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7/06. atualização do tablón
1/08. estamos de volta
13/08. atualização dos ranks gerais do fórum
00mes
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Sex 22 maio 2020 - 18:28


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Essa é uma RP fechada entre Timothée Sørensen Hedlund e Matteo Ornellas Bedoya. A interação ocorre em 15 de Maio de 2020, ocorrendo depois do ocorrido da COMASUL e de Nova Iorque.
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◥ TIMOTHÉE SØRENSEN HELLSTRÖM ◣
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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Sáb 23 maio 2020 - 21:40
changes;
what would happen?
A curiosidade sem saber o que estava atrás da porta para a maioria das pessoas é enorme. Algumas vezes você só encontra um pequeno lugar cheio de cabides e roupas penduradas e em outras, você acaba encontrando um verdadeiro monstro de sete cabeças. Minha empatia era exatamente esse monstro escondido atrás de uma porção de madeira, responsável pela minha maior queda sentimental e emocional da minha vida. Nas últimas semanas havia fugido de tudo e todos sem dar nenhum vestígio, até que, precocemente, respondi a mensagem de Matteo quando estava em uma “visita” a Nova Iorque. E ali havia percebido que daquele relacionamento, seja qual ele fosse, que não poderia fugir para sempre. Tinha que dar satisfação para a única coisa que importava na minha vida naquele momento. A distância doía mil vezes pior do que o meu propósito para uso da Empatia e era algo que eu preferia sentir bem mais do que os sentimentos alheios que mesmo bons, haviam uma pequena queda em pelo menos alguns segundos ou até minutos do dia.

Em casa tinha basicamente tudo o que precisava para sobreviver o resto do mês e então, não iria sair tão rápido dali a não ser que fosse convidado para algum evento de extrema importância ou até mesmo alguma coisa com Matteo. O celular trincado ao lado de um copo com cheiro estranho demonstrava que as coisas não iam bem visto que eles eram o meu reflexo. O que mais de errado teria? Eu precisava fazer aquilo, eu precisava absorver cada coisa ruim para que as pessoas experenciassem o melhor, o sentimento de estar vivo e de ser útil, ter um propósito. Visualmente eu poderia estar pior para além de alguns ferimentos na testa e no pulso durante aquela abordagem no beco, jamais saberia o que teria sido feito comigo por ter apagado por alguns instantes mesmo que alguns flashes indicassem o que teria acontecido. Respirei fundo e fui para o banheiro onde tomei um banho, saí e limpei o rosto e arrumei o cabelo para que pudesse então sair com uma aparência melhor do que a que tinha perdurado por alguns dias.

O celular tocava e eu estava pronto para recusar a ligação se não tivesse visto o nome de Matteo num fundo verde. Então atendi e esperei ele falar diversas coisas, não que não tivesse prestado atenção, apenas não achava nada útil permanecer distante se a proximidade poderia ser ainda mais possível se fossemos para aquela aldeia próxima a Castelobruxo. Deixei que ele terminasse de falar e então respondi num tom meio frio e seco, mas talvez porque não estava cem por cento ainda. – Tekoa Kuarahy em uma hora, na entrada, Matteo. – Afastei o celular do ouvido e então desliguei o aparelho trouxa para arrumar outras coisas em casa assim como também precisava arrumar novos curativos para as lesões na testa e nos braços, não gostaria de usar magia para curativos ou até mesmo tirar todos os sinais de degrado, mas ia completamente contra o meu outro propósito de dar um tempo para o tempo.

Em meses, as coisas tinham mudado desde o meu primeiro e segundo encontro com Matteo. Talvez mudado de um jeito tão intenso que eu começava a pensar que aquele encontro não seria nada fácil, nem para mim e nem para ele. Pensei principalmente que ele não precisava saber de tudo sobre mim ou acabaria me deixando de lado numa hora que era essencial que ele ainda estivesse ao meu lado. Não podia correr esse risco e por isso, sempre que pudesse, mudaria o assunto se os machucados fossem mencionados e porque a mudança radical em meu semblante. Por fim, também tinha que começar a fingir que estaria tudo bem para que não assustasse o garoto, eram muitas coisas em jogo.

Então fui até o lugar marcado e comecei a aguardar pelo garoto enquanto olhava para os lados tentando não ver ninguém conhecido. Não seria nada legal se soubessem que eu não estava tão desaparecido assim. Naquela ocasião usava uma blusa azul por cima de uma camiseta branca e jeans azuis-escuros. Gostava daquele lugar mesmo que não o frequentasse, o ar de um local completamente diferente em tempos modernos era o que deixava o ambiente ainda mais interessante. A aldeia era linda e o clima de lá também era maravilhoso e também pensar que estava apenas a alguns metros ou quilômetros de Matteo me acalmava lentamente. Estava completamente adiantado e como poderia prever, o garoto apareceria antes do horário indicado.

Minutos depois observei um semblante conhecido e já tinha completa certeza de quem era. Há alguma distância eu já soltava um sorriso forçado embora ele parecesse completamente real visto que tinha grande saudade e apelo por estar próximo ao outro, mas deixei que fosse ele quem se aproximasse. – Nunca pensei que você chegaria antes do horário marcado. – Mordi o lábio inferior com o olhar baixo, não queria que ele observasse e focasse os ferimentos ou certamente teria que mentir sobre aquilo. – Matteo. – Abri os braços e esperei ele vir para que o segurasse com eles, um abraço completamente apertado para que conseguisse aos poucos, saborear o bom sentimento que o aluno de Castelobruxo tinha quando me via ou estava próximo a mim, era como se por longos minutos estivesse isento de toda a maldade que poderia sentir de maneira empática. Segurei em seu rosto com ambas as mãos depois de o retirar dos meus ombros e olhei fixamente nos olhos dele. – Quero que saiba que eu estava esperando esse dia há muito tempo. Eu estava me sentindo vazio, abstrato ou até mesmo morto por dentro sem que você estivesse por perto. – Mordi meus próprios lábios ao dizer coisas que não queria ter dito, mas era automático, eu era verdadeiro demais para ocultar qualquer fato dele. – O que quer me contar? Tem alguma coisa que eu precise saber? Fale primeiro de você, é quem mais importa aqui. – Me menosprezava e pensava que aquela frase pudesse passar despercebida, mas o garoto era inteligente e não era facilmente enganado, certamente aquela frase voltaria para mim da pior maneira possível. Mas não me importava, já tinha prometido a mim mesmo que jamais contaria o que havia acontecido comigo, ele não merecia aquilo.



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Matteo Bedoya Agüero
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Dom 24 maio 2020 - 18:03
Mudanças

« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
Eu não conversava com Timothée há bastante tempo, na verdade desde o dia em que fui admitido como estagiário. Quando decidi abrir o jogo para alguém maior de idade sobre tudo que estava rolando no castelo e era do meu conhecimento, eu tentei entrar em contato com ele, no entanto, Timothée não me atendeu. No mesmo dia ele deixou duas mensagens de voz que me deixaram completamente desesperado, mas por mais que eu tentasse entrar em contato com ele, de nada adiantava. Várias coisas se passavam pela minha cabeça, principalmente a de que Timothée não me queria mais e estava arrumando um jeito de afastar-se de mim de alguma forma. Arón havia ido embora, de acordo com Lorena. Ele foi atrás do pai, e talvez Timothée tenha feito o mesmo, tenha ido sem sequer me avisar ou algo do gênero. Por mais que do fundo do meu coração eu não acreditasse que ele seria capaz de fazer uma coisa dessa, os meus sentimentos me atrapalhavam a pensar racionalmente. Eu estava inclinado a achar que Timothée realmente havia desistido de mim, no entanto decidi ligar para ele pela última vez. Naquela altura eu já não sabia muito bem o que dizer, eu só precisava que ele atendesse e ele o fez. Eu fiquei um minuto em silêncio até então, desesperadamente, despejar um monte de informações em cima dele com um tom de voz que denunciava minha indignação com seu sumiço.

