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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Violeta Sturdza
TLC » Criança
Violeta Sturdza
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Proprietária da galeria de arte "Casa Musæum"
Sáb 11 Jul 2020 - 23:16



Evento de lançamento da coleção terra brasilis na galeria Casa Musaeum. A edição abrange obras inspiradas na cultura e nas cores do Brasil, e conta com a presença dos artistas que inauguram o projeto — a própria Guilhermina, Ana Saramago e Ênio Blacher. Também marca presença o curador Morfeu Zapata. O entretenimento musical é fornecido pela cantora Jhessy Cavendish, relembrando sucessos da bossa nova brasileira. Aperitivos e taças de prosecco serão oferecidos aos convidados e haverá um leilão comemorativo (e facultativo, cujos fundos irão para organizações de cunho ambiental) das três principais obras:

Obra 1 - Os degradados, por Ênio Blacher (R$ 2300)
Obra 2 - A(rara), por Ana Saramago (R$ 3000)
Obra 3 - Pedaço do São Francisco, por Guilhermina Cavallaro (R$ 10.000)

O evento será realizado no andar térreo do edifício, havendo quatro salas diferentes, sendo três destinadas à exposição das peças e uma grande sala de lounge onde há sofás para que os convidados relaxem e conversem, assim como uma grande mesa de tampo de vidro repleta de quitutes doces e salgados, como carpaccio, ceviche, uma variedade de queijos e torradas, crème brûlèe e trufas de chocolate belga. Há garçons — vestidos de acordo com o tema — disponíveis em todo o perímetro. Esta é uma RP retroativa e acontece no dia 8 de agosto.



terrabrasilis


NC


Última edição por Guilhermina S. Cavallaro em Seg 27 Jul 2020 - 22:54, editado 8 vez(es)
Violeta Sturdza
TLC » Criança
Violeta Sturdza
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Proprietária da galeria de arte "Casa Musæum"
Ter 14 Jul 2020 - 1:45


lançamento da coleção terra brasilis | casa musaeum | 8 de agosto | 2020

Acompanhada pelo cair da noite veio a mesma sensação que me assolou durante a inauguração de minha primeira galeria, em Recife. Mas havia algo de diferente nesta, tinha de admitir. O estilo pomposo e minimalista do edifício fora escolhido especialmente por mim — claro, com a adição de alguns pitacos de Julieta. Estava orgulhosa da dedicação de minha filha em relação ao projeto; ela de fato merecia o cargo que a havia oferecido como balconista do estabelecimento. É difícil encarar o quão rápido passa o tempo; pensar que, há algum tempo atrás, os carregava no colo por todos os lados. Eles sempre estavam ali, perto de mim. Agora crescidos, são do mundo e vivem fora. Mas é o que dizem; criamos os nossos filhos para o mundo, não é mesmo?

O traje temático fora outra ideia de Julieta, assim como o tema. Sempre impressiono com sua criatividade. Escolhi um vestido sob medida da estilista Adriana Barra — um longo vermelho e de estampa tropical, tecido fino e um finíssimo véu pendente sobre as costas. Finalizei com alguns acessórios sutis, nunca nada muito espalhafatoso — um par de brincos Cartier que havia comprado numa viagem recente à riviera e um colar de ouro branco, do qual não me recordo exatamente a procedência mas suponho que tenha sido um presente de aniversário ou dia das mães. Não precisei me preocupar em arrumar meus cabelos, pois os havia estilizado no coiffeur no início da tarde. O de sempre — um coque em trufa no topo da cabeça, simples e elegante. Atravessei o corredor mal-iluminado e bati delicadamente na porta do quarto de Julieta. A mocinha sempre teve problemas com horários devido ao fato de ser facilmente distraída por quase qualquer coisa. Para minha surpresa, ao abrir a porta, me deparei com a linda imagem da minha garotinha — uma vez garotinha, agora mocinha, tenho que me acostumar — já vestida e maquiada. A lancei um sorriso sincero e avancei até o quarto de Tomé, novamente dando três batidinhas sobre a superfície amadeirada da porta de seu quarto. Cazuza sempre foi imprevisível, e para o meu espanto, ele também já estava prontíssimo, deitado na cama a ler um livo. Oh, o detalhe que sempre esquecia. "Bimbo", o alertei, apontando com o queixo para seus pés envolvidos pelas sandálias Havaianas. Oh, quantas vezes já tivemos de voltar no meio do caminho para que calçasse os sapatos adequados! Como era distraído, meu angioletto. Percebo que não consigo parar de vê-los como crianças e, honestamente, acho que nunca irei.

Atravessamos uma porção de quarteirões no carro guiado por Cazuza até a galeria. Minha galeria! Como estava feliz em poder chamá-la de minha, de poder ter uma galeria mais uma vez! Encostamos o carro numa das vagas de minha propriedade. Seis e meia em ponto — os funcionários já estavam à postos, de guardas à garçons. Cumprimentei-os todos com um sorriso no rosto que seria difícil de ser desfeito naquela noite. O ambiente estava lindo — decidimos decorá-lo com algumas plantas tropicais, em especial as plantas suspensas. Duas mesas de aperitivos se erguiam sobre o piso cimentado e um lounge suave soava pelo local, antecessor à apresentação da jovem cantora Cavendish. Seria uma noite e tanto.

À medida que os primeiros convidados chegavam, os cumprimentava com empolgação. Tantos rostos conhecidos fazia com que me sentisse nostálgica. Logo chegaram os curadores e os artistas, os quais cumprimentei com o dobro da empolgação. Deixei meus filhos dispersarem-se pela galeria como quisessem, na condição de que cumprimentassem a todos. Estava ansiosa para o leilão; há tempos não havia frequentado um, quiçá um em minha própria galeria. As obras a serem leiloadas eram belíssimas, principalmente a escultura. O tema abrasileirado deixava tudo mais aconchegante. Caminhei até a sala onde ocorreria o leilão e o jantar, na qual distribuíam-se diversas mesas redondas, cada uma com ao menos cinco lugares. Aproveitei para interagir com os diversos grupos que se formavam no evento, agradecendo-os por sua presença. O leilão começaria em uma hora, e o jantar em quarenta minutos. Surrupiei uma taça de prosecco de uma das bandejas carregadas pelos garços e levei-a aos lábios, me deliciando com o sabor do Cristal. Seria uma longa e animada noite.





Última edição por Guilhermina S. Cavallaro em Seg 20 Jul 2020 - 0:13, editado 2 vez(es)
Julieta Sodré Cavallaro
CASTELOBRUXO » Docente - História da Magia
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HMC: Terapeuta Ocupacional
Qua 15 Jul 2020 - 15:39
Aquarela do Brasil
"e mamãe a mais de mil"
Julieta havia levantado da cama com o pé esquerdo naquele dia. Talvez por ter ficado acordada até tarde ajudando a mãe com a organização do bendito evento, ou simplesmente pelo fato de que sonhou que a comadre fulozinha estava a perseguindo por ter arrancado um hibisco de um arbusto. Algumas questões emocionais também a importunavam, mas preferiu não pensar no assunto e ficar em seus afazeres. Deviam ser por volta de umas cinco horas, o que significava que tinha pelo menos uma hora e meia para se aprontar. Levantou-se da cama de maneira vagarosa; seus travesseiros nunca haviam sido tão convidativos como naquele momento. Foco. Rumou até o banheiro e tomou um banho rápido, secando os cabelos em seguida. Pôs o vestido pendurado no cabide em seu guarda-roupa, aliviando-se ao percebê-lo se encaixar sem dificuldade em sua silhueta. Notou que tinha esquecido de cortar a etiqueta, que pinicava como um ouriço em suas costas. Recortou-a com uma tesoura encontrada em meio aos milhares de itens de papelaria — um vício — espalhados por sua mesa de estudos e viu-se livre daquela sensação desagradável.  

Findada a primeira etapa, a parte mais empolgante (e ao mesmo tempo um possível gatilho para surtos repentinos por ter errado o finalzinho do delineador) havia chegado. Vasculhou pelo banheiro o seu estojinho de maquiagem e iniciou os trabalhos. Decidiu não exagerar muito; corretivo, pó, blush, rímel e iluminador eram o suficiente. Aplicou um pouco de sombra para dar dimensão aos seus olhos, puxando um pouquinho para o lado no final para adquirir o tão afamado fox eye look. E dá-lhe iluminador — bendita fosse Robin Rihanna Fenty. Para finalizar, aplicou um pouco de batom e gloss labial, terminando o processo com algumas borrifadas de seu perfume favorito, o Chloé, da marca de mesmo nome. Ah! Os brincos. Encaixou nos lóbulos o par de brincos Cartier que havia ganhado de sua mãe num dia qualquer. Oh, sim, e o colar. Como era o nome da marca mesmo? Rivo? Rivotril? Rivoir! Não ligava para marcas, mas apreciava o carinho de sua mãe, por mais que fosse através de um presente material. Sorriu para a mesma ao vê-la abrindo a porta para conferir seu estado e sua expressão de orgulho e carinho aqueceram o coração da jovem como se numa labareda. Vestiu sua bolsinha — cuja marca não recordava e pouco lhe importava — e saiu do quarto, deparando-se com a mãe e o irmão à sua espera. Finalmente partiram no carro guiado pelo irmão até a galeria — todos pareciam estar envolvidos por uma nuvem de expectativa e ansiedade.

