigida por seus pais era manter as notas em um bom padrão, além do sonho da jovem em se tornar medibruxa após se formar contribuir para seu gosto por estudos. Não era um sacrifício perder-se em livros acadêmicos, e Lena ajudava os amigos sempre que podia com as matérias.

Era o que faria naquela manhã — pelo menos em seu horário livre —, embora a ideia de ajudar alguém uma série acima da sua fosse ainda estranha em sua cabeça. Considerando toda a confusão que fora o começo do ano com o ataque das caiporas e tudo o mais (ela ainda sentia agonia em lembrar da frase gravada em vermelho em seu antebraço, e da tarefa que iria realizar assim que tivesse ideia de o que fazer), era compreensível que os professores dessem uma aula conjunta, ainda assim estranho. Por isso, pegou todos os livros de Magizoologia e feitiços que tinha encontrado em seus pertences, de anos anteriores e os atuais.

Considerou, principalmente, que o amigo em questão não era tão habituado às terras brasileiras, e que perdera boa parte do conteúdo do período como escoteiro. Espalhou os livros ao redor de si, as páginas já marcadas com post its de estudos anteriores, e abriu os cadernos, olhando as anotações em tinta colorida e preta, organizadas; e recostou-se para esperar por Morpheu. Era alguém com quem tinha contato desde o ano anterior, e um garoto que a deixava um tanto confusa pela postura — tanto consigo quanto com outras pessoas com quem ela também tinha amizade, embora ela não conseguisse levar aquilo a sério —, e Carlito definiria como “um engraçadinho”, com facilidade. Riu sozinha ante a lembrança do irmão e o exagero na superproteção, e o riso ainda perdurava quando percebeu a aproximação do rapaz.

— Ei, e aí? — Cumprimentou, com um sorriso, conforme ele ocupava o lugar ao seu lado. Deu de ombros quanto ao agradecimento, não era bem trabalhoso, ela fizera sessão de estudos com as Martinez por quatro anos seguidos e os deuses sabiam que Magda e Calíope eram a epítome do que era o caos quando o assunto era sentar e focar em uma tarefa, que acabava virando uma batalha de doces e salgadinhos, bem, quase sempre — Por nada, eu te ajudo e estudo ao mesmo tempo, é um “dois pelo preço de um”, no fim das contas — fez aspas com os dedos, já puxando um dos cadernos para o colo, deixando sua nerdice assumir o controle — Seria prudente começar pelas caiporas, considerando o pequeno ataque que sofremos na chegada à escola — sentiu um arrepio genuíno ao lembrar do bilhete, cuidadosamente guardado em um dos bolsos “pode tentar a sorte nos subterrâneos...”; tratou de balançar a cabeça rapidamente e ajeitou a coluna — Depois, vemos o que mais te traz alguma dificuldade, e elaboramos por aí, certo?

O rapaz a encarava e Lena desviou os olhos castanhos para as páginas do caderno sobre o colo, procurando o que conseguira anotar da aula do dia anterior, considerando a ressaca pela festa, somado ao pouco sono. Foi o primeiro dia de aula mais atípico que tivera em, bem, anos. Estava centrada em procurar o tópico por onde conseguiria começar a ajudar o colega, quando percebeu que se movia, voltou a encara-lo, e os olhos encontraram os claros do outro, e de certa forma, ela já sabia o que viria a seguir. Lena não conseguiria conter o riso que lhe escapou. Apoiou o rosto na mão destra, fazendo do cotovelo um apoio sob a perna, sem desviar os olhos dele, e sorriu — Sério? — Perguntou, erguendo as sobrancelhas em falsa surpresa — mesmo se eu te guiasse para pular de um precipício ou algo assim? — O tom da Alcaide era brincalhão, uma forma que ela julgava justa de lidar com as investidas, também de brincadeira, do rapaz. Isso é, quando sua falta de tato social colaborava, claro.
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Morpheu Lutwidgev Byrne
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Qua 25 Mar 2020 - 0:41
A GCEAPANN TÚ BHFAIGHIDH MÉ PÓG?
don't you think i deserve a kiss?
O sorriso escorreu com mais naturalidade para os lábios assim que se deu conta da facilidade com que a mais nova tomava as rédeas da situação quando o assunto era "estudar". O fazia com tanta naturalidade, com tanta maestria, que certamente o moreno se importaria menos de estudar se fosse com aquela companhia. Helena sabia onde começar e, apesar de pouco mais nova, também entendia como dar uma sequência lógica para a matéria.

Sendo assim, apenas assentiu em um silêncio quase solene, percebendo que provavelmente os livros fariam mesmo falta. Não tinha muito como pedir o material alheio emprestado sem parecer um retardado que combinou de estudar sem estudo nenhum... Mas também não tinham muitas outras alternativas possíveis para escapar. Já começava a ensaiar mentalmente uma desculpa quando a Alcaide finalmente o olhou diretamente. Sendo sincero, apesar da tentativa de flerte, não esperava realmente uma resposta. Aliás, ainda mais para aquele tipo de resposta!