— Timothée, por que você sumiu? Eu fiquei preocupado sabia? Você é um irresponsável! Você não pode deixar uma mensagem daquelas e simplesmente sumir por dias. Por que não ligou? Por que não retornou?... — Eu teria dito mais e mais, senão fosse a resposta seca e curta dele. Prendi a respiração ao ouvir sua voz me dizendo onde e quando eu deveria encontrá-lo para então encerrar a ligação sem mais nem menos. Aquele não era nem de longe o Tim que eu havia conhecido, o cara gentil e sensível que eu havia trocado uma ideia no Patinho Feio. Talvez eu estivesse certo, ele não queria mais nada comigo e só não sabia como dizer. Meu sumiço devido aos eventos recentes talvez tenham nos afastado demais e ele... Quer saber? Não irei supor absolutamente nada, melhor ir ver pessoalmente o que de fato estava rolando. Segurei o choro e fui me preparar para encontrá-lo. Tekoa Kuarahy não era muito distante da escola, mas eu queria chegar antes dele para ter tempo de me recompor emocionalmente antes de vê-lo cara a cara.

O vilarejo era maravilhoso e o clima lá estava perfeito, mas eu não conseguia focar em nada além do meu encontro com Timothée. Após tanto tempo sem se ver e sem se comunicar, eu esperava poder explicar a ele sobre o motivo de não tê-lo procurado e por ter sumido durante todo esse tempo, mas eu não aceitaria dizer nada sem antes ouvir uma explicação similar vindo do próximo, pois ao menos, eu tentei contactá-lo de alguma forma e ele nem isso. Eu estava irritado, frustrado e com medo de Timothée ter vindo até aqui só para terminar comigo. Eu queria muito dizer meia dúzia de coisas para ele, eu já até havia ensaiado todo o texto que eu lançaria para cima dele quando o visse pessoalmente, contudo, quando o vi parado com um sorriso no rosto e com seu jeans azul, eu simplesmente não tive outra reação a não se me desarmar por completo. Eu sequer prestei a atenção em seu comentário, apenas corri para os seus braços e me afundei em seu abraço, o apertando com força e sentindo o seu cheiro que me dava certo conforto. Meus olhos marejaram e ele apertou meu rosto com ambas as mãos, fazendo com que eu o encarasse e eu não consegui contar as lágrimas, principalmente após ouvir o que ele disse. Eu conseguia sentir algo muito pesado emanando de Timothée, algo que eu nunca senti em relação a ele. Era como se estivesse repleto de dor e sofrimento dentro dele e eu não conseguia fazer nada além de chorar. Balancei a cabeça negativamente ao ouvi-lo dizer que eu é quem importava mais, quando na verdade as atitudes dele não demonstravam nada daquilo. O empurrei para longe de mim e o encarei com os olhos cheios de lágrimas. — Por que você fez isso? — Estava nítido que Timothée iria fugir de minha pergunta, visto que ele desviou o olhar. Encarei suas feridas, morrendo de vontade que querer saber qual era a origem delas e porque ele se encontrava naquele estado. Limpei as lágrimas que teimavam em escorrer descontroladamente do meu rosto e o empurrei novamente. — Me responde, Timothée! Eu não vou aceitar mentiras ou omissões! Você sumiu por dias. — A última mensagem de voz que ele me enviou era muito perturbadora e agoniante. Ele não podia fazer aquilo, enviar uma mensagem daquelas e simplesmente sumir, não quando ele diz que se importa tanto com a pessoa. — Você é um idiota! — Comecei a bater em seu peito sem colocar muita força no ato, no entanto o sentimento de que tudo estava indo errado crescia cada vez mais e era emanado dele, eu conseguia sentir. Parei de bater no peito de Timothée e o encarei aos prantos. Abracei o mais velho pela nuca e o beijei carinhosamente, colocando para fora toda saudade que eu sentia dele. Eu ia de um extremo a outro muito rápido e embora eu tentasse me controlar ao máximo, às vezes era inevitável uma explosão de sentimentos como aquela. Encerrei o beijo acariciando a nuca dele e colei nossas testas. Esfreguei a ponta do meu nariz no nariz do Timothée e o fitei olho no olho. — Nunca mais faça isso, tá me ouvindo? — Disse dando um selinho demorado nele e que provavelmente estaria com gosto de lágrimas, pois meu rosto estava lavado por elas.



And it's the thousandth time and it's even bolder, don't be surprised when you get bent over, they told you, but you were dying for it


that's life
Each time I find myself layin' flat on my face, I just pick myself up and get back in the race. That's life!
Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Dom 24 maio 2020 - 19:19
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what would happen?
A reação de Matteo perante ao meu sumiço não poderia ser outra. Ele faria com que aquilo fosse extremamente ruim e que o deixasse preocupado, mas eu apenas queria o poupar do que eu carregava comigo mesmo. Eu tinha idas e vindas a respeito de voltar a ter contato com ele pelo medo de acabar afetando ele de alguma forma. O empurrão havia me deixado um pouco mais triste, era como se a punição estivesse vindo em dobro e eu apenas tinha que a aceitar. - Eu fiz isso pra te proteger. Não desejo o que eu sofro pare dentro de você. - Era difícil falar com ele sem que tivessse uma reação exagerada porém verdadeira. Me colocaria no lugar dele e me sentiria o mesmo, mas não culparia tanto outra pessoa por não saber o que se passa na vida dela. - Eu precisava de um tempo pra mim, sozinho. Foram longos anos fazendo a mesma coisa, experenciando coisas ruins, tentando lidar com a droga que é a minha cabeça por conta de uma droga de Empatia. - E novamente levava um empurrão, aquilo começava a me deixar ainda mais culpado e melancólico, mas ele não tinha culpa, ele não sabia de nada.

- Você pode me chamar do que quiser, nada se compara ao que eu passo diariamente. Aliás, já teve a sensação de tudo estar errado de alguma forma? Que você é o problema? Pelo que me contou, você conhecia bem essa sensação. - Estava levemente afastado dele mas já esperava que ele pudesse voltar a ser um pouco mais agressivo. E de fato foi assim visto que ele começou a bater em meu peito e eu fiquei parado tentando compreender aquilo com um olhar cabisbaixo, por ele, suportaria toda a dor do mundo e talvez ele fosse a minha cura, apenas talvez. Ainda que ele fosse agressivo, ele conseguia ser extremamente fofo e mudar completamente da água pro vinho e eu gostava muito disso nele, mostrava que ele também tinha um humor mutável. O beijo era um alivio para quem tinha sido atacado duramente nos primeiros momentos do encontro e poder sentir algo vivo dentro de mim era o que me fazia pensar bastante sobre a teoria anterior. Eu gostava do jeito que ele se portava perto de mim e também do carinho que ele tinha pela minha nuca, o lugar mais sensível do meu corpo. - Eu não posso te prometer isso. Eu não sei o que pode acontecer minutos depois de eu sair daqui. Na verdade, depende muito de você. A escolha é sua, ficar comigo e me ajudar ou fazer que nem todos os outros, indo embora e fingindo que nada aconteceu. - Falei isso fixando meus olhos no dele e limpando algumas lágrimas dele, sentia falta do tempo em que conseguia chorar. - E eu não vejo a hora de você se formar para ter que te ver todos os dias, quando acordar, comer e dormir... Talvez essa sensação boa tenha me deixado ainda que por muito pouco, vivo. - Suspirei baixinho e então procurei algum lugar para que pudéssemos sentar e conversar melhor.