Julieta abriu um sorriso sincero ao adentrar a galeria. Como havia ajudado com o projeto, vê-lo solidificar-se daquela maneira foi emocionante para ela. Cumprimentou todos os que entravam com cortesia, e logo tornou a vagar pelo grande salão, a admirar as obras. Estava orgulhosa, orgulhosa de si e de sua querida mãe tão dedicada. Retornou à sua companhia e adorou ser paparicada por parentes distantes e amigos de Guilhermina cada vez que ela a apresentava. Num momento de paz, aproveitou para envolver sua mãe num abraço, sentindo o cheirinho característico de seu perfume — mais precisamente Dolce&Gabbana (Light Blue) — que tanto gostava.  Sim, era difícil sem papai ao seu lado, mas sabia que ele estaria sempre em seu coração e que tinha sua amada mãe para consolá-la caso sentisse sua falta, mesmo que já fizesse treze anos desde sua perda. Meneou a cabeça numa tentativa de relevar aqueles pensamentos e logo fora chamada por uma desconhecida a quem deu dois beijinhos educadamente. A música lounge e o clima tranquilo tornava o ambiente agradável. Lembrou-se que logo haveria uma pequena apresentação de uma cantoria que seguia no Witchgram e gostava muito, Jhessy. Mal podia esperar para ouvi-la cantando nossa nova. Mas o que mais a empolgava era o leilão, que ocorreria em aproximadamente quarenta minutos mais tarde. Adorava o friozinho na barriga que sentia ao assistir uma peça ser leiloada. Logo aproximou-se de Cazuza, recostando o antebraço sobre o ombro do rapaz. “Eu senti muita saudade disso”, revelou, visivelmente agraciada. Até então, nada poderia quebrar o êxtase que sentia.
Luís Felipe Albuquerque
TLC » Criatura Mágica
Luís Felipe Albuquerque
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ARTISTA: Apresentador suporte e Ator Coadjuvante.
Sáb 18 Jul 2020 - 17:23

 
I wanna be alone with u, does that make sense?

Meu bloco de notas e minha pena já estavam prontos e flutuando ao meu lado enquanto eu passeava pela galeria observando atentamente cada obra de arte. Não, eu não iria participar de leilão, não sou um convidado especial e nem nada do gênero. Eu estava ali a trabalho, o jornal havia me enviado para cobrir o evento de inauguração da Casa Musaeum de Guilhermina S. Cavallaro, uma artista plástica que apesar de não ser muito conhecida por todos, era a que tinha mais obras expostas na casa de cada um dos figurões que eu já tive o prazer de conhecer. Eu sequer utilizava uma roupa com a temática proposta pelo evento, optei apenas por vestir um terno sob medida azul claro e uma gravata branca e com meus tênis pretos lustradíssimos, nada muito chamativo e colorido como o restante dos presentes no local. De um lado era porque eu era bastante tímido e não gostava de saber que havia tanta atenção sobre mim, especialmente pela minha vestimenta. Por outro lado era pelo trabalho. Eu queria mesmo passar despercebido, e conseguiria, essa era minha especialidade, mesmo com um bloco de notas e uma pena flutuando ao meu lado.

Eu passeava pela galeria anotando as impressões que tinha acerca do evento enquanto meus objetos encantados me perseguiam e desviavam habilmente dos convidados e não paravam de anotar cada palavra que saltava dos meus lábios. — Anote, pena. — Alcancei uma taça de champanhe de um dos garçons que estava usando uma vestimenta com cores vibrantes, assim como o evento exigia e sorri em agradecimento. — A quantidade de artistas presentes no local era notável e isso ressaltava a importância que há da classe artística em apoiar um o trabalho do outro. – A pena trabalhava incansavelmente bem quando eu avistei Guilhermina S. Cavallaro, a anfitriã do evento e dona do local recepcionando alguns convidados. Eu precisava de um depoimento dela, mas eu não sabia quando era o momento certo de aproximar-me, no entanto eu precisava fazê-lo o quanto antes. Então pus-me a caminhar na direção da artista plástica lentamente, tentando manter-me invisível naquele mar de tantos figurinos chamativos e exóticos. Pareciam que as obras de arte eram as próprias vestes das pessoas, aliás, será que alguém estava utilizando algo assinado pelo Henrique Gonçalves? Meu sonho era conhecê-lo pessoalmente. Além do mais, soube que haveria o show da Jhessy. Internamente eu era fã da artista, mas externamente eu não deixaria jamais as pessoas descobrirem minha predileção pelas músicas da cantora. Eu poderia ter o emocional de um adolescente apaixonado às vezes, mas isso ficaria apenas para mim. Digamos que quem vê minha carranca não costuma ver o que há por dentro e eu prefiro que assim seja. Eu já estava próximo de Guilhermina quando acabei esbarrando acidentalmente em alguém ou alguém esbarrou acidentalmente em mim. Não sei precisar, só sei que minha taça acabou balançando e o conteúdo dela caiu sobre meu terno azul fazendo com que minhas bochechas ficassem rubras de vergonha e eu sequer conseguisse erguer o rosto para encarar quem quer que fosse. — Me desculpe. – Disse de cabeça baixa enquanto tentava limpar aquela pequena bagunça, não era nada demais, um Tergeo deve resolver. Pensando nisso eu saquei a varinha rapidamente e utilizei o feitiço antes que a bebida secasse em minha roupa e gerasse um problema maior, afinal, aquele terno não era meu, era emprestado. Eu não tenho roupas com cores, geralmente são sempre cinzas, pretas ou brancas.


Olívia Maia Dalavia
TLC » Artista
Olívia Maia Dalavia
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ARTISTA: Apresentador suporte e Ator Coadjuvante
Dom 19 Jul 2020 - 21:07
Arte e vida se misturam.
Fantasia e realidade se acrescentam.
Alguns dias antes do grande evento, uma coruja coloridinha havia batido na janela do meu escritório. Carregava em seu bico um convite, cujo centro era um círculo parecido a um desses em que a xícara de café marca o guardanapo. Eu nunca havia ouvido falar sobre a CASA MUSÆUM, mas confesso que logo que vi o borrão azul, fiquei interessada. Descobri no próprio papel que se tratava de uma galeria. Como a boa fã de arte que sempre fui, seja ela expressa das mais diversas formas, já conferi a data para ver se estava disponível. Não precisava saber mais do que isso para decidir que iria. O lançamento da coleção terra brasilis contaria com a presença de Ana Saramago e Enio Blacher, Morfeu Zapata e da cantora Jhessy Cavendish. Interessante, eu não conseguia me lembrar de nenhuma Jhessy. Além de todos os meus projetos, eu adorava descobrir e lançar novos artistas, então não sabia como essa havia escapado dos meus olhos atentos ou de meus ouvidos afinados, mas iria descobrir, afinal.

Quando o dia chegou, passei horas escolhendo o que vestir. A essa altura já havia pesquisado mais sobre a casa e sobre o evento, descobrindo que não somente conheceria uma nova cantora em ascensão, como reveria minha amiga Guilhermina. Parecia perfeito: arte, música e amigos. Também descobri mais sobre a temática e recebi dicas de como me vestir de forma mais adequada para o estilo do evento. Escolhi prender o cabelo e usar um vestido curto, cujas estampas lembravam o tema e o comprimento lembrava a mim. A antiga Roberta, a que havia se apagado com a morte do irmão, mas agora voltava a voar livre e linda por aí.

A localização indicada ficava em Monte Nevado, o que fez meu atraso não ser percebido. Estava tão ocupada planejando o novo álbum, fechando os feats e organizando o baile beneficente da FVA e a abertura de minha gravadora que nem tivera tempo de aproveitar minhas filhas, que a essa altura mandavam lindas fotos de biquini, aproveitando as festas, as farras e as ressacas que a ilha as proporcionava junto aos meus sobrinhos. Senti uma pitada de inveja de quando a vida ainda era assim, um misto de estudar e de depois aproveitar para fazer nada além de curtir a vida. A juventude é para isso, afinal. Falava com uma das gêmeas pelo celular quando Bartolomeu chegou em casa, o que indicava que eu já estava bastante atrasada para me arrumar. Desliguei o celular e convidei mais uma vez meu marido para se unir a mim, ainda mais sendo um lindo sábado, mas ele andava tão abarrotado de trabalho que não se daria ao trabalho de me acompanhar.

— Já estou indo, querido. — Avisei, deixando-o para trás com uma careta de poucos amigos. Seria aquela a noite em que meus voos voltariam a ser emocionantes? Esperava que sim. O motorista me deixou em frente ao local, onde mesmo antes de sair do carro, já sentia os flashes em minha direção. Era comum, afinal eu era bastante conhecida. A cantora famosa que um dia almejei ser desceu daquele veículo com um sorriso amigável, daqueles que ficam lindos vindos de fotos de qualquer ângulo, além de as mãos que automaticamente já começaram a mandar tchauzinhos e mandar beijos para todas aquelas pessoas que queriam a minha atenção. Uma repórter simpática se aproximou e começou a fazer perguntas. Eu a teria ignorado, mas com um álbum a caminho e a ideia de gravadora, eu precisava de mídia. Precisava de todos aqueles holofotes, mesmo que não estivesse tão animada para eles quanto estava para finalmente entrar e presentear meus olhos com arte. — Estou vindo para conhecer a Casa. Meus fãs sabem o quanto eu aprecio e valorizo a arte, então não poderia ficar de fora. Além do mais, é um privilégio poder rever Guilhermina Cavallaro, uma mulher de incontestável talento. — Finalizei, acenando mais uma vez e entrando no local, deixando todos os flashes para trás. Olá, arte! A porta da gaiola estava aberta e eu estava pronta para voar.