Acompanhou o riso alheio, ainda que parte de si se deliciasse secretamente com o timbre feminino. Uma parte pequena que tentou automaticamente esmagar antes que se tornasse uma parte pouco maior. Ao invés de dar ouvidos para aquele pensamento idiota, inclinou-se na direção da menina, o olhar faiscando felino enquanto a destra deslizava suavemente até o queixo de Lena. Tocou-lhe com uma suavidade ímpar, apenas mantendo a face entre os dedos para lhe roubar a atenção.

— Não era bem o meu plano de diversão... Mas se é assim que gosta de passar o tempo, eu a seguiria. — Respondeu rouco em uma tentativa - não muito boa, devo acrescentar - medíocre de imitar um sedutor estilo sugar daddy. Deixou o sorriso bobo voltar para a face apenas alguns segundos depois, recolhendo novamente o corpo para a posição original e lançando à estudante uma piscadela ligeiramente sugestiva. — Se precisar de alguém para ir para qualquer merda de lugar, já sabe neh?

Apesar de ter deixado as palavras pairarem no assunto, teve a ligeira impressão que não tinha passado exatamente a confiança que queria, resmungando mentalmente enquanto tentava novamente buscar alguma concentração. Caracolas. Caracora. Caiapora... Caipora! A porcaria do bicho que precisava estudar sem absolutamente nenhuma nota sobre ou qualquer porcaria de noção. Voltou novamente ao loop em que dava uma cantada meia-boca, ficava de pedir o livro e se enrolava em uma nova cantada. Suspirou, desistindo de tentar enrolar.

— Eu... Meio que esqueci minhas coisas no dormitório. Saí um pouco atrasado e quando eu cheguei na metade do caminho... Bom... — Tudo bem, se deu um ponto positivo mental por contar que tinha lembrado no meio do caminho e não quando a viu COMPLETAMENTE RODEADA DE MATERIAL... Mas o ponto negativo é que agora precisava uma desculpa para não ter voltado para buscar. Contar que era um sedentário sem esperanças era a coisa menos favorável que podia fazer... Porém não encontrou outra saída e, sendo sincero, em algum momento ela provavelmente descobriria por si só - na verdade em qualquer caminhada com mais de 10 metros de distância.

— Olha, não é que eu seja preguiçoso... Mas você já percebeu quantas escadas tem nessas escolas mágicas? Sério, tem exatamente trezentos e cinquenta mil milhões de degraus entre um andar e outro! — Argumentou por fim, o sorriso amarelo rapidamente sendo ornado por uma tentativa meio frustrada de dar de ombros. Estava ligeiramente envergonhado para conseguir parecer sarcástico ou irônico na medida certa, o rosto corado de uma maneira que ficava em raríssimas ocasiões. — Enfim... Eu posso ler com você? Acho que é melhor do que ir lá buscar.
Com: Helena Alcaide + Por: Estudos


Morpheu Byrne
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Helena M. Alcaide
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Qua 25 Mar 2020 - 2:37
Em: Pátio de Leitura | Com: Morpheu | Para: Estudar
Trouble, Trouble, Trouble.
Helena não piscou e tampouco expressou reação ante o flerte descarado do rapaz, manteve os olhos fixos na face alheia, atenta e contendo a vontade de rir em descrença conforme identificou o tom forçadamente rouco — Posso perguntar, qual o seu ideal de diversão? — Soltou a pergunta antes que a razão a refreasse; arqueou as sobrancelhas conforme este se afastava e, tamborilando os dedos sob as folhas preenchidas, lembrou que Emília E Lito protestariam veementemente se a vissem cutucando a onça com uma vara curta demais, e que talvez não devesse fazer perguntas quando talvez não devesse saber da resposta — Claro, vou manter em mente, Byrne.

Voltou a olhar para o material, e desviou para a mochila jogada a poucos, pensando como abordaria o assunto que fora ali tratar. E então percebeu que deveria haver uma segunda mochila ali e mais cadernos, bem, era esse o protocolo; de repente, ela considerou se não tinha exagerado um pouco na nerdice — não que fosse incomum, mas, para alguém pouco habituado poderia soar, como Callie sempre ressaltara, assustador. Quando ergueu o rosto e encarou Morpheu, a pergunta implícita na expressão da Alcaide, ele já se explicava, de maneira um pouco atrapalhada.