Eu sentia também que não era a única pessoa ali que havia mudado totalmente. O assunto não tinha que ser totalmente focado em mim. - Você quer que eu te empurre pra me contar o que está acontecendo com você também? Sinto algo diferente, estranho, medo, tristeza... Embora as vezes a alegria e felicidade estejam em níveis altos. Você realmente é um mutante. - Disse fazendo piada e mexendo nos fios de cabelo dele. Procurei deitar minha cabeça em colo por alguns instantes para que pudesse por baixo ver o sol e os olhos de Matteo juntos. - Sabe... Nesse período de tempo em que eu sumi, eu via seu perfil do Witchgram todos os dias e tentava comentar algo ou curtir. Você é perfeito demais para que passe despercebido e eu me sinto muito feliz em ter você. Mas meus problemas em relação a Empatia são grandes e graves. Não desejo essa maldição pra ninguém. - Puxei o garoto pela gola da camisa tentando a acertar e então soltando um riso. - Vou calar minha boca, ok. Você toma a dianteira do microfone agora, sua vez. - Com minha mão, fingi um microfone e levei a mesma até perto da boca dele com um leve receio de ser mordido.

Com Matteo eu me sentia mais vivo e menos atrapalhado. Esquecia de tudo e todos e pra mim, só ele importava. Desde o Patinho Feio tinha certeza que existia uma boa pessoa ali e tinha muito medo de perde-la. Os seus olhos eram a perdição quando eu os olhava, minha curiosidade sobre ele ainda era enorme. Queria poder passar o tempo o suficiente para que ele se formasse para que eu pudesse o ter todos os dias mesmo que seus pais não concordassem, já aceitava a história clichê do romance adolescente não permitido pelos pais. Eu apenas precisava dele perto de mim, me ajudando ou fazendo o que quisesse comigo. Minha única função naquela vida era ser dele e apenas isso, concordando com tudo e aceitando qualquer ordem que ele pudesse me dizer. Mas, haviam coisas que eu não faria: ir embora e fingir que nada tinha acontecido. Jamais o abandonaria mesmo que ele quisesse e estava decidido a ser um parasita benéfico na vida dele. O que teria de errado?


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Matteo Bedoya Agüero
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Matteo Bedoya Agüero
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COMASUL: Assistente do Gabinete Presidencial
Ter 26 maio 2020 - 0:33
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« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
Tudo parecia ir mal para Timothée e ouvi-lo falar sobre empatia não só uma, mas diversas vezes fez com que meus sentidos ficassem totalmente alertas. Ele provavelmente travava a mesma batalha que a minha ou talvez até mesmo pior, pois pelo pouco que o conheço já consegui notar que Timo era aquela pessoa que facilmente enfiaria suas dores no bolso para tentar ajudar o próximo. Eu nunca entendi muito bem esse lance de altruísmo, talvez por ser egoísta demais. Éramos muito diferente um do outro, mas vendo esse tipo de atitude de Timothée, eu me sentia encorajado a me tornar uma pessoa melhor, mas ao mesmo tempo, queria ajudá-lo a lidar com os seus problemas de alguma forma, pois por mais bonito que seja deixar suas dores de lado para lidar com as dores do próximo, uma hora ou outra você precisaria lidar com os seus dilemas e ele parecia não lidar bem com os seus. Balancei a cabeça negativamente ao ouvir sua fala e fechei temporariamente os olhos sentindo o toque de seu dedo limpando minhas lágrimas. Eu jamais abandonaria Timothée, o que tínhamos era tão puro, tão real que quaisquer que fossem os seus problemas internos, eu o ajudaria a enfrentá-los. Como ele mesmo disse anteriormente, eu conhecia a sensação do que era ser um problema, mas acontece que por mais que eu me sentisse assim, às vezes eu tinha uma rede de apoio como minha mãe, Mavis e até meu pai, uma rede de apoio que aparentemente Timothée não teve. Eu queria ser isso para ele, queria que ele soubesse que pode contar comigo para toda e qualquer coisa, por mais que às vezes eu seja essa montanha russa louca de sentimentos. Quando ele disse sobre querer que eu me forme logo para que possamos nos ver com mais frequência, eu voltei a chorar. Eu juro que não queria, mas Timothée sabia me acertar em cheio com suas declarações sinceras e no timing perfeito. Eu vim pronto para fazer o maior barraco com ele devido ao sumiço, porém olha só o que ele estava fazendo comigo. Eu estava chorando feito uma criança enquanto sentia aquele sentimento ruim que pressionava o meu peito esvair-se cada vez mais. O acompanhei até o banco em silêncio, apenas sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Sentamos num banco qualquer e então Timothée voltou a falar querendo mudar o foco da conversa para mim, como ele sempre fazia. Ele achava que falava demais, quando na verdade ele falava sim, porém coisas fofas que me deixavam sem graça, sem fala e sem reação, mas dessa vez nada do que ele dissesse ma faria mudar o rumo da nossa conversa, por mais fofo que ele pudesse ser. Ri de seu comentário e apreciei seu toque em meu cabelo, aproveitando a deixa para acariciar o rosto angelical dele. Timothée disse que não havia parado de bisbilhotar meu perfil do witchgram, porém não interagia comigo devido aos problemas causados pelo seu dom. Assenti entendendo seu lado, mas não o deixaria parar por ali. Ele queria a todo custo colocar o foco da conversa em mim, mas eu não deixaria de modo algum aquilo acontecer. Aquele era o seu momento, sua deixa. Acariciei seu tórax por sobre a camisa mesmo e pude sentir o tanto de coisas que haviam presas ali, apenas querendo escapar. Mordi levemente sua mão que ele havia simulado ser um microfone e a segurei firme. — Você é perfeito, sabia? — Beijei carinhosamente sua mão e a encostei em meu rosto. — Eu descobri esses dias através de uma carta do meu pai que eu também tenho Empatia e ouvir que você tem o mesmo dom só me faz ter certeza de que fomos feito um para o outro. — Por mais que Timothée considerasse seu dom uma maldição eu o faria perceber que lidando melhor com aquele presente que ele havia recebido da vida, as coisas talvez melhorassem para ele. Eu queria trazer aquela perspectiva para ele, pois por muito tempo eu vivi achando que a bagunça era eu, que o erro era eu, que o problema era eu, quando na verdade era tudo o dom e o fato de não dominá-lo que fazia eu me sentir daquele jeito. Meu pai me disse que os homens da minha família eram muito sentimentais, e talvez passional fosse a palavra perfeita para me definir. Eu agia por impulso sentimental, seja por amor ou por ódio, e o meu dom apenas intensificava isso. Mas ele não era de todo ruim, pois me permitiu encontrar pessoas como Timothée, por exemplo. Eu sei que nossa conexão foi real a partir do primeiro momento em que bati os olhos nele. Eu soube que moveria céus e terra para ficar com ele no momento em que senti que poderia confiar nele de olhos vendados e eu sabia que, se eu sentia aquela vibração vindo dele, era devido ao meu dom. Portanto, há males que vêm para o bem, e era isso que eu queria mostrar para o belo rapaz que estava deitado em meu colo agora. — Por isso eu não vou deixar você mudar de assunto enquanto não me falar tudo que está guardado aqui. — Coloquei minha mão sobre onde ficava seu coração e conseguia sentir as batidas. Umedeci meus lábios e abaixei minha cabeça para ficar mais próximo da boca dele. — Eu juro, Tim, eu te conto tudo, absolutamente tudo que você quiser saber sobre mim, mas antes eu quero que você coloque tudo que tem aí para fora, e dessa vez sem mudar de assunto, ok? — Antes que ele pudesse responder eu o beijei lentamente, acariciando seu rosto e colocando minha língua para dentro de sua boca. Nossas línguas encontram-se e entrelaçaram-se vagarosamente. Puxei a nuca dele, intensificando o beijo e suguei seu lábio inferior, deixando uma mordida leve antes de finalizar aquele beijo. Sorri para Timothée e naquele momento, mesmo que sem verbalizar, eu prometi que o consertaria, independente de qual fosse o tamanho do estrago.



