The Last Castle - RPG :: Artigos e Publicações
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Olá! É um prazer ter você aqui conosco, qualquer dúvida não hesite em nos contatar! The Last Castle RPG é um fórum baseado no universo de Harry Potter, ambientado em terras sul-americanas, dando ênfase ao Brasil. Aqui você perceberá que os três poderes se articulam na Confederação de Magia Sul-Americana (COMASUL), diferente do que acontece lá na Europa com os Ministérios de Magia. Contamos com um jornal bruxo O Globo de Cristal (OGDC), nome bem sugestivo hm?! E se precisar de cuidados médicos, nossos medibruxos do Hospital Maria da Conceição (HMC) estarão aptos ao atendimento. Quem sabe você não queira comprar seu material escolar em um bequinho secreto abaixo da 25 de Março, e assim estando pronto para mais um ano letivo na escola de magia e bruxaria Castelobruxo?! Vale lembrar que os tempos mudaram desde o fim da segunda guerra bruxa, nossa comunidade já não é mais a mesma! Bruxinhos com smartphone, a tecnologia ocupando espaço da magia, bruxos se identificando com os costumes e cultura dos não-maj... há quem diga que foi um avanço, outros estão certos que a identidade da comunidade bruxa está entrando em extinção.
Ϟ Uma Magia Ancestral começa a ser despertada. Poucos percebem esse fato, e dentre eles, até então, ninguém sabe dizer onde, como ou por que motivo. Será que vão descobrir?
Ϟ Agradecimentos ao Rafhael e sua mente mágica cheia de histórias, Vivs e sua perfeição ao editar codes, Roni e sua dedicação em manter o fórum ativo e atualizado e, claro, todos os jogadores. Beijoca da Jessie. Ϟ NOVO TAMANHO DO AVATAR 310x410.
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Corujita
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Corujita
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Ter 17 maio 2022 - 13:41

Maldições de Sangue: um estudo de caso.
Élodie Le Vasseur
Introdução

As práticas ancestrais de magia ainda são fonte de muito mistério e mesmo com todo o avanço das pesquisas e da tecnologia adaptada às necessidades da comunidade mágica, são capazes de despertar o interesse dos bruxos modernos seja por curiosidade, ou pelo instinto de fortalecer os vínculos com os antepassados e com a magia em sua forma primitiva. O conhecimento dessas práticas, por sua vez, tem sua importância quando se analisa a forma com que são criados os feitiços, poções e maneirismos mágicos — todos eles, de alguma forma, remetem ao que já foi a magia um dia. A especificidade da prática da magia, de fazer mal ao inimigo, conhecida popularmente como magia das trevas, nos remete em primeiro momento às práticas mais comuns: envenenamento por ervas e poções, as maldições imperdoáveis, os objetos amaldiçoados. Entretanto, para além das ideias mais triviais de execuções de magias das trevas, existia a ocorrência de maldições conhecidas como Maldições de Sangue, maldições passadas entre gerações através da relação sanguínea.


1. Conceito

Segundo a historiadora mágica Cordélia Castell (2006), uma Maldição de Sangue é considerada uma prática antiga de magia das trevas, que tem o poder de afetar não apenas o alvo primário de seu lançamento, mas gerações futuras que se relacionam pelo laço sanguíneo. Registros históricos apontam a existência de uma vasta sorte de maldições de sangue; dentre as mais conhecidas e estudadas está a maldição Maledictus, frequentemente abordada por estudiosos da transfiguração por ser um dos grandes enigmas interdisciplinares, comum e erroneamente confundida com animagia.

Existe, entretanto, um número ainda maior de maldições que nem sempre são imediatamente atreladas à herança mágica carregada pelo sangue. Isto se deve, majoritariamente, ao fato de que, embora as maldições de sangue tenham como característica principal a transmissão para gerações futuras, não há qualquer regularidade na frequência da passagem da maldição, podendo haver gerações livres de características amaldiçoadas por tempo o suficiente para que a informação acerca de tal infortúnio se perca.

Muito se especula a respeito dessa variância e dos fatores que a influenciam. O pesquisador sociólogo Gerard Le Vasseur (2006) apontava em seus estudos causas como motivação, poderio mágico, arranjo de elementos mágicos, influência lunar e a proteção do elemento alvo como variáveis que eram capazes de interferir na eficácia da maldição. Há divergência entre acadêmicos no que diz respeito ao elemento divino, ou como algumas academias costumam chamar, seres elementais, relacionado ao bruxo que invocou a maldição. Le Vasseur (2006) não incluía em suas pesquisas a possibilidade da interferência destas formas de poder em conluio com os bruxos. Em contrapartida, em estudos mais recentes, a bruxa historiadora Clara Sartori (2021) aponta a existência de um relativo aumento de potencial mágico na execução de rituais quando há a conexão com seres elementais, intensificando a eficácia da maldição e, consequentemente, seu comportamento ao passar das gerações.