Lena sabia o sacrifício que era se locomover de um lugar a outro dentro dos limites da escola. Descer os dois andares, pegar as trilhas, atravessar uma ponte e um pântano repleto de cava-charcos e ainda pegar um dos cipós de Ybirá até o dormitório, e então, refazer todo o caminho. Havia feitiços convocatórios que poderia ser usados, MAS, havia um risco de avarias e possíveis acidentes considerando a circulação de estudantes àquela hora da manhã. Além disso, ela não era má, e estava acostumada a esse tipo de situação, então, ergueu a mão para chamar atenção ante ao falatório do rapaz, e sua voz estava tranquila quando se manifestou:

— Relaxa, não vou te fazer ir até o dormitório só por ter esquecido o material— deu de ombros, puxando o livro para o colo e, com as mãos livres, ajeitou o corpo, se aproximando do rapaz a uma distância confortável onde pudessem ler em conjunto. — Entendo que antigamente o conceito de elevar pessoas numa plataforma para locomoção era bem pouco usual, mas acho que poderiam modernizar isso aqui com um elevador mágico ou algo assim — riu, procurando a página com o assunto abordado pelo professor no dia anterior — Emília e eu dividimos o material direto, então, sem problema lermos juntos.

Finalmente encontrou a página que procurava e dobrou os joelhos, usando as coxas de apoio para manter o livro em um ângulo confortável para leitura. Por um momento, leu novamente a frase escrita em vermelho, também precisava resolver aquilo, logo. — Então... — Começou, desviando o foco para Morpheu — Caiporas... Acho que é perceptível que elas são a definição de caos, e bem rebeldes — foi sucinta, revirando os olhos e tentando não lembrar que precisaria enfrentar uma cara a cara, novamente. Por fim, deixando a Helena cdf de sempre assumir, de início, contando o que sabia pela convivência com os seres mágicos — Mas também protegem a escola, por mais que aqui seja assustador às vezes, se você prestar atenção na mata que rodeia as trilhas, vai perceber que tem coisas de deixar os cabelos em pé, tipo cobras realmente grandes, e outras criaturas mágicas.
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Morpheu Lutwidgev Byrne
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Qua 25 Mar 2020 - 3:26
A GCEAPANN TÚ BHFAIGHIDH MÉ PÓG?
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Sentiu, por alguns breves segundos, que seria capaz de engasgar com a pergunta da menor. Não demonstrou nada, ainda que isso lhe custasse muito, mas a mente fervia de um jeito impossível de explicar. Talvez sem sequer saber que o fazia, Helena alimentava as pequenas vontades de Morpheu e seus flertes indiscretos, tornando-o ainda mais propício à mantê-los sob qualquer circunstância. Era absolutamente impossível, ao jovem Byrne, não manter aquela linha enquanto a menor ainda o correspondia.

— Tenho uma proposta... Que meio que pode ajudar nós dois. — Tentou com um sorriso discreto. Voltava a fita-la, agora quase em uma súplica mal disfarçada de curiosidade. Apesar de ainda ter alguma cor nas bochechas, o sangue corria rápido pelo corpo, ansioso em sua precipitação por uma resposta. — Você quer saber o que eu acho divertido... E eu realmente quero aprender o conteúdo, certo? — Começou, dando indícios do caminho que pretendia trilhar. Tentava ser minimamente educado, ainda que esse não fosse exatamente seu forte. Se fosse com qualquer outra pessoa, provável que...

— Se eu acertar as diferenças entre caiporas e curupiras, eu ganho o direito de pedir alguma coisa. E o mesmo vale pra qualquer pergunta. Se eu errar, você tem o direito de me pedir alguma coisa. — Sugeriu por fim, ainda que não deixasse exatamente claro os limites de sua pequena brincadeira. Tentava parecer indiferente, como se fosse apenas algo bobo, mas todo seu corpo queimava ligeiramente pelo que ainda não era, mas que poderia ser. O pequeno "devir" filosófico que pairava no ar entre eles. Usava boa parte do autocontrole para não cobrar uma resposta rápida. — Se você aceitar eu... Bom, assim que eu criar um jeito melhor de andar pelo castelo, ele é sua!

De toda forma, enquanto a menina se ajeitava a seu lado, deixou-se apoiar ligeiramente no corpo alheio. Era um contato físico quase imperceptível, sutil e sem muito o que esperar. Apenas deixava-se aproximar como se estivesse sendo atraído por uma gravidade só de Helena, o corpo ligeiramente tombado para manter-se o mais perto possível. Se repreendeu mentalmente, claro... Mas foi incapaz de se afastar, deixando os olhos correrem pelas páginas do livro, perdendo o foco vez ou outra quando detalhes pequenos, como os dedos finos da amiga pelo papel, o deixavam completamente atordoado sem motivo nenhum.

— Então... Caiporas são as que protegem o Castelo. São as fêmeas, que protegem algum lugar de poder... E não costumam ser tão ariscas, acho. Os Curupiras, que são os machos, é que são mais ariscos e... — Precisou de muita - MUITA - força de vontade para evocar a lembrança da aula, usando sua possível recompensa como o auge de seu esforço. Precisava acertar. Precisava MUITO acertar. — E ELES FOCAM NA FLORESTA EM SI! São como... A mulher que protege a casa e cuida de tudo e o marido briguento que se importa mais com olhar a vizinhança. Né? — Não era uma boa comparação, sabia... Mas não tinha mesmo nada melhor que conseguisse assimilar.
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Morpheu Byrne
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Helena M. Alcaide
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Qua 25 Mar 2020 - 18:18
Em: Pátios de Leitura | Com: Morpheu | Para: Estudar.
But please don't bite.
A resposta à sua pergunta pegou um tanto de surpresa e a face da garota contorceu-se em dúvida ante a fala do rapaz e, mesmo a curiosidade cobrando seu preço, a Alcaide assentiu para que o rapaz continuasse. — Certo, prossiga — e, quando o fez, parte de Helena já sabia que aquilo iria para um caminho mais irregular do que ela pretendia com a pergunta inocente.