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Timothée Søren. Hellström
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Timothée Søren. Hellström
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Ter 26 maio 2020 - 1:09
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what would happen?
Era difícil ter que lidar com alguém que tinha muita vontade de saber o que estava acontecendo na vida da outra. Matteo iria ficar insistindo diversas vezes até que conseguisse aquilo que estava tanto querendo. Era por meio de beijos, palavras e outros gestos amorosos que aos poucos ele ia conquistando o lado negro meu que continha um grande segredo embora tivesse a impressão que o outro era capaz de entender completamente visto que ele também tinha Empatia após dizer que havia descoberto o dom. Eu devo admitir que não fiquei feliz em ouvir aquilo, eu estava preocupado e não queria nem um pouco que ele tivesse a mesma visão que a minha. Minha Empatia era completamente uma maldição que me deixava extremamente receptível à coisas ruins. Mas e se ele fosse diferente? Ou talvez passasse pelo mesmo só que sem se culpar tanto? As ideias na minha cabeça naquela hora eram muitas e cada uma mais louca do que a outra. Não consegui comentar o fato dele também ter esse dom visto que era uma informação que realmente não esperava ter tão fácil. Seria por isso que ele estaria conseguindo sentir o que havia dentro de mim? Nenhuma pergunta nessa hora me importava ao observar que o garoto mais marrento do universo estava chorando feito uma criança por algum comentário meu. Naquele momento, estávamos indo em direção ao banco que havia dito antes, lá poderia me sentir um pouco mais a vontade ao deitar com a cabeça nas pernas dele, olhando-o por baixo. Eu tinha dificuldade de falar sobre mim e isso era notável, acabava passando por diversas situações por conta disso e era sempre uma coisa dolorida, dizer o que tem de errado conosco é muito mais difícil do que ressaltar nossas próprias qualidades. Minha cabeça vivia uma guerra contra ela mesma e não tinha muito tempo.

– A palavra perfeito deve se sentir horrível ao saber que você atribuiu ela a mim. – Disse com um sorriso enquanto notava o garoto beijar minha mão e encostar no meu rosto. Eu não esperava gestos tão intensos vindo por parte dele, era como se estivesse realmente com outra pessoa. Então começava a pensar que ele também estaria tendo problemas mas que não queria de jeito algum falar sobre eles antes de mim. E foi nesse momento que ele disse sobre a Empatia que citei antes, de uma maneira sucinta e simples. A vontade de mudar dentro de mim era gigantesca mas eu ainda não sabia quando possível e nem onde. Era uma situação no mínimo complicada e de uma maneira ou outra, seria perguntado sobre aquilo, mas não esperava ações tão fofas vindo do outro querendo saber ao meu respeito. – Você tinha que respeitar minhas intimidades, sabe? Apesar de que namoros são uma ótima oportunidade de compartilharmos algo íntimo. A mão dele parou em meu peito do lado do coração e eu arqueei a sobrancelha para ele quando ouvi que teria que dizer o que estava guardado por ali. – São muitas coisas.  Mas nenhuma delas é relacionada a você. Você é quem eu menos quero que saiba porque eu sei que você vai ir atrás, fazer o que for apenas pra me deixar bem. Mas eu não sei se quero ficar bem tão cedo. – Suspirei baixinho e então olhei em seus olhos, a batalha travada seria perdida se permanecesse naquilo. Ele também mencionou que diria tudo o que eu quisesse sobre ele e talvez alguns acréscimos se possível e ali ele me beijou sem me deixar responder, o que me deixava no mínimo nervoso, mas não pelo lado ruim. Era sempre mágico o jeito que nós nos beijávamos e já fazia tanto tempo que aquilo não acontecia, era especial e tinha uma carga emocional sobre o gesto. A descrição física do beijo nem valia a pena por conta do valor que ele tinha, falaria termos vulgares e isso estragaria a sensação de qualquer pessoa que ouvisse meu relato.

Separei nossos lábios depois do longo beijo e então me levantei e sentei ao lado dele, ficando sentado no banco enquanto apoiava as pernas no chão. – Você não vai parar se eu não contar, né? – Perguntei de maneira retórica pois com certeza tinha a resposta certa para aquilo. – Eu tenho um propósito... Na verdade eu nem sei se eu deveria estar te contando... Mas enfim, foda-se. Eu só quero a tranquilidade de dormir a noite sem saber que estou atormentando sua cabeça com essa pergunta nela. – Respirei bem fundo ali antes que voltasse a falar qualquer coisa e então olhei em direção aos olhos dele, onde facilmente falaria a verdade sem ter que relutar por uma mentira. – Eu uso a Empatia como forma de impedir que pessoas sintam coisas ruins, sentimentos ruins, sensações, o que for. Mas acredito que alguém também tem que se responsabilizar e ser portador desses sentimentos e então... Eu sou o portador dos sentimentos ruins de todas as pessoas. Em anos já absorvi muita coisa... – Mordi o lábio inferior e então encostei nossos corpos. – E essa vai continuar sendo a minha função nesse mundo e não importa o que você faça. E se tentar mexer na minha cabeça, procurar alguma coisa ou mudar alguma coisa, eu vou saber e vou ficar muito bravo com você. – Revelei que não mudaria de ideia tão cedo. – Bom... Acho que está respondido... A outra pergunta seria sobre esses ferimentos, eu acho... Eu saí da COMASUL e andei por um beco perigoso e um grupinho com emoções horrorosas me bateram por um tempo, um até tinha uma faca mas eu consegui me salvar... Eu nem sei como lembro disso, eu tinha apagado completamente e só voltei a acordar quando eles recuperaram a faca, eram trouxas talvez.. Consegui a força necessária pra desaparatar... Minha cabeça tá assim por causa de outros objetos cortantes... – Novamente respirei fundo e pausei minha fala enquanto olhava pra ele.

Era difícil falar sobre aquilo e ainda estava escondendo parte das coisas, talvez fosse o suficiente para ele naquele momento. Ao menos, dormiria tranquilo sabendo que ele tinha parte da resposta consigo. – E eu encerro aqui a minha fala ao meu respeito. Acho que disse coisas demais e não quero que se sinta culpado por qualquer coisa que eu tenha dito. – Suspirei e beijei sua bochecha. – Talvez... Somente talvez... Você possa ser a minha cura. Mas eu precisarei de você comigo pelo resto da vida para que isso seja possível. – Dei uma piscadela para ele. Naquela hora começava a ouvir vozes e sentimentos ruins começavam a invadir a minha mente, mas era acostumado com aquilo. Aos poucos, era como se estivesse perdendo outra guerra e ninguém poderia fazer nada a não ser falhar tentando.


