The Last Castle - RPG :: Tópicos de Personagem e RPs Arquivadas :: Arquivo de RPs Finalizadas :: RPs do Castelobruxo
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Introdução
Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Victor Montenegro
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Qua 14 Out 2020 - 21:43


Que plantinha é essa meu amor
Essa é uma RP fechada de Victor Montenegro e Thiago P. Dunham. O encontro se passa após o quintanista encontrar misteriosamente duas plantas muito especiais; feliz com a própria sorte, Victor decide que irá plantar as duas em um local distante de olhares curiosos e, por ironia do destino ou magia de caipora, acaba trombando com Thiago pelas trilhas de Castelobruxo.
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I know that my heart could be so cold, but I’m sweet for you, come put me in a cone
Victor Montenegro
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Qui 15 Out 2020 - 0:18
Mary Jane in  Holland
Cheguei ao meu dormitório ileso e sem levantar suspeitas – tinha até uma proposta na ponta da língua para qualquer um que ousasse aparecer em meu caminho, considerando que nenhum cidadão de bem estaria acordado e zanzando pelos corredores da escola tão tarde, no máximo conseguiria um cúmplice ou acabaria ocultando algo maior. Enfim, teria que esperar a manhã do dia seguinte para descobrir se o meu plano tinha sido um sucesso como eu pensava.

De fato, a sexta-feira transcorreu tranquilamente e sequer ouvi algum comentário sobre o ocorrido nas estufas, eu já estava me sentindo o maior criminoso do século, eu tinha o dom da ladinagem? Sem dúvidas, talvez devesse visitar outras salas de aula e dar início a uma coleção particular patrocinada, mesmo que indiretamente, por Castelobruxo. Após me livrar do medo de um possível castigo e uma estadia na prisão de Pico Esperanza, passei a direcionar a minha preocupação nos dois vasos que estavam escondidos no meu quarto, sob um amontoado de livros velhos e um moletom puído, tudo em uma montanha bagunçada – mas muito bem pensada, feita estrategicamente para afugentar qualquer curioso. Sabia que as duas plantinhas não durariam muito mais tempo se continuassem sendo mantidas naquelas condições, mesmo sendo espécies muito resistentes ainda eram pequenas e demandavam alguns cuidados específicos, como alguns banhos de lua e águas florais.

No dia seguinte, acordei mais cedo que o habitual para evitar encontrar com algum conhecido e enfiei os dois vasos em uma mochila que havia sido devidamente adaptada para comportar coisas tão sensíveis. Enquanto descia pela árvore comecei a me questionar sobre quais fertilizantes seriam mais adequadas para aquelas duas, excremento de bezerro apaixonado ou de onça maneta? E se eu adicionasse um pouquinho de pó de guaraná para acelerar o crescimento? Até cogitei a possibilidade de passar nas estufas e dar um oi para Rosalina, ela com certeza já estava de pé preparando algum chá ilegal, poderia tomar o café da manhã com ela e ainda elucidar as minhas dúvidas – mas os eventos passados me impediam, decidi confiar nas minhas suposições.

Não tinha alcançado nem a metade do caminho e já sentia o peso das minhas ações sobre as minhas costas, arrependimento? Culpa? Não, nada disso, só havia exagerado na quantidade de kits de Herbologia e jardinagem, não tinha mensurado o quanto todas aquelas ferramentas rústicas e de metal pesariam, todas juntas e com dois vasos nada leves. Deixei a mochila acomodada sobre uma mesa próxima e me sentei em um dos seus banquinhos, planejando as viagens que precisaria fazer e quantas seriam necessárias para levar todos os equipamentos para plantar as minhas filhas. Interrompendo os meus pensamentos, um rosto conhecido surgiu no pátio – o garoto passou em alta velocidade ao meu lado, seguindo na direção contrária. Levantei sem pensar duas vezes e gritei. – HEY! Volta aqui!