VESTINDO!


Roberto Ricardo Farias
TLC » Fantasma
Roberto Ricardo Farias
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Fantasma
Seg 20 Jul 2020 - 0:05
A arara bordada no blazer fora enfeitiçada especialmente para aquela ocasião. Suas longas asas azuis, verdes e vermelhas moviam-se continuamente pelo tecido preto, destacando a veste do presidente sem que este perdesse a aura de seriedade com a qual gostava de ser interpretado. — Guilhermina! — Cumprimentou, esticando a mão para um cumprimento que logo se tornou um abraço quando cessou a distância que o separava da proprietária da galeria. — Foi um prazer ser convidado para sua inauguração, estava com saudade e, pelo que vejo, tudo está, como sempre, perfeito. — Elogiou, afastando-se da Cavallaro.

Aos apoiadores, Roberto reservava seus mais gentis modos. Da mesma maneira, para não cercar demais a anfitriã, o presidente engrenou em uma curta e superficial conversa com o auror que lhe acompanhava enquanto caminhava pelo salão, observando as obras.
AGOSTO2020Interações devem ser comunicadas por MP

Terra brasilis


Kala Kabir Reitz
CASTELOBRUXO » Docente - Magizoologia
Kala Kabir Reitz
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CB: Docente de Magizoologia
Seg 20 Jul 2020 - 0:28
❝Terra para Antônio
Impressão ou Monte Nevado andava bem mais movimentado do que o normal nos últimos meses? Inaugurações, shows, bailes, era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e Antônio — por mais que quisesse, sempre foi festeiro — não podia participar de todas elas devido ao seu trabalho. De todos os eventos, conseguiu ir ao baile beneficente uma semana antes, como segurança, e agora à inauguração da Casa Musæum em uma exposição de arte inspirada na cultura do país. Não era bem como ele esperava passar aquele dia de folga, esses eventos sempre lhe enchem de lembranças de seus pais, mas já fazia algum tempo desde a última vez que teve qualquer contato com exposições, então, considerou essa uma boa oportunidade para retomar um dos velhos costumes adquiridos com família.

Antônio sabia que a maioria das pessoas presentes estariam vestidas com suas melhores roupas, todos sempre aparecem nessas exposições como se quisessem ser expostos nas paredes no lugar das obras e a mídia parece adorar isso, mas optou por vestir algo o mais simples possível. Estava cansado de ternos em seu dia a dia e se recusava a usar outro em seu dia de folga, por isso trajava uma camisa floral verde, um casaco cinza por cima para quebrar um pouco do frio do povoado bruxo e uma calça jeans comum, estava ótimo e confortável.

Aparatou na frente do prédio onde tudo aconteceria e entrou calmamente. Não estava enganando sobre as vestes de todos, a maioria parecia realmente querer serem expostos e leiloados de tão bem arrumados. Algumas das vestes gritavam as marcas em letras berrantes como uma mulher com um macacão inteiro coberto com HG's dos pés à cabeça, Henrique Gonçalves se fazendo presente mesmo não estando no evento, pelo menos não no campo de visão do auror. Seu desleixo quanto a aparência chegou a deixa-lo desconfortável em seus pés, por um momento, mas isso logo passou quando um garçom se aproximou com uma faça de champanhe. Sinceramente, ele preferia algo mais forte, mas aquela taça teria que servir.

— Pedaço do São Francisco. — Pensou alto, parado em frente a obra da artista Guilhermina Cavallaro. Uma perfeição, sem dúvidas. Era de se esperar tanta gente próxima a ela com suas máquinas fotográficas e celulares mirando as dobras azuladas as escultura. Sem perceber, Juan parou no meio do caminho de outro alguém e acabaram esbarrando-se. — Perdão, ta tudo bem aí? — Perguntou o auror com a mão direita no ombro do homem a sua frente, tendo equilibrado o último gole de sua bebida dentro da taça, não derramando por pouco. Não estava bem. O terno do homem estava molhado com o líquido de seu próprio copo. — Eu meio que fiquei no caminho e não percebi. Deixa eu ajudar. — Tentou se explicar para amenizar o problema e sacou a varinha do cós de sua calça, mas no fim das contas nem precisava, o loiro se livrou da sujeira com um movimento de sua varinha, deixando uma das sobrancelhas do moreno de pé. — Quer dizer, não que você precise. — Sorriu, mostrando simpatia com o cara que, julgando o terno, era claramente mais um dos que gastam fortunas em uma peça de roupa. — Me chamo Juan Antônio. — Disse com a mão direita estendida a frente do corpo, depois de devolver a varinha ao seu lugar de origem.
Jhessy Pierce Cavendish
PRISÃO » Prisioneira
Jhessy Pierce Cavendish
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CB: Professora de Poções
Seg 20 Jul 2020 - 1:26



"É a promessa de vida no teu coração"
Antonio Carlos Jobim
• • •

Finalmente o dia tão esperado chegou e estava com o coração que não se aquietava. O rosto era contemplado com um largo sorriso e um brilho nos olhos claros enquanto se olhava no espelho e recebia elogios e encorajamentos de Arya. Convidada para cantar em um evento de uma galeria de arte? Mal podia acreditar. Quão culto sua tia iria achar este feito? ”Dane-se!”, pensou a Cavendish. “Aquela sonsa nem era minha tia de verdade, pela glória de Héstia!

Rodopiou alegre em frente ao seu reflexo, girando a saia longa com flores coloridas e balançando suavemente o colar de prata que repousava por cima de seu cropped preto que ia até o pescoço. — Tem certeza que você não pode faltar nem um diazinho de trabalho? Nem chegar atrasada no plantão noturno? E o Chord? Aff, que saco. — bufou a loira vestida no que achava combinar com o tema de Brasil e suas cores. Ao parar para terminar de ajeitar seus cabelos, porém, observou o semblante tristonho de sua irmã, o que a fez soltar um suspiro de culpa. — Tá bem.. I’m sorry. É que é o primeiro evento em que sou convidada a cantar, se tudo der certo, é realmente o que eu quero fazer de agora em diante. Só queria minha família comigo, just to change a little... — confessou, e embora houvesse certo sarcasmo em sua última frase, focou-se em passar apara a mais velha apenas aquilo que ela queria que Arya sentisse: decepção e um pouquinho de tristeza. Tão logo Arya pareceu aceitar suas desculpas, logo Jhessy tratou de se animar de novo enquanto calçava os sapatos, uma Empata não poderia chegar no evento em que seria atração musical exalando descontentamento, afinal.

❝    ❞

Anunciar seu nome na entrada e ser reconhecida como convidada especial do evento foi mais que suficiente para alargar o sorriso da Pierce, que contagiou-se ainda mais de empolgação ao encontrar com Guilhermina, a dona do espaço e organizadora do evento, aquela a quem Jhessy devia muito mais que mil ‘obrigada’. — Como você está linda! Está tudo pronto? Basta me dar o aval.. — falou om Guilhermina enquanto a acompanhava em algumas recepções. Passou a observar o lugar incrível que havia conhecido um dia antes, mas que agora parecia ainda mais elegante e importante com a movimentação dos convidados, e quando Mina lhe indicou o momento, seguiu para sua área de atuação.

Sentou-se em um banquinho de madeira acolchoado, cruzando a perna direita sobre a esquerda, ajeitando a saia ao fim do movimento. Arrumou o microfone em sua altura, aliviada de já tê-lo testado e ajustado todos os volumes no dia anterior. Ao menos aquela era uma invenção muito boa, afinal, seria impossível que usasse um Sonorus ao mesmo tempo em que dedilhava o piano que já lhe aguardava em sua frente.


Sem aviso prévio ou apresentações, começou a tocar a melodia de uma música ensaiada de acordo com a ambientação da Cavallaro, espalhando um som suave e agradável por toda a galeria. Quando chegada a hora, aproximou-se do microfone e cantou com delicadeza a letra recém aprendida.

— É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira.

Apesar de ser uma música recém descoberta para a Cavendish, a loira conseguia jogar-se de corpo e alma na música, e o bom sentimento que a preenchia enquanto fechava os olhos para concentrar-se na música podia ser facilmente passado em leves ondas invisíveis àqueles que se aproximavam ou focavam sua atenção na cantora empata.

— É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Ao cantar essa parte, um sorriso de canto brotou nos lábios preenchidos de vermelho, fazendo a Pierce abrir os olhos e percorrer as írises azuis pelo salão e cada um dos convidados, até parar em Guilhermina, sorrindo com suavidade, de certa forma buscando pela boa avaliação daquela que havia confiado a ela aquele papel tão importante. Voltou a fechar levemente os olhos e cantar com um sorriso no rosto enquanto as mãos e dedos se mexiam com agilidade e habilidade até que a música se encerrasse.