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Matteo Bedoya Agüero
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Matteo Bedoya Agüero
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COMASUL: Assistente do Gabinete Presidencial
Ter 26 maio 2020 - 2:49
Mudanças

« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
Eu sabia que ele tentaria fugir da pergunta de todas as formas possíveis, mas eu não deixaria que isso ocorresse de maneira alguma, e, pelo pouco que ele me conhecia, já sabia disso. Não precisávamos contar tudo um para o outro, óbvio, porém, quando isso afetava nosso relacionamento de alguma forma e nos afetava emocionalmente, por que não contar? Timothée estava tão acostumado a retrair-se emocionalmente que sentia-se mal em ter que expor qualquer coisa em relação aos seus sentimentos para os outros. Era como se eu estivesse tentando despi-lo, e pior, em público, quando na verdade eu só queria ouvi-lo e procurar entender quais são suas angustias, assim como ele faz comigo e já deve ter feito com muitas outras pessoas. Eu queria muito ajudá-lo nesse quesito, no entanto aquela seria a última vez que eu insistira naquele assunto com ele. Eu confiava nele para absolutamente tudo e estava apenas pedindo reciprocidade nesse quesito, mas se ele não confiasse em mim a ponto de me contar o que estava havendo, eu não sei se poderíamos continuar, pois eu não controlava minha habilidade muito bem, possa ser que eu descobrisse algo sem que tenha a intenção de descobrir. Seria horrível ele achar que eu estava revirando sua intimidade ao invés dele me contá-la por livre e espontânea vontade, por isso eu seria super transparente com ele e esperava que ele fosse comigo. Eu tinha muito medo de perdê-lo, de verdade.

Timothée sentou-se ao meu lado e, aos poucos, ele foi me contando as coisas. Tive vontade de abraçá-lo forte ao ouvir seu relato, contudo não fiz nada além de ouvi-lo e formular uma resposta para todas aquelas informações que eu estava recebendo. Encarei o mais velho e pousei minha mão sobre a dele quando ele beijou minha bochecha. Dei um sorrisinho triste após o ato e suspirei pronto para dizer tudo o que eu achava sobre o que ouvi. — Bom, são muitas coisas, mas vou tentar ir por partes. — Timo talvez brigasse comigo pela minha intromissão, mas eu não poderia permitir que ele vivesse dessa forma, não me importando tanto com ele quanto eu me importo. — Você não pode servir de receptáculo para os sentimentos ruins de toda e qualquer pessoa, Timothée, isso é loucura. Uma hora todos esses sentimentos vão acabar implodindo dentro de você, já pensou nisso? — Parecia que ele já fazia aquilo por anos e anos, imagina quantas coisas ele absorveu até hoje? Nós éramos como esponja, de verdade, e se já era difícil lidarmos com nossos sentimentos, imagina com os de outros? Aquilo era loucura e eu sinceramente esperava que Tmothée desse fim a tudo aquilo. Haviam outras maneiras de ajudar as pessoas, assim como ele me ajudou. Era muito mais efetivo do que sugar sentimentos ruins alheios daquela forma. E quanto ao que ele sentia? O que ele fazia com os próprios sentimentos? Aquilo não tinha cabimento algum. Eu o amava demais para deixá-lo fazer isso consigo mesmo e ficar apenas assistindo. — E se acha mesmo que eu vou ficar assistindo você fazer isso consigo mesmo sem fazer nada, você está enganado. — Ele disse que ficaria bravo comigo se eu tentasse vasculhar seus sentimentos e sua cabeça a procura de algo, mas eu não queria e nem tinha o intuito de recorrer a esse tipo de coisa para ajudá-lo. O Timothée precisava urgentemente valorizar a si mesmo de alguma forma e eu o auxiliaria com essa questão, por mais que ele me achasse chato, intrometido ou seja lá o que mais. — Sobre as agressões, eu sinto muito, realmente há pessoas horríveis por aí e se eu pudesse te proteger de todas elas eu o faria. — Acariciei o rosto dele e apertei levemente sua bochecha indo para o último e mais espinhoso tópico de toda essa conversa. — Eu jamais serei sua cura Timo, não se você continuar fazendo o que faz. Você, e só você pode se curar. Eu me importo muito com você, de verdade, você é uma das melhores pessoas que eu já conheci, mas eu quero que entenda que eu não posso ser o responsável pela sua felicidade, cura ou qualquer outra coisa e nem vice-versa. — Dei um selinho demorado nele e me afastei olhando em seus olhos. — Eu posso ficar mil anos ao seu lado, se você continuar fazendo o que faz, você jamais será curado. Você precisa parar, de verdade. — Timothée precisava amar-se e urgentemente. Absorver todos esses sentimentos para si ultrapassava a barreira do altruísmo e já entrava no campo da falta de amor próprio, amor este que jamais será preenchido só pelo o que eu sinto por ele. Não se pode jogar na conta de outra pessoa algo que é responsabilidade nossa e não se pode absorver tudo de ruim que emana dos outros e tomar para si. Timo era um garoto incrível, mas precisava aprender a responsabilizar-se pelas coisas certas. Era estranho eu falar ou pensar essas coisas, sendo que todo esse tempo eu culpei minha prima por um sentimento que partia de mim. Era responsabilidade minha e eu simplesmente taquei nas costas dela como se fosse obrigação dela lidar com isso. Talvez seja por isso que eu esteja falando com tanta propriedade sobre esse assunto, por já ter cometido um erro similar. — Eu não sei se é cedo demais para falar isso, mas eu te amo e eu queria que você visse a pessoa incrível que eu vejo quando olho pra você. — Dei um selinho em Timothée, mas logo o transformei em um beijo, mais um dos tantos que eu amava dar nele. No fim eu acabei o abraçando e o apertando forte contra o meu corpo. Eu queria tanto proteger aquele garoto. Ele me cativara em tão pouco tempo que talvez nem ele saiba a importância que ele têm para mim. Eu o ajudaria com toda e qualquer coisa, eu o amava e queria que ele se amasse tanto quanto eu o amo ou até mais.



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Timothée Søren. Hellström
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Ter 26 maio 2020 - 17:28
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Falar não era fácil e ouvir seria o pior depois da atitude anterior. Sabia que Matteo ia discordar de absolutamente tudo e já estava preparado para ouvir qualquer coisa que saísse da boca dele ao descobrir minha ocupação. Ele falava que eu não deveria fazer aquilo comigo mesmo e que uma hora ou outra eu ia explodir. E de fato, eu já tinha explodido no nível de não sentir nem um pingo de preocupação comigo mesmo. Era essencial que eu também ficasse calado e não revelasse mais nada ou poderia acabar ouvindo por mais longos segundos. –Não posso? Mas já se passaram anos eu continuo fazendo isso. Eu tô legal. – Dei de ombros e então comecei a olhar em outra direção, talvez para o ambiente agradável e sentir o clima da região também. Matteo faria de tudo para que aquilo acabasse do jeito que ele quisesse, mas eu não deixaria que tudo acontecesse da forma que ele quisesse, afinal ainda existia um pingo de vontade própria em mim. Ouvi-lo dizer que não deixaria com que eu fizesse aquilo comigo mesmo e dei de ombros, afinal o que ele poderia fazer? Nada era tão pior do que já estava sendo. – Você pode tentar. – Respondi e então olhei em seus olhos e afastei nossos corpos por alguns instantes, tinha medo que acabasse perdendo a guerra sentimental e caísse nos braços do outro como sempre poderia ocorrer.