2. Tabellae Defixionum - Tabuletas de Maldição

Para fins de contextualização, uma tabuleta de maldição, do latim tabellae defixionum, é uma pequena tábua com uma maldição escrita, muito comumente encontrada no mundo greco-romano, mas que se tornou uma prática comum entre os praticantes de magia das trevas por todo o globo. Segundo Castell (2006), o prefixo defixio sugere o “movimento de ligar a alma de alguém junto aos mortos no mundo subterrâneo”.

Eram tipicamente folhas muito finas de metal enfeitiçado, com o texto riscado em letras minúsculas através de magia. As tabuletas eram muitas vezes enroladas, dobradas ou perfuradas com pregos, e geralmente colocadas sob o solo, enterradas em sepulturas ou túmulos, jogadas em poços ou rios, isoladas em santuários subterrâneos ou pregadas nas paredes dos templos.

As tabuletas eram comumente utilizadas na antiguidade para amaldiçoar linhagens bruxas e continham em suas inscrições as palavras de mau-agouro, o nome do amaldiçoado, geralmente a dedicatória a um deus, mas nunca algo associado ao bruxo que estava fazendo a maldição, como forma de nunca identificá-lo e nunca puni-lo.

Entretanto, é muito aceito pela comunidade historiadora que essa prática era mais comumemente realizada por mulheres adeptas da magia das trevas do que por homens. Segundo Gerard Le Vasseur (2006), é possível se supor isso baseando-se num estudo comportamental de homens e mulheres que agem por irntermédio de magias ocultas. De acordo com o pesquisador, tanto as motivações quanto os métodos por trás de maldições e uso de magias das trevas são diferentes quando comparamos homens e mulheres. Enquanto os bruxos costumam matar por sexo, as bruxas costumam matar por vingança, poder ou dinheiro, temas esses muito recorrentemente presentes nos textos das tabuletas de maldições. Quanto aos métodos, os homens são mais brutais e violentos, se valendo de feitiços mais intensos, severos, métodos de tortura. Já as mulheres costumam ser mais sutis e frias, utilizando-se de métodos uma morte de causa natural, uma doença. O emprego da brutalidade excessiva é menos frequente nos delitos cometidos por mulheres, que se valem, muitas vezes, do envenenamento ou de maldições. Aliás, esses métodos implicam mortes que podem ser avaliadas como resultantes de causas naturais, o que dificultaria, ainda mais, a sua descoberta.

Se a brutalidade é menor nos métodos de execução das bruxas, elas tendem a ser mais cruéis que os homens na escolha das vítimas. Normalmente, expandindo a vingança para além do indivíduo, se valendo da máxima de que afetar a aqueles que são alvo de carinho e amor pode ser mais doloroso que a própria morte. Entretanto, vale pontuar que não se trata de uma regra, apenas de um padrão mais comum.


3. Método

Para análise imersiva da atuação de uma maldição sanguínea e de suas particularidades, foram levantados grimórios, registros médicos e a tabuleta de maldição pertencente a uma mesma linhagem bruxa, possibilitando a comparação das informações descritas na literatura com o que foi encontrado nestes arquivos. Por motivos éticos, a identidade dos indivíduos será mantida em sigilo. Vale ressaltar que, como em muitos ramos da magia, determinar que o comportamento de uma maldição de sangue necessariamente se aplica a todos os outros tipos, especialmente no que diz respeito à intensidade, efeitos e elementos afetados trata-se de uma inverdade. Um estudo realizado pela revista Le chercheur scientifique (2019) confirmou a particularidade de cada indivíduo amaldiçoado, em casos de maldições sanguíneas ou não.

3.1. Tabellae Defixionum

A tabuleta de maldição estudada continha as seguintes inscrições :

“Peço-te, senhora Mor-Ríogain, sob a escuridão da lua morta, que me vingues de [nome do amaldiçoado] que me defraudou. Assim como eu escrevo isto de um modo hostil, que tudo, o que quer que ele faça, o que quer que ele tente, tudo dê errado para ele. Assim como o sal derrete na água, que isso aconteça a ele. Assim com os demônios sugadores d’alma sugam a vida por onde quer que passem, que todos os seus sejam sugados e seu sangue seja maldito. Quaisquer que sejam os bens que me tomastes, peço-te, senhora Mor-Ríogain, que me vingues dele”.

Na inscrição, traduzida do celta, lê-se uma prece à deusa Mor-Ríogain (hoje chamada de Morrigan), cultuada por ser a deusa da morte e muito associada à vingança, guerra e morte. Nela, há um pedido de vingança por um ato de defraudação (enganação). A tabuleta pertencente à linhagem bruxa amaldiçoada era mantida junto do túmulo do primeiro bruxo afetado por ela.

