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JAN2026
JANEIRO DE 2026 - VERÃO
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1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Bianca Torres
TLC » Fantasma
Bianca Torres
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TLC: Fantasma
Qua 29 Abr 2020 - 18:29
SEGUNDA AULA

A Arte da Sobrevivência


Demorou para que Bianca e Miguel conseguissem fazer com que suas turmas voltassem a caminhar com seus conteúdos juntas, mas ao fim do mês de maio eles conseguiram essa proeza e marcaram uma aula extra na sexta-feira a tarde, horário livre para os alunos, o qual usavam — ou pelo menos deveriam — para fazer as atividades pedidas pelos professores. O dia estava abafado, as nuvens cinzas sobre o céu asseguravam isso e ameaçava chover a qualquer momento; clima estranho para aquela época do ano no Amazonas.

Era meio dia e cinquenta. Bianca encontrava-se na clareira de magizoologia junto ao professor Miguel, esperando os alunos de ambas as disciplinas ministradas se reunirem. Havia conjurada ali, ao centro, uma grande mesa de madeira com as pernas perfeitamente detalhadas, coberta por diversos frascos e itens diferentes. Aos poucos, os alunos que começaram a chegar ao ambiente demonstravam confusão no olhar, caras de "o que está acontecendo aqui", ou até certa familiaridade com a cena devido alguns acontecimentos recentes, a professora notou. Bom, talvez não fosse lá uma ideia muito boa levar um grupo de alunos para o meio da floresta, afinal, mas aquela foi a única data que os professores encontraram para aquele teste. Ademais, ambos os docentes ficariam de olho nos alunos o tempo todo para impedir suas possíveis mortes. A diretora já estava enfrentando problemas demais para arranjar mais um.

— Boa tarde, amores. — Começou ela, ao meio dia. — Sei que alguns devem estar me odiando por ter enfiado uma aula em seu horário de folga, mas não achem que deixei vocês sem tarefa de casa por uma semana a toa. — Sorriu, tentando demonstrar plenitude aos alunos nervosos. — Como devem ter percebido, eu e Miguel estamos trabalhando com vocês baseando-nos no Bestiário Amazônico e hoje vocês descobrem o motivo. — Sorriu e continuou. Após um aceno com a varinha, uma pilha de folhas que encontrava-se sobre a mesa saiu flutuando e se distribuiu entre os alunos. — Isso é um mapa de nosso exercício de hoje. Vocês devem escolher uma das quatro trilhas enumeradas nele e chegar ao ponto X onde eu e o professor Miguel estaremos aguardando. Se, e somente SE vocês acharem que sua vida corre risco, conjurem faíscas com o feitiço Periculum e nós vamos até vocês, mas caso o façam, considerem-se reprovados no teste. — Disse Bianca, o mais dura possível. Os alunos tem mania de achar que ela é "boazinha demais", sabe-se lá o que pensavam agora.

— Além do mapa, cada aluno tem direito de escolher apenas UM item dos que se encontram sobre essa mesa para ajudar em sua prova. Escolham sabiamente, levando em consideração tudo o que estudaram nesse ano. Além disso, serão aceitos grupos de no máximo três alunos, mas nada os impede de entrar na floresta em duplas ou sozinhos. Mais uma vez: escolham sabiamente. — A loira concluiu e se afastou da mesa, liberando espaço para os alunos escolherem seus itens. — Agora são uma e meia da tarde, vamos começar antes que escureça. Não importa a hora que vão chegar, mas, sabemos que a floresta à noite é muito mais perigosa. Ao meu sinal... — Disse quando todos estavam preparados e suas respectivas equipes montadas. — Vão! — Faíscas vermelhas saíram da varinha da professora que encontrava-se apontada para o céu e a prova começou.


Itens Para Prova:

Recompensa:

Considerações:
Vicente Ventura
COMASUL » Auror
Vicente Ventura
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COMASUL: Auror (estagiário)
Sex 1 maio 2020 - 17:28
A trilha da morte- pt 1
As sobrancelhas franzidas deixavam claro que Vicente não estava nem um pouco confortável em estar ali. Ainda que as nuvens no céu não dessem grandes sinais de se converterem numa tempestade, as lembranças que ocupavam sua mente incluíam uma clareira de magizoologia imersa em névoa, então chuva e, por último, caos.
Lançou um olhar desconfiado ao cenário que havia sido preparado: a mesa de madeira com entalhes elegantes nas pernas servia de suporte para frascos diversos, com líquidos coloridos em seu interior e outros itens que, à distância, ele não foi capaz de distinguir. Passou a mão pela nuca, suspirando e tentando afastar da mente lembranças ruins.
Alguns alunos já se espalhavam pela clareira, esperando a aula começar e as expressões em seus rostos variavam bastante- iam de empolgados a entediados. O próprio Vicente não havia ficado muito feliz com a notícia de uma aula extra- não importava quanto ele tentasse ser um bom aluno, aulas extras nunca seriam motivo de empolgação.
Ainda mais levando-se em conta que, se tratando de uma aula de magizoologia e arte de defesa e combate, ele não esperaria nada trivial. O mês que havia passado deixara isso muito claro. O estudo do bestiário amazônico, mesmo que muito interessante e realmente útil para os bruxos em formação, vinha tirando o sono de Vicente Ventura. Em partes por que temia o dia da avaliação- esperava se lembrar de todas as criaturas- e em partes por que seus sonhos vinham sendo atormentados por imagens de lebres gralhas e chupa-cabras.
Vasculhou entre os colegas de turma até achar a silhueta de Luca. Estava apoiado em Alice e, por incrível que pareça, não estavam no meio de uma briga (isso ou haviam finalmente aprendido a disfarça-las).
_Oi, amor. - Cumprimentou o namorado, trazendo-o para perto de si e beijando rapidamente sua têmpora esquerda. Os lábios tomaram a forma de um sorriso assim que pode sentir o perfume de lavanda. Intimidado pela presença dos professores, desvencilhou-se de Luca e inclinou a cabeça para encarar Alice. – Oi, Lice.
A resposta da metamorfomaga foi um sorriso, pois não houve tempo para mais. Bianca logo começou a falar a respeito da aula que aconteceria naquele momento. Quando as palavras “Bestiário amazônico” e “descobrem o motivo” foram postas na mesma frase, Vicente cruzou os braços em frente ao peito, sabendo que o momento de botar em prática tudo que havia aprendido estudando as criaturas mais bizarras da floresta Amazônica havia, finalmente chegado. E, sinceramente, ele não estava muito empolgado para encontrar um Chupa-Cabra ou qualquer uma das outras espécies descritas no livro texto.
_Parece que nossa sexta-feira vai ser divertida. – Zombou, rindo baixo assim que Bianca fez flutuar até cada aluno uma folha. Desenhado nela estava um mapa do que deveriam ser trilhas distintas floresta a dentro. Mais acima no mapa havia um “X”, como nos mapas do tesouro das histórias fantásticas, tirando o fato de que o tesouro em questão era chegar vivo e, de preferência, inteiro. Ouviu atentamente as instruções, lançando um olhar cúmplice a Alice e Luca como quem dizia “por gentileza, não me abandonem para morrer na floresta”.
A informação de que deveriam escolher um item sobre a mesa para levar durante o percurso fez acender um alerta na mente de Ventura- seria bom analisar com cuidado e escolher as trilhas mais apropriadas. Deu uma breve olhada sobre os itens disponíveis, identificando as diferentes poções.
_Tá legal. - Seus olhos olhavam o mapa atentamente, mas ele falava com os companheiros de aula. - A trilha quatro é a que passa mais perto do rio, então a gente corre o risco de encontrar um Sapo Chicote ou uma Ofídea, já que geralmente habitam as mesmas áreas e costumam proteger um ao outro. O sapo tem veneno fraco, mas pode fazer queimaduras leves na pele. Então talvez seja interessante termos um frasco de essência de Murtisco, mas também um de antídoto especial caso tenhamos o azar de encontrar uma ofídia. Eu não pretendo perder um membro por conta da ação lenta do veneno dessa flor. Cobra. Seja lá o que for.
Fez uma pausa, tentando se lembrar das outras criaturas e de onde costumavam habitar. Precisavam ser rápidos para não perderem horas de sol. O dia estava nublado, o que significava que dentro da mata estaria mais escuro. Estar na floresta, com criaturas à solta e durante a noite era a última coisa que Vicente queria e, considerando os eventos passados, podia jurar que Luca e Alice concordariam com ele.
_A trilha três me parece mais fechada que as demais, consequentemente mais escura. Acho melhor evitarmos ela se não quisermos nos deparar com um chupa-cabra. - Lançou aos dois um olhar suplicante. - Por favor, vamos evitá-la. Aquele bicho assusta o inferno em mim. - Confessou, com um sorriso que se assemelhava a uma expressão de timidez, se isso fosse possível no capitão. – A trilha dois...Eu não sei, o que vocês acham? Parece um bom lugar pra ter um gato mau humorado. - Questionou aos amigos. - Algo me diz que não é uma boa ideia.
A indecisão do batedor pareceu acabar com a pouca paciência da Vice-Presidente, que decidiu por fim que iriam na trilha de número quatro.
Com a varinha firme na mão direita, Vicente aproximou-se da mesa cheia de itens e recolheu para si um frasco de antídoto especial e caminhou para a entrada da trilha quatro, junto a Luca e Alice.
_Vai, a gente tem que voltar cedo. - Informou, meneando a cabeça ao começar a caminhar para dentro da mata. - Hoje tem batata frita no jantar.



Última edição por Vicente Ventura em Sex 1 maio 2020 - 17:41, editado 1 vez(es)
Augusta Nunes Callai
TLC » Adulta
Augusta Nunes Callai
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CB: Aluna
Sex 1 maio 2020 - 17:33


Augusta olhou com má-disfarçada mágoa para o grupo de alunos que começava a se aglomerar próximo dos professores. Não era que não gostasse de aulas, mas naquele horário pós almoço, num dia que não deveria ter que fazer nada, marcavam justamente uma aula entre Artes de Defesa e Combate e Magizoologia? Preguiça, podia definir seu espírito. Felizmente, porém, o desânimo desaparecia conforme a adolescente enfiava-se para dentro da floresta em direção à clareira. Em seus quatro anos, raramente fora tanto para fora dos limites permitidos de Castelobruxo.

Encontrou uma vaga mais próxima dos professores, atenta as instruções destes e acabou bem ao lado de Virgílio. Cumprimentou-o com um sutil empurrão de braço, em silêncio, visto que a professora Bianca já introduzia o assunto e começava a distribuição de mapas. — Ei, que tu acha de fazer comigo? — Questionou para o estagiário. Não eram muito próximos, mas já tinham alguns anos de convivência, estranhos definitivamente não o eram. — Perfeito. Que tal ir de… um?

Com a liberação da docente para escolher os objetos, deixou o Monteiro para trás e enfiou-se, sendo uma das primeiras a escolher seu item: Um frasco de essência de Murtisco. Não tardou para colocá-lo com cuidado no acolchoado bolso de fora de sua bolsa, onde também armazenou seu mapa. Prendeu a alça bem firme em seu ombro e regressou para perto de Virgílio e do terceiro aluno que se juntara ao trio. — Vamos?



Itens:

aula de artes de defesa e combate 29 maio de 2020







Última edição por Augusta Nunes Callai em Sáb 2 maio 2020 - 18:27, editado 1 vez(es)
Felipe Noriega
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Sex 1 maio 2020 - 21:24
As aventuras de um ornitorrinco:
bosque da chapeuzinho
Terceira edição
O capítulo de hoje — ou seria episódio? ainda não decidi —, querides, vou-lhes relatar como foi que eu morri e tomei meu lugar como rei do mundo inferior. Mintira. Mas não tão pouco longe da verdade. Vamos do começo, oka?! Então, era o período vespertino de uma sexta-feira nublada perto do final de Maio, e usualmente nesse horário não tínhamos aula o que queria dizer que eu usava para vagabundar — lê-se brigar e me enfiar nos matos e para além das fronteiras de CB (perigosíssimo, eu sei) —, e, bem, adoraria dizer que essa sexta havia sido a mesma coisa, porém… Quer dizer, mais ou menos, mas depois eu explico.

No dia vinte e nove em específico a professora Bianca e o Professor Miguel (um dos poucos que eu ia com a cara), convocaram todos os alunos para uma atividade interdisciplinar meio diferente. O local de encontro havia sido a — recentemente — amaldiçoada clareira de magizoologia, e aqui devo confessar que estava ansioso para visitar o local depois do que aparentemente aconteceu — tinha boatos demais e eu queria matar minha curiosidade sobre o que era verdade ou não… e também, estava ressentido que eu passei o dia dormindo (vê se pode, EU D-O-R-M-I DURANTE O EVENTO MAIS CAÓTICO DO ÚLTIMO MÊS! ARGH) e não quebrei outra regra da escola naquela data.