– Não precisa se preocupar com essas coisas. Elas vão melhorar sozinhas e é melhor que eu não use magia. – Mencionava alguns dos ferimentos enquanto ocultava os cortes que havia feito com uma garrafa em Nova Iorque para cada mensagem ou ligação de Matteo. Ele negava completamente que poderia ser minha cura e então fiquei calado, devolveria em uma frase completamente pior e que ele não teria nem como responder de maneira tão imediata. As vezes ficar naquele estado depressivo me ajudava a montar frases intensas e ao mesmo tempo preocupantes. – Então... Se não pode ser a minha cura... O que de fato quer comigo? Diversão sem fim? Um alívio cômico para a sua vida? E quer saber, você tá certo. Você não pode me salvar de jeito algum, e você nem quer isso. – Eu tentei me afastar novamente dele num sentimento de tristeza intenso, outra pessoa que não me entendia. Matteo quem deveria entender melhor acabava sendo apenas mais um na fila dos outros motivos que me levavam ao meu atual estado. O clima ficaria ainda mais tenso e eu não estava ali para jogar coisas na cara de Matteo ou piorar toda a situação. – Se você não me entende agora nunca vai entender. – Respondi a última frase e então permaneci levemente afastado dele.

Extremamente magoado ou com os sentimentos feridos, Matteo disse mais uma frase e então começou um selinho em um beijo que eu levemente fiquei sem ter o que fazer, aquilo não era a coisa mais apropriada para aquele momento de crise. As vozes se intensificavam e diziam coisas horríveis na minha cabeça durante o mesmo, o que fez que eu me afastasse de maneira brusca e sem motivos aparentes. Fiquei segundos respirando intensamente como se tivesse corrido há mais de uma hora e olhando nos olhos dele. Ele tentou me abraçar mas novamente eu fiquei imóvel, minha atenção havia sido completamente retirada de mim e dele. – Você ama? – Questionei de maneira rápida e então afastei meu corpo do dele após o abraço.

– Se amasse me entenderia, me prenderia em algum lugar, me impediria de fazer qualquer coisa ruim... Mas a verdade é que enquanto você estiver preso nesse lugar, você nunca vai ser capaz de me ajudar. Você quase brigou comigo por eu ter sumido e eu precisava de somente uma coisa: ouvir que você estava comigo. E você não disse em momento algum, ficou me crucificando mesmo que em silêncio por eu estar desse jeito. E não é porque eu quis! É porque eu senti que tinha que ser dessa forma. – Suspirei baixinho e então olhei pro ambiente ao redor novamente, de alguma maneira ele me ajudava a formar frases melhores. – Eu vim aqui para ver se você toparia o desafio de me ajudar, a mudar isso. Mas você negou quando falei de cura, e acabou seguindo todos os outros e ficou contra mim também. – Já não sabia o que falava direito, estava atormentado. Era como se o Timothée que Matteo conheceu havia sido morto da pior maneira possível pelo novo eu. – Eu deveria ter morrido naquele beco. – Disparei por fim sentado ao lado dele com as mãos sobre a minha perna e o olhando. Naquele momento começava a pensar que sensação de liberdade que a morte poderia trazer era muito mais significante do que permanecer vivo pela metade ou partido.


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Matteo Bedoya Agüero
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Qua 27 maio 2020 - 17:53
Mudanças

« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
A indignação de Timothée chegava até mim e eu conseguia senti-la como se fosse minha. Quando o senti afastar-se dos meus toques e do meu abraço, aos poucos eu sentia-me frustrado, decepcionado e magoado, assim como ele. Eu não conseguia compreender o motivo de Timothée estar agindo e reagindo daquela maneira. Ele fazia parecer que eu havia dito palavras duras demais e de forma rude, quando na verdade eu disse apenas a verdade, e ainda assim ele distribuía ataques gratuitos a mim, como se eu não me importasse com ele, como se eu não o amasse. Minha mágoa uniu-se com a mágoa que eu sentia através dele e transformou-se em uma só. — Você está se ouvindo, Timothée? Pois eu espero que você esteja se ouvindo pra ter noção da gravidade das coisa que você está me dizendo. Eu te fiz de piada? Eu te usei para passar o tempo? Cara, olha o que você está falando... — Aquele não era o momento para deixar as emoções tomarem conta, mas estava difícil demais controlar tudo aquilo que se passava em minha cabeça. Acabei chorando e fiquei de pé, de costas para ele, impedindo-o de ver o meu rosto. O que estava acontecendo ali? Eu saí do castelo morrendo de saudades de Timothée e querendo saber tudo sobre o seu sumiço. Eu estava hiper, mega preocupado e quando descubro que ele estava assim por conta de um dom que ambos compartilhamos e poderíamos juntos aprender a controlar, eu sou tratado dessa forma. Eu estava ali, parado diante dele feito um idiota, vendo ele despejar sobre mim toda sua carga emocional, como se eu não tivesse as minhas próprias para lidar. Aquilo era muito injusto, e problemático em níveis que eu sequer conseguia descrever. Respirei fundo, limpei meu rosto e voltei a encará-lo. Aproximei-me de Timothée e puxei seu braço, levantando a manga do seu casaco. — Você acha que eu posso te salvar disso? — Revelei as feridas que ele tanto tentava esconder achando que eu não repararia e ele logo livrou-se do meu toque as cobrindo de volta. Eu estava muito preocupado com ele, demais, mas talvez aqueles sentimentos ruins estivessem tomando conta dele e fazendo ele ter aquele tipo de atitude. Aquele não era nem de longe o Timo que eu conheci no Patinho Feio. Aquele sentado ao meu lado era um completo estranho.