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Thiago P. Dunham
CASTELOBRUXO » Docente - Voo
Thiago P. Dunham
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Qui 15 Out 2020 - 17:03
Não é cedo demais?
Your flowers just died, plant new seeds in the melody.
Acordei com meu excesso de preguiça habitual, não tinha a mínima vontade de levantar da cama ainda mais num sábado de manhã. Se a dor de cabeça não fosse tão grande, com certeza eu ficaria deitado, mas só de pensar no Matteo enchendo minha cabeça com sermões sobre como deveríamos nos esforçar para manter o bom desempenho e blá blá blá, já me tira o sono. Quando peguei o celular acabei ficando ainda mais desconfortável, eu já estava sem sono e nem eram 7:00 AM ainda, eu podia ter dormido mais, mas de qualquer forma não tinha mais volta. Enrolando como sempre levantei me pondo sentado aos pés da cama, aproveitei para dar uma olhadinha no Witchgram, não havia nada demais, apenas algumas atualizações batidas. Joguei o celular no travesseiro e fui ao banheiro me arrumar para poder ir até o refeitório tomar meu café da manhã antes de ir correr um pouco.

A água gelada que saía da torneira serviu para terminar de me despertar, e me lembrou que eu tinha de reclamar para alguém do CA sobre isso, não custava nada algum funcionário da escola enfeitiçar as torneiras para fazer sair uma água morninha para lavarmos o rosto com tranquilidade. Após fazer todos os procedimentos de higiene padrão, me troquei, colocando a costumeira camiseta branca com o logo dos Jaguars no peito e um shorts de malha fina. Calcei o tênis de caminhada e fiz questão de dar uns pulos para acordar os demais, foi o jeito que achei de descontar o barulho da última noite, estava torcendo muito para que eles acordassem e perdessem o sono assim como eu.
O refeitório estava completamente vazio e para minha surpresa as mesas já estavam postas, não havia fila alguma para se servir, aproveitei para pegar as maçãs verdes que sempre acabavam antes que eu chegasse, peguei logo três para não desperdiçar a oportunidade. Enchi uma xícara grande de café, e quase cometi o mesmo erro de todas as vezes, mas dessa vez eu estava atento, coloquei um pouco de açúcar para que o café ficasse bebível. Após mexer tomei tudo em questão de segundos com um único gole.

Sai apressado do refeitório, as maçãs em meu bolso atrapalhavam um pouco minha corrida, mas era algo que eu podia relevar, afinal elas me seriam muito úteis depois de correr. O caminho até o campo de quadribol era um pouco longo, mas não durava mais do que alguns minutos em um ritmo mediano. Estava passando batido pelo pátio quando fui chamado de volta. Na hora gelei, em minha cabeça só poderia ser alguém da coordenação, o medo da detenção era real. Virei sem jeito, mas não era nada do que eu havia pensado, não havia nenhum funcionário da escola, era apenas um aluno, um aluno que me lembro bem de ter visto durante o Clube de Magizoologia. Eu me perguntava, que merda alguém estaria fazendo para estar acordado uma hora dessas, ainda mais para chamar alguém assim. - Bom dia. Se não me falha a memória, você é o Victor, né? - Disse estendendo a mão para um cumprimento formal. - Caiu da cama foi? Não costumo ver ninguém acordado esse horário. - É claro que não costumo, afinal eu também não acordava esse horário.




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Victor Montenegro
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Sáb 17 Out 2020 - 1:14
Mary Jane in  Holland
- Ow... Deixei escapar. A expressão no meu rosto já dizia tudo: quem era capaz de deixar o conforto da própria cama para ir se exercitar? E em pleno sábado! A camiseta com o símbolo de algum time de quadribol já explicava metade da história, dei de ombros e encerrei o diálogo que estava tendo comigo mesmo, o garoto tinha o direito de sair correndo por aí, vivemos num país livre, não é? Mesmo que isso signifique sacrificar o próprio bem-estar, mas ele deve saber o que está fazendo. Pensei, retirando as mãos dos bolsos da minha calça para cumprimentar o calouro estranhando o gesto, estava habituado com, no máximo, um acenar de cabeça.

– Isso mesmo, seu nome é Alan? Acho que participei do seu trote... usar o óleo de cuca foi ideia minha. Murmurei a última parte desviando olhar para um ponto aleatório, fazendo careta ao relembrar a origem da substância, às vezes tinha a impressão de sentir o cheiro podre em alguns cantos do pátio que era usado para as cerimônias de boas-vindas dos alunos.