Enfim, naquela sexta, lá estava eu marchando em um misto de emoções para a clareira. Tendo seguido pelo caminho mais longo — o da enfermaria —, eu só estava me deparando agora com o fluxo de alunos qual seguiam na mesma direção, e procurava meus amigos ali no meio. “Quem se deixa ser levado pela correnteza são os cascalhos, cobras d’água  fazem seu próprio caminho.” Eu não sabia o que iria ocorrer porém era bom ter os outros pertubadinhos por perto, afinal eu tinha que proteger eles. “O Alê vai estar exausto novamente e o Virgulino é sempre desligado demais.” Porém, após chegar no ambiente, eu não estava conseguindo encontrar nenhum deles, e um sentimento de ansiedade começou a me preencher, sentimento esse que só pioraria com o discurso que se seguiu da professora Torres.

— A pergunta é: teve tarefa nas outras semanas? — Murmurei mais para mim mesmo, afinal era uma pergunta legítima, pois se teve eu nunca fiz nenhuma, o que talvez devesse ser preocupante… ou não né. Mas ela continuou, falando do livro que ambos os profes tinham usado nas últimas aulas (e nesse momento quando a loira olhou para o outro professor eu achei que tivesse visto algo a mais ali, será? “Não que seja da minha conta, mas... será que essa fofoca pode causar alguma confusão?”), e as informações sobre os animais detalhados no livro me vieram à mente, uma conexão levemente ambígua sendo processada pelos meus dois ticos. “Se for isso mesmo…”

O pensamento que havia se formado logo foi confirmado quando a mulher continuou seu discurso, e um misto de excitação e ansiedade — que só piorava pois eu não estava com minha trupe reunida. “Merda! Eu preciso achar eles, se fossemos em trio ia ser perfeito pois eu poderia mantê-los seguros, tem uns animais que podem dar muito problema.” E assim, antes mesmo que ela nos deixasse partir, eu comecei a me movimentar com o mapa levemente esquecido em mãos, buscando nem que fosse um dos meus amigos.

”Olorum  mi negôh, nunca te pedí nada, así que hazme encontrar a uno de mis amigos.” O pedido foi feito com um aperto em meu âmago, algo que eu percebi que detestava na mesma hora que senti, mas não conseguia não me preocupar com eles — você amoleceu, Noriega, se ainda vivesse naquela casa possivelmente estaria morto e jogado às traças. Na minha procura consegui ver a cara fechada do Margerizzi, e quase sorri para ele, quase, mas não ia cair bem na minha persona, não importando o quanto feliz eu tava. — E aí Margarina, que tal se embrenhar nos matos comigo? — Perguntei de forma casual, um soco leve sendo desferido ao ombro direito dele.

Assim que ele aceitou, e tendo desistido de achar o Virgílio afinal a maioria dos outros alunos já haviam saído, eu comecei a andar na frente, indo inicialmente em direção à mesa. — Então, eu tava matutando o seguinte, dos vários bichos que tinham no livro, os poucos que eu me lembro de não serem extremamente agressivos são três: O Demônio-Sapo, a Orfídia e o Gato de Fogo. Claro, todos podem nos matar se quiserem, mas acho que esses seriam mais de boa pra dar um oizinho quando passar. Então, eu tava aqui zoiando o mapa e tava pensando em seguir pelo caminho quatro que poderia nos garantir um encontro com o sapo ou a cobra. Claro, é o maior caminho, então devemos nos apressar para não ficar até de noite na mata, masss podemos sair levemente ilesos.

Olhei para meu companheiro como se a espera de uma resposta, ainda que ambos sabíamos que eu ia fazer aquilo e ele só precisava concordar… ou seria arrastado de qualquer forma comigo. Assim que percebi que ele concordara em ir por bem, eu lhe dei um leve encontrão de ombros e me voltei para a mesa a minha frente, a qual estávamos parados diante a um tempo, e estiquei meu braço para pegar um dos frascos de cor esverdeada.

— Já que a maior probabilidade é de encontrar animais venenosos, creio justo pegarmos esse antídoto. — E então lancei um feitiço protetor ao redor do mesmo — afinal eu não sabia se tinha algum a priori e não queria correr o risco de ser desastrado e quebrá-lo —, para que não quebrasse, e o coloquei no bolso frontal. — Agora, sigam me os bons, pois o daddy Noriega aqui sabe como se cuidar no meio dos matos“Jaci, amiga, não deixa nada de mal cair sobre meu amigo.” E com isso eu saí em direção a entrada do quarto caminho, tentando ignorar o aperto no peito por não saber como estava o Monteiro.

Cositas:
cactus
Virgílio Ataíde Monteiro
CASTELOBRUXO » Funcionário
Virgílio Ataíde Monteiro
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CB: Magizoologista Estagiário
Sex 1 maio 2020 - 21:32

Virgílio acordara cedo como de costume. Passara boa parte da manhã cuidado de documentos referentes ao estágio e reclamando baixinho das dúzias de papéis a sua frente. Enquanto suspirava entediado, perguntava-se mentalmente quando poderia trocar aquele trabalho monótono por algo mais interessante. Mas essa possibilidade estava fora de questão. Se seus pais descobrissem que não estava se dedicando provavelmente queimariam seus livros. "Que brutalidade!" Indignava-se em pensamento. Aquela coleção havia sido autografada pessoalmente por Madame Serena!

A manhã prosseguiu lentamente, mas seu trabalho finalmente estava concluído. Por enquanto. Virgílio cogitou a possibilidade de pular a aula para perseguir alguma criatura rastejante, mas acabou convencendo a si mesmo a ir até o local marcado. Quando chegou até a clareira os alunos conversavam entre si enquanto esperavam a instrução dos professores. Ele vasculhou o lugar com os olhos em busca de algum de seus amigos, mas não conseguiu avistá-los no meio de tanta gente. Estava preocupada com Aleph ultimamente. O jovem às vezes parecia cansado e abatido, como se não tivesse dormido bem à noite. Quando lhe perguntava sobre isso o amigo tentava desconversar ou mudar de assunto. Virgílio estava começando a ficar desconfiado.

A voz da professora de DCA logo fez com que os burburinhos silenciassem. Ela explicava sobre a prática que teriam naquela tarde e enquanto ela falava, os olhos de Virgílio se iluminavam. Finalmente uma chance para conhecer mais da fauna local! A essa altura ele já tinha um sorriso de orelha a orelha, esfregando as mãos ansiosamente.

Ele já preparava-se para escolher um dos itens disponíveis quando escutou uma voz a seu lado. Era Augusta, uma companheira de estudos. Eles interagiam com alguma frequência, mas nunca tiveram oportunidade para estreitar laços de amizade. Provavelmente porque Virgílio raramente passava muito tempo cultivando laços. Lembrava-se de ter oferecido-lhe uma maçã semana passada, quando achou que sua aura precisava de um tom mais forte de vermelho.

- Eu aceito. - Ele sorriu com uma expressão animada. - Finalmente uma aventura!

Augusta já escolhera um caminho e Virgílio concordou com um aceno de cabeça. Torcia mentalmente para que tivessem a oportunidade de encontrar ao menos uma orfídia. Seu olhar parou nos itens mais uma vez e ele acabou optando pelo antídoto. Determinado, seguiu Augusta que já ia em direção à entrada.

Spoiler:




Última edição por Virgílio Monteiro em Sáb 2 maio 2020 - 18:15, editado 2 vez(es)
Luna Flores
TLC » Artista
Luna Flores
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ARTISTA: Apresentador suporte e Ator Coadjuvante
Sáb 2 maio 2020 - 14:33
Aula
Artes de defesa e combate
Por Maia, que mulher louca é essa que contrataram pra ser professora?
Estar de volta na clareira não me trazia nenhum sentimento positivo sequer. As lembranças do que aconteceu naquele lugar a cerca de um mês ainda assombrava todos os alunos que quebraram as regras e foram parar ali por motivos diversos, o clube dos doze, como nos intitulávamos. Por que esse nome? Preferíamos não explicar demais quando perguntados.

Bianca e Miguel resolveram fazer uma aula extra, prática, diferente da grande maioria das outras e claramente mais perigosa. Soltar um grupo de alunos no meio da floresta em plena tarde, o que poderia dar errado, né? A este ponto de minha vida eu não conseguia mais identificar o que estava acontecendo com os humanos. Sempre foram assim, sem noção nenhuma? Por mais arriscado que fosse, não havia nada que pudéssemos fazer a respeito. Era uma aula avaliativa e precisávamos participar, do contrário, a chance de reprovação era grande, pelo menos pra mim.

Dison gada-na wan-aso.Essa mulher vai nos matar.
— Resmunguei, sozinha, ao me aproximar de de Emília — dos doze e uma das únicas pessoas que considero próxima o suficiente —, uma amiga que vem me ajudando com a adaptação no castelo desde a primeira semana, apenas para ser repreendida pela morena, como se a professora pudesse entender o que eu havia dito. Emms entendia, mais ou menos, por causa da convivência.

Ao fim da explicação da docente, os alunos se reuniram ao redor da mesa de pernas adornadas — coisa que ainda não entendi o sentido — e começaram a catar seus itens para serem usados durante a aula. Tomei posse de um frasco de antídoto especial e voltei ao meu grupo composto por mais dois membros: Emília e Helena, essa equipe anulava qualquer chance possível de reprovação, as duas se provaram extremamente habilidosas naquele mesmo lugar ha algumas semanas.

Quando Bianca lançou as faíscas vermelhas para cima e deu a largada, nosso grupo seguiu pela quarta rota. Preferi não opinar muito a respeito da escolha porque as duas pareciam bem decididas, visto que, aparentemente, as únicas criaturas possíveis de serem encontradas ali seriam os Sapo Chicote e as Orfídias, algumas das menos perigosas de acordo com o bestiário amazônico.

OBS:

Falas | “Pensamento” | Feitiços |
AuslengIdioma das mãe d'Oro
WR


goldengirl
Lorena Bedoya Fialho
COMASUL » Auror
Lorena Bedoya Fialho
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768
Ocupação :
COMASUL: Auror Estagiário
Sáb 2 maio 2020 - 16:29
HELLO, WORLD! I'M YOUR WILD GIRL!

Sexta, após o almoço, Lorena deveria ter a tarde livre para fazer qualquer coisa que ocupasse sua cabeça o máximo possível. Os pesadelos com a pessoa morta que eles haviam encontrado na clareira haviam voltado, mas ela não queria e não falaria sobre isso com mais ninguém. Fora decisão dela tocar na mulher, afinal, e analisar tão de perto, enchendo a memória de detalhes que agora tomavam conta de suas sagradas horas de sono. Apesar disso, continuava ostentando o sorriso malicioso de sempre, continuava sentindo-se linda, impecável, e altamente artística. Era em sua mãe que ela se baseava para interpretar a garota que antes costumava ser somente ela mesmo. Embora fosse boa em atuar, a verdade é que os amigos também estavam lidando com toda aquela situação a seu próprio modo, e as vezes, como dizem, o melhor cego é o que não quer ver. Aquela tarde havia sido reservada para praticar yoga em algum canto do colégio, em paz, pois essas práticas geralmente a acalmavam e davam alguns dias de folga das lembranças ruins. Visto que agora surgira uma aula prática no meio da clareira, exatamente onde todo o problema havia começado, ela se alimentou com mais pressa naquele dia. Não poderia ir para uma aula de estômago vazio, mesmo que o dela estivesse embrulhado, e correra para o quinto andar, onde o observatório – seu lugar favorito desde sempre, e fonte de calmaria nos últimos tempos, parecia esperar por ela. Escolheu um canto e focou em pensar na mãe, na alegria jovial de Roberta, na força que ela tinha. Também pensou muito no pai, com toda a sua força para reagir o mais bem possível em situações complicadas. Mas era a mãe e sua alma genuína que mais a inspiravam, e foi com esse último pensamento que começou o velho e bom ritual de meditação, tentando renovar ao máximo a energia interior e ir para a clareira pronta para enfrentar os fantasmas antigos e os novos que poderiam surgir, visto que qualquer atividade em Castelobruxo geralmente não terminava de forma simples e completamente segura.

Quando terminou de meditar, sentia-a renovada. A alma estava mais limpa, por assim dizer. O problema da meditação fora o tempo, que ela quase gastou demais, e que a fez correr para o dormitório para trocar suas vestes. Permaneceu com a mesma camiseta, pois não valia a pena sujar outra para se lascar dentro daquela clareira. Trocou a saia pela calça de atividades de campo: embora fosse mais rápida com os shorts, ela não queria as pernas todas arranhadas pelos galhos. Calçou os coturnos, mas ignorou o chapéu. O sol não era seu inimigo, e seria só mais um utensílio para ficar enroscando em seu pescoço. Optou, no entanto, em levar sua mochila pequena, onde enfiou um pequeno resumo que havia feito de ambas as disciplinas, e junto aos papéis colocou um pequeno espelho. Ela estava indo para o meio do mato, mas precisava se parecer com uma criatura? Uma garrafa d'água também se fazia presente, já que hidratação é vida na skincare. Ajustou as alças da mochila de forma firme sobre os ombros e saiu correndo em direção a clareira, onde por pouco não chegou atrasada.