3.2. Transmissibilidade

Foram analisados os registros referentes a quatro gerações consecutivas. Em todas as gerações, foi possível identificar a presença de características da maldição de sangue. A manifestação ocorria apenas em descendentes do sexo masculino, dando os primeiros indícios entre os dez e treze anos (idade em que ocorre o início da puberdade masculina bruxa). Não houve interrupção na manifestação da maldição entre as gerações. Não foram identificadas alterações no comportamento ou sintomas que indicassem enfraquecimento ou mutações associadas às novas combinações genéticas.

3.3. Sintomas

Os sintomas causados pela maldição em foco se assemelhavam ao que conhecemos como vampirismo. As transformações fisiológicas relatadas em relatórios médicos pontuavam e destacavam:

a. Pele: a pele dos afetados pela maldição empalidecia gradativamente, ao decorrer do anos. Em estágios mais avançados, tornava-se translúcida. Ocorria ainda o ressecamento das células, resultando em descamação, coceira, aparência sem viço e luminosidade, aspecto esbranquiçado, sensação de repuxamento, ardor, manchas vermelhas e textura escamosa, podendo, nos casos mais graves, apresentar até feridas;
b. Dentes: ocorria o crescimento dos dentes caninos superiores;
c. Olhos: eram encobertos por uma película esbranquiçada de aparência opaca. Não havia interferência na visão, apenas na aparência;
d. Unhas: cresciam com maior velocidade, mais amareladas e pontiagudas, em formato de garra.

3.4. Efeitos na magia

O trecho abaixo, retirado do diário mágico do indivíduo C, pertencente a penúltima geração estudada, retrata com clareza o efeito que a Maldição de Sangue ao qual ele estava submetido causava :

“Já não sinto mais como sentia antes. Meu sangue é frio e minha magia adormecida. Meu condão não me responde, se tornou inerte e parece repelir meus toques. Não posso sequer realizar os mais simples encantamentos agora, nem sequer iluminar o caminho ou apagar uma chama de vela com um sopro. Sou como um comum quando tento recitar os feitiços. Por sorte ainda me recordo dos elixires e poções.  Os caldeirões ainda parecem me reconhecer e as borbulhas me aceitam. Ao menos sirvo para boticário agora.”

Ficam claros os efeitos causados na magia: perdiam-se, consideravelmente, as habilidades mágicas e suas varinhas tendiam a não obedecê-los. As habilidades de poçologia não pareciam ser afetadas.

3.5. Antídoto e mortalidade

Até o momento da publicação deste trabalho, não havia sido encontrado um antídoto para a maldição de sangue que afeta a linhagem bruxa estudada. Todos os bruxos afetados por ela atingiram a faixa etária dos quarenta anos e morreram devido às consequências da maldição em seu sistema fisiológico. Atualmente, existe um bruxo possuinte da maldição vivo. Aos dezenove, o indivíduo D já sofre com os sintomas há seis anos.



Resultados e Discussões

Apesar de não ser possível efetuar análises diretas a respeito da forma como foi conjurada a maldição de sangue, observando alguns padrões de comportamento ao passar das gerações é possível fazer suposições a respeito de algumas das variáveis de Le Vasseur (2006) como a influência lunar e a motivação, por exemplo. Na análise das inscrições da tabuleta, têm-se clara a motivação: vingança. O ato de se vingar é uma resposta impulsionada por sentimentos como raiva, ódio, rancor e injustiça, e pode resultar em um ímpeto de poder movido pela negatividade dos sentimentos. Vê-se ainda a influência da fase lunar. Citada como “lua morta”, forma de antigos bruxos se referirem à lua nova, era comumente ligada a rituais ligados à morte, à ausência de luz.

Além disso, vê-se o atrelamento com o elemento divino, através da invocação da deusa Morrigan. A maldição, segundo os registros, não falhou por nem uma geração sequer, e seus efeitos continuam tão intensos como foram da primeira vez.

Não foi possível estabelecer conexão entre arranjos de outros elementos mágicos (não foram identificados objetos amaldiçoados para além da tabuleta, tampouco se tem registros do altar em que a maldição foi concebida). Em relação à proteção pessoal do indivíduo amaldiçoado originalmente também não se tem qualquer registro.

Não é possível afirmar que a potência desta maldição está intimamente atrelada a todos esses fatores, mas o resultado deste estudo corrobora com o estudo de Gerard Le Vasseur (2006) e com a teoria de Clara Sartori (2021).





Emme

Concede a Élodie Le Vasseur o grau de "Mestra em Magia Antiga (Magia das Trevas)" [2024]
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