Era cerca de duas da tarde quando um memorando pousou na mesa do auror em trabalho no escritório. Tratava-se de uma designação a uma missão para capturar Joaquim Guzmán, um bruxo suspeito de diversos crimes nos últimos dias. Bem explícito na carta, seu trabalho era espionar e tentar levar o bruxo sob custódia para a sede da confederação onde ficaria sob prisão preventiva até a data do julgamento apropriado. Sem muita análise na ficha bruxa do indivíduo, Antônio saiu da sede da confederação e caminhou até a praça logo em frente, onde o repello aparatio não surtia efeito, e desaparatou para as galerias da 25.

Ressusgiu já em movimento, com ambas as mãos em seus bolsos. Olhando adiante como um perfeito e comum comprador, ele caminhou para pela ruela que levava ao beco do padre, seu foco no momento. Perguntava-se sem parar, como conseguiria manter o perfil baixo para não chamar atenção, estando parado por horas no beco onde os visitantes frequentes são bruxos das trevas? Não havia descoberto isso ainda, quando entrou n'O Leviatã. Era um bar conhecidamente clandestino onde todo o tipo de marginal podia ser encontrado e, no momento, ele devia que se passar por um desses.

Sentou-se em uma das mesas e pediu uma bebida qualquer para passar o tempo. Ironia do destino ou pura sorte, lá estava Joaquim, conversando abertamente sobre o tráfico de animais com outro homem à beira do balcão. Ele queria ser ouvido, não havia outra explicação para falar tão alto, mas quem ali mantinha a discrição? Era um bar clandestino em um beco à margem da sociedade bruxa, é claro que tratariam de qualquer assunto abertamente.

Algumas doses e horas depois, Joaquim saiu do bar. O relógio de pulso de Antônio marcava onze da noite e ele seguiu seu suspeito para captura-lo na rua, onde seria mais fácil mesmo que ele resistisse à voz de prisão. — Joaquim Guzmán, em nome da confederação da magia sul-americana, você está preso. — Disse ele com sua varinha apontada nas costas do bruxo que estacou ao ouvir a intimação. — Entregue sua varinha e me acompanhe. — Completou. Tudo que ouviu de resposta foi uma alta e grave risada e viu um feixe de luz vermelha disparar em sua direção. — Protego! — Conjurou a barreira pra defender-se contra o ataque lançado por Joaquim.

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O feitiço lançado por Joaquim se chocou contra a barreira invisível conjurada por Antônio e se desfez em seguida. Ele imaginava que o criminoso não respeitaria a voz de prisão e seria levado com boa vontade, mas também não pensou que seria audacioso ao ponto de atacar um auror. Neste ponto havia mais um crime para ser adicionado à grande lista de Joaquim: desacato a autoridade.

Movendo sua varinha firme em frente ao seu corpo, Antônio planejou seu ataque. Não podia e nem queria mata-lo, devia levar o criminoso sob custódia e tinha que se lembrar disso. Nada de feitiços muito poderosos naquele duelo, exceto para defender-se. — Expelliarmus! — O auror contra atacou com um movimento sutil de sua varinha, lançando um raio de luz em direção ao homem que tentou cancelar a investida com um contra-feitiço específico. — Commoror Virga. — Ele gritou em resposta, na tentativa de manter-se naquele combate por mais tempo.

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Antônio pode ouvir a tentativa de conjuração de um contra feitiço por Joaquim, que não obteve muito sucesso em sua tentativa. O Expelliamus lançado pelo auror o atingiu antes que ele conseguisse executar o feitiço propriamente, ou pode até ter conseguido, mas não muito bem feito pois sua varinha saltou de sua mão e cortou a noite, girando algumas vezes no ar até chegar ao alcance do Cortez que esticou sua mão esquerda para captura-la no ar. — Não há mais para onde fugir, Joaquim. — Disse, sucinto, olhando nos olhos do criminoso a sua frente. O homem não parecia sentir-se acuado com a presença da autoridade, pelo contrário, mesmo sem sua varinha em mãos ele permaneceu de pé com o peito estufado enquanto Juan caminhava em sua direção. — Incarcerous. — Conjurou quando estava a menos de dois metros de distância do Guzmán.

Imediatamente cordas irromperam de sua varinha e dobraram-se ao redor do corpo masculino, prendendo seus braços rente ao tronco para restringir seus movimentos. Não era sabido se o bruxo em questão tinha qualquer habilidade em combate corpo a corpo, mas Antônio não arriscaria a testar isso na prática. Com os movimentos do criminoso restritos, Juan apertou forte seu braço a desaparatou dali.

Ambos os corpos se contorceram no vazio e ressurgiram em frente a sede da COMASUL e os poucos as poucas pessoas que estavam na rua àquela hora viraram as cabeças para acompanhar os dois homens que caminhavam para a sede da confederação. — Uma ótima noite. Você pode avisar o chefe dos aurores que voltei de minha missão, por favor? — Pediu ao recepcionista na entrada com um sorriso simpático no rosto, por mais estranho que fosse, e sumiu no elevador. Era mais fácil assim, com um telefonema, quando chegasse à cela provisória de Joaquim talvez seu superior já o estivesse esperando.

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