Ri com a fala de Alan (ou seria Ian?) sobre eu ter caído da cama - pensei nas duas plantas que até pouco tempo estavam escondidas sob a minha cama, elas provavelmente acabariam se revoltando com o espaço limitado e a pouca luz e essa frustração seria descontada em mim, o alvo mais próximo. As espécies mágicas eram famosas pela personalidade forte. – Digamos que sim. Respondi voltando à realidade, o tempo estava passando e a escola inteira não demoraria para se espalhar pelos terrenos e atrapalhar o meu plantio. Já estava pronto para ir em busca do local adequado, a mochila com as plantas ainda se encontrava sobre a mesa, completamente cheia e era possível ver, escapulindo por uma abertura, a extremidade de uma pá suja com resquícios de areia. – Você estava na última atividade do Clube de Magizoologia? Questionei tecendo uma ideia. – Parece gostar de Herbologia... acertei? Não dei tempo para ele responder as perguntas, queria que ficasse confuso para convencê-lo a me ajudar.

– Segura pra mim? Valeu, avise se estiver muito pesada. Optei por uma investida direta, simplesmente entreguei a mochila ao calouro e comecei a andar em direção a trilha, nem mesmo parei para observar a sua reação. – Você vem ou não? Elevei o tom de voz para que ele me escutasse, tínhamos um longo caminho pela frente.


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Thiago P. Dunham
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Thiago P. Dunham
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Sáb 17 Out 2020 - 20:10
Não é cedo demais?
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De certo esse quintanista não estava com boas intenções, ninguém com a mente sã pararia alguém para conversar tão cedo, ainda mais quando esse alguém está correndo por aí. Teve ele receio de me cumprimentar? Até olhei para minha mão para ter certeza que ela não estava suja ou coisa parecida. Acho que ele só é meio fresco mesmo. Pelo visto eu era o único ali que guardava o nome das pessoas, já que fui chamado de Alan. Eu sequer conheço um Alan se desconsiderarmos o Harper de Two and a Half Men. Mas deixei passar, pois finalmente havia descoberto o idealizador daquele maldito trote. Aquilo não era coisa para se fazer, consigo me lembrar perfeitamente das semanas que passei com aquele fedor horroroso no nariz. Não havia banho que tirasse aquela carniça. - Então foi você? Muito obrigado, você é mesmo um amigo, amigo. - Disse enquanto um sorriso cínico estampava meu rosto. Abri os olhos quase que em espanto ao recordar-me de ter sido chamado de Alan. - Pode ser que eu me chame Alan, mas se quiser me chamar de Thiago, fique a vontade, eu acho mais bonito. - Victor parecia estar num mundo de fantasias, perdido em seus pensamentos, talvez fosse o sono agindo em seu corpo. Com uma risada frouxa e despretensiosa riu da minha pergunta, pensei até que não estivesse prestando atenção, mas logo respondeu saindo daquele transe estranho. Ele me olhou de cima a baixo, até me afastei um pouco, não sabia o que ele pretendia, mas ele apenas me questionou sobre o Clube de Magizoologia. - Participei sim, eu me lembro de você lá. - Não tive tempo de continuar com minha fala, ele estava emendando uma pergunta em outra. Franzi o cenho em dúvida, aquilo não fazia muita lógica na minha cabeça. - Se eu gosto de Herbologia? Olha sendo since… - E fui cortado novamente, mas dessa vez com ele praticamente jogando uma mochila em minhas mãos, que merda era aquela? Eu muito bem deveria ter deixado ela cair no chão, mas meus reflexos não deixaram. Quando voltei a mim, ele já nem estava mais em minha frente, havia ido para longe, estava caminhando sentido as trilhas, direção que eu estava indo antes dele me parar. Cogitei deixar a bolsa ali, mas optei por seguí-lo embora contrariado de ter de levar aquela bolsa, eu sequer sabia o que tinha ali dentro. - Bem, eu já estava indo mas você me parou. - Corri meio desajeitado por conta das maçãs em meu bolso, ao chegar ao lado dele devolvi a mochila com a mesma delicadeza. - Para onde VOCÊ está indo? - Questionei enquanto dava ênfase que a pergunta se referia a ela, afinal eu tinha de ir correr.