Quando chegou, a maioria dos colegas já estava lá. Ela havia literalmente corrido, então precisou de uns minutos para recuperar o fôlego. Conforme o fazia, tentava reparar no ambiente ao redor e focar em não pensar em nada que a pudesse distrair. Nem uma certa senhora morta que ela havia tocado, tendo como relíquia uma memória escondida em seus itens pessoais. Viu uma grande mesa de madeira, cheia de frascos, e fora impossível não se aproximar de Mavis e Arón conforme a professora ia falando a introdução da aula. Aqueles frascos naquela mesa. Céus, eles a estavam querendo torturar psicologicamente? Balançou os ombros como quem empurra o pensamento para longe, e sentiu a mão de Arón encontrar a sua. Sorriu fraco, dando uma olhada para o garoto antes de voltar a prestar atenção na professora. As palavras "bestiário amazônico" foram ditas como quem diz "você quer comer pudim?", o que de certa forma seria engraçado se um mapa não tivesse vindo parar em suas mãos. Céus, eles precisariam se aventurar no meio da mata. Foi nessa hora, quando estava quase entrando em pânico, que vira Ceci, tão plena e pronta para dar a alma naquela atividade. Ela era tão a cópia de Barto que Lora quase sentia inveja. Quase, porque Roberta era muito mais legal. E foi pensando na mãe, como se essa fosse um patrono e as lembranças ruins fossem um chupa-cabra, que ela espantou todos eles. Balançou os ombros novamente, quase ouvindo a risada da mãe no fundo de sua mente, e puxou os amigos para escolherem seu item. Haviam apenas quatro opções, mas em grande escala. Lorena acabou escolhendo o antídoto especial, pois viu que Mavis já havia pego a essência de ditamno. Arón pegara o murtisco e então eles se afastaram brevemente dos demais para debater o trajeto que fariam.— Que agradável estar em trio com vocês nesse lugar novamente. — Disse em tom de deboche, mas era perceptível a agonia bem no fundinho, mascarada pelo deboche. — Vamos de rota três, certo? Parece mais rápido e eu sei que o único trajeto fácil vai ser o de voltar pra escola, ou ir pra enfermaria, então vamos nesse mesmo. Todos de acordo? — E entre olhadelas para o mapa e uns para os outros, se puseram em frente a entrada da trilha três. — Senhores, peguem suas varinhas e que a sorte esteja ao nosso lado. Como se a gente tivesse alguma. — Brincou, pegando a varinha que havia deixado na lateral da mochila, e com ela em mãos e os amigos do lado, lançou-se para o novo desafio.
GRUPO E ROTA:
I'M YOUR CH-CH-CH-CH-CH-CHERRY BOMB
MONTY



she remembered who she was and the game changed.


Marina Santini Dalavia
JAGUAR » Goleira
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281
Ocupação :
CB - Goleira Jaguar
Sáb 2 maio 2020 - 17:27
Feeling all the highs, feeling all the pain
Estava vestindo a tradicional camisa do uniforme, com os surrados shorts cáqui, que se pudessem falar, pediriam para por favor terem alguma folga das minhas aventuras. Tinha colocado meias de cano longo também, para proteger as canelas, e nos pés um coturno, que eu particularmente não gostava de usar. Ele não era muito delicado com a natureza na hora de pisar, você sabe. Quem projetou provavelmente não pensou na pobre graminha ou nos gravetos que um dia foram tão vivos. A bem verdade é que eu não gostaria de usar roupas para meus passeios, porque a natureza sempre fornece o que precisamos, desde que saibamos buscar. Mas é sabido também que o corpo humano já não é mais tão conectado assim com a mãe natureza como costumava ser nos primórdios, e agora o uso de tecidos era importante para evitar que a carcaça frágil lidasse com as respostas que uma floresta tinha para lhes dar.

Era um dia agitado por ali, aliás. Enquanto os meus colegas e conhecidos estavam almoçando, eu também estava, mas na mata. Sabia as frutinhas certas, e até algumas flores, que saciavam tanto quanto o saboroso banquete ofertado pela instituição. Veja bem, eu tinha a tarde livre, então iria aproveitar cada segundinho. Só eu sei o quão difícil vem sendo me adaptar a horários e regras chatas que essa gente gosta tanto. Mas eu não estava ali para julgar, embora fosse da natureza humana o fazer. Conforme andava pelo meio da estação florestal, ia sentindo os olhares curiosos e até ameaçadores dos amiguinhos que ali residiam. É bem verdade que eles não gostam de intrusos, mas eu também pertenço a natureza, eu também possuo essa benção, e não me assustava suas presenças assim como a minha também não parecia assustá-los. Estávamos bem, como havia de ser. Cada um respeitando o espaço do outro, cada um valorizando a benção daquele lugar e eu estava extasiada. O cheiro de ar puro misturado com os mais diversos seres, frutos e folhas. As sementes móveis aproveitando as pequenas brisas para encontrarem um lar propício. O som das folhas se desenvolvendo ao meu redor. Ah, em algum lugar ali haviam criaturas chegando e partindo, cumprindo sua tarefa de proteger tudo aquilo de mais precioso que temos. A vida é a natureza, não existe outra verdade. Meus passos eram cautelosos para não machucar nenhum ser, inclusive escolhia onde as graminhas estavam mais preparadas pra receber o peso do meu corpo. Com o tempo, a prática fica tão aperfeiçoada que eu quase poderia andar ali de olhos fechados que ainda assim conseguiria saber por onde andar. Vi uma árvore irradiando o sinal divino e glorioso, mas triste como haveria de ser o fim de uma vida que fizera tanto pela floresta. Tudo ali dependia do outro para existir. Aproximei-me da grande árvore, o tronco já dando indícios da morte dos canais que o nutriam. Com todo o respeito que havia em meu ser, abracei o tronco com delicadeza, e permiti que uma lágrima escorresse de meus olhos. Era um sinal de respeito claro por todo o serviço prestado. — Que seus frutos venham a cumprir com sua tarefa tão bem quanto fizeste vós. — Falei baixinho, pois não queria iniciar um velório e emocionar as outras árvores. Com a mesma calma que me aproximei, me afastei, seguindo caminho pela floresta.

Fora engraçado, pois conforme eu me aproximava da clareira, sentia mais agitação ao redor. Como se as criaturas estivessem à espreita de alguma coisa, como se houvesse seres humanos demais por ali, e nem todos com as intenções puras. Mas havia mesmo mais energia vindo de uma parte da clareira, então eu fui até lá para saber do que se tratava. Qual fora meu espanto quando me deparei com os meus colegas ali? — Oh, wow. — Disse, chamando atenção de algumas pessoas, que somente me ignoraram pois nesse momento folhetos voavam por nossas mãos, indicando caminhos numa espécie de mapa. Muito fraco da parte de quem o fez, na verdade, porque haviam encruzilhadas por lá que não dava para ver do mapa. Ouvi com atenção a professora, e mesmo querendo interrompê-la para dizer que talvez não fosse uma boa ideia e que as criaturas estavam indispostas naquele dia, lembrei das palavras da diretora no ato de minha matrícula. Eu precisava ser, ou pelo menos parecer ser, o mais normal possível. A missão era escolher algum item de uma mesa tão linda, mas demasiado ornamentada, que me fez cogitar se aquele tronco havia sofrido com aqueles detalhes todos. Uma mesa é necessária, portanto é compreensível se cortar a árvore e fazê-la útil, mas detalhes eram meras superficialidades. Quis abraçar a mesa, mas minha atenção fora automaticamente mudada para aquela criaturinha peculiar no meio das outras. A menina cuja alma era mais antiga do que a da árvore que eu acabara de me despedir. Aproximei-me dela com passos rápidos, antes que ela resolvesse fazer parte de algum grupo em que eu não estivesse. Com aquela aura e a agitação da natureza naquele dia, ela não se daria bem. — Oi Cecília. — Ela pareceu levar um susto por eu ter "brotado" ali, mas me respondeu de forma educada. — Você deve saber que é melhor ir comigo. Tudo muda muito rápido, a mãe natureza se protege e se camufla como pode. Não dá pra ter certeza de como estão estes trajetos, mas algo me diz que é melhor você e sua aura virem comigo. Sabe, formarmos uma dupla. — E mesmo sentindo que ela não estava assim tão animada para fazer par comigo, que outra opção ela tinha? A irmã estava em outro grupo, e quase todos já tinham se agrupado também. Ela topou, com a condição de escolher a rota. — Tudo bem, se é a segunda que você quer, vai ser essa a que iremos pegar. — E naquele momento, eu senti que estávamos fadadas a grandes desafios. Mesmo que eu tenha muita experiência em andar por ali, todos sabemos que com os estímulos errados ou ações controversas, as coisas mudam. Você pode passar por uma trilha em um dia, e no dia seguinte estar tudo diferente. Eu não tinha uma vantagem, mas estava animada, a natureza é sempre um enigma gostoso. Me aproximei da mesa, passando a mão pela superfície e torcendo para a madeira sentir o meu afago, e então escolhi o frasco de Veritasserum. A verdade seria mais útil do que qualquer poção.

Com o frasco guardado em meu bolso e uma Cecília empolgadíssima do meu lado, nos posicionamos em frente ao início da nossa trilha. Peguei a varinha, por mera garantia, e antes de entrarmos de fato em nossa missão, virei-me para a minha dupla. — Só precisa de respeito. Mesmo que não entenda, mesmo que eu pareça maluca, só me garanta que vai ter respeito pelo que encontramos aí dentro. Você sabe, não convém querer ser soberba com aquilo que nos dá a vida. Cabe a eles também tirá-la. — Avisei, mesmo que ela não parecesse muito empolgada com minhas palavras. — Oh, wow, vamos lá! — Anunciei, sorridente, e assim iniciamos nossa caminhada pela rota escolhida.

GRUPO E ROTA:


MMarina Dalavia
Luca Coelho
TLC » Artista
Luca Coelho
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ARTISTA: Rosto da Mídia
Sáb 2 maio 2020 - 17:34

Mr. C.O.E.L.H.O.
bem-vindo ao fantástico mundo de luca coelho

Era muito estranho estar de volta a clareira, desde o “incidente” eu havia inventado inúmeras desculpas para faltar qualquer evento que acontecesse lá, não queria passar medo ou confusão em meu semblante, uma vez que isso me colocasse em um posto de culpado; contudo as três linhas finas esbranquiçadas que percorriam minhas costas, pareciam formigar só de estar ali, como um fio de eletricidade açoitando o meu corpo. Muita coisa também mudara em mim, não no sentido humoral, eu continuava o mesmo Luca de sempre, mas algo um tanto sobrenatural que por via das dúvidas achei melhor esconder, o fato era que as vezes meus olhos queimavam e aí tudo saia do lugar, imagens coloridas saltavam dando outra conotação, mais verdadeira, aos lugares e pessoas... era estranho e assustador.

Com olhos perdidos e imagens mnêmicas retrocedendo ao cadáver embalado para presente naquele chão de pedra, só retornei do meu torpor quando o beijo molhado pousou sobre minha têmpora. – Ah, oi... – forcei um sorrisinho para meu namorado, abraçando-lhe até perceber que o meu primo e professor encarava-nos com desaprovação, revidei o olhar como quem dissesse, mas achei melhor me separar do Vicente para não criar atritos com o Miguel.

Eu estava disperso, não havia escutado uma única palavra dita por Bianca e embora meu celular estivesse com fotografias do bestiário amazônico e do mapa, eu nem sequer havia parado para ler. Fotos tiradas com o intuito de precaução que simplesmente enxeriam a memória do smartphone e jamais seriam revisadas, quer dizer, na maioria das vezes era assim que acontecia. Fui a mesa e peguei um item que o Vicente me indicara guardando-as na mochila, juntamente com um repelente, protetor solar, um cantil térmico cilíndrico com água e um pacotinho de carne seca sem sal para uma dieta balanceada e uma toalhinha de algodão; aquele era meu kit básico de sobrevivência na selva, a priori meu lanchinho era um biscoito treloso, mas eu estava tentando mudar meus hábitos alimentares. Na mochila levava também o restinho da poção limpa ferida e o globinho vítreo.

O capitão começou a falar empolgado o que contrastava com a minha apatia nada característica, eu geralmente costumava ser mais extrovertido e menos rabugento, mas dada a situação não conseguia esconder meu humor tão bem, infelizmente eu conseguia ser muito expressivo, o que era bom para gravar vídeos, mas naquele momento talvez eu estivesse sugando toda a alegria do trio. – Orfídea, amor. Com r... – falei baixinho fitando o chão. – O nome da criatura é orfídea. – completei.

- Então sim, vamos seguir essa trilha quatro, qualquer coisa você conversa com os bichos e eu tenho a essência de murtisco, caso a gente encontre e receba uma linguada do sapo. Eu só não entendo o porquê da Bianca tá nos jogando nisso, não bastou o... – Meu tom de voz diminuiu consideravelmente, rolando os olhos para o moreno de cabelo raspado ali perto e terminando a frase para Alice e o Vicente - ...vocês sabem, o lance. – Respirei fundo e meus ombros relaxaram, tratei apenas de seguir os dois com a enorme varinha atada firmemente a presilha em minha calça.