Assim que a proposta foi feita, uma luz vermelha acendeu em sua mente e Lena percebeu que prendia a respiração. Ela não veria qualquer problemática em uma proposta do gênero, caso não tivesse vindo de quem veio. Soltou o ar e o encarou por um tempo na tentativa de decifrar por completo o que poderia estar por trás daquilo antes de, por fim, responder ¬— Bem, desde que não seja nada indecente — deu de ombros
— Ou que possa possivelmente apresentar risco à integridade física ou psicológica de alguém...


Arregalou os olhos com a proposta de seu benefício naquilo tudo — Certo... pode começar, então — Sorriu em desafio ao rapaz e o observou enquanto este pensava na resposta ao que propôs. Certo, Helena não costumava reclamar das escadas — alguns dias eram mais difíceis do que outros, sim, porém a Alcaide já tinha o costume e costumava ter Emília ao seu lado, o que ajudava em MUITO —, e percebeu que aquilo poderia ser divertido. Claro, se Morpheu errasse a resposta.

Ela tinha um pouco (muito) receio de qualquer coisa que não pudesse esperar, e aquilo prometia ser uma bela caixa de pandora. Por fim, ele, desajeitadamente, começou a explicar a parte que tinha entendido das aulas e da leitura até então. Lena tentou manter-se neutra até que ele terminasse, apesar disso, qualquer um poderia perceber certo ar de triunfo quando o rapaz.

— Não está de todo errado, mas também não acertou na mosca — disse, virando o corpo para o rapaz, a fim de explicar bem — Está correto que Caiporas protegem a escola por ser um lugar de poder, mas, não são fêmeas dos curupiras, essa é uma confusão normal pela coloração da pelagem delas ser majoritariamente avermelhada, elas andam em bando e são menos ariscas à seres humanos — explicou, lembrando da explicação lida há pouco no livro ainda em seu colo.

— Curupiras andam sozinhos, têm a pelagem mais esverdeada e viram os pés para confundir caçadores nas matas, e pessoas curiosas, e são bem mais ariscos a humanos do que as caiporas — as informações saiam em um jorro como uma cascata, e um tanto rápidas demais, como era de costume quando Helena se animava com algum assunto, ela também gesticulava com certa animação, como se pudesse colocar algum holograma explicativo para tal.

— E não é bom se enganar com as caiporas, existe um acordo milenar de proteção na escola, porém, elas ainda são territorialistas e tem histórias bem cabeludas de pessoas que se arriscaram a adentrar o território delas no subsolo da escola, eu tinha medo de passar perto de qualquer ralo nos pátios do térreo com medo de cair lá quando comecei a estudar aqui — sentiu as bochechas arderem e mordeu o lábio inferior, um tanto envergonhada pela constatação.
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Morpheu Lutwidgev Byrne
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Qua 25 Mar 2020 - 18:46
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Não estava de todo errado. Não estar de todo é errado é quase como estar certo, o que significava que podia requisitar seu prêmio... Mas, ao mesmo tempo, significava que não exatamente podia. Enquanto pensava sobre o quão longe estava da resposta, se atentando aos detalhes numerosos de Lene, conseguiu sentir o vinco se formando entre as sobrancelhas em uma ligeira confusão pelo número de informações.

Caiporas não eram fêmeas de curupira, mas tinham pelagem avermelhada. Elas andavam em bandos, eram territorialistas... E, bom, isso por si só significava que não eram tão boazinhas e quietinhas assim. Por outro lado, os Curupiras andavam sozinhos, eram esverdeados e invertiam os pés para enganarem os caçadores. Tipo... Invertiam os pés. Eles protegiam as matas.... Com os pés ao contrário. Imaginou-se correndo ao contrário, percebendo que não daria dois passos. Na verdade, algo ainda mais irracional lhe ocorreu: Não tinha como INVERTER os pés.

— Eles tipo... Quebram os pés sempre que vão correr? Por escolha? E depois os pés voltam ao normal? — Tudo bem, o estudo era uma tentativa de flertar com Helena sem ninguém por perto, é verdade. Mas não tinha como manter a compostura imaginando o som dos ossos se quebrando sempre que aquela criatura bizarra pensava em correr. — Ele olha pro caçador, gira os pés e sai correndo? —Repetiu ainda confuso, descrente e apavorado. Não conseguia entender alguma criatura que infligisse dor em si mesma. Era provavelmente a besta mais competitiva do mundo inteiro.