Foi quando ouviu aplausos que acabou abrindo os olhos e sorrindo abertamente, fazendo uma breve reverência àqueles que a olhavam. — Uma ótima noite à todos! Me chamo Jhessy Pierce, e é uma imensa honra ter sido convidada por Guilhermina Cavallaro a estar aqui hoje. — falou orgulhosa de sai, ao mesmo tempo em que um nervosismo lhe incomodava, o medo do que as pessoas iriam achar de uma estrangeira como cantora convidada de um evento de arte brasileira. — Como estrangeira recém chegada ao país, sinto-me extremamente acolhida e feliz de fazer parte disto. Isso apenas me confirma o quanto o Brasil é um país rico em diversidades e alegrias. Espero que estejam aproveitando o evento, e viva ao Brasil e suas cores! — sorriu para alguns convidados mais uma vez antes de voltar sua atenção à tabela de seu repertório.

inauguração
CASA MUSÆUM
me sigam: @badblood
Roupa!
weird



Música:
Aldebaran Maldonado
TLC » Adulto
Aldebaran Maldonado
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39
Seg 20 Jul 2020 - 16:18

cineraria brasiliensis spreng

Escapando do invólucro do redemoinho de escuridão, um par de sapatos sociais no estilo bota da Salazari se firmou no passeio coberto por uma fina camada de neve na vila de Monte Nevado. O dono do tal sapato preto de cano médio acabava de desaparatar em um canto da vila bruxa, a sua frente a arquitetura minimalista e elegante do Casa Musæum se erigia, iluminada com a graça de uma estrela para sua inauguração.

Coçando a palma direita em um leve sinal de nervosismo, o homem se aproximou dos seguranças para poder apresentar seu nome ao promoter e torcer pra estar na lista. “Um dos bônus de ser Auror que sentirei falta é poder entrar em tudo que é canto.” Mesmo com o intuito bom humorado do pensamento, os lábios do moreno não chegaram a se dobrar, afinal, mesmo após um ano o tópico Auror era uma situação complicada e sensível.

Após ser liberado pelo segurança novamente graças a sua condição de emprego, função essa que ironicamente era outra vez de observador, ele entrou sentindo-se um sapo em um baile de gala para a realeza. “Já não bastava eu ser um zé ninguém, agora também sou um estrangeiro na minha própria terra.” Suspirando enquanto avançava no mar de rostos desconhecidos, Aldebaran puxou de leve a alça da sua mochila satchel, amassando um pouco o smoking preto, e tentou engolir o nervosismo tão não natural para ele.

Mesmo acostumado a situações perigosas e locais lotados, aquela era uma certa novidade para o Maldonado, não só o hobby de fotografia havia sido reconhecido, ele havia sido contratado por uma plataforma de informação. “Deve ser mais ou menos assim que os cameramans se sentem ao filmar zonas de guerra.” Mesmo que fosse uma comparação injusta, para o estilo despojado e mais usualmente visto de óculos de sol e onesies de borracha, aquele ambiente chique e formal era de certa forma tão inquietante quanto.

Passando os olhos sobre as obras tão pouco conhecidas que embelezavam as paredes, o moreno adentrou outro cômodo, e foi surpreendido ao ouvir as letras de uma música a muito conhecida, cantadas em uma voz doce. Rotacionando seu rosto, Al deixou as íris acastanhadas pousarem no rosto delicado envolto em madeixas loiro-prateadas da origem do som, uma linda mulher que cantava a música de Elis por detrás do piano qual dedilhava.

Sentindo um leve calor correr em seu corpo, o rapaz  não conseguiu evitar de sorrir de leve enquanto o belo timbre preenchia o cômodo como se provindo de um dos círculos de fadas irlandeses. — É uma cobra, é um pau, é João, é José; É um espinho na mão, é um corte no pé; São as águas de março fechando o verão; É a promessa de vida no teu coração. — Sem conseguir evitar o sussurro que escapou por seus lábios o marmanjo se permitiu sorrir mais abertamente, uma mão introduzindo-se na bolsa em busca de sua câmera.

Cantarolando baixo, e com a consciência de manter a boca fechada dessa vez e evitar estragar a encantadora performance, o nascido-trouxa colocou-se atrás do aglomerado de lentes do seu instrumento e capturou algumas fotos da cantora. Com o flash desligado para não estragar a semi-penumbra qual recaia sobre a cena e a transformava em um quadro abrigado em mistério, o rapaz tirou algumas fotos, mudando o foco em algumas e a posição e ângulo de sua câmera em outras.

Após alguns cliques, Maldonado encarou a pequena tela do objeto, um sorriso satisfeito no rosto ao ver o material que conseguira em poucos minutos, principalmente grato pois não precisaria ser aplicado tratamento nenhum, algo qual o homem detestava fazer, afinal “a beleza mais bela é a natural”.
Kiwi


Luís Felipe Albuquerque
TLC » Criatura Mágica
Luís Felipe Albuquerque
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Seg 20 Jul 2020 - 16:55

 
I wanna be alone with u, does that make sense?

Ao ouvir aquela voz eu ergui lentamente meus olhos até encontrá-lo. O dono dela era alto, forte e sua voz soava mais como um trovão do que qualquer outra coisa. Ele provavelmente trabalhava com algo referente a segurança dos outros, pois cada parte de seu corpo transmitia segurança. Desde o físico a dicção. Juan Antônio era seu nome e, por um minuto, a partir do momento em que ele sorriu para mim e eu tentei desviar o olhar, tudo ficou em câmera lenta. O homem havia dito algo, mas eu não consegui compreender muito bem, apenas o encarei novamente e senti minhas bochechas arderem como se estivessem em brasa. Meu rosto deveria estar parecendo um pimentão e eu tinha uma vontade enorme de apenas dar as costas para aquele que parecia um armário de tão largo e alto e simplesmente fugir de seu campo de visão. Eu queria sair dali, mas tinha algo que me impedia. "De novo não, Oscar." disse a mim mesmo enquanto encarava Juan, contendo-me ao máximo para que minhas pupilas não dilatassem demais e revelassem o que se passava em minha maldita cabeça no momento em que bati os olhos nele. Era inevitável, parecia uma mega sena, eu simplesmente não conseguia controlar. Eu conhecia a pessoa de vista e poderia ou não sentir algo por ela, não havia um padrão, mas, assim que bati os olhos em Juan eu tive certeza que aconteceria novamente, assim como aconteceu há anos atrás. — Ah prazer... me chamo Oscar Gregório Villa-Lobos... mas pode me chamar só de Greg se quiser, eu prefiro. — Eu estava nitidamente envergonhado, até minha fala era um pouco contida e atrapalhada. Eu não sabia muito bem o que falar para o homem, mas eu simplesmente não conseguia parar de olhar para suas feições, especialmente para sua boca. Será que ele repararia? Espero que não, pois era mais forte do que eu. Eu não conseguia evitar olhar daqueles olhos azuis penetrantes para aquela boca e pensar onde ela já esteve, quais eram os gostos dele, se ele era hétero, se tinha alguém. Bom, pelo menos casado não era, pois não havia aliança nenhuma em sua mão. Sim, eu havia reparado nisso e isso só eram sinais de que eu estava me deixando levar novamente por algo que só existia em minha cabeça. — E não precisa se desculpar, a culpa foi minha. Eu estava praticamente correndo para tentar alcançar a Sra. Cavallaro e nem me liguei. Eu sou redator do Globo de Cristal, vim cobrir o evento. – Olhei de relance para onde Guilhermina estava e notei que ela já estava envolta por celebridades notórias e até mesmo o presidente da confederação estava ao lado dela. Talvez por hora eu deva ficar um pouco distante. Minha pena estava batendo impacientemente no bloco de notas como se estivesse aguardando minha interação com Antônio acabar para que ela pudesse continuar escrevendo, mas por hora eu daria uma pausa no trabalho. Peguei ambos os objetos e os enfiei em minha shoulder bag um pouco desajeitado e dei um meio sorriso para o bruxo parado a minha frente, escolhendo um pouco os ombros. — Acho melhor não me aproximar por hora, darei um tempo e irei aguardar por aqui mesmo. — Eu era um pouco tímido para chegar no meio de tantas figuras reconhecidas. E por falar nisso, mais uma delas havia acabado de chegar. Roberta Bedoya Agüero adentrava magnífica pela porta da Casa Musaeum. Talvez eu pegue um depoimento dela mais tarde, isso se conseguir pegá-la sozinha, a cantora sempre vivia rodeada de pessoas. — Desculpa eu perguntar, mas você é segurança do local ou trabalha com algo relacionado a segurança pessoal? — Indaguei realmente curioso, pois pelo seu físico e estatura, Juan Antônio realmente parecia alguém que defendia terceiros. Agarrei a alça da minha bolsa e aguardei sua resposta, enquanto imaginava, como deveria ser toda essa estrutura por baixo daquelas vestimentas.