Agachei-me e fiquei diante do Timo, olhando olho nos olhos dele e tentando fazer com que ele compreendesse finalmente o que eu queria dizer. — Só você pode se impedir de fazer isso consigo mesmo, Timothée! Eu não sou nenhuma poção de cura ou fórmula mágica, eu não posso ficar vinte e quatro horas com você e te impedir de ferir a si mesmo. Eu tenho minhas obrigações e você também tem as suas. Eu quero te ajudar a se livrar desses sentimentos ruins para que você não tenha que recorrer a isso para lidar com eles. Mas se você continuar fazendo isso, absorvendo tudo de ruim que há ao seu redor, não vai haver nada que eu possa fazer, é por isso que eu não sou sua cura. Só você pode se curar, aprendendo a controlar o seu dom e parando de ser receptáculo de coisas e sentimentos ruins de outras pessoas, e eu quero que façamos isso juntos, pois eu também não sei controlar o meu! — Agarrei o pulso dele novamente, mas ele parecia não querer nenhum toque vindo de mim. Balancei a cabeça negativamente e senti-me muito chateado com toda aquela situação. — Fiquei chateado com o fato de você ter sumido e não ter dado notícias. Bastava uma ligação, Tim, uma mensagem ou que fosse. Eu não consigo adivinhar o que se passa na sua vida e nem você o que se passa na minha, mas você tá fazendo parecer que o fato de eu estar na escola implica em eu te ajudar de qualquer forma, sabe o quão problemático é isso? — Eu sequer conseguia acreditar que havia ouvido aquilo da boca do Timothée, logo ele, uma pessoa tão doce e gentil. Todos aquele sentimentos talvez pudessem estar tomando conta de sua personalidade e o controlando de alguma forma. São anos e anos fazendo algo que jamais deveria ser feito, talvez ele estivesse até viciado nisso e não conseguisse sequer parar, o que era ainda mais complicado. — Eu quero te ajudar, eu não estou te crucificando e muito menos quero que você morra. Eu só estou dizendo para a gente encarar o problema através de outra perspectiva, juntos. Você não pode salvar todo mundo, você não pode continuar fazendo o que está fazendo e achar que vai ficar bem assim e, você não pode jogar para cima dos outros a responsabilidade de algo que é seu! Por mais que você duvide ou acha que não, eu te amo sim, idiota, senão eu teria virado as costas e teria te deixado falando sozinho nesse banco depois e tudo o que eu ouvi. — Voltei a chorar e sentei no banco novamente, pois já estava ficando com câimbra de tanto ficar agachado diante dele. Apoiei meus cotovelos em meus joelhos e cobri meu rosto com ambas as mãos. — Depois de tudo o que aconteceu aqui, parece que a única pessoa que está contra você, é você mesmo, Tim. Mas ainda assim eu vou fazer de tudo pra te ajudar. — Descobri meu rosto e o encarei fungando o nariz. Desde as feridas que ele não curava, desde a automutilação, até o fato dele continuar achando que sua missão de vida era apaziguar sentimentos ruins das pessoas sem ter responsabilidade pelos próprios sentimentos. Tudo aquilo denunciava uma única coisa: falta de amor próprio.



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Timothée Søren. Hellström
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Qua 27 maio 2020 - 18:39
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Não importava o que eu falasse, eu mesmo não assimilava a maioria das frases que soltava. Era como se estivesse sendo forçado a dizer uma coisa que apenas havia surgido na minha cabeça e que me faria passar por apuros pela incompreensão de outra pessoa. Mas eu já havia dito tudo o que tinha para dizer e me sentia mais leve, mas a gravidade das coisas ditas não seria apagada facilmente e eu não conseguiria consertá-las de maneira alguma. Matteo ficou de pé e de costas pra mim e então continuei sentado olhando pro chão. Com os pés movia pequenas pedrinhas que estavam na terra e fazia um pouco de barulho com elas. Momentos antes ele havia dito para que eu ouvisse a mim mesmo mas eu não queria aquilo pois sabia que não concordaria comigo mesmo e faria algo positivo pra mudar. Mas ser positivo em meio ao caos era praticamente impossível. Não gostaria que Matteo ficasse magoado comigo e nem que me levasse pelo lado errado e agora tinha quase certeza que a ajuda dele iria embora pelas coisas que eu havia dito. Pagaria por aquilo, aceitaria aquelas consequências. Ele veio até mim e puxou a manga da minha blusa e revelou os cortes feitos na ocasião dos EUA, algo recente e que eu não liguei muito, deixando-o fazer aquilo. Não quis responder e apenas fiquei calado observando o mais novo reagir de diferentes maneiras ao que eram fatos e gestos. Eu estava confuso com as vozes na minha cabeça e tampouco podia conseguir ouvir Matteo as vezes. E mesmo que não quisesse, Matteo daquele jeito estava se tornando uma influência negativa na minha Empatia, mesmo que houvesse o sentimento de amor perdurando desde o começo do nosso encontro.

Matteo agachou-se em minha frente e então começou a falar e eu ouvia atentamente olhando nos olhos dele. Tinha a leve sensação de que estava passando para ele sentimentos negativos que perduravam em mim e aquilo seria inaceitável, não queria mais uma pessoa afetada por mim, eu tinha que carregar todos aqueles sentimentos sozinhos. – Acontece que eu não consigo parar depois de tanto tempo. É como se eu alimentasse um monstro dentro de mim. E se eu não fizer, vou mergulhar em vozes caóticas que me atormentam em todos os momentos, incluindo esse. Eu fico surdo pro mundo e viro ouvinte do próprio caos dentro de mim. Não sei se você deve entender isso. Não quero que você passe pela mesma coisa, não quero que sinta um pingo do que eu sinto. – Pensando na conexão empática, eu procurei ocultar a minha mente para que ele não sentisse mais nada do que eu sentia, o acúmulo. Era o método mais seguro e que deixaria Matteo menos receptivo ao que poderia vir. Ainda que ele estivesse incomodado, ele insistia no contato físico e eu aceitava, não tinha motivo pra recusar. Havia passado tempos e tempos sem o menor contato físico com pessoas, meu corpo pedia ajuda. – Eu não conseguia ligar, não conseguia responder. Tudo que eu fizesse simplesmente seria inútil e te deixaria pior. A dor que você sentiu pela minha ausência é mil vezes menor do que a que eu iria te passar por escrito ou em ligação. – Olhei pra baixo e enxergava as pedras novamente, assim como alguns locais com mato onde passava os pés infantilmente.

– Mas eu posso tentar. – Disse ao ouvir o comentário de que não poderia salvar vidas. As outras vidas me pareciam mais dignas do que a minha, afinal meu sofrimento era pertencente as pessoas que tinham coisas negativas e depois que eu as tirei isso delas, elas pareciam mais felizes, mais intensas e menos ingratas com a vida. Era assim que eu via a minha função de absorver tudo o que era ruim. A minha vida não importava. – Desculpa Matteo. Eu não deveria ter duvidado de você. – Meu corpo começava a cair de dentro pra fora, o choro acumulado por dias enfim começava a demonstrar sua força e sair de dentro de mim como uma tentativa falha de alívio. – E-Eu não quero que me ajude... Eu vou te fazer mal e somente mal e você merece mais do que isso. – Solucei em meio ao choro enquanto tentava limpar as lágrimas dos olhos antes que as mesmas caíssem. – Eu sou uma pessoa horrível com sentimentos ruins, eu nunca vou melhorar... Não tem como eu escapar dessa. Você não p-pode me salvar de qualquer jeito. – Levantei e então fiz como ele, parei em frente a um lugar de costas pra ele e continuei a chorar. – Mas como eu disse, você pode tentar. – Cocei os olhos e então suspirei. – Se não quiser, pode ir embora... – Disse aquilo esperando para que ele fizesse o contrário, estava tão afetado que ainda poderia sentir um mínimo de afeto pelo outro, ainda que fosse enorme. Digo mínimo pois em meio a tantas coisas ruins, são raras as boas sensações que nos tornam vivos. Eu não queria discutir, eu não queria falar mais nada, as vezes um abraço e um beijo são as únicas coisas que podem nos salvar de um precipício.


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Matteo Bedoya Agüero
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Qui 28 maio 2020 - 16:32
Mudanças

« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
De fato ele estava viciado naquilo, depois de tantos anos e de tanto sofrimento, ele acabou afundando num poço que achou que não teria saída, mas na verdade tinha, ele só precisava de ajuda. Timothée estava afogando em águas de si mesmo só a espera de um braço que pudesse puxá-lo de volta a superfície. Eu queria que esse braço fosse meu, no entanto eu precisaria da cooperação dele. Toda aquela dor absorvida por ele estava o impedindo de ter contato com as coisas reais aqui fora, estava o impedindo de viver coisas realmente boas e senti-las. Eu conseguia sentir daqui. Quando ele disse sobre entender o que acontecia com sua cabeça, eu não só entendia, como também sentia. Aquilo tudo era um caos, e aposto que não chegava nem perto do sofrimento real, pois ele poderia estar se esforçando ao máximo para me impedir de sentir o real tamanho de seu fardo com medo de que eu visse o pior que ele carrega, mas o fato é: Timo precisava urgentemente de ajuda antes que algo muito pior pudesse acontecer e aquele garoto sensível e simpático que eu conheci no Patinho Feio morresse de vez, literalmente.