Info:



It's the texture of your skinI wannawrap my arms around you, baby
Never let you go, ohAnd I say, oh, there's nothing like your touch
bettyleg
Helena M. Alcaide
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Medibruxa
Helena M. Alcaide
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Estudante/Artilheira
Sáb 2 maio 2020 - 17:43
Clareira de TCM (socorro) | Aula Guiada | DC/Clube de ADC feat Clube de TCM
Here we go again.
Entrar na clareira de magizoologia era algo que me deixava gelada da cabeça aos pés, em mais de uma ocasião desde o ocorrido há poucas semanas, que ainda assombrava meus pesadelos de formas diversas. Evitava aquele lugar o máximo possível desde então, e as aulas eram um tanto tortuosas de se aturar. Um flashback desagradável se formara em minha mente conforme, mais cedo, me preparava com as roupas adequadas para me aventurar em uma atividade que envolvesse defesa e combate somada a magizoo (apesar de, naquela manhã fatídica, eu não soubesse bem disso): calça do uniforme, devidamente enfiada nos coturnos, e uma jaqueta sobre a blusa da escola. A mecha de pelo de caipora firmemente trançada em meu cabelo, pois aprendera que era melhor prevenir do que remediar.  

Conforme nos aproximávamos dos professores para ouvir a explicação, tive de me obrigar a manter o rosto neutro graças à familiaridade dos detalhes com aquele dia, o que não ajudou em nada a melhorar o meu humor naquele momento — já estava perdendo um horário livre para me enfiar em uma outra situação de perigo, logo, pode imaginar que não estava feliz. Ouvi a explicação com incredulidade e revisei mentalmente a matéria das últimas semanas e, assim que a professora Bianca finalizou, movi-me para pegar um Frasco de Essência de Murtisco, com o mapa em mãos. Coloquei os itens no bolso da jaqueta, bem fechados e fui em busca das duas almas que iriam se enfiar em mais uma loucura — ainda que, desta vez, não fosse bem uma opção nossa —, comigo.

Não é surpresa que tenha escolhido fazer dupla com Emília, e Luna juntou-se a nós. A jogadora dos Jaguar era habilidosa e se aproximara bastante, principalmente depois do ocorrido na clareira, então, seria uma adição mais do que bem vinda naquele momento. Na hora de escolher a rota, troquei um olhar com Emília. Não queria enfrentar nada tão potencialmente perigoso que poderia nos matar — Vamos evitar lugares escuros e potencialmente passíveis de nos mandar para o necrotério, né? — conversamos por algum tempo sobre, discutindo a possibilidade de cada trilha e seus riscos pelo que sabíamos até então. Decidimos pela trilha de número 4.

Nos posicionamos a frente do caminho que escolhemos e, assim que Bianca soltou as faíscas vermelhas para o alto, nós três adentramos a trilha, e tentei me manter tranquila. “O que é a chuva pra quem já está molhado, não é mesmo?”.

Observação:
VULPVELOX ⛛


Sitting and watching the world going by, Is it true when we die we go up to the sky? So many things that I don't understand Put my feet in the sand when I'm walking in the sun...Walking in the sun
Mavis Orn. Bedoya
HOSPITAL MARIA DA CONCEIÇÃO » Estagiária
Mavis Orn. Bedoya
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Estudante de Saúde Bruxa
Sáb 2 maio 2020 - 17:44
artes de defesa e combateclareira de magizoologia
Parecia insano que Mavis estivesse mesmo pensando em voltar ao lugar que tinha se tornado território proibido para ela. Mas também, queria o que? Tinha sido escolha dela se meter justamente na Clareira de Magizoologia e passar por todo aquele estresse desnecessário. Um lugar em que obviamente teria aula em algum momento. — E eu espero que você entenda, que o meu amor é amor de quenga. — Se enganava que Mavis estava cantando pelo simples prazer do ato. A verdade era que se tornara muito mais cômodo encher o cérebro de letras de música para se desviar do real problema: a aula prática que teria naquele dia. Seria muito mais fácil se ela apenas esquecesse o acontecido como sempre ocorria com várias coisas que diziam respeito à vida dela. Só que uma coisa era deixar de lado problemas de adolescente, agora uma morte eram outros quinhentos. Não sentia vontade real de aparecer naquela aula. Só que por outro lado, o espírito aventureiro que habitava dentro dela dizia que não deveria em hipótese nenhuma burlar aquela classe em específico. — Melhor se arrepender do que passar vontade. — Continuou com a letra da música e então uma risada escapou pelos lábios da menina, naquele momento achava Pablo Vittar um gênio. Tendo em mente que faltava pouco tempo para que a aula tivesse início, Mavis que antes estava bem concentrada em encher o monstro que habitava o estômago dela, se direcionou ao Ybirá. Dessa vez iria preparada, não queria correr o risco de acabar indo pro saco. Logo após tomar um bom banho, vestiu o uniforme próprio da escola para as atividades de campo: calça cáqui e camisa branca. Deixando o chapéu para proteger do sol de lado, visto que o dia estava horroroso de tão nublado. E  apesar disso, por sorte o tecido da roupa não era tão pesado para fazê-la morrer de calor naquele clima abafado. Sentada na cama, vestiu as meias brancas e calçou os coturnos marrons de cano longo. Prendeu a varinha no coturno e  para finalizar, pegou uma bolsa tiracolo de dentro do armário e foi enfiando o que julgou ser necessário dentro dela: um globo vítreo, uma camisa extra e uma caixinha com três barrinhas de cereal. Também fez questão de encher um cantil de água, botando-o no suporte na lateral da bolsa.  — É, tá ótimo. — Murmurou para si mesma, passando a alça da bolsa pelo ombro e deixando o alojamento para trás.

Pela primeira vez em muito tempo, sabia que não estava atrasada. Então não se deu ao trabalho de correr em direção a aula. Andou com calma e se atentando a cada detalhe da paisagem ao redor, mesmo que já estivesse mais do que familiarizada com o ambiente. Se tinha algo que gostava de observar, era a natureza. Em um piscar de olhos, chegou até a aglomeração de alunos e quase que automaticamente buscou por Arón, Matteo e Lora naquela multidão. Sem conseguir achá-los, voltou a atenção para a professora que dera início a aula poucos minutos depois. Sim, ela deveria mesmo ficar brava com Bianca por ter levado-a até aquele lugar em horário livre, mas era só olhar pra cara da docente que Mavis se acalmava por inteiro. Não tinha como guardar rancor de um ser de expressão tão angelical. Buscou não se perder em meio às explicações da professora, coisa que não fora tão difícil apesar do histórico que a garota carregava, pois era um assunto que chamava a atenção dela. Bestiário Amazônico, se lembrava bem de ter lido o livro e se a professora iria testá-los baseados nas criaturas que continham ali, Mavis só poderia esperar que aquela aula seria uma dentre tantas que iria sair com muitas histórias pra contar. Resgatou o mapa que fora entregue a ela e o segurou sem olhar realmente, ainda atenta ao que a outra dizia. Beleza, só poderiam usar Pericullum em caso de morte. Por um momento se lembrou do ser que tinha conjurado aquele feitiço dias antes, que justamente tinha denunciado a presença deles para a Diretora em lugar que definitivamente não deveriam estar. Esperava que Ulisses estivesse ouvindo atentamente aquela instrução caso estivesse presente no local. Só se deu conta da mesa cheia de frascos de poção quando a professora chamou a atenção para a mesma. Quando é que aquilo tinha sido colocado ali? Pra falar a verdade, ela nem sequer tinha notado que Arón e Lora estavam agora, do lado dela. — Achei que as madames não iam aparecer hoje. — Lançou uma piscadela para os dois pombinhos, sorrindo de modo simpático antes de se virar para ir buscar um dos frascos. Escolheu o de Essência de Ditamno, colocando-o dentro da bolsa que carregava.

Melhor três do que um, amada. — Devolveu o sorriso debochado. Quer coisa melhor que ficar tirando sarra da própria desgraça? Não tem. — Claro que vamos nós três, você acha mesmo que eu vou me enfiar nessa mata sem o trio do pop? — Estalou a língua em sinal de reprovação. Amarraria o braço ao dos dois se fosse preciso. Naquele momento parou para olhar o mapa que tinha em mãos e num acordo mútuo com Arón e Lora, resolveram seguir a trilha número três. Pegou a varinha que estava presa ao coturno e se pôs ao lado dos companheiros, pronta para seguí-los para aquela nova aventura. — Nós que lutemos porque se depender da sorte tá todo mundo fodido e mal pago.

ADENDOS:


Última edição por Mavis Orn. Bedoya em Sáb 2 maio 2020 - 18:56, editado 1 vez(es)


NOT A MARTYR — i'm a problem; i am not a legend, i'm a fraud so keep your heart, 'cause i already got one.
Emília Martinez
COMASUL » Funcionário da seção 1
Emília Martinez
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COMASUL: Pesquisadora Responsável por Tierra Viva (Estagiária)
Sáb 2 maio 2020 - 17:54
Encontrando a morte pela segunda vez e, de novo, na Clareira de Magizoologia
Aula prática de ADC e Magizoologia - Miguel e Bianca

As semanas iam passando e Emília estava ligeiramente preocupada sobre o seu desempenho escolar, sobretudo, em Artes de Defesa e Combate. A menina mantinha a impressão que a professora, das duas uma, não ia com sua cara ou então a menina era realmente um fisco e não possuía habilidade nenhuma na matéria. Esperava de todo coração estar enganada com relação às próprias paranoias, contudo... Algo dizia-lhe que não.

Após a sua fatídica avaliação na matéria decidiu dedicar-se mais a fundo e reverter sua falta de inteligência mágica. Após o ensino dos feitiços sobre como defender-se das Caiporas a professora apresentara aos alunos o bestiário Amazônico e à medida que as aulas passavam Emília assustava-se com as criaturas que a floresta era capaz de abrigar. O Sapo Chicote era um sapão que ataca com sua língua e cauda como se fosse um chicote. “Serasse o Zorro aprendeu a utilizar o chicote com esse tipo de criatura?” Oh, deuses. Era por essas e outra que a menina era sem futuro em defesa. A Lebre Gralha além de uma bocona capaz de caber uma Emília todinha lá dentro tinha, ainda, uma onda supersônica capaz de ensurdecer até os tímpanos mais resistentes. O Chupa-Cabra era um ser de outro mundo e no dia que estudou sobre tal criatura só conseguia imaginar que se sua vida dependesse de enfrentar algo assim, preferiria morrer. A COMASUL os classifica com a mais alta periculosidade, mas, a Martinez tinha certeza que se pudesse acrescentaria mais Xs nessas classificações. O Gato de Fogo é diferente dos gatinhos que a menina conhece, bem diferente mesmo. Os gatinhos que podem ser abrigados em casa não soltam fogo por aí. Na última aula teórica a goleira aprendeu sobre as Orfídias e tinha certeza que o que tinham de bonitas tinham de venenosa e, aparentemente, só conseguia viver em harmonia com os Sapos. Que casamento infeliz! Ou talvez, muito feliz, vai saber...

Ao fim de cada aula a menina só conseguia produzir notas mentais sobre: nunca enfrentar determinada criatura. Mas aparentemente, Bianca não estava afim de colaborar com a paz de espirito da Carcará. Pois, quando pretendia revisar toda matéria até ali, observa no Mural escolar que Miguel e Bianca fariam uma aula prática e conjunta.
Os olhos de Emília percorreram o comunicado em busca do local daquela aula, pós almoço e simplesmente empalideceu. “Ai, minha pressão!”, pensou ao perceber que a informação, de forma cristalina como água, dizia que a aula conjunta ocorreria na Clareira de Magizoologia.
— Puta que pariu. — Sua insatisfação em forma de palavrão saiu mais alto que a menina gostaria, mas, a revolta de Emília tinha um motivo. Na verdade, a goleira estava traumatizada depois de alguns acontecimentos tenebrosos e recentes que tinham à clareira de palco. Depois de um instante de pensamentos conflitantes entre ir e não ir lembrou que não tinha muitas opções. Então, a contragosto, trocou a roupa colocando calças e um coturno e pegou sua mochila.


&


Da última vez que estivera ali choveu sacis e doze alunos encontraram um corpo inerte. Lembrar disso ainda causava-lhe arrepios. Por isso, a cara da menina não era das melhores. Alguns alunos estavam já estava ali e alguns faziam parte do clube dos doze. Pelo visto, Emília não era a única que se sentia totalmente desconfortável.

Logo, Bianca e Miguel começaram a explicar sobre a dinâmica da aula, ou como Emília pensara, da morte de todos ali. A mente da Martinez só conseguia pensar que os professores haviam enlouquecido. “Em que mundo eles estiveram nas últimas semanas?” Ali, exatamente onde estavam a poucos dias atrás havia um corpo e um cenário caótico. Mas, eles pareciam não se importar com esse fato. Miguel, até sorria. “Professor, o senhor era meu crush, mas después de hoy, no más!”