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Victor Montenegro
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Seg 19 Out 2020 - 22:03
Mary Jane in  Holland
Senti vontade de rir da cara de Thiago, a expressão do calouro refletia a bagunça do momento, nem mesmo eu sabia como guiar aquela situação, optei por confiar nas minhas habilidades de convencimento. – Foi mal, Thiago. Não sei de onde eu tirei Alan... Ian, enfim. Obrigado por me ajudar, aposto que vai gostar da atividade. Falei desviando o rosto para olhar as nuvens, o céu estava parcialmente nublado, estava evitando olhar diretamente nos olhos de Thiago para não denunciar o meu teatro. O que ele estava carregando no bolso? Estava tão ocupado antes que não havia notado o volume arredondado sob o tecido da sua roupa, o peso do item fazia a bermuda de Thiago subir e descer conforme ele se aproximava e, com uma cara nada amistosa, me devolveu a mochila, vacilei dois passos para trás e firmei os meus pés antes de distribuir o peso de uma forma confortável, filho da mãe, quase me derrubou.

– Para o mesmo lugar que você, uai, decidi que vou te acompanhar. Você corre todos os dias? Usei um tom amigável, afinal de contas, quem precisava de ajuda era eu. Torci para receber um sim de resposta, só conhecia as trilhas superficialmente e um guia para me levar a uma região desconhecida seria incrível. – Talvez eu não consiga acompanhar o seu ritmo, mas podemos ir andando, não é? Mal havia terminado de falar e senti algo cutucando a minha barriga, um movimento leve de um galho ainda em crescimento, talvez nem perceberia se estivesse caminhando. – Ótimo, sabia que podia contar com você, admiro muito o seu time, sempre torço para os Carcarás! Dessa vez, inconsciente da minha tagarelice, soltei frase atrás de frase porque sabia que as duas plantinhas estavam ansiosas para ficarem livres da mochila escura e apertada.

– Quer ir na frente? Não confio no meu senso de direção, capaz de nos levar até as cavernas das cucas. Soltei um risinho sem graça e apontei para o início da trilha, não via a hora de me livrar da prova do meu crime, Thiago acabaria sendo cúmplice? Um pouco.


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Thiago P. Dunham
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Thiago P. Dunham
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Ter 20 Out 2020 - 14:55
Não é cedo demais?
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As coisas pareciam já estar voltando ao normal, pelo menos era o que eu entendia, já não estava mais carregando aquela bolsa pesada, que por sinal não fazia o menor sentido. Analisando bem, não haviam motivos para alguém carregar uma bolsa pesada em um sábado de manhã, não tinham aulas programadas, ainda mais tão cedo. Meus instintos apontavam para os inúmeros caroços nesse angu, e esta sensação de estranhamento só aumentou quando Victor disse que iria comigo, franzi o cenho e olhei para ele. - Você vai correr comigo?! - Minha voz perambulou pelo tom da dúvida e da indignação, alguma coisa não estava batendo. - Mas para que essa bolsa aí então? Você por acaso faz corrida com peso? - Um sorriso despretensioso indicava que eu estava sacando a dele, embora eu não tivesse certeza de nada. - Eu corro todos os dias, nem sempre no mesmo horário ou mesmo local, mas estou sempre correndo por aí, porém não me lembro de ver alguém que não fosse dos times. - Sacudi a cabeça, era claro que ele não iria correr comigo, Victor queria outra coisa. Tirei duas maçãs verdes do bolso, iria me doer demais fazer isso, mas entreguei uma delas para o rapaz, afinal ele provavelmente não havia ido tomar café da manhã, não faria bem que saísse por aí sem comer nada. - Ah, então você admira os Carcarás? Percebi. Você parece muito com os torcedores dos cores de telha. - Pelo visto ele realmente me seguiria, e como já havia presumido antes, ele não sabia sequer para onde estava indo. Coitado, deve ser efeito do sono. -Pode ser, eu vou na frente. - Ele apontou para uma trilha não muito convencional para mim, mas fazer o que, eu estava curioso para saber o que ele estava tramando. Ingressamos naquele caminho, o orvalho da manhã ainda estava pingando no chão, estava bem fresco, era bom aproveitar essas condições para correr, já que daqui a pouco tudo mudaria e esse ambiente refrescante se tornaria a costumeira sauna natural. - Aproveitando que estamos andando aqui no meio do nada, que tal me dizer o que você planeja? Ninguém sai tão cedo para andar ou correr com uma bolsa desse tamanho ai, meu caro. - Virei o rosto para trás com um sorriso bem cativante, eu não tinha mais como sair daquela situação, não demorei a olhar novamente para frente, afinal não queria bater de frente com alguma árvore.