Parou por um segundo, percebendo que estava completamente inerte naquela questão. Parecia tão extasiado que a própria postura mudara: tão inclinado para o livro tentando ver alguma imagem do tal Curupira que estava praticamente deitado no colo da menor, corando rapidamente assim que realmente entendeu o quão idiota devia estar parecendo. Droga, já tivera contato com hipogrifos e aquelas detestáveis lesmas gigantes de colheita... Como podia estar tão concentrado por uma criatura com pés estranhos? Retomou o próprio controle, voltando a se erguer como se nada tivesse acontecido.

—Você... realmente acha que elas estão no subsolo? Porque assim... Se tivesse alguma passagem e elas enlouquecessem como no início do ano, meio que podiam invadir Catelobruxo... — Contestou ainda um pouco confuso. Hogwarts tinha a Floresta Proibida com coisas assustadoras também... Porém não era a mesma coisa: ali estavam dentro da construção. Não dependiam de um aluno entrar, pelo menos em sua cabeça, eram completamente capazes de saírem por si só. — Já pensou em ir lá?

A pergunta escapou antes que fosse capaz mesmo de perceber que a formulava. Morpheu era dado à descumprir regras e colocar os boatos à prova. Jpa se aventurara com Gus e Mika pela Floresta na outra escola e ali... Bom, eles nem tinham certeza mesmo se existia alguma coisa no subterrâneo! Eram apenas histórias. Ainda assim... Não exatamente queria passar a imagem de um imprudente sem noção - já o fazia muito bem por acidente, não precisava confirmar as falácias. Automaticamente mudou de assunto.

— Bom, eu errei sobre o sexo deles e sobre... Ah, alguns detalhes. Mas eu acertei a essência, então... Eu meio que ganhei. — Ponderou em voz alta, com o sorriso largo se arrastando pelos lábios. Estava convencido de que teria o que queria... Mas bastou um olhar para a menina para entender que não seria assim tão fácil. Helena não parecia do tipo que deixava os rapazes ganharem. — E você também acertou, eu sei... Então... Cada um recebe um pedido, ok? Você pede alguma coisa e eu peço outra. — Decidiu de uma vez, satisfeito consigo mesmo pelo raciocínio rápido.

Já tinha uma boa ideia do que iria pedir, é verdade... Mas começou a pensar sobre como a Alcaide usaria o próprio desejo. Isso o preocupou, por alguns poucos segundos... E finalmente montou a segunda regra de seu pequeno jogo. — Não pode usar o pedido para desfazer o pedido do outro... Porque aí seria como se só um ganhasse. — Definiu por fim, o humor novamente retornando para a face. Em verdade, como bom sonserino, já tinha boa parte arquitetada por si só.

— Hm... Certo... Eu começo! Eu... — Hesitou um pouco, escolhendo entre duas opções que lhe dariam bastante trabalho. No fim, apesar de bem arquitetado, ainda precisava ter cuidado com as palavras que usaria. — Eu posso... Ganhar um beijo seu? — Desenrolou por fim, o sorriso se tornando amarelo, prendendo o ar por alguns poucos instantes.
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Morpheu Byrne
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Helena M. Alcaide
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Helena M. Alcaide
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Qui 26 Mar 2020 - 15:23
EM: PÁTIO DE LEITURA | COM: MORPHEU | PARA: ERA ESTUDAR?
But please don't bite.

Helena arregalou os olhos ante o equívoco que sua má escolha de palavras causou. Mas apesar de partilhar da agonia de Morpheu pela projeção indicada pelo rapaz — ela já teve sua cota de torções e fraturas na vida, afinal —, sentia uma leve vontade de rir ante a imersão naquela questão específica — Não, desculpe — se adiantou, erguendo o livro até tapar a metade inferior do rosto e apontando para uma das ilustrações detalhadas de um Curupira, com a pelagem esverdeada e os pés invertidos para trás — São naturalmente virados, sabe? Eles usam isso para criar rastros falsos, e podem emitir sons de animais, ou do vento, para assustar — explicou, o tom levemente envergonhado pelo erro, e sabia que as maçãs do rosto estariam tingidas em carmesim naquele momento — Se quer saber, é um pouco assustador de ouvir, mas existem coisas piores na floresta que ronda a escola.

Deu de ombros e baixou o livro, ouvindo atenta a constatação da possibilidade de um segundo ataque das caiporas dentro dos limites da escola — Sim, elas estão no subsolo, isso é certeza — mordeu o interior das bochechas — Provavelmente não ocorrerá outro ataque, as coisas parecem estar sob controle agora, na medida do possível. — esperava que sim, da mesma forma que esperava não precisar descer por qualquer uma das passagens conhecidas pelos alunos mais "corajosos" — Não me arrisquei, não nego que tenho curiosidade, mas existem lendas sobre aquele lugar… Diria que é melhor não sair cutucando vespeiros por aí. — sentiu o corpo tremer — Acho que não vale a pena arriscar para comprovar, além disso, elas são territorialistas, as caiporas. Seria o caos.