Bianca explica o exercício aponta para eles o mata e diz que os alunos precisavam escolher uma rota. A mente de Emília só conhecia pensar que se desistisse seria o seu fim na matéria. Assim, juntou-se com Luna e Helena. A primeira virara uma grande amiga e a segunda era sua amiga de alma, então, era natural enfrentar risco com elas, por mais que aquela aula, na mente frutífera de Emília, era loucura. Foi Luna que verbalizou seus pensamentos, mas, percebeu que Bianca estava atenta e acabou cutucando à outra. — Shiu... Eles estão doidos, melhor não afrontar.

Foi o que consegui dizer, pois depois as três tiveram coisas importantes para decidir: o caminho e que itens levar. Após algumas considerações sobre as criaturas estudadas decidimos pela rota número 4. Como Luna havia pego o frasco de antidoto especial, Emms achou melhor garantir um item a mais e pegou o FRASCO DE ESSÊNCIA DE DITAMNO.
— Espero que dê bom. Não aguento mais enfrentar a morte nesse lugar. — Essa última parte falou mais baixo, para que apenas as meninas pudessem ouvir. Os acontecimentos mortíferos nessa clareira ainda eram recentes e não queria se incriminar por falar demais. Aguardou a liberação da professora e quando essa foi dada entrou com as meninas na floresta.


itens:



+ Luna + Helena   
by emme
Aleph da Costa Margerizzi
CASTELOBRUXO » Aluno
Aleph da Costa Margerizzi
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Sáb 2 maio 2020 - 17:56
Many claim of things
but no one's
Seen you kill
Como um lobisomem estaria na sexta-feira de manhã, Aleph ao menos, se encontrava como quem não dormira na noite anterior. Como quem carregara o peso de ser uma criatura bípede com quase dois metros de altura e o dobro do peso que o garoto tinha. O peso de não se recordar sobre o que havia feito dentro da mata também era real, mas sentia que sangue havia sido derramado, seja de algum animal comum ou alguma outra coisa predada pelo monstro. As orelhas do rapaz pareciam ligeiramente mais agudas, se encontrava um pouco mais magro e a sua pele pálida o tornava com o aspecto adoecido. Outros dos pesos que um lobisomem carrega em uma sexta-feira. Aleph apareceu na aula por pura obrigação, e entre os alunos ele se manteve de pé, apenas focando no que a professora tinha a dizer, talvez como um zumbi parado ao relento. Sua percepção estava tão baixa que o menino não percebeu seu amigo Felipe Noriega se aproximar com uma pergunta bastante sugestiva, como lhe era de costume. -- Parece que nós vamos ser obrigados a isto. - Pois bem, ele não a muito havia saído da mata, e aparentemente teria que adentrar novamente. Noriega por sorte parecia ter iniciativa e liderança, escolhendo o caminho quatro para seguir de uma maneira estratégica. -- Até a noite? - Era a única coisa que o pobre Aleph conseguia pensar, aquilo iria demorar e exigir esforço, e ele já começaria sem muita energia. Pensando um pouco melhor com racionalidade, o menino logo se pronunciou. -- Olha, talvez seja melhor para você que eu não vá. - Uma séria realidade, mas que logo foi negada por Noriega, que faria questão de levar Aleph consigo. Aceitando que não mudaria a opinião do amigo, Aleph apanhou um mapa disponível para cada aluno, também apanhando consigo um frasco de essência de Murtisco, poção que era bem útil em situações para cura média e talvez ele fosse precisar muito daquilo. Preferiu não derrubar a empolgação do amigo com a possível resposta que daria, apenas o seguindo como um fiel escudeiro.

Adendos:


— Wrong Side Of Heaven ...
I spoke to God today, and she said that she's ashamed. What have I become, what have I done? I spoke to the devil today, and he swears he's not to Blame and I understood, cause I feel the same.
Alice Bissoli Pegoretti
CASTELOBRUXO » Coordenadora
Alice Bissoli Pegoretti
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Ocupação :
CASTELOBRUXO: Coordenadora da escola
Sáb 2 maio 2020 - 17:57
— Eu ainda não tô crendo que trouxeram a gente para cá de novo. Espero que essa aula não seja nada demais.— comentei, o mais baixo possível, ficando ainda mais próxima de Luca para que só ele ouvisse meu comentário e nenhum dos dois docentes me olhasse torto. Mas, era quase óbvio que eu estava enganada. Até parece que levariam a gente para a Clareira de Magizoologia, com aquele tanto de apetrecho em cima de uma mesa, à troco de nada. Eu só não esperava que o “nada” fosse tão perigoso. — Algum risco? Risco de morte? Ela ‘tá zoando com a nossa cara, ‘né??!— soltei para Luca e Vicente, que havia se juntado a nós pouco antes da professora começar a falar.

Aliás, Coelhinho e Dora eram, realmente, o casal mais fofo da escola, mas (por mais egoísta e recalcada que eu possa parecer) sim, às vezes estar perto dos dois me deixava toda coisada (para não dizer ‘com inveja’), de forma que eu havia apenas dado um sorriso em cumprimento ao jogador de quadribol, meio deslocada após ele puxar Luca de perto de mim. A sorte foi que a professor logo começou a falar e talvez nenhum dos dois tenha percebido. Sim, eu estava um pouco mais próxima do Coelho depois daquela cena na Clareira cerca de um mês atrás, e era exatamente por isso que, ao ouvir as frases “sua vida corre risco” e “nós vamos até você”, havia entrado em estado de choque. Porra, sério? Depois do que a gente tinha passado? Depois de Luca quase morrer... Calma. Ninguém além da gente sabia, e nem deviam saber. Traduzindo: a gente que lute, não é mesmo?

A professora Torres mostrava-se um tanto mais rígida que de costume, então tentei analisar o professor Barni, e observando certa tensão neste, gelei ainda mais. Mas podia ser simplesmente por ser a primeira vez que voltávamos a usar a clareira depois do acidente, ‘né? Tentei controlar minha respiração e focar no que a professora continuava a explicar, para que assim a ansiedade gerada em mim acalmasse um pouco e meu cabelo saísse daquele tom de roxo médio, acabando em um azul, o qual eu chamava de azul do vamo ver, também conhecido como determinação. Analisei aquele mapa que flutuara até minhas mãos, tentando lembrar todas as informações sobre criaturas que havíamos estudado nos livros do Bestiário Amazônico. Mas tinha coisa errada ali. As imagens das trilhas eram explicativas demais. Não devia ser um desafio? Um encontro surpresa com sei lá eu o quê?

Parei de analisar a folha quando ouvi “grupos de no máximo três alunos”, logo encarando os dois pombinhos com uma cara de “nem adianta ir sem mim. Podia até segurar vela para os dois, mas de forma alguma iria sozinha para aquelas trilhas (e, devo admitir, também não queria que Luca se enfiasse na mata sem que eu estivesse junto sabendo de tudo que estava acontecendo com meu magricela favorito, mas isso ele não precisava saber). — Olha.. assim parece muito fácil. Quer dizer, fácil de descobrir a criatura que vai ter ali... As criaturas que estudamos não habitam os terrenos do castelo, o que quer dizer que foram colocadas aqui. Ou seja, podem estar em qualquer trilha. E pode ter mais de uma, afinal, vai entrar grupo por grupo, se for para ter bicho, tem que ter para todos, acho. — divaguei um pouco, mas fazia sentido o que eu estava falando, não fazia?

Ouvi mais das instruções do Ventura, um típico capitão, realmente, e embora concordasse com as escolhas dos itens a serem escolhidos, algo ainda me cutucava, avisando que não era bem aquilo que a gente iria encontrar. Eu esperava que minhas intuições estivessem erradas, mesmo. Olhei ao redor e as primeiras pessoas começavam a entrar, e em trilhas que não eram apenas a quarta. Seria aquilo um sinal que mais gente havia pensado como eu? Ou simplesmente não haviam lido o bestiário e não faziam ideia de onde as criaturas poderiam estar? De qualquer forma, o casalzinho já havia concordado sobre a trilha, e um voto não ganha de dois. Que fossemos de trilha quatro então, pois sozinha eu não faria aula nenhuma. Simplesmente peguei o Frasco de Essência de Ditamno, na esperança de que tivéssemos preparo suficiente para qualquer incidente, e então segui os meninos para a entrada da trilha quatro com a varinha na mão direita enquanto a esquerda tateava o sininho guardado em meu bolso.

Obs.:

© yuno of tcb & cttw


Última edição por Alice Bissoli Pegoretti em Sáb 2 maio 2020 - 18:01, editado 1 vez(es)



Goretti
I always say what I'm feeling, I was born without a zip on my mouth! Sometimes I don't even mean it... It takes a little while to figure me out.
Yeah
Cecília Bedoya Fialho
COMASUL » Funcionário da seção 2
Cecília Bedoya Fialho
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100
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-
Sáb 2 maio 2020 - 18:00

Artes de Defesa e combate
Cecília era a típica aluna modelo que não faltava a nenhuma aula sequer. E por esse motivo, mesmo que o dia em questão fosse uma sexta-feira, não se incomodou nenhum pouquinho por ter o horário preenchido com uma aula prática na clareira de Magizoologia. Na verdade, para alguém que era séria demais, Cecília carregava um sorriso animado nos lábios. Tinha passado a manhã empenhada em revisar a matéria referente aquela aula, a sede por conhecimento a fizera decorar todo o Bestiário Amazônico. E agora, ela precisava mostrar que também era boa no cara a cara. Logo após o almoço, voltou para o alojamento a fim de se preparar para tal atividade. Vestiu o uniforme da escola próprio para atividades em campo, optando por usar o short ao invés da calça cáqui, pois era o tipo de pessoa que gostava de liberdade para se locomover. Mesmo que dentro do mato. Vestiu a blusa branca padrão, as meias e amarrou os coturnos de cano longo. Resgatou a mochila que habitualmente usava para carregar livros e retirou tudo de dentro, a arrumando novamente com uma garrafinha térmica de água, capa de chuva e duas maçãs. Tendo arrumado tudo, pegou a varinha e a posicionou no cós do short que usava, colocou a mochila nas costas, deixou o Ybirá para trás e seguiu o caminho da Clareira.

Chegara bem na hora que a professora deu início às instruções. E Cecília fez questão de ouvir cada uma com toda a calmaria que habitava dentro dela. Quem a observava de fora poderia até dizer que a garota carregava uma expressão determinada em seu rosto, estava pronta para enfrentar o que quer que aquela aula a proporcionasse. Os olhos focaram a mesa cheia de frascos de poções e a garota se pegou pensando no que poderia levar para aquela aula em específico. Até que ouviu a voz de alguém a cumprimentando de tal forma que a menina quase deu um pulo por conta do susto. E claro que só poderia ser a mais maluquinha dentre as maluquinhas daquela escola. — Olá, Malvina. — Cumprimentou de forma breve. Não sabia o que a outra queria, mas não estava muito a fim de dar ouvidos também. Tinha convivido tempo o bastante para saber que nenhuma ideia normal sairia dali. E Cecília não queria se meter em mais problemas. Pegou o mapa disponibilizado pela professora e se contentou em prestar atenção no que continha nele. Esperava que assim Malvina fosse embora, mas a garota parecia determinada se juntar a Cecília naquela aula de qualquer forma, fato confirmado pela própria que desatou a falar como se Cecí precisasse da companhia dela. Como quem se lembrava de algo, a argentina voltou os olhos para a gêmea que não estava muito longe dali, cercada pelos seres de sempre: Mavis e Arón. Apesar de já ter aceitado que a cópia tinha o próprio círculo de amigos, ser lembrada daquilo naquele momento ao se dar conta de que talvez só tivesse Malvina como uma companhia para aquela aula, doía de outra forma.

Tudo bem, nós vamos juntas se você me deixar escolher a rota. — Propôs, por um momento praguejando a si mesma por estar se deixando levar pelos impulsos idiotas de não querer ficar sozinha naquele momento. Sentia vontade de brigar com Malvina por de certa forma ter provocado aquele sentimento nela, estava muito bem antes dela aparecer, nem sequer lembrava que estava prestes a embarcar naquela atividade completamente sozinha. Talvez uma ideia mais maluca do que aceitar a companhia da própria personificação de loucura. Só que pelo contrário, continuou impassível como sempre fora. — Acho que a rota dois é a melhor escolha para nós duas. — Sugeriu e assim que a outra concordou, Cecí se encaminhou para a mesa com os frascos. Pegou o de Antídoto Especial, guardando o mesmo na mochila rapidamente. Não muito tempo depois voltou para o lado de Malvina e ambas se posicionaram a frente da trilha que haviam escolhido. Dupla improvável, aos olhos de Cecília. Não sabia o que esperar daquilo, mas estava ansiosa pelo que viria. — Eu tenho respeito, Malvina. — Falou por fim, concordando com as loucuras da menina. Não era ela que iria contestar, nem de longe. E junto da garota sorridente, Cecília seguiu para a trilha.