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FEITO POR NÊS @ epifania
Victor Montenegro
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Qua 21 Out 2020 - 23:35
Mary Jane in  Holland
Por algum motivo acabei achando engraçado quando Thiago disse que estava sempre correndo por aí, relâmpago thiaguinho. – Mas é claro que eu vou, adoro correr. Nem me esforcei para transmitir verdade com a minha fala, qualquer um - especialmente as Come-Boi Amazônicas, sabiam que a minha carne era extremamente macia e com pouquíssimos músculos definidos, irresistível para muitos, muites e muitas. Reforcei o abraço contra a bolsa, senti a movimentação na altura do umbigo novamente, estava mais forte e até me causou cócegas. – A minha mochila? Bom... não gosto de carregar nada nos meus bolsos. Respondi desviando o olhar para a lateral da bermuda que Thiago vestia, indicando o volume sob o tecido, parecia desconfortável.

Cedendo ao poder da minha influência, o calouro enfiou uma das mãos no próprio bolso e revelou o que estava escondendo: maçãs. Como ele havia conseguido aquelas frutas em Castelobruxo? Recebi a maçã com um sorriso sincero de agradecimento e a analisei por alguns momentos, antes de enfiá-la no bolso lateral da mochila. – Posso guardar para você, se quiser. Comentei me referindo a outra maçã, que havia ficado nas mãos de Thiago. – Não ofereço garantia, ela tem vontade própria e talvez suma com as duas. Emendei após tomar a liberdade de retirar a fruta do jogador e acomodá-la com a outra, no mesmo canto.

Tinha me esquecido completamente da refeição mais importante do dia e isso não era uma novidade, os meus sonos de cinderela só me permitiam tomar um café bem forte e adoçado! O meu estômago já estava acostumado com as poucas mordidas que eu conseguia dar em algum pão de queijo ou bolo de fubá no trajeto para a aula. – Sim, o urubu, não é? Tem aquele time do gatinho, também. Falei, estranhando o tom de Thiago, os meus conhecimentos sobre Quadribol renderiam conversa suficiente para todo o caminho? Provavelmente, eles só montavam em vassouras e ficavam jogando bolinhas para cima ou através daqueles anéis, e seguram naquelas toras de madeira, ao menos os bruxos não tinham a masculinidade frágil dos seus colegas não-bruxos.

Thiago finalmente parou de falar e seguiu em direção a trilha, olhei para o alto tentando não tropeçar em nenhum galho solto e me assustei ao perceber que o céu não nos acompanhava, as árvores eram numerosas e com folhas densas demais para que a luz solar se infiltrasse, isso certamente dificultaria o plantio das minhas plantas, as duas não conseguiriam competir com a flora nativa. – Tem repelente aí? Esqueci o meu no dormitório. Saiu de forma aleatória, os cantos escuros, a natureza apodrecendo no chão e a umidade me faziam pensar nos mosquitos, eu tinha medo de pegar malária por ser metade bruxo e evitava pensar nas inúmeras doenças do povo mágico que eram transmitidas pelos insetos, como a síndrome do paulista.

– Estou ajudando a professora Rosalina, aquela de Herbologia, você conhece? Cabelo com cheiro de cigarro... tem a voz da Araci da TopTherm... Decidi que não mentiria para Thiago, somente omitiria a verdade. Segurei em um cipó para obter apoio e resmunguei ao sentir uma textura pegajosa em sua superfície, rezei a Guarani para que fosse apenas água. – As estufas estavam ficando sem espaço e decidi plantar algumas espécies por aqui, o ar livre vai fazer bem a elas, então me avise se encontrar um lugar que receba sol, mas não muito, a malva é um pouco fresca. Parei para colocar a mochila nas minhas costas, pois já estava desconfortável carregá-la na frente do meu corpo. – Vai querer a sua maçã agora? Ainda está inteira.


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Thiago P. Dunham
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Thiago P. Dunham
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Sex 23 Out 2020 - 21:44
Não é cedo demais?
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O jeito de “mortadela” do Victor não me enganava, ele nem mesmo se esforçou para tentar me convencer que gostava de correr, e que baboseira foi essa de não gostar de levar as coisas no bolso, a julgar pelo peso daquela mochila, nem que ele quisesse muito levar aquilo nos bolsos ele não conseguiria, a não ser que os bolsos fossem encantados. Ele estava de fato aprontando alguma, e pelo visto eu agora fazia parte de um todo que não faço ideia. - Vou fingir que acredito para não perdermos muito tempo nisso, viu? - Por mais que fosse me fazer muita falta dali um tempo, eu senti que era o certo a se fazer, além do mais, ele não parava de olhar para quadril, eu estava ficando um pouco incomodado. Retirei do bolso duas maçãs, uma entreguei para ele, a outra permaneci segurando, eu até pensei em comê-la mas ele foi tão “gentil” ao se oferecer para carregá-la em sua bolsa, que desisti da ideia e entreguei-a. - Eu vou pedi-la daqui a pouco, então acho bom que você se lembre de onde guardou. Não acredito nessa de sumir do nada. - Com a feição levemente desconfiada e com o cenho curvo me despedi temporariamente da fruta, ela sequer tinha ido e eu já estava sentindo sua falta.