Uma cantora havia subido ao palco e a música havia iniciado. Finalmente. Eu não gosto de ficar em lugares onde só se consegue ouvir as vozes das pessoas e do ambiente, sem sequer uma música instrumental. Para minha felicidade o homem que eu descobri ser um auror continuava parado por ali, próximo a mim. Mordi meu lábio inferior levemente ao ver Jhessy subir ao palco, sentar-se num banquinho e iniciar um cover de uma das minhas canções favoritas sem apresentar-se para o público, talvez ela deva deixar para fazer depois. Eu não a conhecia, mas fiz uma mínima pesquisa antes de vir ao evento, pois sabia que ela seria uma das atrações. Eu cheguei até a segui-la no witchgram de tão encantado que fiquei com seu trabalho, ela era uma artista promissora, com toda certeza. Controlei-me para não balançar o corpo no ritmo da música e quando um garçom passou, substituí minha taça vazia por uma cheia, o agradeci com um sorriso e voltei novamente a atenção para Juan. — Você gosta de MPB, senhor Juan? — Questionei erguendo uma sobrancelha, aproveitando a bela canção na formidável voz de Jhessy que tocava no fundo da nossa conversa. Queria puxar assunto para que não ficássemos completamente em silêncio, mas também queria conhecer um pouco mais dele para, talvez, futuros empreendimentos. Quem sabe?


Kala Kabir Reitz
CASTELOBRUXO » Docente - Magizoologia
Kala Kabir Reitz
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Qua 22 Jul 2020 - 14:13
❝Terra para Antônio
O encontro desajeitado não poderia começar de forma mais estranha. Oscar Gregório Villa-Lobos, ou Greg, como se apresentou, parecia extremamente envergonhado quando levantou a cabeça para encarar os olhos de Antônio. O motivo permanecia desconhecido e Juan vagava entre duas hipóteses, sendo a primeira o fato dele ter se sujado com a bebida, e a segunda não tão modesta assim. Era pretensioso pensar que Oscar se sentia ameaçado por sua presença, mas também talvez essa fosse a explicação para o rubor que começou em seu pescoço pálido aumentou até atingir todo o seu rosto durante a conversa. — Greg, então. — Assentiu para o homem a sua frente, com um sorriso fraco no rosto. Era um nome bonito, fazia jus a figura envergonhada que o carregava.

Antônio que estava tentando ser modesto se esforçando para não pensar que Greg estava envergonhado por sua presença, deixou isso de lado no decorrer da conversa, quando notou que o repórter ainda mostrava-se nervoso e seu olhar corria dos olhos para a boca do auror durante toda a conversa. Não havia mais dúvidas, o interesse era claro e mútuo. Talvez, depois de mais algumas doses de álcool ele convidasse o loiro a algum lugar para continuarem se conhecendo melhor, quem sabe? O olhar de Juan acompanhou o de Greg até a senhora Cavallaro, organizadora e, curiosamente, autora da obra a qual os dois encontravam-se parados em frente. Antônio devia viver em algum mundo paralelo pois até o momento não havia ouvido o nome da artista, mas ela devia ser bem famosa ou ao menos conhecida em seu nicho, pra ter a presença do próprio presidente em sua exposição. Isso sem falar nas outras presenças no ambiente. Escritores, cantores, e outros artistas, era o lugar perfeito pra um redator como Greg.

A pergunta do repórter pegou Antônio de surpresa, ele tinha mesmo cara de segurança assim? — Por que, eu pareço um segurança? — Perguntou, sério, fingindo estar confuso com o questionamento alheio. Não era a primeira vez que alguém fazia aquela pergunta para ele, devia ter cara de guarda-roupa. — Fica tão na cara assim? — Sorriu, quebrando a tensão que havia se formado depois de sua primeira frase. — Não sou segurança do local, sou auror, isso conta como segurança, né? — Deu uma piscadela com o olho esquerdo e um sorriso de canto, tinha orgulho de sua profissão, apesar da má fama sobre os aurores devido a estagnação do caso Beatriz, que vinha aumentando a cada edição do jornal em que Greg trabalhava. Pensando bem, aquele encontro desajeitado tinha um quê de estranheza. E se fosse tudo planejado pelo repórter pra conseguir informações do auror? Se levar em consideração o silêncio do departamento de segurança pública diante do caso, era uma possibilidade.

O ambiente se encheu com uma voz doce que chamou atenção de alguns presentes, inclusive Juan. Era uma jovem loira, bonita e desconhecida, o que não era de todo estranho, devia ser uma ação da senhora Cavallaro para dar visibilidade a artistas que estavam iniciando sua carreira e a garota era boa pra uma iniciante. Quando um garçom passou pelos dois, ambos trocaram suas taças por outras cheias e o moreno bebericou um pouco, curtindo o som da música na voz da cantora que permanecia desconhecida por falta de apresentação. — Senhor Juan? E eu achando que estava bem. Estou tão acabado assim? — Ele riu. — Pode me chamar de Antônio... Ou Juan, como preferir, sem o senhor. — Desde os trinta Antônio lutava com sua idade e contra essa forma de tratamento, apesar de ser assim na maioria das vezes, principalmente quando está a trabalho. — Elis é uma das minhas favoritas. Você gosta? — Devolveu a pergunta ao repórter, na defensiva, tentando manter a simpatia para não levantar suspeitas no homem que parecia ter uma boa percepção. — Não conheço a cantora, mas ela é boa, não é? — Tentava manter o diálogo o mais fluido possível, não estragaria aquele encontro casual com suas suspeitas infundadas.
Pororoca
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Pororoca
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Qua 22 Jul 2020 - 21:53
Sorte/Revés
The Last Castle RPG

Parece que aquele era um dia de sorte para Antônio Cortez Rivera, pois o Sr. Thomas Albuquerque, um senhor de 60 anos, amante das artes, ficou admirado com uma obra da artista Guilhermina S. Cavallaro. Como um bom apreciador das artes, Thomas, acompanhado de seu segurança pessoal, observou que Antônio estava no local e lembrou-se que ele já o havia salvo de uma situação a qual sua vida estava em risco. A escultura “Três Eclipses”, foi comprada e dada secretamente de presente para Antônio, um ato que o velho ricaço estava acostumado a fazer sempre que visitava alguma galeria e observava um amante das artes brasileiras, mas desta vez ele queria agradecer, indiretamente, ao auror responsável por salvar sua vida diante de uma situação tão perigosa.

Instruções:

SORTE

Antônio ganhou de Thomas Albuquerque a obra "Três Eclipses" feita por Guilhermina S. Cavallaro depois do falecimento de seu marido, onde encontrou-se sozinha com os dois filhos. É uma escultura contemporânea inspirada nas palavras do escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto, em madeira e acrílico, representando Guilhermina e os dois filhos em esferas de gude, formando três luas e três sóis translúcidos, colorizados em branco e amarelo (assim formando três eclipses, estes sendo esferas pretas de baquelita) sustentadas sobre um tampo de madeira polida. A visão vertical e reta da obra permite enxergar os eclipses formados; dos lados, é possível enxergar todas as camadas (os sóis, as luas e as esferas pretas), separadas. A obra está avaliada no valor de 2 mil reais (valor determinado pelo dado rolado no tópico de flood). Ele tem a opção de ficar com a obra para si ou de vendê-la e retirar o dinheiro no banco em Eldorado até 24/09/2020 às 22:59 (data off game).


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Violeta Sturdza
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Violeta Sturdza
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Proprietária da galeria de arte "Casa Musæum"
Seg 27 Jul 2020 - 22:57


lançamento da coleção terra brasilis | casa musaeum | 8 de agosto | 2020

Ao perceber que tudo estava ocorrendo de acordo com minhas expectativas, soltei um suspiro de alívio e dei um último gole na taça de prosecco que sustentava com os dedos da mão direita. De fato havia muito mais pessoas presentes do que eu esperava, e muitas feições familiares misturadas naquele meio. Aquilo era ótimo! Pessoas, movimento, animação, calor humano. Somente aquilo, além do amor de meus filhos, fazia com que eu me sentisse, verdadeiramente, viva.

Cumprimentei todos os que pude, sempre com dois beijos na bochecha — quanto maior fosse a intimidade que tinha com a pessoa, mais perto nossas bochechas encostavam, embora raramente o toque físico ocorresse. Era uma pessoa extrovertida, mas acumulava um pequeno e valioso número de indivíduos importantes os quais podia chamar de "amigos". Roberta era um desses indivíduos, portanto, no momento que a avistei, nadei como um cisne pela multidão até me aproximar o suficiente da cantora, a qual cumprimentei com saudade e cortesia. Conversamos um pouco sobre assuntos diversos, não nos mantendo muito longe do tópico artístico. Logo percebi a presença da jovem Cavendish, esgueirando-se pelas pessoas até chegar até mim. Agradeci o elogio, logo o retornando.

"Você está lindíssima, querida!"
, abri um sorriso, apertando seu ombro carinhosamente. "Pode subir, querida. Vai arrasar corações", brinquei, gesticulando com o queixo para o mezanino. Observei a garota subir as escadas e sentar-se numa cadeira, violão à tiracolo. Uma típica apresentação de bossa nova, meu gênero musical de maior preferência apesar de ser bastante eclética. Havia algo mágico nos acordes do violão contrastando com o silêncio que ecoava pelo local. Silêncio; tinha uma relação de amor e ódio com o tal. Mas naquela ocasião, era mais do que necessário para que o resultado da performance fosse no mínimo digno; e foi, esplêndido. Sorri, orgulhosa da jovem. Tinha um futuro brilhante à sua frente — foi o que comentei com Roberta no momento em que a mesma finalizou a canção "Águas de março", seguindo-se de uma pausa para os anúncios do leilão. Parabenizei Jhessy com ternura, como se fosse minha própria filha.