ADENDOS:
Queen
when: friday
with: malvina
where: clareira de magizoologia




Última edição por Cecília Bedoya Fialho em Sáb 2 maio 2020 - 18:23, editado 3 vez(es)


Cecí

her lips are like the galaxy's edge.
Nico Romeo García
JAGUAR » Artilheiro
Nico Romeo García
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Sáb 2 maio 2020 - 18:00
CLAREIRA? DE NOVO?
Os dias decorreram tranquilamente após o ‘’leve’’ incidente na clareira. Chegava até a ser engraçado a forma como todos pareciam tratar aquilo como rotineiro, pois quando passava pelos rostos reconhecidos eles aparentavam uma estranha normalidade, até mesmo um pouco de leveza como se a batalha tivesse dado oportunidade para que externassem a ansiedade, a raiva e até mesmo o medo que sentiam por dentro. Aquilo fazia sentido? Talvez não. Porém, o que seria fazer sentido em um mundo mágico? Em meio a pensamentos deixei que meus pés guiassem o caminho na saída do dormitório. Naquela sexta deveríamos ter um horário vago que era muito bem utilizado por mim para cochilar, mas haviam decidido que a hora da soneca serviria para um propósito melhor do que aquilo. Iríamos ter uma aula prática no mesmo local da famigerada cena do crime que – talvez – tenhamos estragado no meio da confusão com os sacis. Por esse motivo, enquanto percorria os corredores já estava com as vestes apropriadas para o momento. Sempre achei que o uniforme de atividades práticas caía bem no corpo, não sendo diferente naquele instante. O mesmo estava bem acompanhado por grossas botas que impediriam a lama de entrar nos pés, juntamente de uma mochila apoiada na lateral do corpo que continha uma garrafa d’água e minha varinha, assim como as poções que peguei da última vez que estive no local. Trazia comigo algumas anotações largadas que poderiam fazer diferença, mesmo eu sabendo que as de Lorena estariam bem mais legíveis e organizadas.

Quando me aproximei da clareira a primeira coisa que fiz foi esticar o pescoço para tentar localizar Lorena e Mavis, mas não consegui destacar suas figuras no meio da multidão. Era um pouco engraçado ver os que estiveram presentes na confusão todos reunidos ali novamente. No lugar do cadáver envolto em um saco preto, os alunos estavam ao redor de uma mesa que continha diversos itens. Supus que precisaríamos escolher alguns antes de seguir com a tarefa. Em meio a fala de Bianca senti minha mão ser envolvida por outra pequena e já conhecida porque pareciam se encaixar perfeitamente. Não precisei desviar o olhar da explicação para saber que Lora estava ali e que iríamos entrar juntos naquela mata.

Quando nos aproximamos da mesa para escolher os itens, Mavis se fez presente completando assim o famigerado trio. — Podem ter certeza de que eu não escolheria outras pessoas se não vocês. – Respondi, concordando. Escolhi o frasco de essência de murtisco e o coloquei dentro da mochila, retirando em seguida minha varinha onde segurei firme antes de adentrarmos no caminho escolhido por Lora. — Podemos até estar fodidos agora, mas não topando com mais nenhum cadáver eu fico tranquilo. – Falei com tom de voz baixo apenas para as outras duas escutarem.

Spoiler:

Marjory Hellen Brachmann
CASTELOBRUXO » Aluna
Marjory Hellen Brachmann
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Sáb 2 maio 2020 - 20:17

Aula Guiada
A Arte de morrer jovem!


— Eu estou destruída. – Confessei esfregando a barriga cheia de feijão. — Acho que nunca comi tanto quanto hoje. – Tentei não pensar no quanto de regime precisaria para perder as calorias ganhas.

Todo ano era a mesma coisa, comia feito uma louca desvairada e passava as férias tentando recuperar a forma.

Eu amava o meu “país” chamado “Paris”. Lá além da torre Eiffel, tínhamos comidas de nomes complicados e gostos exóticos. Todavia, nada conseguia ultrapassar o gosto e maravilhas das culinárias brasileiras. Eu havia aprovado algumas desde a mineiras, baianas e nordestinas, e quase todas haviam me dado peso na consciência após me fartar. Por fora eu era uma lady refinada, por dentro um trato que só não lambia os pratos porque havia recebido educação suficiente para isso.

— Está quase na hora da aula de artes de defesa e combate. – Sussurrou Rebeca ao meu lado com a barriga de uma gestante de segundo trimestre. — Preciso de forças!

— Achei uma tremenda sacanagem a Bianca nos tirar um dia de folga.
– Confessei fitando o céu nublado. — Quando falei que aquela semana sem deveres extras seria cobrada depois, ninguém me deu ouvidos. Todos falaram que eu estava sendo paranoica e pensava aquilo só porque eu era interesseira. – Respirei fundo me colocando de pé. — Ninguém é bonzinho gratuitamente e todo o tempo. – Concluí com convicção.

De bondade e maldade eu entendia bastante, visto que caminhava entre uma linha bamba de ambas. Sempre agi conforme os meus interesses, não pensando nas consequências ou em quem iria quebrar a perna no final. A vida é uma eterna disputa, para que alguns vençam, precisam-se haver perdedores.

E quase nunca faço parte do grupo que perde.

— Vamos para a aula, oh grávida do Amazonas.
– Brinquei oferecendo as mãos para Rebeca e a puxando. — Agora vai acreditando naquele sorrisinho falso da Bianca. Sorrisos bondosos até os demônios possuem igual.

— Está falando por experiência própria?
– Indagou Rebeca. Não respondi, apenas joguei meus lindos cabelos cacheados para trás e partimos seguindo a trilha até a clareira de magizoologia.

Não fui a única a estranhar que Bianca e Miguel estavam com cara de sádicos. E nem tampouco a presença de ambos juntos. Claro, depois dos acontecimentos no início do ano nada era novidade naquele castelo. As pessoas ainda se lembravam dos ocorridos e alguns ainda choravam as perdas.

— Falsa. – Cochichei ao ouvir as primeiras palavras de Bianca. Somente Rebeca e alguns alunos próximos ouviram, mas não havia dito aquilo para esconder. Um professor que marca uma aula em uma folga de sexta-feira no mínimo estava enfrentando problemas na vida amorosa. — Isso é falta de balançar o berimbau. – Rebeca soltou um riso nada discreto ao ouvir aquilo.

Ao balançar de sua varinha folhas de papeis vieram ao encontro de cada aluno. Quando abri percebi ser um mapa que possuía alguns caminhos, entre os quais todos se davam pela floresta. Os professores deveriam estar loucos por propor aquele tipo de aula prática, principalmente depois de mortes anteriores.

Eu queria muito protestar e escapar daquela maluquice o mais rápido possível, mas esperei alguém manifestar indignação primeiro, porque assim eu não passaria uma mensagem de ser frouxa e medrosa. E a cada segundo que ninguém fazia aquilo que eu queria, o meu coração saltitava.

Observei Rebeca se afastando de mim e grudando em outro grupo, afinal a tarefa de sobrevivência se daria por conhecimento em práticas mágicas, estratégia e coragem. E todos sabem que tenho as roupas mais descoladas, as dicas mais quentes de maquiagem e esmaltes. Sei aconselhar sobre cabelos e dicas universais de moda, mas como bruxa nunca me destaquei em nada.

O meu sucesso sempre havia sido colocar outros para fazerem o meu trabalho sujo e ficar de longe apenas dando pitaco.

— Traidora. – Gesticulei os lábios na direção de Rebeca para que ela lesse aquilo perfeitamente. — Vai ter volta, cachorra. – Ameacei.

O fato era que eu estava sozinha ali, todos se apegando aos seus amigos. Conforme as dicas foram sendo passadas, percebi que eu tinha dois caminhos a seguir: O primeiro seria desistir e fingir uma dor de barriga, de cabeça ou até mesmo um desmaio (sou ótima fingindo desmaio, pergunte a minha irmã). E, o segundo seria reunir o máximo de coragem possível e passar no mínimo dez minutos naquela floresta antes de soltar faíscas pelo céu por ter encontrado uma cobra ou até coisas piores.

Cheia de coragem me aproximei da mesa para escolher o meu único item extra. No entanto, antes que eu pudesse tocar no objeto me vi próxima de dois rapazes. E uma luz brilhou na minha mente. Eu não entraria sozinha, só precisaria mostrar quanto assustada e frágil eu estava sendo ali e com um pouco de sorte seria chamada.

Eles pareciam conectados, amigos. Senti-me mal no início por tentar me aproximar de um grupo apenas por interesse, mas então me lembrei que em toda minha vida sempre fui interesseira e jamais senti culpa. Porque sentiria naquele momento? Ainda assim peguei o único objeto ali que meus dedos conseguiram tocar. E sem ao menos disfarçar comecei a segui-lo, observando sem vontade própria a bunda de ambos.

— Com licença. – Falei me posicionando olhando diretamente para ambos. — Eu não tenho grupo. – Admiti. — Será que eu poderia fazer a tarefa com vocês? – Tentei o máximo que pude controlar a minha tremedeira nas mãos. Jamais gostaria de ser jogada fora porque a aparência não passava confiança. — Prometo ajudar no que me for possível.

Me coloquei ao lado do rapaz de olhos claros.

— Eu me chamo Marjory Brachmann. – Me apresentei. — Eu sou aluna do quarto ano. – Por algum motivo o de traços espanhóis e nem o seu companheiro me pareciam estranhos. Mantive-me quieta sem atrapalhar a conclusão de ambos sobre qual caminho seguir. — Eles podem nos colocar em perigo desse jeito? – Me referi a Bianca e Miguel. — É uma tarefa bastante perigosa.

E assim soube que o caminho que pegaríamos seria o quatro.

— Eu trouxe isso...
– Mostrou a poção que havia pego segundos antes de entrar na floresta. — Não me lembro com exatidão todas as suas funções, mas acho que poderá ajudar. – Falei sendo sincera. — Rapazes, se eu correr fugindo não liguem, eu geralmente não sou muito boa com aventuras noturnas no meio do mato.


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Je peux me perdre pour te trouver
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Leonard Richter Brachmann
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Sáb 2 maio 2020 - 23:53

Aula Guiada
Eu não me sentia bem. Não era o meu primeiro dia de aula e mesmo assim senti um nervosismo tremendo, sabe?  Ninguém nunca diz o quão é perigoso mexer com feitiços, pode dar errado e matar alguém ou simplesmente pode ocorrer erros e você pode se matar com isso. Por pertencer ao sexto ano muitos dizem que já é necessário saber sobre muitas coisas, sendo está uma matéria bem notável, mas sempre foi o meu ponto fraco, tá ligado? E saber que posso ser alvo de piadas me deixa ainda mais nervoso – Bom dia... Bocejei fortemente juntamente com uma vontade enorme de pular no pescoço de ambos os professores.

- Hmm, show...  Disse baixinho ao ouvir a pequena desculpa, mas interiormente eu estava xingando muito os dois, entretanto fui extremamente falso e mantive um sorrindo simpático.  A pequena falatória já havia começado e eu não havia nem bocejado ainda, minhas pupilas ainda decaiam e eu pude sentir que estava ficando cada vez mais sonolento.

Mas num pulo e eu não acreditei muito bem no que estava ouvindo, deixar alunos numa floresta? Tá beleza, somos de um ano avançado, seria mais loucura se fossemos de anos anteriores, mas como o meu convívio social com os outros alunos é totalmente péssima, previ que iria sozinho neste largados e... Despreparados.  

Eu ouvia muito blá blá blá, mas ao mesmo tempo não negava em escutar algumas partes que eu condizia ser importante, um mapa, escolher um caminho e não morrer nele. Ah e não esquecendo do mais importante, utilizar o feitiço Periculum caso perca um membro. Mas isso resultaria na reprovação, ou seja, passe ou se foda. Permaneci aguardando, olhando o mapa enquanto observava a pressa dos outros alunos em formar duplas e trios, eu apenas fiquei ali aguardando o inicio de tudo, forçando uma masculinidade que nem mesmo eu poderei manter dentro da floresta, mas é tudo o que eu posso fazer sem ter que implorar por uma companhia. – É isso, eu vou sozinho. Disse em um tom moderado. Alguns alunos viraram a cara, outros me olhavam como se eu fosse um extraterrestre e a minoria tentava falar algo, mas eu nem mesmo dei a chance de faze-los perder tempo tentando me convencer de juntar-me a eles. A minha temperatura corporal estava normal, minhas vestimentas não tão adequadas para a situação e sapatos que provavelmente vão me incomodar bastante no meio de tanto mato. Podendo haver cobras, aranhas e bichos extremamente perigoso e o mais chato de tudo, mágicos. Dá para se lidar com bichinhos pequenos que são tão idiotas quanto uma lagartixa mais quando possuem dons especiais, meu anjo, a única solução é correr. - Então é isso... Se eu for na rota 4 poderei encontrar aquele tal de Sapo chicotissinho. Entre muitos, esse seria o mais fácil de se lidar, mas com o meu nível de experiência eu iria me ferrar muito com qualquer um deles. Revirei os meus olhos e então lembrei de algo que fez a minha pele arrepiar. - Eu não sou tão bom assim, mas me recordo de algo sombrio, são tantas criaturas que vivem em meio a floresta, algo escondido sabe? Eu sussurava cada vez mais, andava de um lado para o outro, tentando manter a postura correta e tentei focar no assunto. - Aquele bicho perigoso para um caralho, é impossível eu encontrar um desses aqui, seria como uma falta de sorte extremamente enorme, até mesmo os professores teriam dificuldade em abate-lo, na verdade é bem capaz dos dois morrerem se tentassem enfrentar aquilo. Continuei a passear para lá e para cá, tentando lembrar sobre mais coisas. - Eu só consigo lembrar disso, acho que a culpa é totalmente minha porquê no dia em questão eu tava olhando pro... E ele ta aqui... Disse eu, me virando para olhar o crush pela última vez, porquê vai saber o meu destino depois de adentrar a essa floresta.