Eu até que consegui compreender a tentativa do Victor em se mostrar interessado por quadribol, ele se esforçou, até conseguiu identificar que o brasão estampado em minha camiseta era relacionado ao esporte, uma pena que não conseguiu reconhecer o time que se tratava, mas o que vale é o esforço e a tentativa. - Urubus? - Gargalhei, eu já tinha visto chamarem os Carcarás de várias coisas, mas, urubu foi a primeira. - Gostei desse apelido, irei adotar. Já o time dos gatinhos, esses são fantásticos, não é?. - Indiquei o brasão dos Jaguares puxando com a mão direita. Eu pararia por ali aquela conversa, Victor com toda certeza iria se embananar e embora eu quisesse muito ver isso para poder rir da cara dele, seria muito rude de minha parte. E foi bom ele ter falado sobre, eu precisava falar com Matteo, já fazem alguns dias que não o vejo e já perdi as contas de quantos treinos ele havia desmarco nas últimas semanas, algo não deve estar certo.

Após mais um pouco de diálogo com Victor que insistia em me engambelar, finalmente seguimos para a trilha, neste ponto eu já havia desistido da minha corrida matinal, sequer lembrava do que ia fazer. Ainda me indagava no que estava trancafiado naquela bolsa, de certo algo ilícito, bebida? fumo, talvez? De qualquer forma eu iria descobrir isso mais cedo ou mais tarde. Conforme a mata ia ficando mais fechada, a temperatura ia caindo e ficando cada vez mais agradável, mas como nada é feito apenas de coisas boas, logo surgiram os primeiros estorvos, os milhares de pernilongos e borrachudos. Mas não era nada que um aluno de Castelobruxo não estivesse acostumado. Fiquei abismado quando Victor começou a resmungar atrás de mim, o ápice foi o questionamento sobre repelente. - Repelente? Para que? Você tem alergia ou coisa do tipo? Mas infelizmente não tenho. - Dei de ombros rapidamente e continuei com minha caminhada, aproveitei para questioná-lo. Questioná-lo não, basicamente interrogá-lo, queria saber o que tinha naquela mochila, não tinha motivos para que ele mentisse, afinal o que eu faria? A história que emanava da boca de Victor não me parecia real, estava mais para uma desculpa esfarrapada, a professora Rosalina sequer gostava de ajuda, muito menos fedia a cigarro, algo de errado não estava certo ali. E não parou por ali, segundo ele as estufas estavam ficando cheia, sendo que quando tive minha aula de Herbologia esses dias tudo estava perfeitamente bem. Minha cara mostrava nitidamente que eu não estava acreditando naquele faz de conta. - Ah qual é Victor, tu tá falando sério? Quer mesmo que eu acredite nisso? Fala a verdade, o que são essas plantinhas ai? - Encerrei minha fala adentrando para a mata, saindo daquela que era a estrada padrão.

Segundo Victor aquelas plantas necessitavam de uma quantidade de luz mediana, não poderia ser pouca ou não desenvolveriam e nem muita para não queimar os brotos. Somente as plantas frescas, não podia arrumar um cacto para cuidar. Nós precisariamos encontrar algum tipo de clareira, um local em que a luz do sol pudesse tocar as plantas por um certo período do dia. Felizmente não demorou muito até que encontrássemos, ali me parecia um lugar perfeito para plantar as pequenas. - O que acha daqui? Lhe parece bom o suficiente? - Perguntei enquanto pegava a maçã que ele me devolvia, eu iria comê-la enquanto o via trabalhar.