Logo avistei Roberto Farias, trajado à corte fino, aproximando-se de minha pessoa. Abri um sorriso simpático, o envolvendo num abraço rápido. Não o via desde a comemoração de seu aniversário no ano anterior àquele. "Agradeço seus elogios, amigo! Sua presença é sempre bem vinda", assenti, saudosa.

O leilão começaria em breve, fazendo com que todos tomassem seus lugares às mesas do grande salão. Dirigi-me ao pequeno palco armado dias antes à frente de todos, aproximando-me do púlpito também improvisado. Recebi em mãos o microfone, e logo comecei meu discurso, a sorrir, como sempre.
"Gostaria de desejar uma boa noite à todos. É um imenso prazer estar aqui no dia de hoje, em sua companhia. Parabenizo a performance de Jhessy Cavendish e a agradeço por ter aceito o convite que nos proporcionou a oportunidade de sentir a firmeza delicada da bossa nova. O projeto Casa Musaeum tem sido uma grande aventura para mim e para toda a equipe, e agora posso dizer o quão recompensadoras foram as noites em claro arquitetando uma ideia ao mesmo tempo tão singular e tão universal como esta", fiz uma breve pausa, estendendo meu braço direito para a mesa onde sentavam-se meus filhos. "Agradeço principalmente aos meus queridos filhos, a quem amo mais do que qualquer coisa neste mundo e que me ajudaram de todas a formas durante o percurso. Mas a honra de sustentar este lugar não vem só para mim. Peço uma salva de palmas à minha equipe de artistas e curadores responsáveis pela coleção terra brasilis", acompanhei as palmas ritmadas com elegância. "Por favor, recebam meu querido amigo Morfeu Zapata", cumprimentou o amigo com um breve abraço, logo o cedendo a posição no púlpito. "Boa sorte a todos. Que comece o leilão!", exclamei, retirando-me do palco e caminhando até a mesa onde estava minha família, me juntando à tal. Morfeu seguiu com o discurso:

"Boa noite, senhoras e senhores. É com um imenso prazer que abro o leilão da coleção terra brasilis. Iremos começar com a peça de destaque, feita pelas mãos engenhosas de Guilhermina Cavallaro, o "Pedaço do São Francisco". Por favor, Guilhermina", gesticulou para mim enquanto a peça era apresentada, levitando sobre todo o salão para que todos os convidados pudessem vê-la. Levantei-me da cadeira e apontei minha varinha para a escultura, e com um leve voleio da mesma, o som real das águas do Rio São Francisco puseram-se a ecoar pelo ambiente em harmonia. A água representada na escultura, antes como um pedaço imóvel de cristal murano de um azul translúcido, logo ganhou vida e tornou a locomover-se em feixes pelo salão, deixando muitos dos convidados admirados, especialmente a mim. "O primeiro lance é de R$ 10.000", informou Zapata, tranquilo por trás de seus pequenos óculos de lentes grossas.


Aalyah Kantayeni Makeni
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Aalyah Kantayeni Makeni
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Ter 28 Jul 2020 - 0:46

Meeting Some People
'Cause I Love Art


R
ecibi o convite do evento há algumas semanas atrás pelas mãos de meu assessor. Se tratava de uma exposição de arte em uma galeria chamada CASA MUSÆUM que para falar a verdade eu nunca havia ouvido falar. O folheto era luxuoso e de bom gosto e apesar de eu não conhecer nenhum artista ali citado, nem mesmo a organizadora do evento, decidi que iria comparecer. Creio que a classe artística deve sempre apoiar um ao outro independente do ramo para cada vez mais se fortalecerem.

O vestido encomendado fora um Dolce Gabana amarelo, pois o traje deveria representar as cores do Brasil e eu acho que fico bem nessa cor. Talvez tenha ficado um pouco exagerado mas estou no pico da minha feminidade, então, foda-se se estiver. Ele mostra minha cintura, minha perna, minhas costas e eu queria isso mesmo. Nossa! Eu estou um nojo. Insuportável! Como sempre, Lelis contratou mil profissionais para me arrumar, pim-pim-pim, pom-pom-pom e um carro bem luxuoso para nos levar.

O caminho era longo, mesmo aparatando em Monte Nevado. Pode ser que não, mas acho que devo ter tirado um cochilo no caminho, mas só talvez. Quando Lelis abriu a porta e meu pé direito saltou para fora, os flashs dispararam. Eu já estava acostumada com todo aquele alvoroço. Caminhei até metade do tapete vermelho para fazer mais fotos. -Aalyah, Aalyah! O Baile Beneficente foi um sucesso. Podemos esperar mais da Fundação Voando Alto?- Parei para responder a pergunta de uma jornalista. -Sim! Não pretendemos parar. O Voando Alto é para todas que desejam alcançar sonhos, os maiores e mais altas sonhos.- Tiro algumas selfies e respondo a pergunta de outra jornalista. -Meu planner? Agenda está full o mês completamente, para modelo e DJ. Agradeci e me afastei, parando para fazer mais poses na entrada antes de Lelis me encaminhar para revista dos aurores.

Dentro do local, uma voz se fazia ouvir do palco. Identifiquei como Guilhermina, a organizadora. Logo ela parabeniza Jessy Cavendish, a cantora que estava no folheto. Linda! Eu deveria ter saído mais cedo de casa para tê-la ouvido. O Presidente da Comasul também se fazia presente, ok...E por fim, ela agradeceu a seus filhos. Eu iria cumprimento-los um a um ao final do leilão que acabara de ser iniciado pelo artista Morfeu Zapata. Céus, eu ainda nem tinha visto as obras. Discretamente, comecei a caminhar por entre as colunas e me encantei de cara com uma obra de arte divina. -Hey, gatinha, sempre aqui?- Chamei a atenção de Roberta e logo a abracei. -Eu estava com saudade de você, amiga! Tem uma semana que não aparece lá na meu casa. Como você esta? E a família? -Sim, eu estava com muita saudade dela e bem verdade, queria saber sobre uma gêmea em particular.


Vestindo







# Somethings Never Change

JUST BE STRONG
Adauri Rosa dos Anjos
TLC » Adulto
Adauri Rosa dos Anjos
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Ter 28 Jul 2020 - 6:14
Terra Brasilis

Como ele tinha conseguido um ingresso para aquele evento, nem ele tinha entendido muito bem. Mas, diante da oportunidade, ele apenas vestira um terno cor-de-rosa um tom acima do branco e enfiando um chapéu pela cabeça, Aras se infiltrara o máximo que conseguira no meio dos esnobes a que prestava o serviço de comunicar-lhes semanalmente as notícias dos confins do mundo bruxo, enquanto estes sequer atreviam-se a saírem de suas mansões para a realidade do mundo.

Deixando a feroz chama da revolução longe de seu coração naquela noite, reconheceu o Villa-Lobos no ambiente. Sua presença ali era mais do que esperada, assim como a de Anastácia Torres – cuja ausência não passou despercebida pelo bruxo – e Adauri fez o possível para não acabar próximo do colunista de notícias. Podia ser um redator novato, cuja primeira matéria fora publicada havia poucas semanas, mas não era alheio à muda guerra de notícias que as paredes do Globo de Cristal escondiam.

Depois de quase cinco anos correndo de um lado para o outro como office-boy para todo e qualquer um que tivesse um mínimo acima do Rosa na hierarquia da redação, ele sabia como aquela engrenagem girava e não queria ser mal interpretado. Surrupiou uma taça de vinho, mal molhando os lábios antes de segurá-la contra o corpo novamente e caminhou para próximo da mesa que o presidente compartilhava com seus seguranças e familiares.

Deu uma volta ao redor, fingindo distração, buscando entreouvir qualquer comentário que pudesse vir a ser útil e quando chegava ao limite que discrição lhe impunha, recolheu as garras e apressou o passo para seu lugar, bem longe de qualquer sussurro interessante e prestou atenção unicamente ao leilão. Uma proposta inicial de dez mil reais estava surpreendentemente longe de sua realidade. Uma aberração, cujo presidente da nação alegremente participava. Doar uma centena de milhares para apoiar o quadribol e outra dúzia para uma escultura morta de um rio e nada era feito para acalentar o estômago vazio de tantos bruxos latinoamericanos. Terra brasilis era isso, afinal.

Luís Felipe Albuquerque
TLC » Criatura Mágica
Luís Felipe Albuquerque
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ARTISTA: Apresentador suporte e Ator Coadjuvante.
Qua 29 Jul 2020 - 16:07

 
I wanna be alone with u, does that make sense?