Por fim a observação se tornou parte do meu ser e verificar os movimentos e trejeitos de outros alunos me fizeram ter uma capacidade extra de não errar na escolha da poção a ser levada. Esse é o melhor método para se aprender quando se é um aluno distraído e isto resumia perfeitamente a minha pessoa. Claramente a professora me lançou um olhar de ‘esse ai tá trilouco’. Até então eu sentia um grande incomodo em ser notado, pelo menos uma vez na vida. Ela não estava ali para brincadeiras, muito menos eu. – Quer saber? Foda-se, isso nem deve ser tão perigoso. E com uma audacia enfiada a força, me forcei a ir pelo caminho que menos queria ir. Minhas glândulas sudoríparas já trabalhavam a todo o vapor para me fazer sentir um cheiro um tanto desagradável, mas quem liga? Eu to sozinho nessa merda mesmo.



® Credits to Lux


Rota e Poção:


Leonard Brachmann
Let’s make the best scene they’ve ever seen.
Bianca Torres
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Bianca Torres
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Dom 3 maio 2020 - 1:49
SEGUNDA AULA

Capítulo Dois: Perdidos na Floresta | PARA TODOS

Assim que faíscas vermelhas jorraram da varinha da docente, os grupos de alunos começaram a se deslocar, pelas trilhas, floresta adentro. Havia uma breve pausa entre um grupo e outro, para que os alunos não conseguissem ajuda de qualquer um que não fosse de sua equipe pre-definida. Aos poucos, a clareira se esvaziou e Bianca, sem dizer uma palavra sequer, fez a mesa de madeira desaparecer. — O que? Eu tenho tudo sob controle. — Disse, a loira, em resposta ao olhar de repreensão do amigo na clareira. Uma verdadeira mentira. Se tivesse tudo sob controle, por que precisaria da ajuda de Miguel para supervisionar os alunos?

O linguista era uma linha direta com os animais da floresta, então quando houvesse a mínima movimentação estranha ocorresse, os pássaros avisariam a dona branca de neve para que ambos pudessem se mobilizar a favor dos alunos. Além disso, as habilidades do docente foram extremamente necessárias para convencer a única Lebre Gralha deixar seu ninho para participar da aula. E, por algum motivo, Bianca parecia prezar mais pela segurança desta criatura em particular do que pela dos próprios alunos.

Miguel cuida das rotas de número um de dois, enquanto Torres supervisionaria as demais. Ainda havia tempo para cancelar o exercício, principalmente porque muitos alunos escolheram a rota quatro — talvez, a mais perigosa —, mas Bianca estava irredutível. Não voltaria atrás em sua decisão. Era para o bem dos alunos, não era?

Luca, Vicente e Alice: O trio escolheu bem os itens para a trilha desejada pois, ali, só encontrariam Sapos Chicote e Orfídias. Ambas as espécies eram venenosas, por isso, valia a pena tomar posse de um frasco de antídoto especial, só para o caso de serem atacados. É como dizem: peque pelo excesso, nunca pela falta. Vicente, que pareceu tomar a frente na escolha da rota, acabou não analisando o mapa bem o suficiente. De certo, escolheu uma rota clara e com fontes de água, mas esqueceu de analisar o tamanho do percurso que deviam fazer para chegar ao ponto de encontro. A quarta rota era a maior de todas, não havia a mínima possibilidade de conseguirem completar a tarefa antes do anoitecer, e, bem, é aí que mora o perigo.

Caminharam por cerca de uma hora até começarem a perceber certa mudança na paisagem. Entre as árvores começaram a observar a presença de flores aparentemente comuns e, acada passo, a paisagem se enchia com e mais. Belas e perigosas, tratava-se de Orfídias e isso foi notado por Vicente e Alice, únicos dois integrantes do trio que seguiam atentos a tudo o que acontecia ao redor. Luca, por outro lado, estava debilitado e desatento a seus arredores; por esse motivo, o trio teve que parar para descansar.

Não havia outro espaço para descanso senão entre as Orfídias que ostentavam suas cabeças cheias de pétalas entre todas as árvores da trilha. Olhando para cima, era possível ver criaturinhas verdes, com brilhos vermelhos em suas testas, trepadas nas árvores. Todo cuidado era pouco. A sorte, claramente, não estava a favor do trio. Assim que Luca sentou-se escorado na copa de uma das grandes árvores dali, um silvo alto se fez ouvido e todos se assustaram com a criatura esticando-se na direção de Coelho para em uma clara defesa. O primeiro ataque havia partido do garoto quando se sentou sobre o corpo da Orfídia que encontrava-se enterrado ali.

TIME 1:

Felipe, Aleph e Marjory: A dupla de garotos, também, escolheu a trilha de número quatro. Outra equipe que não prestou atenção no tamanho da trilha a ser seguida e só conseguiriam chegar ao destino final noite e, quem sabem, sofreriam ataques de criaturas noturnas dentro da floresta? Sorte a deles, Bianca mantinha-se vigiando tudo o que acontecia ali. Quando o grupo dois dois alunos já estava entrando na rota escolhida, Marjory se apressou para juntar-se a eles e acabou tropeçando e torcendo o pé esquerdo com sua poção nas mãos; por má sorte, o frasco estava mau arrolhado e parte dela derramou quando a rolha voou alguns metros a sua frente.

Quando a paisagem mudou e começou a mostrar as belas flores, mais conhecidas como Orfídias, o grupo continuou em frente, apesar do licantropo estar visivelmente debilitado. Talvez fosse melhor se ele desistisse da prova, mas isso poderia significar a sua reprovação, então, melhor não.  Após cerca de duas horas caminhando, se depararam com algumas criaturinhas verdes mortas por entre as árvores. Algo, ou alguém, havia passado ali e estraçalhado um grupo de seus Sapos Chicotes, deixando apenas os restos de seus corpos jogados ao chão.

A mente de Aleph pareceu estremecer e imagens mal focadas da noite anterior se tornaram visíveis. Como se os flashes de lembranças não fossem suficientes para a tortura do garoto, o forte meu cheiro dos dois garotos do grupo acabou atraindo mais Sapos Chicote e julgar pelos altos estalos que se tornaram audíveis no alto das árvores ao redor, não eram poucos. Enquanto olhavam os cadáveres estraçalhados no chão, as línguas de três Sapos Chicote esticaram-se na direção de Aleph, ao passo que a Orfídia mais próxima de Felipe deslizou seu longo corpo para fora da terra e dobrou-se para um bote na panturrilha do moreno.

TIME 2:

Luna, Helena e Emília: As três garotas ainda não pareciam entender muito bem o por quê daquele exercício, se não matar a todos. Seguiram pela trilha 4 por consenso, e carregaram consigo três itens diferentes que seriam muito úteis caso tivessem que lidar apenas com as criaturas as quais pensaram que enfrentariam, a julgar a aparência do mapa e os habitats das mesmas.

Luna parecia extremamente deslumbrada por estar na floresta mais uma vez, tão perdida em seus próprios pensamentos que chegava a ignorar muitas das coisas que suas companheiras de equipe diziam. Nos primeiros trinta minutos de trilha, as garotas se depararam com uma área mais clara ao lado esquerdo da trilha. Julgando que seria uma boa ideia caminhar pelas partes mais claras, sem perder-se da trilha principal, a mãe d'Oro disparou na frente esperando ser seguida pelas duas companheiras de equipe.

Na parte clara, haviam flores de diversas espécies e, camufladas entre elas, as Orfídias. Enquanto Helena e Emília pareciam mais tensas em estar tão próximas de um campo de flores, Luna mostrava-se feliz e calma. Calma até demais, mas isso não durou por muito tempo. Ao parar em frente a uma bela flor branca que seria um ótimo adorno de cabelo, a menina deslumbrada levou a mão em direção a mesma; foi quando a bela flor ganhou olhos e boca, saindo da camuflagem e revelando-se uma serpente pronta para dar um bote na mão da jovem. Do outro lado, mais afastada, outra Orfídia deslizou, sorrateira, na direção de Helena e tentou enroscar-se nas pernas da aluna desprevenida.

TIME 3:

Lorena, Mavis e Aron: Um dos únicos grupos de alunos que decidiram rumar pela rota de número três. Ou eram os alunos mais corajosos do exercício, ou nem sequer haviam estudado os diferentes habitats das criaturas do bestiário amazônico. Estava claro que, mesmo durante o dia, naquela rota seriam encontrados um ou mais chupa-cabras. Era a mais escura, como mostrada no mapa, não havia dúvidas. O sol escondido entre as nuvens cinzas de um céu nublado só servia de maior apoio para as criaturas das trevas.  

O grupo seguiu pela trilha mais escura e, quanto mais se distanciavam da clareira, mais robustos se tornavam os troncos das árvores. O frio causado pela escassez de luz solar naquela área da floresta causava arrepios nos três jovens bruxos que, agora, já não aparentavam mais tão corajosos. Notaram, também, que a cada passo que davam rumo ao X no mapa mais sem vida a floresta ficava e, em um dado momento, não se podia ouvir nem os pássaros. Haviam vida ali? As árvores secas e a névoa úmida que as rodeava deixou claro que não.

A professora Bianca, voava sob um feitiço desilusório, a uma distância segura, pronta para defender seus alunos caso algo ruim acontecesse. Aquele grupo sob sua supervisão era o que mais corria riscos, devido a rota que escolheram. A rota quatro àquele horário jamais poderia oferecer perigos como a três.

De repente, houve um estalo muito alto e uma das árvores mais a frente ressecou instantaneamente e se partiu ao meio quando um corpo disforme saiu de dentro dela e avançou sobre o grupo de alunos. Lorena foi a principal vítima pois estava mais a frente de todos, Aron também sofreu com o ataque do Chupa-Cabra pois estava muito próximo da garota, mas Mavis não sofreu efeito algum. Ao que parecia aquela criatura só conseguia atacar dois ao mesmo tempo.

TIME 4:

Augusta e Virgílio: A única equipe que seguiu pela primeira rota e talvez a mais sortuda dentre todas, não precisariam enfrentar feras muito perigosas durante sua prova. Sorte ou não, Augusta e Virgílio caminharam por alguns minutos em um silêncio desconfortável que não chegava aos pés do desconforto que o mau cheiro do estagiário estava causando as narinas da garota. Preferindo manter certa distância na larga trilha, Augusta permanecia sempre a cerca de três metros de distância do garoto fedido.

Após cerca de uma hora e meia de tortura e com os receptores olfativos claramente bloqueados, ela tornou a e aproximar do garoto, quando notaram que pouco mais a frente havia uma área muito clara. O que havia acontecido ali? Ou, melhor, o que estaca acontecendo? As interrogações pareciam entalhadas nos rostos de ambos alunos quando viram um monte de terra tremendo a poucos metros de distância de si.

Com cuidado, se aproximaram para passar daquela área o mais rápido possível. O plano pareceu não ter sido muito bem calculado e isso ficou claro quando, do solo, emergiu um corpo branco, peludo e gigantesco. Com orelhas baixas, a Lebre Gralha farejou o ar, tentando localizar alguma ave que poderiam lhe servir de alimento nas proximidades, mas ao invés disso, foi o mau cheiro de Virgílio que lhe inundou as narinas. De cara torcida e todos os 356 dentes pontiagudos a mostra, o animal gritou para espantar os seres fedorentos que invadiam sua terra. Uma onda supersônica foi lançada por sua boca, carregando alguns tufos de terra junto, antes de chegar a dupla de alunos.

TIME 5:

Malvina e Cecília: A dupla que aparentemente não gostava de receber esse título, seguiu pela segunda rota. Dentre as vigiadas por Miguel, essa era a mais perigosa, visto que ali, habitava o Gato de Fogo, a criatura mais mortal dentre todas as que foram espalhadas pela floresta para a realização daquele teste. Ambas as garotas caminharam por algumas horas sem encontrar o mínimo sinal de perigo. Nem ao menos um animal não mágico para que pudesse lhes prejudicar de alguma forma.

Hora ou outra era possível ver algumas árvores, ou melhor, restos de madeira seca que um dia foram árvores, pelo caminho. O pensamento de que talvez aquela fosse a rota onde se encontrava o Chupa-Cabra era inevitável a cada sinal de morte vegetal em que vislumbravam, mas estavam enganadas. Os não-seres podiam até ter passado por ali, mas, agora já não havia mais nenhum naquela rota.