Helena não era dada a quebrar regras ou se meter em confusões — exceções aconteciam, sim, mas fazia parte da adolescência —, e na maior parte do tempo era prudente e cuidadosa até demais, tão parecida com a mãe nesse aspecto que quem as conhecia diria que era um tanto assustador. Situações fora de controle a desconcertavam até que encontrasse uma solução e ela tentava ser tão racional quanto possível, sem ser insensível. Então, não era surpresa que a Alcaide não se arriscasse muito.

Sua atenção foi chamada assim que Morpheu voltou a pronunciar, e Helena sorriu pelo raciocínio do rapaz. — Um empate técnico? Jura? — a voz dela era um tanto irônica, entretanto, ela cutucara a onça mais cedo, e o sorriso do garoto indicava que a mordida viria mais rápido ainda do que Helena achava que viria. — Ok, um pedido para cada um. É justo — deu de ombros. A condição final lhe foi um tanto estranha, mas ela assentiu.

A postura do rapaz mudou, e Lena podia jurar que percebera as engrenagens girando na mente mirabolante do Byrne. Com hesitação, fez o pedido e a Alcaide tentou manter a mesma expressão séria, apesar de sentir o rubor subindo para as bochechas. Era verdade que o moreno flertava com ela — e outras — com certa frequência, e Lena levava na brincadeira sempre que acontecia. E eram momentos como este, em que a postura confiante do rapaz não estava presente que a confundiam bastante.

Ela não era insensível — alheia? Sim. Talvez fosse a consequência de herdar a racionalidade de Joana Alcaide.

No fim das contas, ela era Helena e apesar de não poder anular o pedido do rapaz — uma partezinha bem pequena dela diria que não gostaria de anular —, lembrou uma coisa muito importante sobre pedidos, de uma das muitas histórias que lera no decorrer da vida: seja específico. Além disso, se a convivência com o pai e o irmão tinha lhe ensinado algo, era ser engraçadinha nas horas menos esperadas. Ela percebeu que ainda estava séria e tentou suavizar a expressão ao responder — Bem, pode ser e, não tenho ideia do que te pedir, então, vou guardar pra uma outra ocasião, certo?

E então, com rapidez, se inclinou para o rapaz, dando um beijo rápido na face do mesmo e se afastando com a mesma rapidez — Era só isso? — perguntou, o sorriso falsamente inocente despontando nos lábios rosados.
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Qui 26 Mar 2020 - 16:22
A GCEAPANN TÚ BHFAIGHIDH MÉ PÓG?
don't you think i deserve a kiss?
Franziu o cenho enquanto observava melhor a imagem que a menina apontava no pequeno texto didático, franzindo o cenho desconfortável e pouco convencido de que nascer com os pés para o lado contrário fosse muito melhor do que quebrar eles. Não que não fosse menos assustador... Contudo, continuava apresentando uma estranheza difícil de engolir: criaturas bizarras com pés ao contrário que fingiam correr para trás enquanto estavam indo para frente. Parecia, ao menos para si, um pouco doentio.

— Continuam sendo estranhos pra mim. — Segredou por fim, estalando a língua no céu da boca em sinal de desgosto. Seria difícil se habituar à todas aquelas criaturas do Brasil. Se tratava mais do que apenas conhecimento! Era a imaginação de que talvez algum dia olhasse para aquelas inúmeras bestas sem ter aquele mesmo desconforto latente que pulsava por suas veias bem agora. Em segredo, meio que abominava aquelas ferinhas traiçoeiras desde o ataque do primeiro dia.

Perdeu o foco ao sentir Helena tremendo a seu lado. Mal tinha notado que ela já falava do subterrâneo, parecendo ter ficado preso nos próprios devaneios com os curupiras por alguns segundos. Era idiota de sua parte, sabia, mas gostava do jeito que a menina se expunha. Não que fosse algo muito absurdo... Mas o próprio Morpheu nunca teria coragem de contar para ninguém sobre medos de cair em bueiros ou de ir para o subsolo. Lena o fazia com tanta facilidade que sequer pareciam bobos. Eram constatações racionais que o amoleciam gradativamente.

— Se um dia eu fosse e me perdesse lá pra sempre, você iria me buscar? — Perguntou com um sorriso convencido no canto dos lábios. Era uma hipótese ridícula, pois existiam várias formas de resolver a questão sem que ela precisasse descer até lá... Por isso afunilou um pouco mais. — Tipo, se você fosse a única pessoa na escola, sem professor nenhum. Sei lá, foram todos sequestrados por caiporas. Você ia me buscar, neh? — Era praticamente um pedido, ainda que o tom se mantivesse o mesmo.

Uma brincadeira idiota, feita entre sorrisos bobos e um pequeno 'quê' de flerte... E, ainda assim, seu peito clamava por uma resposta positiva, sem motivo nenhum. Por mais retardado que fosse, o moreno desejava, naquele instante, de forma quase irracional, que fosse importante para ela. Repreendeu-se mentalmente, forçando-se a afastar os pensamentos mais loucos que povoavam seu subconsciente. Obrigou-se a retomar a conversa tentando ignorar o peso que a resposta daquela simples questão poderia ter.