Soltei um risinho nervoso que fiz logo questão de conter para que ele não percebesse e ajeitei minha bolsa em meu ombro. Ele não era nenhum velho, mas, por hábito, eu tratava a todos com Sr., Sra. e Srta. Era algo que eu não conseguia evitar, provavelmente eu acabaria chamando-o de Sr. novamente, isso pois ele não havia me dito seu sobrenome, senão provavelmente eu estaria chamando-o por ele. — Hm... eu acho difícil não chamar alguém de senhor, mas irei tentar. — Ruborizei mais um pouco e tentei não prestar a atenção naquele imenso homem enquanto ele ria. Seu corpo inteiro parecia tremer, e quando ele sorria, era como  se uma janela da minha alma fosse aberta. Eu queria mantê-lo em algum lugar só para que ele pudesse sorrir para mim todos os dias e eu pudesse sentir essa sensação sempre, mas... esse tipo de pensamento não era saudável. Eu já havia feito loucuras antes por pouco menos do que um sorriso, eu não montaria essa armadilha para mim mesmo, não novamente. — Eu gosto muito sen... Juan. – Corrigi-me antes de completar a palavra que assombrava tanto o Don Juan. — Ela é uma das minhas cantoras preferidas, eu costumava ouvir e forçar o meu irmão a ouvi-la na infância, digo, a Elis. — Otávio podia até gostar das canções, mas ele sempre detestou ser obrigado a fazer qualquer coisa, então quando eu insistia para que ele ouvisse alguma coisa ele simplesmente se irritava comigo e muita das vezes abandonava o recinto. Mas eu cresci escutando MPB e ela é um estilo musical que faz parte da trilha sonora toda da minha vida. Tanto das partes boas, quanto das ruins. — E sobre a Jhessy, eu ainda não a conhecia, mas fiz meu dever de casa antes de vir para cá e pesquisei sobre. Eu gostei das canções dela e ela é realmente muito boa, se eu não me engano o witchgram dela é arroba badblood, dê uma olhada. — Assim que fiz uma pesquisa mínima eu fui logo segui-la para acompanhar seu trabalho, ela era realmente muito boa, mas não sei muito bem acerca do gosto musical de Juan Antônio, bem, espero que ele goste. — Aliás, meu witchgram é arroba wolfgreg ou gregwolf, um dos dois, eu ainda não sei muito bem. Mas se quiser pode me seguir também, ficarei grato. — Disse timidamente enquanto observava Maldonado passar com sua câmera para a área dos leilões, eu tinha que ficar assim, um olho no trabalho e outro no bonitão a minha frente. Era difícil!

Aparentemente os leilões começariam e eu precisaria voltar a trabalhar, mas não queria deixar a companhia do auror e tampouco poderia pedir para que ele me acompanhasse para cima e para baixo. Eu poderia ficar mais um tempo com ele se não tivesse avistado Adauri transitando pela Casa Musaeum com um terno rosa claríssimo e um chapéu, como se quisesse esconder-se de alguém. O que o colunista novato estava fazendo no local? Estreitei meus olhos e o acompanhei, praguejando-o por fazer-me ter que abrir mão de uma companhia tão agradável quanto Antônio. Talvez nem fosse necessário dar tanta bola para a presença do Sr. Rosa dos Anjos, mas eu era bastante... competitivo quando o assunto era trabalho e não admitia perder uma boa coluna por conta de outro jornalista. — Terei que deixá-lo por um breve momento, Juan. Espero vê-lo novamente logo. — Sorri e acenei com a cabeça bem quando alguém aproximava-se do auror para dizer que ele havia ganho algo. Não pude escutar o que, mas fiquei curioso. Droga, meu instinto de jornalista falou mais alto e eu acabei deixando-o para trás sem saber o que havia de fato ocorrido.

Durante o trajeto, percebi que Aalyah estava junto com Roberta e era a oportunidade perfeita para pegar um depoimento de duas fundadoras da Fundação Voando Alto, mas eu precisava saber o que o colunista novato do Globo de Cristal estava fazendo rondando pela elite sulamericana parecendo um boto cor de rosa. Como ele havia entrado? O que ele queria? Eu sou tímido e evito conflitos, mas tratando-se de trabalho eu mudava quase que completamente de personalidade. O segui sorrateiramente, e enquanto esquadrinhava o local, consegui observar que Maldonado já estava muito bem posicionado tirando suas fotos bem quando o leilão havia iniciado oficialmente. Acenei com a cabeça para que ele aproximasse assim que possível, mas não notei se ele viu ou não o ato. Sem esperar por alguma resposta, aproximei-me do Rosa e, sussurrando em seu ouvido eu soltei a pergunta que não queria calar. — Posso saber o que está fazendo aqui? — Após dizer isso afastei-me tomando um gole da minha bebida e sorri amigavelmente para o colunista. Eu queria muito saber o que, por que e como ele havia parado naquele evento. Ele é novato, mas já deve saber como a dinâmica funciona no jornal, bem, assim eu espero.


Victor Bourbon Farias
COMASUL » Funcionário da seção 1
Victor Bourbon Farias
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COMASUL: Pesquisador
Qua 29 Jul 2020 - 17:45



De um vórtice no ar, em um giro surgiu uma figura de quase dois metros de altura, multicolorida. A mistura espalhafatosa logo montou-se revelando a imagem de Victor Bourbon Farias, trazendo à tona a miríade de cores que o país era representado culturalmente evidentes em suas calças e no cardigan que usava. Se era a brasilidade que o evento na Casa Musaeum buscava, o modelo estava mais do que satisfeito em ser o rosto da campanha. (Clique)

Pai! — Chamou, no instante que pôs os pés dentro da galeria. A voz não foi mais alta que seu tom comum, mas foi o suficiente para que o presidente em pessoa voltasse o olhar em sua direção e abrisse um sorriso num arreganhar de dentes. — Não sabia que você viria hoje, mas devia imaginar. Não perderia um evento da Cavallaro, não é? — Questionou, indicando com o queixo a artista, proprietária da exposição e amiga pessoal do Farias enquanto seus olhos corriam entre os presentes buscando sua própria amiga pessoal.

Andavam ao redor das obras, acompanhados de perto pela equipe de segurança paterna. Um exagero, na sua opinião. — Sabe o que ficaria ótimo na cobertura do Rio, pai? — Perguntou, acenando com um gesto discreto para a escultura do rio São Francisco. — Sobre a estante da sala, o rio em primeiro plano, o mar ao fundo… — Acrescentou, a voz melodiosa tornando-se um sussurro ofídio buscando convencer o pai para a obtenção de um novo presente.


Roberto Ricardo Farias
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Roberto Ricardo Farias
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Qua 29 Jul 2020 - 18:05
Os filhos, fosse Victor, Gabrielle ou Maria Flor, ficavam muito mais confortáveis com as atenções do que Roberto ao longo de uma vida inteira na política, o presidente reparou, ao ver o filho vir em sua direção. Por vezes, gostava de brincar com as artes da transfiguração para mascarar sua aparência e misturar-se ao povo, alheio às críticas, cobranças e puxa-saquismo que o acompanhavam em todos os corredores. Agora, com as complicações que a Comasul passava, não lhe sobrava muito tempo para suas pequenas incursões.

— Victor. — Cumprimentou, apertando com prazer a mão do primogênito ao encontrá-lo. — Eu poderia ter te avisado se você passasse um pouco mais de tempo em casa. — Rebateu, continuando a caminhar pelo salão. Estava especialmente interessado pela A(Rara) quando o garoto chamou-lhe a atenção para a escultura aquática, na língua das cobras. — Victor, isso não é brincandeira. — Recriminou, mandando um olhar suspeito para os demais apreciadores ao redor de ambos. Era um trabalho particularmente exaustivo manter o dom da família por debaixo dos panos, ainda mais tendo um filho que não sabia reconhecer os momentos de privacidade.

O jantar e o leilão davam indícios de que logo iriam começar e o presidente, assim como seus seguranças e filho, partiram para ocupar os lugares assim lhes destinados. Diante dos olhos expectantes do rapaz, Roberto também foi o primeiro a dar um lance na escultura de Guilhermina. — 20 mil, para nós.

AGOSTO2020Interações devem ser comunicadas por MP

Terra brasilis


Diego Guimarães Reitz
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Diego Guimarães Reitz
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Qui 30 Jul 2020 - 3:09
QUANDO OLHEI A TERRARDENDO
Diego era um homem muito diferente do que aquele jovem que tinha começado o ano e as responsabilidades que o acaso haveria de lhe trazer para certificar que a idade adulta lhe caía nos ombros sequer haviam chego. Do tímido estudioso, ainda resquícios do estudante que fora em Castelobruxo, pendurado sempre em um amigo mais extrovertido, florescera um homem crescido, confortável em sua própria pele. Um homem que estava presente nos principais eventos bruxos, que agenciava um comércio que ia de vento em popa e, ao mesmo tempo, que conseguia esconder suas andanças escusas no Beco do Padre até mesmo de sua própria consciência.

Espero que eu tenha a sorte de levar uma dessas obras para casa. — Comentou, puxando assunto com uma mulher (Julieta) próxima de uma das pinturas. Sabia que, em um leilão, mais do que a sorte, estava ao seu favor uma carteira recheada de notas de duzentos reais. — Você já viu a obra da Saramago? — Inqueriu, erguendo uma sobrancelha enquanto observava a menor. — O modo que as pinceladas montam a ave... — começou, mas a voz sumiu-lhe quando reconheceu em si o que tanto encantava-o na pintura. A liberdade da arara, exposta no olhar da obra, muito se assemelhava ao sentimento que beirava a tensão quando Diego se transformava em uma onça-pintada em suas excursões pela floresta. — Um quadro muito bonito, isso sim.