Em um dado momento as duas garotas começaram a sentir-se observadas por alguém, ou algo, e não demorou até entenderem que não estavam sozinhas ali. Quando Cecília pisou em um graveto seco no solo e ele se rachou, a figura de um grande felino negro com o corpo marcado por chamas douradas saltou a frente das duas garotas em posição de ataque, com as presas a mostra e o rosnado gutural se fez presente. O Gato do Fogo não disse uma sequer palavra, mas daria a chance para que a garota se redimisse por eu crime, caso tivesse percebido qual foi.

TIME 6:

Leonard Brachmann: Atrasado, Leonard chegou a clareira de magizoologia pegou qualquer poção sobre a mesa pouco tempo antes de Bianca fazê-la desaparecer, e correu pela rota de número quatro. A pressa do garoto, por se ver atrás de todos os outros grupos, foi tanta que acabou tropeçando em uma raiz com sua poção em mãos. O frasco da poção voou alguns metros a frente e se estilhaçou no solo, derramando todo o conteúdo de dentro, não havia mais como recuperar.

Leonard levantou-se, com dificuldade, e sentiu um ardor em sua canela. Olhando para baixo, percebeu sua calça rasgada e o sangue fluindo para fora de sua pele através de um corte causado pela ponta de uma das raízes. Com esforço, o garoto se levantou e seguiu seu caminho trilha adentro; precisava chegar ao final antes do anoitecer se quisesse sair dali vivo.

Algumas horas depois, ainda mancando, passou por um campo florido e chegou a ver alguns cadáveres de Sapos Chicote jogados pela estrada. Quem passou por ali antes dele não tinha piedade alguma com as criaturas da floresta. Leonard seguiu caminhando pela trilha com sua varinha em mãos, pronto para defender-se caso alguma das Orfídias camufladas o atacasse.

TIME 7:



Recompensa:

Considerações:


do you know all the power that you hold
Augusta Nunes Callai
TLC » Adulta
Augusta Nunes Callai
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Dom 3 maio 2020 - 17:57


A boca franzida, uma careta de concentração em seu rosto enquanto Augusta seguia a trilha a alguns bons passos de distância de seu companheiro de aula. Não era culpa dele - ou pelo menos assim ela acreditava -, mas camuflado entre tantos alunos ela jamais ia cogitar que aquele cheiro horrível vinha justo de Virgílio. No início chegara a pensar que era algum tipo de bicho morto às margens da clareira, mas não, era a sua dupla mesmo. — Parece estar dando tudo certo, mas isso... — Comentou, calando-se em seguida enquanto retrocedia alguns passos para ficar ao lado do mais velho.

Uma área clara, aberta bem a frente de ambos, suscitou suspeitas na dupla, que acalmaram o ritmo para observar melhor. Péssima escolha, assim que reconheceram um monte de terra tremendo a frente, poucos metros adiante, notaram que precisavam acelerar para passar antes do que for que se avolumava para fora do solo. Estavam contornando quando surgiu um corpo branco, peludo e gigantesco - principalmente para a garota que tinha pouco mais de um metro e meio de altura.

Uma lebre gralha. — Constatou, óbvia, mas sem conseguir fazer outra coisa enquanto aquele nariz farejava o ar claramente incomodado com a invasão. Todos aqueles dentes à mostra, apenas recordaram a Callai da época de reprodução, que envolvia o mês de maio, e deixava aquelas criaturas particularmente impacientes. — Calma… — Esboçou, erguendo as mãos para o alto, como se algo adiantasse, enquanto segurava a varinha firmemente em uma mão e o mapa na outra.

Foi o suficiente para Augusta ver (e ouvir, em sincera agonia) o grito vir em sua direção. Tufos de grama e terra eram erguidos, expondo as razões daquele trecho estar tão aberto para seu caminho. Não tinha como ficar parada, esperando a ação os atingir e Virgílio já havia recobrado as ações ao seu lado, lançando seu próprio encanto.

Empunhou sua varinha para cima e concentrou-se, lembrando-se de todas as aulas no primeiro mês com a diretora. Planejando envolver a si própria e a Virgílio em uma bolha protetora, pronunciou o feitiço de proteção de forma segura. — Fianto Duri!

Em seguida, enganchou seu braço no de Virgílio, ignorando a intensidade daquele fedor que a envolveu e o puxou para prosseguirem na trilha. Ele já havia jogado seus feitiços na direção da lebre gralha, assumindo a parte de desnortear a criatura enquanto ela própria assumia a proteção da dupla, em um acordo mudo. Era curioso como, praticamente estranhos que eram, se complementavam tão bem. Na fuga, apontou a varinha de retorno para a lebre, esperando não errar um alvo daquele tamanho — Immobilus. O importante é a gente sair de perto, ela acha que estamos invadindo o território dela.


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Itens:

aula de artes de defesa e combate 29 maio de 2020







Última edição por Augusta Nunes Callai em Dom 3 maio 2020 - 20:03, editado 2 vez(es)
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Dom 3 maio 2020 - 17:57
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Virgílio Ataíde Monteiro
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Dom 3 maio 2020 - 19:59

Virgílio não poderia culpar Augusta por querer manter certa distância dele. O cheiro que o garoto exalava era realmente repugnante. Certamente os outros alunos concordavam com isso, já que também haviam mantido sua distância nos últimos dias. Não que isso fosse novidade para o ofidioglota, mas dessa vez a razão era um pouco mais humilhante. Não importava quantos banhos tomasse, Virgílio não conseguia se livrar do cheiro de fezes de jaquin que o acompanhava desde os eventos no riacho dos botos.

A voz de Augusta fez com que ele saísse do mundo da lua e voltasse à realidade. A colega havia se aproximado e apontava para uma área aberta à frente, onde as árvores pareciam ter sido removidas. Curioso. Enquanto tentava imaginar o que poderia ter causado tal alteração paisagem, um enorme corpo branco emergiu de dentro da terra. Até tentaram mover-se antes que a criatura se revelasse, mas ela foi mais rápida. A quartanista deduziu qual era a criatura em seu caminho com uma rápida observação, e não havia razão para duvidar dela.

- Uau! - Virgílio exclamou maravilhado. - Exatamente como dizia o livro. Devemos estar bem próximos do ninho dela ago- - O garoto não conseguiu terminar sua frase, interrompido pelo comportamento hostil da lebre gralha. Segundo as informações passadas por Bianca elas costumavam ficar agressivas durante aquela época do ano. Quando se sentiam ameaçadas então o senso de perigo aumentava ainda mais. O cheiro fétido de Virgílio provavelmente a deixara em guarda máxima.

Ele não poderia machucá-la. Mesmo se estivesse tentando atacá-los eles haviam invadido seu território. Ela só estava tentando se proteger. Monteiro precisava de tempo para pensar numa estratégia, mas esse era um luxo que já não possuía mais. Augusta ainda tentava dizer algumas palavras para acalmar a lebre gralha, mas ela não parecia disposta a ouvi-las. O garoto puxara sua varinha exatamente quando a criatura se puxava ar para emitir um ataque sônico.  

Sabendo que tinha pouco tempo, o garoto lançou seu feitiço: - Hypnus! - Gritou ele, apontando sua varinha para a lebre gralha. Não queria ter que enfrentar o animal, afinal ela só estava se protegendo. Os invasores aqui era eles. Por isso atirara o primeiro feitiço debilitante que passou por sua cabeça. Talvez conseguissem encerrar aquele conflito antes que alguém se machucasse. Sua ação aconteceu ao mesmo momento em que a lebre gralha deu um grito ensurdecedor, disparando uma rajada sônica que arrancara terra e grama do chão. Ele não queria nem imaginar o que aconteceria se aquilo chegasse até eles.

O feitiço de Augusta veio pouco depois, na tentativa de protegê-los do ataque sônico que se aproximava. Virgílio arregalou os olhos quando a garota pronunciou aquelas palavras. Era um feitiço avançado e ele estava realmente impressionado. Augusta logo o puxou para que continuassem a jornada. Ele se sentiu mal por ela ao ver as caretas que seu fedor provocava, dando um sorriso sem graça. A garota lançou mais um feitiço, provavelmente na esperança de se certificar que a lebre gralha não os perseguiria. Virgílio acenou positivamente com a cabeça, dirigindo-lhe um sorriso genuíno quando ouviu sua última frase.

- Nós fazemos uma boa equipe! - Disse ele enquanto a seguia. - Vamos sair daqui antes que ela nos faça em pedacinhos.

Spoiler:




Última edição por Virgílio Monteiro em Dom 3 maio 2020 - 20:07, editado 1 vez(es)
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Seg 4 maio 2020 - 1:17

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Azar, essa palavra define muito bem os meus primeiros passos em direção a rota, eu sinceramente não me importava, mas ao mesmo tempo desejava atravessar voando toda aquela situação. E no meio de tantos desejos a pressa em não ficar tão para trás me fez tropeçar e cair no chão. – Eita, caralho!

Poderia ter sido só uma queda sem maiores problemas e sem maiores preocupação, mas o destino quis me fazer de palhaço e me fez perder a única fonte de liquido que havia ali, mal sabia eu o que era, afinal não tinha observado muito bem, apenas deduzi que seria o melhor, todavia agora estava derramado pelo chão de terra. O frasco estava quebrado. Eu não havia visto a raiz ali e esta foi a culpada da minha demonstração de como não adentrar a uma floresta. Levantei o meu corpo do chão com uma dificuldade que nem mesmo eu imaginaria ter, sendo jovem nunca se passa pela sua cabeça que demoraria mais de 20 segundos para se levantar de uma simples queda, foi isso que eu achava até sentir uma queimação estranha vindo de minha perna. – Puta que pariu, logo de começo e eu já me fudi... Boa Leonard, boa, seu completo imbecil!  O sangue fluía entre os pelos de minha perna e descia para as meias de meus sapatos em poucos segundos.  

Quando era mais novo, passei um bom tempo auxiliando em casa quando havia algum incidente simples, pela minha visão o machucado não era grave, apenas algo que eu poderia consertar, mas não me contive em caminhar por mais algum tempo. Mas cheguei na metade do caminho com a sensação de que deveria resolver o problema, então rapidamente me concentrei em uma forma de auxiliar o meu corpo a cicatrizar o ferimento. “Beleza, vamos manter a calma. Eu preciso literalmente fechar isso ou se possível tampar, qualquer idiota sabe que um animal ferido numa floresta é igual a morte certa.”

Sem mais demora, apontei rapidamente a varinha para o machucado e me concentrei em lembrar de algum feitiço que pudesse me ajudar a pelo menos a estancar o sangue, uma rápida lembrança de ter presenciado um corte de um de seus colegas que foi rapidamente resolvido pela enfermeira que estava ali no local, mas até então nunca havia, de fato, testado o feitiço, me concentrei e falei em um tom entusiasmado apontando diretamente na ferida. – Episkey!

Mas não confiando tanto no feitiço, acabei por tentar rasgar aquela parte da calça na força bruta e então amarrar na ferida, para tentar fazer uma proteção de pano para que não houvesse nenhuma penetração a mais de bactérias ali e estancar a mais o sangue, não utilizando de tanta força para que que não tenha problemas futuros de circulação. Por mais que mancasse, tentei não forçar tanto essa perna machucada e comecei a utilizar a outra com mais apoio, aliviando o peso da ferida. – Mas que merda, sangue tem um cheiro forte da porra... Se eu consigo sentir o cheiro quem dirá um bicho do mato. Respirei fundo, tentando não pirar. – Tá, tá... Não tem água aqui por perto... E não seria bom sair procurando por ai, vou contar com a sorte, é algo básico Leonard, credo... E respirando fundo, na maior concentração, eu disse. – Aguamenti... Tentando criar uma fonte de água para uma tentativa de lavar qualquer parte que houvesse sangue, fazendo assim o cheiro diminuir, aproveitando que o sangue ainda não havia secado completamente e assim tornando mais fácil a tentativa de limpar.  

- Não sei se fico feliz ou triste, mas só rezo pra que isso não tenha sido causado por algo maior do que eu. Disse eu em um tom nitidamente triste, já estava odiando aquele lugar e com uma bela razão. Me concentrei na medida do possível enquanto caminhava ainda mais, minha varinha continuava firme em minhas mãos. Eu estava fazendo o possível para olhar para baixo, os lados, acima, quase como um maluco paranoico para que não houvesse um ataque de qualquer coisa que se mexesse. – Vai, vai ser legal, isso é legal, Leonard? Você ta sozinho no meio da floresta, seu imbecil, na próxima seja mais simpático e venha com alguém. Confrontei a mim mesmo enquanto não parava para não perder tempo.

Tentando não se perder, obviamente, segui o caminho mais confiável, a trilha que provavelmente algum ser vivo, bruxo, fizera.  

[Aula Guiada] Artes de Defesa e Combate XM3qp9w

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Última edição por Leonard Brachmann em Seg 4 maio 2020 - 1:21, editado 1 vez(es)


Leonard Brachmann
Let’s make the best scene they’ve ever seen.
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Seg 4 maio 2020 - 1:17
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