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Victor Montenegro
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Ter 27 Out 2020 - 11:24
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Dei de ombros e sorri reconhecendo o meu erro, feliz por não ter continuado com aquele papo de quadribol, certamente acabaria falando coisas piores a respeito do time de Thiago, seja lá qual fosse. – Sim, repelente, fico todo empipocado quando sou picado por esses bichos. Resmunguei afugentando os mosquitos mais ousados com as mãos, balançando de um lado para o outro. Lembrei de certas plantas da estufa de herbologia que possuíam flores com perfumes poderosíssimos contra insetos, algumas chegavam a ficar isoladas dentro de bolhas mágicas para não afastar as abelhas e outros polinizadores, um perfume usando a essência dessas espécies cairia bem, valem uma visita! Pensei. Não satisfeito com a resposta anterior, Thiago voltou a insistir, respirei fundo e comecei a elaborar algo que fosse convincente e verdadeiro. – Promete que não vai contar? É que eu precisava fazer isso. Cruzei os meus braços e suspirei, precisava dar um fim ao meu ciclo de coisas erradas. – A professora Rosalina mencionou essas duas novas espécies, uma delas tá até correndo risco de extinção... acho que esse detalhe não vai me ajudar, mas eu precisava estudar as duas um pouco mais a fundo. Eu cheguei a pedir a prof, mas ela não deu permissão. Pausa dramática.

– E você vai concordar comigo, Castelobruxo é uma referência no estudo da herbologia, como aquela mulher ousa privar um conhecimento desses? Mas não me surpreende, considerando o presidente que temos... Murmurei começando a ficar preocupado com a distância e o local, o meu senso de direção era lamentável, como encontraria as minhas duas plantas depois? Continuei com isso em mente enquanto tentava memorizar o espaço ao meu redor, me dando conta da diversidade que podia existir até mesmo em uma pequena folha de árvore. Até então, tínhamos seguido quase que em uma linha reta perfeita e o caminho que estávamos seguindo era ladeado por algumas pedras cheias de um musgo levemente florescente, mais um pouco e seria capaz de montar um mapa.

– É perfeito, não aguento mais caminhar. Respondi entregando a sua maçã e colocando a mochila sobre um amontoado de folhas. Enfiei as minhas mãos em um dos bolsos e puxei um par de luvas, estavam um pouco gastas e sujas, mas serviam. Depois de enfiar meus dedos nos lugares errados uma centena de vezes consegui calçar ambas, deixavam as minhas mãos com o dobro do tamanho. Abri o zíper do compartimento maior e peguei os vasos, um por um, e os deixei em um canto para que Thiago pudesse admirar as plantas. – A koiné tem efeito energético... Falei o olhando diretamente nos olhos, algo me dizia que o calouro se interessaria pela espécie. – E a malva é capaz de ampliar as habilidades divinatórias. Aproveitei parar forrar um pedaço de couro sobre o chão, montaria o meu kit de herbologia ali.

...

– Acho que acabei. Joguei a última pá de terra sobre o mini canteiro, acertando sem querer um punhado em Thiago. Admirei o meu serviço, o processo não tinha sido nada simples, o solo da floresta tinha raízes demais e passei um bom tempo tentando arranjar espaço para as minhas plantas. Ainda ajoelhado e com gotículas de suor brotando na minha pele, retirei dois pequenos frascos de dentro da minha mochila, precisava reconhecer que, mesmo não sendo muito grande, ela era capaz de comportar o meu quarto inteiro, e se eu usasse o feitiço indetectável de extensão? Poderia morar no seu interior. – Tentei recriar o ambiente natural de cada uma, espero que funcione. Murmurei enquanto enchia o conta-gotas e distribuía em círculos ao redor de cada uma da koiné, repetindo o processo com a malva, a mistura  também ajudaria a manter pragas afastadas, levantei resmungando de uma câimbra e bati a poeira das minhas roupas, arrependido por não ter trazido o meu avental de aula prática. Arrumei os meus materiais, removendo o excesso de sujeira e sentindo a minha barriga roncar no processo. – Hora de comer a minha maçã, que bom que acabei esbarrando em você, Thiaguinho. Sorri para ele indo em direção a minha bolsa, no entanto, antes de pegar o fruto, notei que as minhas mãos estavam imundas, saquei a minha varinha e apontei para um lugar aleatório no espaço. – Aqua Eructo! Pronunciei em alto e bom som, esperava ter água suficiente para me limpar e ainda regar as minhas plantas.

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Ter 27 Out 2020 - 11:24
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