Violeta Sturdza
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Violeta Sturdza
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Ter 4 Ago 2020 - 0:12


lançamento da coleção terra brasilis | casa musaeum | 8 de agosto | 2020

Afaguei os cabelos de Julieta carinhosamente, pensando em quando a revelaria minha proposta de tomá-la como funcionária da galeria. Será que aceitaria? Em meus melhores pensamentos, sim. Fitava meus filhos, divagando sobre como estavam crescidos. Meu primogênito querido já tinha sua própria clínica veterinária! Como estava satisfeita com suas conquistas. Nunca os cobrei esse tipo de coisa; sua felicidade, tivessem sucesso profissional ou não, sempre fora minha prioridade. Tinha medo de sufocá-los com meus carinhos, perder tempo fora de suas vidas trabalhando, fazer alguma coisa errada. Mas a vida me dizia o contrário; que havia feito um bom trabalho na criação dos dois. Seriam meus bebês para sempre, isso ninguém me tira.

Deparei-me com os olhos de Zapata, sutilmente arregalados. Virei-me na direção do Farias, dispondo-lhe um sorriso sincero. Ora, é claro; ele sabe que cederia a obra de graça para um querido amigo, mas sabia que insistiria em pagar, afinal de contas, os fundos seriam transferidos para organizações de cunho socioambiental. A filantropia é outra faceta de que me orgulho; nos últimos anos, descobri que há muita maldade neste mundo, todavia, temos de enfrentá-la uma hora ou outra. A viagem que fizemos para o Malawi em 2015 foi a mais marcante, decerto. Trazer meus filhos para aquele meio me trouxa uma felicidade genuína; vê-los ajudarem o próximo e reproduzir tal comportamento nos anos seguintes aqueceu meu coração. A humildade, para mim, é um dos maiores bens que transferi para minhas crias.

Observei Morfeu continuar, exasperado, a narrar o leilão. "20 mil para os senhores ali no fundo. Alguém?", indagou, as mãos firmes a envolver o microfone. “28 mil, aqui no fundo”, exclamou Josué Gadelha, um velho amigo e colecionador assíduo de peças exclusivas. Corri os olhos pelo grande salão, analisando a situação. Quantas pessoas interessadas! Definitivamente mais do que quando inaugurei minha primeira galeria no Recife. Alguns anos de carreira me agregaram bastante reconhecimento de lá para cá, pude ver. Desenvolvi-me, de fato; como mulher, como mãe, como artista. Fui acumulando conquistas e boas memórias e, finalmente, cá estou, mais do que satisfeita. Não preciso de mais nada! E que se desse continuidade àquela maravilhosa noite!




Diego Guimarães Reitz
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Diego Guimarães Reitz
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Qua 5 Ago 2020 - 18:59
bitch better have my money
Um brilho de diversão pairava no olhar de Diego Guimarães Reitz quando o varinhologista ergueu a varinha, sinalizando que sua entrada no duelo de lances que ali se iniciara seria com a bagatela de trinta mil reais. As íris azuis estavam focadas no presidente da Comasul, Roberto Ricardo Farias, encarando-o com evidente desafio. Mais do que a obra em si, tinha algo em sua personalidade que queria ser notada pela autoridade. Uma ânsia de rebeldia, nunca explorada quando adolescente em Castelo Bruxo, que agora revelava-se em suas atitudes cada vez mais ousadas. Sua saída para o Beco do Padre, a compra do famália, os trinta mil que seriam doados para uma ong de preservação, escondida em uma boa ação, sua intenção prima era apenas ganhar. — Alguém mais? — Perguntou, sem emitir som, enquanto rolava os olhos pelo salão. A ameaça era clara, Diego iria tão longe fosse necessário para ganhar aquela disputa. Especialmente em cima do presidente.

Violeta Sturdza
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Proprietária da galeria de arte "Casa Musæum"
Qua 5 Ago 2020 - 19:54


lançamento da coleção terra brasilis | casa musaeum | 8 de agosto | 2020


Meus olhos brilhavam de emoção. Zapata havia encerrado o leilão da primeira peça, vendida para um rapaz no fundo do salão. Retribuí o abraço de Julieta, marcando em sua bochecha um beijo carinhoso antes de subir ao palco mais uma vez. Morfeu me entregou o microfone de maneira gentil, um sorriso envolvia seus lábios. Logo o vi auxiliando o ganhador da peça enquanto subia as escadas, a quem cumprimentei com educação e dirigi meus devidos agradecimentos antes do mesmo desaparecer em meio à multidão por mais uma vez.

"Que beleza de noite!", exclamei. "Por favor, prossigamos para a próxima peça", dei continuidade ao leilão, apresentando a peça (A)rara, de Ana Saramago, estimada no valor de 3000 reais; e a peça Os Degradados, de Ênio Blacher, avaliada em 2300. Chamei meus queridos amigos Ana e Ênio para o palco, de modo que pudessem comentar sobre suas obras à sua maneira.

Observei Zapata enquanto o mesmo abria os lances. Meu amigo querido, estava ao meu lado a todo momento. Externei um tenro sorriso, esperando algum interessado levantar sua mão.




Victor Bourbon Farias
COMASUL » Funcionário da seção 1
Victor Bourbon Farias
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COMASUL: Pesquisador
Qua 5 Ago 2020 - 20:09



Alguma fúria ultrajante surgiu na face do modelo. A ideia do pai dar um lance em seu nome não era incitar um embate, mas ele devia ter imaginado que as coisas fossem por este caminho. Se dentro das próprias paredes da confederação da magia sulamericana Roberto enfrentava rivais dispostos a incomodá-lo em nível nacional, como não encontraria um desse tipo no leilão da Casa Musaeum? Pensava, com uma pontada de arrogante criação, que naquele círculo social seu pai não tinha opositores.

Fez um gesto de mão tranquilizador para o pai, quando notou-o prestes a erguer a varinha e fazer seu próprio lance. Se preciso, o presidente Farias podia substituí-lo ao longo da discussão, mas não daria a mão a torcer tão facilmente. Se era ele a querer tal obra, teria que lutar por si só. Ainda que seus fundos não fossem tão largos quanto os do pai, tinha certeza que Roberto não deixaria seu primogênito na mão. — Seis mil reais. — Arriscou, amplificando sua voz e atraindo olhares. Deus, como o Bourbon gostava da atenção!


Violeta Sturdza
TLC » Criança
Violeta Sturdza
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Proprietária da galeria de arte "Casa Musæum"
Sáb 8 Ago 2020 - 0:59


lançamento da coleção terra brasilis | casa musaeum | 8 de agosto | 2020

A voz do pequeno Farias ecoou pelo salão, anunciando a quantidade de dinheiro que estava prestes a ceder pela peça de Saramago. Lembro-me muito bem de suas feições de anjo, encantava a todos que passassem por seu caminho com seus encantadores olhos cor de esmeralda e seus cachinhos morenos, enrolados em caracol numa perfeita simetria, desde sempre. Era um rapaz contido e educado, assim como seu pai. Uma presença agradável de se ter por perto. Sorri em sua direção, demonstrando toda a gratidão que sentia pelo jovem em investir seus preciosos fundos em nossa causa.

"Seis mil! Alguém dá mais?", questionava Morfeu, animadíssimo. O silêncio que se seguiu nos segundos seguintes indicou o óbvio — Zapata, ávido como só ele, logo convidou o Farias filho para subir ao palco. "Diminuendo!", exclamei, apontando a varinha com elegância na direção do objeto, que assumiu um tamanho "portátil", posteriormente sendo entregue ao rapaz. A outra obra, "Os Degradados" — muito interessante em minha opinião, banhada por um estilo provocador e instigante, das cores fortes à mensagem transmitida —, fora leiloada para Greta Minelli, uma conhecida de anos e apaixonada pelas obras de Ênio — pergunto-me, às vezes, se por ele também.

O jantar fora servido e tudo correu bem; havia sido uma noite maravilhosa do início ao fim. Me senti nos céus ao presenciar os semblantes interessados de tantas pessoas. Ser uma anfitriã é tarefa difícil, mas a leveza na energia do ambiente e a presença de meus queridos filhos e amigos me permitiu prestar um bom papel e aproveitá-lo ao máximo. Tudo havia corrido perfeitamente, até melhor do que como imaginei, e guardarei a noite de hoje em minhas memórias com muito carinho. Viva a arte!


Jaci
TLC » Moderadores
Jaci
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Dom 16 Ago 2020 - 19:15
ENCERRADO
seu desejo é uma ordem!

sz


PPHs distribuídos neste Evento Geral:

Aalyah Kantayeni Makeni: 5PPH
Adauri Rosa dos Anjos: 5PPH
Antônio Cortez Rivera: 15PPH
Diego Guimarães Reitz: 15PPH
Guilhermina S. Cavallaro: 20PPH
Jhessy Pierce Cavendish: 5PPH
Julieta Sodré Cavallaro: 5PPH
Oscar Villa-Lobos: 15PPH
Roberta Bedoya Agüero: 5PPH
Roberto Ricardo Farias: 15PPH
Victor Bourbon Farias: 15PPH

Atualizado por: Pororoca
Podem solicitar seus PPHs. Quem postou uma vez ganhou 5, quem postou mais de uma ganhou 15 e a organizadora do evento ganhou 20.
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