— Eu te dou... Uma semana para usar o seu pedido. Parece um bom prazo, não é? — Não queria limitá-la ao ponto de parecer injusto... E, ainda assim, a curiosidade pelo que a Alcaide poderia propor o consumia desde já. Às vezes a mocinha parecia direta, astuta e completamente aberta sobre seus pensamentos... E, às vezes, era simplesmente impossível saber o que pensava. Era como brincar comum cubo mágico, com a diferença de que era o cubo brincando consigo, mudando as peças aleatoriamente sempre que achava ter conseguido uma sequência.

Felizmente, tudo foi absolutamente esquecido assim que ela cedeu à sua pequena estratégia. Não era uma boa estratégia, tinha que assumir, mas era a única na qual conseguira pensar. Ainda se preparava, psicologicamente, para minimizar os efeitos de seu desejo sobre si mesmo quando os lábios macios tocaram-lhe a bochecha. Durou apenas um instante, fazendo o Byrne arregalar ligeiramente os olhos e fita-la em uma perplexidade que sequer teve tempo de pensar em esconder. Achou que a estava enganando, quando na verdade fora enganado.

— Você... — A palavra saiu como uma acusação, os vincos entre as sobrancelhas tomando forma enquanto a expressão se tornava ligeiramente emburrada. — Foi injusto, sabia? — Protestou por fim. A face corada mostrava que o ato simples tinha sido suficiente para fazer o sangue bombear forte por todo seu corpo, aumentando o fluxo de modo a deixa-lo arrebatado. Tinah uma parte de si que clamava para que roubasse um beijo. O sorriso brincalhão e jocoso espalhado naqueles lábios, o ligeiro rubor nas bochechas... Céus!

— Eu ia cobrar meu pedido se esse fosse o de verdade. — Segredou por fim, tentando expor seu melhor sorriso malicioso, ainda que estivesse mole demais para aquilo. — Eu não disse que era meu pedido, eu apenas perguntei se poderia ganhar! Você me deu um beijo porque quis! — Estava orgulhoso de si mesmo, porém incapaz de demonstrar naquele caos em que suas emoções tinham se entrelaçado. Droga. E tudo aquilo por um beijo na bochecha! Sentia-se completamente perdido.

— O meu pedido, e agora o de verdade, é que você saia comigo amanhã. Sair tipo... Um encontro. — Contou por fim, os braços cruzados na frente do corpo, o sorriso altivo e confiante... E o olhar, completamente desconexo da postura, em uma súplica silenciosa, se demorando vertiginosamente nos lábios da menor antes de fixar-se nas íris alheias. Naquele segundo percebeu que talvez não fosse mesmo apenas uma diversão com uma colega. Talvez, ainda que não assumisse, seu inconsciente pedisse por mais.
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Sex 27 Mar 2020 - 1:50
EM: PÁTIOS DE ESTUDO | COM: MORPHEU | PARA: ESTUDAR? I DUNNO.
BAD LIAR.
Não evitou revirar os olhos, divertida. O estranhamento era comum, visto que o rapaz vinha de um ambiente totalmente diferente do qual ela crescera, inclusive. Não era único estudante estrangeiro dentro de Castelobruxo, tinha Maria Fernanda, que dividia o dormitório com ela, também tinha algumas dificuldades de adaptação — Não existem criaturas mágicas esquisitas no Reino Unido? — Perguntou, considerando o pouco que lera sobre — Acho que o estranhamento seria mútuo se fizéssemos comparações culturais nesse aspecto — pontuou, enfim, fechando o livro e o deixando junto aos demais e considerando o quadro apresentado, respondeu. — Ou gerais.

— Acho que eu teria o dever moral de resgatar todo mundo, se fossem sequestrados por caiporas e eu fosse a única capaz de salvar alguém, não? — era uma pergunta retórica, considerando a obviedade da situação — E, para a sua sorte, eu costumo sair um pouco do trilho quando meus amigos estão com problemas, então mesmo se tivesse mais gente, eu tentaria te ajudar da forma que pudesse.

Era a verdade, Lena realmente tentaria ajudar. Por mais distante que pudesse parecer, ela se importava com as pessoas que a rodeavam, as que tinham um grau de proximidade com a Alcaide, certamente. — Se o quadro fosse o oposto, e eu é que estivesse presa, você tentaria me ajudar? — Não havia pegadinhas ali, era apenas a curiosidade da garota tomando conta, no fim. Helena deu de ombros, não tinha ideia do que pedir ao colega naquele momento específico, ganhar a possibilidade de fazer um pedido ao garoto fora um bônus estranho, no fim das contas — Certo, uma semana.