Quando ele começou a chorar, meu mundo caiu. Balancei a cabeça negativamente, suavemente, ao ouvir todas as coisas que ele dizia. Para Timothée todo mundo era digno de coisas boas, experiências boas, sentimentos bons, exceto ele. Eu queria que ele se enxergasse como alguém digno de receber coisas boas também e não só toda aquela carga negativa. Ele ergueu-se e foi para longe de mim aos prantos e eu o acompanhei com os olhos. Timothée achava que nunca sairia daquela e talvez fosse verdade, se ele permanecesse só, jamais conseguiria livrar-se de toda aquela carga emocional ruim. Ele precisava de apoio e eu seria esse apoio. Caminhei em sua direção e o abracei por trás. Eu ainda não sabia muito bem o que estava fazendo e como fazer, no entanto, assim que toquei o corpo de Timothée e senti todo aquele caos, tentei, de alguma forma apaziguá-lo na esperança de que pudesse diminuir um pouco todos aqueles sentimentos insuportáveis. — Eu não vou embora, eu estou aqui... — Tentei desligar toda aquela confusão que estava na cabeça do Timothée, sem saber muito bem o que estava fazendo, no entanto tentando ajudá-lo da melhor forma que eu podia.

DADOS:


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Qui 28 maio 2020 - 16:32
O membro 'Matteo Ornellas Bedoya' realizou a seguinte ação: Lançamento de Dados


'IM-1' : 4
Timothée Søren. Hellström
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Qui 28 maio 2020 - 20:24
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Mudanças seriam necessárias a partir daquele momento. Não que eu não estivesse decidido a mudar embora fosse quase irrecusável a proposta de voltar ao que era antes da Empatia começar a estragar tudo. Não me importava com o que poderia acontecer comigo e tinha medo que aquilo parasse em Matteo de alguma forma. Sabendo que ele também tinha o mesmo dom, a única coisa que poderia nos deixar seguros um do outro era a distância física que poderia ou não ser suprimida por meio de mensagens e redes sociais até que tudo se estabilizasse. Na circunstância atual era a única coisa que poderia ser feita e que seria melhor para ambos, mas não conseguia me ver sem ele de forma alguma, era como se tivéssemos que passar por tudo aquilo juntos para que não ficássemos ruins ao mesmo tempo. Não tinha ideia de como agir ou o que fazer sem que acabasse sendo visto com maus olhares.

O choro era uma maneira simples de expor aquilo que estava errado dentro de mim, era como se tivesse finalmente a liberdade de soltar cada coisa ruim que estava por lá. Matteo tratou de me abraçar por trás e eu comecei a sentir uma leve mudança, como se ele estivesse mexendo com os meus sentimentos com o dom dele. Eu havia prometido pra mim mesmo que iria fazer um enorme xingamento se ele fizesse aquilo, mas não tinha nem como fazer aquilo depois de tudo que ele havia dito. Assim como sua última fala no momento do abraço. Segui no choro que aos poucos ia se esvaindo e me deixando um pouco mais aliviado, eram anos e anos de pura tensão e coisas ruins para além do ocorrido no beco que frequentava depois que saia da COMASUL. – Eu não queria ver você envolvido nisso tudo. – Enxuguei o rosto com a blusa rapidamente enquanto virava de frente pra ele sem desfazer o abraço. – Só... Não faça isso de novo. – Dizia fazendo menção ao uso do dom dele em mim que havia sido perceptível e funcionado de maneira regular, deixando a situação um pouco menos pior do que ela estava. O silêncio agora estava naquele ambiente e eu não sabia o que dizer, apenas esperava que Matteo soubesse.


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Matteo Bedoya Agüero
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Matteo Bedoya Agüero
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Ter 2 Jun 2020 - 11:00
Mudanças

« A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar »
Não sabia ao certo se havia funcionado a utilização do meu dom ou não em Timothée, no entanto eu conseguia sentir o impacto que aquilo causara sobre mim. Desde o momento que ouvi da boca de Timothée a palavra Empatia, eu já estava ciente dos riscos que teria ao me relacionar com alguém que compartilhava do mesmo dom que eu. Senti-me meio triste, abalado, contudo o dom pareceu funcionar, Tim estava um pouco melhor do que antes e para mim isso já foi mais do que suficiente. O jovem adulto virou-se para mim e enxugando o seu rosto lavado de lágrimas e eu tentei esboçar um sorriso para fingir que estava tudo bem comigo após o ocorrido. Ele não queria que eu me envolvesse, mas na verdade eu já estava envolvido, dos pés à cabeça. — Timothée, eu sempre vou usar o meu dom se for pra te ajudar de alguma forma, eu espero que você entenda isso. — Acariciei o rosto dele e o abracei forte. Aquele sentimento que estava em mim era algo muito ruim, e o pior é que eu sabia que tudo aquilo estava em Timothée e até mil vezes mais intensificado. Como alguém consegue viver assim por tanto tempo? Eu confesso que teria desabado, de verdade. Eu não teria dado conta disso tudo e já teria cometido algum loucura, como sempre. — Eu preciso ir. — Disse afastando-me dele. Segurei ambas as mãos de Timothée e as apertei com força. Olhei nos olhos do rapaz que estava diante de mim e ali, eu percebi que talvez nosso relacionamento pudesse fazer um pouco de mal a ele, no entanto eu queria ajudá-lo de qualquer forma, com todas as forças que eu tinha, pois eu não menti quando disse que amava a pessoa. Quando eu gosto de alguém, eu gosto de verdade, independentemente de qualquer outra coisa. E eu espero que isso fique bem claro. — Eu espero que você fique bem, Timo. E se precisar de qualquer coisa me liga ou me manda mensagem, assim que eu puder eu vou te responder. Nós podemos marcar de nos encontrar aqui de novo, tudo bem? — Depositei um beijo em sua bochecha e suspirei soltando sua mão. — Fica bem. — Disse dando um meio sorriso e me pus a caminha para longe dele. Eu andava de costas, pois não conseguia tirar os olhos dele, de verdade. Eu estava com uma vontade imensa de chorar, pois não sabia o que fazer com todo aquele sentimento ruim que havia dentro dele. Eu queria muito ajudar, muito. Ele não merecia aquilo, de verdade. Mandei um beijo para ele no ar e me pus a caminhar corretamente, dando as costas para ele. Eu havia provado um pouquinho dos sentimentos de Timothée e aquilo me perturbou bastante. Eu espero que ele pare de fazer o que faz e entre em contato comigo sempre se sentir-se mal a ponto de ferir a si próprio. Mordi meu lábio inferior e caminhei de volta ao castelo pensando sobre tudo o que ocorreu, eu queria ajudá-lo, mas para isso eu precisaria desenvolver mais meu dom. Bem, acho que tá na hora de focar nisso então.



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Jaci
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Jaci
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Sáb 6 Jun 2020 - 17:32
encerrada!
seu desejo é uma ordem!

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