Toda ação possui uma reação, e toda escolha tem suas consequências. Helena observou a face alheia ir de espanto, para o rubor e a indignação em questão de segundos; o sorriso de triunfo da Alcaide não diminuiu nem quando o jovem Morpheu começou a reclamar — Você me perguntou se poderia ganhar um beijo, e ganhou — disse, com simplicidade, juntando o material e o guardando novamente na mochila, ainda teria aulas naquele dia E uma pesquisa na biblioteca para fazer — Deveria ser mais específico não? — E, então, foi a vez da Alcaide ficar indignada.

Ela abriu e fechou a boca, diversas vezes, enquanto o sorriso do Byrne apenas crescia ante o que Helena só poderia descrever como uma falta de vergonha na cara, das grandes — Você não pode ficar inventando história, sabe? É trapaça — não que fosse um jogo, e não que ela estivesse pretendendo jogar. Encheu as bochechas de ar e fez bico. Ele não fora específico mesmo, mas ainda assim... Era claramente uma artimanha para sair por cima na situação; o ar ficou seguro por segundos antes dela solta-lo em um muxoxo raivoso, sem acreditar no que seus ouvidos tinham acabado de captar.

E, como ela vinha percebendo, ele nunca revelava as verdadeiras intenções de uma vez. Era como uma fase em um videogame, que trazia algum tipo de plot-twist em cada final. Mais uma vez, uma das situações em que Helena se sentia pisando em um campo minado: nunca sabia se o passo seguinte seria algo concreto, ou a mandaria pelos ares de vez — Você sabe que temos aula amanhã, não é? — não o encarava diretamente, sentia a face arder — E que estamos numa escola, no meio do mato, sem lá muitas opções além de lutar caratê com mosquitos, certo? — era um exagero, claro, existiam diversas atividades a serem feitas dentro mesmo dos terrenos da escola. No entanto, Lena estava um tanto contrariada naquele momento. — Certo, ok, mas é só por você ter estudado direito hoje.
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Morpheu Lutwidgev Byrne
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Sáb 28 Mar 2020 - 12:50
A GCEAPANN TÚ BHFAIGHIDH MÉ PÓG?
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O sorriso tomou-lhe a face assim que notou que Helena tentava fugir do compromisso. Tinha as bochechas rosadas pela timidez, tornando a face juvenil ainda mais delicada em seus traços finos, ornando os cabelos loiros e perfeitos que fazia o coração do pequeno Byrne para por alguns segundos. Respirou fundo, puxando o ar como se este lhe faltasse, o sorriso largo desprovido de qualquer enfeito, apenas uma diversão discreta e uma dose de encanto.

— Não me importo que tenhamos aula. Nem com o mato e toda a coisa. — Comentou dando de ombros, mordiscando ligeiramente os lábios para evitar o riso. — Aliás, eu te encontro no quinto andar, às 19h. Vamos... Bom, é surpresa. — Anunciou com o sorriso ainda maior, a mente maquinando como conseguiria impressionar Helena. De todas as meninas do castelo, duvidava, naquele instante, que alguma fosse mais complexa que a loira. Infelizmente ou felizmente,  era justo ela que prendia toda sua atenção.

— Prometo que não vai se arrepender. —  Segredou em um sussurro após inclinar-se na direção da menor, levando a destra até o queixo feminino e puxando-o delicadamente para si, apenas de modo a poder olha-la nos olhos. — Vou fazer de tudo para que goste disso também. — Completou com um sorriso, referindo-se ligeiramente ao desejo que era apenas fruto daquele pequeno jogo de estudos. No fundo apenas torcia que para ela também fosse um pouco mais que aquilo.

Em silêncio deixou os lábios tocarem a bochecha de Lena, um beijo demorado, ainda que inocente. Só na bochecha... E ainda assim seu corpo todo vibrava pelo contato, afastando-se com certo pesar. Riu baixo, abaixando o olhar para que ela não percebesse suas bochechas igualmente coradas, mas ajudou-a a catar todos os livros e arrumar as coisas que usaram no estudo antes de, finalmente, sair do pátio. O peito explodia em uma vitória orgulhosa.

— EU TE VEJO AMANHÃ ÀS SETE HORAS! — Berrou no meio da biblioteca, não sabendo exatamente se apenas precisava falar outra vez em voz alta para acreditar que realmente iria se encontrar com a menina ou se tinha, de alguma forma, a necessidade de que todos soubessem que Helena iria sair consigo. Dar a imagem que estavam juntos, mesmo que não estivessem ainda, para que nenhum engraçadinho... "Ainda?" Repreendeu-se mentalmente, mordendo o lábio e se afastando em silêncio depois disso.

Tinha muito o que pensar... E, com certeza, muito o que preparar para a noite seguinte. Não era exatamente um excelente romântico... Mas esperava que tudo desse certo. Em verdade, precisava que desse. Precisava, naquele momento, mais do que qualquer outra coisa. Maldita loirinha que tomava conta de seus pensamentos quase todos.
Com: Helena Alcaide + Por: Estudos


Morpheu Byrne
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Senhora do Destino
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Senhora do Destino
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Sáb 28 Mar 2020 - 15:44
encerrado
seu desejo é uma ordem!

queima quengaral
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